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60 anos da Una

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Por Bianca Morais

Nos últimos anos, muito se ouviu falar sobre como o cultivo de plantas e flores podem auxiliar em tratamentos e também na prevenção à doenças crônicas e até desequilíbrios emocionais. Quem tem jardim em casa, sabe muito bem como a presença do verde pode trazer diversos benefícios, desde o ato de colocar a mão na terra, cultivar, cuidar e ver aquela planta crescer, ou seja, acompanhar a evolução da vida.

A prática de cultivar um jardim ou horta não tem de fato uma comprovação científica, porém vem ganhado espaço em lugares como hospitais, unidades de saúde, sanatórios, lares para idosos e clínicas de reabilitação, como uma estratégia de promoção da saúde. 

Essa atividade melhora o funcionamento cognitivo, atenção, memória, concentração, humor e capacidade de atenção, além de vantagens, tais como, sensação de bem-estar reduzindo os sintomas de estresse, depressão e ansiedade, proporcionando calma e relaxamento durante as atividades, ademais, nas crianças ainda auxilia as crianças ao conhecimento do desenvolvimento das espécies estimulando o interesse e curiosidade para o consumo de alimentos naturais e saudáveis.

Conhecida como horticultura terapêutica, a atividade consiste em produzir hortaliças para nutrir o corpo e cuidar da mente. Pensando nisso, os alunos do curso de Engenharia Ambiental da Una Cristiano Machado desenvolveram o projeto Horta Terapia, juntamente com a Associação de Pais e Amigos do Centro de Reabilitação (ASPAC), a instituição sem fins lucrativos presta assistência social, clínica, psicológica e nutricional a pessoas com deficiência e usuários de drogas em recuperação.

O projeto teve início a partir da ideia das alunas Jéssica Assis e Tarcila Soares, integrantes do quadro de alunos do DSAAU (Do Something Amazing Arquitetura e Urbanismo), escritório modelo da unidade Cristiano Machado, em união com o conhecimento do professor e coordenador Manfredo Hoppe, para melhoria do aspecto ambiental e paisagístico do local, para a realização dos projetos arquitetônicos de adequação e melhoria da ASPAC, conforme o vínculo foi estabelecido surgiu a ideia da realização da horta. 

A Horta Terapia é um projeto de horta urbana destinada a atividades terapêuticas que contempla desde o público infantojuvenil aos idosos. Ela representa um componente de paisagismo que irá proporcionar um conforto visual no local, além de ser um elemento ambiental que possui melhorias que atuam direta e indiretamente na saúde física e psicológica daqueles que realizam o manejo ou apenas convivem com o espaço.

“Nosso principal objetivo é levar um ambiente confortável para as crianças que realizam as terapias na ASPAC e aos idosos que frequentam o local, efetivando a educação ambiental e o contato com a natureza, com isso trazer diversos benefícios à saúde e ao meio ambiente”, comenta Tatiana, coordenadora do curso de Engenharia Ambiental.

A ação de ajudar no cultivo, estimula a criatividade e a memória visual, já a jardinagem melhora a atividade motora e tem um efeito ao mesmo tempo motivador e relaxante, indicada então a manutenção da saúde em idosos e tratamento de dependentes químicos e pessoas com transtorno mentais ou neurológicos. 

A Horta Terapia é uma proposta econômica, acessível e ainda ajuda essas pessoas a se sentirem parte de algo, elas ajudam desde o processo de criação, organização e manutenção de um espaço verde, cultivando a cura através do plantio, a horta resgata valores sociais como o respeito, a solidariedade e trabalho em grupo.

O projeto em desenvolvimento terá três canteiros que serão utilizados como preceitos os R’s da sustentabilidade.  Garrafas pets irão ser usadas para estabilização lateral dos canteiros, sendo o foco na redução e reutilização desses resíduos. A horta foi elaborada em local pré-estabelecido pela ONG e aspectos de idealização e alinhamento com os responsáveis do lugar através de visitas de campo, ela irá contar com estrutura de sombrite que auxilia no manuseio da horta reduzindo a radiação solar direta nas espécies.

A Engenharia Ambiental é um curso extremamente dinâmico que atua em diversas áreas, tais como projetos voltados para a flora, as hortas são componentes fundamentais nas cidades, pois trazem benefícios como melhoria do microclima do local, recuperação do solo pelo desenvolvimento de espécies e educação/conscientização ambiental, o papel da engenharia se deve em alinhar todas as perspectivas para efetivação da horta que deve atender às características daquele local, promovendo o conhecimento ambiental de forma lúdica e didática a todos, contudo sempre se atentando aos parâmetros técnicos a serem seguidos na elaboração do projeto.

“O projeto é muito importante pois vai trazer uma maior visibilidade para a possibilidade de hortas urbanas como aproveitamento do espaço, melhoria paisagística, proporcionar conforto térmico e acústico, prover alimentos orgânicos proveitosos para consumo humano, enraizamento da educação ambiental, melhora motora e psicológicos pelo contato com a natureza”, completa Tatiana.

Os alunos são responsáveis pelo contato direto com os responsáveis da ONG mostrando todos os benefícios que o projeto pode proporcionar ao local. Jéssica Maria, é graduanda e formanda do curso de Engenharia Ambiente e se diz muito realizada com o projeto.

“Fazer parte desse projeto de horta é uma nova visão sistêmica que eu não tinha a respeito do cunho da arquitetura voltado ao meio ambiente, acho extremamente relevante pensar fora da caixa e me proporcionar a fazer parte de um estágio voluntário no escritório de arquitetura e urbanismo, levando em consideração que minha formação é em engenharia ambiental, e também conseguindo contribuir e interligar as áreas utilizando meus conhecimentos na minha área”, conta a estudante. 

A horta terapia é algo que também pode ser feito dentro de casa, dependendo da disponibilidade do local, pode-se realizar um pequeno canteiro ou plantio direto em vasos das espécies de preferência do morador, atentando-se a todos os dias passar ao menos um tempo no local, manejando a horta e regando as espécies.

“Esse tempo destinado deve-se ser priorizado o contato com a natureza, o cuidado em verificar como as espécies estão se desenvolvendo e observar o crescimento do seu próprio alimento, a maior satisfação se deve em consumir algo que foi plantado e cultivado com carinho”, explica a coordenadora.

Para o futuro, o DSAAU pretende elaborar junto às suas parcerias mais projetos com este cunho no decorrer dos próximos semestres.

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Por Bianca Morais 

Rafael Ciccarini tem 42 anos, é atleticano, pai do Antônio de 6 anos, professor encantado pela arte de educar. Adora artes, é fã dos Beatles, já foi músico, mas pelo respeito a música resolveu abrir mão da aventura! Ciccarini é tudo isso, e também, reitor do Centro Universitário Una. Sua gestão é marcada pela paixão à educação!

A trajetória até a reitoria

Ciccarini iniciou sua história na Una em 2009, como professor de uma de suas grandes paixões, o Cinema. Ele já era educador, dava aulas em outros cursos, mas não universitários, e também atuava na área. Por vezes, tinha enviado seu currículo à Una, no entanto, não haviam vagas, até que naquele ano sua oportunidade chegou. 

O atual reitor ingressou na instituição no meio de um semestre, quando menos esperava estava ali, como “professor substituto”, cobrindo a licença no lugar de outro.

“Foi assim que entrei, no meio da disciplina, a qual não era especialista. Brinco que todo professor tem que aprender para dar aula, ninguém sabe tudo. E eu fui aprender para dar aquela aula específica, mas foi ótimo”, comenta Ciccarini.

Depois da substituição, Ciccarini acabou ganhando mais duas disciplinas, depois três, e nessa altura já estava encantado pelo curso, os colegas, alunos, e claro, pela Una.

Por volta de 2014, Ciccarini foi chamado para coordenar o curso de Cinema e Audiovisual. Ele que já vinha desenvolvendo outro trabalho no Cine Humberto Mauro, via a cena do cinema crescer em Belo Horizonte, e junto a esse momento teve o privilégio de assumir a coordenação.

“Nosso objetivo era tornar o curso da Una em uma referência nacional, e é o que foi feito, com um time de professores extremamente eficientes e uma cena cinematográfica aqui de BH que nos abraçou”, conta ele.

Após aceitar a coordenação do cinema, Ciccarini foi convidado pelo ex-diretor do campus Liberdade, Lélio Fabiano, companheiro de trabalho e amigo, a ser diretor adjunto ao seu lado, posteriormente, em 2016, com a saída de Lélio, o sucedeu na direção do antigo Instituto de Comunicação e Artes, atual campus Liberdade.

“Fiquei com o Lélio trabalhando um tempo e foi muito bom, comecei a ter uma noção mais ampla da área de educação e artes como um todo, aquele Instituto tinha muito a ver com o Lélio e o que ele trazia de cultura consigo, aprendi muito”, compartilha Ciccarini.

Nas palavras de Ciccarini, se a Una já é paixão, o campus Liberdade é o seu pulsar, uma energia diferente, ali ele podia explorar sua liderança sem deixar seu jeito “não muito formal” de lado.

“Uma vez o setor de manutenção foi me perguntar porque o campus Liberdade gastava mais água, energia e papel higiênico do que os outros. Primeiramente fiquei sem saber a resposta, mas depois de pensar, refleti que é porque o aluno do Liberdade ele não vai embora, ele estuda de manhã e fica até a noite, usando mais água, energia e papel higiênico. Ali as pessoas se sentem em casa. Conclui então que o indicador de sucesso de pertencimento é o papel higiênico”, brinca o reitor.

Os anos passavam e enquanto a carga horária de aula dele como professor diminuía, a de gestor só aumentava. O campus sob seu comando ampliava, e cursos que eram alocados em outros campus como Arquitetura, Design Gráfico, Design de Interiores e Gastronomia, foram incorporados ao Liberdade com a ideia da Economia Criativa.

“Nesse lugar que é o campus Liberdade, a Praça da Liberdade, região centro-sul, ele tem um potencial muito grande para a ideia da Economia Criativa, e o plano foi muito bem sucedido”, explica ele.

Com o campus Liberdade dirigido por Ciccarini a todo vapor, outro convite surgiu, o de também assumir a direção do campus Barro Preto, algo que na época era novidade, pois antes nenhum diretor assumia mais de uma unidade. 

“Foi um super desafio, eu vinha da área da comunicação, das artes, e lá era o lugar das engenharias, tecnologias, entre outros.  Para mim foi um grande aprendizado, dirigir uma unidade com todo portfólio de cursos diferentes dos que eu tinha trabalhado até então, ali eu me formei, em modo de falar, em 50 cursos, aprendendo um pouco com os professores de todas as áreas”, relembra Ciccarini.

Em meio a tanta bagagem de crescimento e liderança, Ciccarini foi convidado para ser vice-reitor do Uni BH, faculdade que também integra o grupo Ânima, deixando a Una por alguns anos. Por lá ele cresceu mais, assumiu a reitoria, retornando às suas raízes no dia 1º de agosto de 2019, subindo o último degrau da escada de sucesso dentro do Centro Universitário Una, exercendo o papel de reitor. 

Nascido no berço de grandes líderes

Para o atual Reitor do Centro Universitário Una, um dos pontos mais importantes em sua trajetória na instituição e em seu aprendizado, foi ter tido grandes líderes como mentores, entre eles cita Lélio Fabiano, Carolina Marra, Átila Simões, Ricardo Cançado e Marcelo Bueno, pessoas importantes para a Una e grupo Ânima em geral, e que juntos formaram um Ciccarini preparado para esse papel. 

“O que coroa a minha trajetória, o que me enche não de vaidade, mas de orgulho, no sentido bom, no sentido de quem ama o que faz, de quem se dedicou muito, é ter contado com esses grandes líderes e pessoas, não é uma trajetória só minha, é uma trajetória coletiva”, diz o reitor.

O eterno professor

Dentro de uma faculdade, o Reitor é o dirigente máximo da instituição, hoje, Rafael Ciccarini assume esse posto com muita excelência, mas não exclui a possibilidade de um dia voltar às salas de aula.

Durante seus anos como docente, a disciplina que mais amava lecionar era  História do Cinema. Apegado aquela matéria, ele a considerava sua e acabou tendo que abrir mão para alçar novos voos.

“Eu sou apaixonado pela História do Cinema, mais de 120 anos de história, é aquilo que eu mais me identifico contando, conversando sobre, mostrando trechos de filmes, analisando, filmes, diretores e estilos. Sinto muita falta de dar essa aula, ela é responsável por tudo que sou, tudo que eu descobri de valor foi dando essa aula, todos gostavam”, relembra o eterno professor.

Da sua trajetória como educador, Ciccarini sente saudades até da sala dos professores, de entrar nela e se sentir um deles, agora, com o cargo que assume, muitas das vezes que  chega no lugar, ele perde um pouco da espontaneidade.

“Esse ambiente é muito legal, sinto falta, mas sem dor, porque sei que um dia vou voltar, tenho certeza que é só um até logo. Sinto falta de rir com os alunos, de dar aulas como se não fosse um trabalho, porque quando de fato se gosta de dar aula, ela não soa como um”, completa ele.

O crescimento da Una e do Ciccarini

Ciccarini está na Una há cerca de 12 anos, e desde então tem visto ela crescer e se expandir a cada dia mais, porém nunca perdendo sua essência.

“Embora o contexto do Brasil atualmente seja diferente daquele em que entrei, o cenário mundial seja outro, a área de comunicação não é a mesma, por exemplo, no meu começo as turmas de publicidade tinha uns mil alunos, eu vejo que a Una permanece, porque é isso que a Una faz, está no DNA, esse coração que resiste independente do que acontece, vai sempre ser um espaço que renova continuamente sua esperança”, esclarece ele. 

Quem é o Reitor Ciccarini

Rafael Ciccarini é um cara entusiasmado pelo trabalho, se entrega de corpo e alma a tudo que faz, confia nas pessoas e também conquista a confiança de muitos, sempre se esforçando para oferecer o seu melhor.

O reitor Ciccarini erra e entende que isso é algo humano e natural, que os seus funcionários devem se permitir errar sem ser considerado o fim do mundo, pois isso dará confiança a eles. Segundo ele, se você tira deles a possibilidade do erro, tira deles a confiança e apenas uma pessoa confiante, inova, tenta e ousa.

“Em educação, no trabalho e na vida, a gente tem que saber que o errar, às vezes, é até mais importante que acertar, porque quando só acertamos, ficamos achando que somos perfeitos e infalíveis, e acabamos não sabendo lidar com insucesso, um não, uma barreira”, reflete o reitor.

O pai do Antônio

Ciccarini é um grande líder, respeitado por onde passa, no entanto, dentro de casa Ciccarini é ninguém mais que o pai do Antônio, e isto, é sem dúvidas, o gás que o motiva, o momento em que ele tira seu blazer e coloca a capa de super herói para o filho. 

“É um clichê, todo mundo fala isso, mas eu preciso dizer, quando você é pai você é confrontado com uma oportunidade de nascer de novo. A criança tem a algo mágico de olhar o mundo com uma pureza, no sentido de inocência, é um querer descobrir o novo, criança está sempre com desejo de descobrir o novo, de mais, o que que é isso, por que isso, a fase do por que, e às vezes a vida vai te batendo um pouco, e te cansando um pouco, mas o seu filho te renova, também essa curiosidade sobre o mundo, ao responder as perguntas para ele você tem que pensar sobre as tudo de novo, tem que dar ele esperanças de as coisas vão ser bacanas, você tem que renovar a sua aposta de sentido de existência. Cicarini é um pai muito feliz por ter tido essa oportunidade de ser pai”, conta ele.

De Ciccarini para Ciccarini:

“Calma, esse desejo , esse fogo de fazer, essa inquietude, essa chama, isso não pode ser fator de sofrimento, tem que ser fator de alegria. Exerça sua potência, faça o que você tenha que fazer, seja essa força que você é, mas isso tem que ser motivo de felicidade não de sofrimento, no sentido de, tem coisa que você não vai conseguir fazer, você não vai dar conta de tudo, tem coisa que você vai falhar, tem decisão que você vai tomar que vai desagradar pessoas, e isso faz parte da vida, então não tome para si todas as dores do mundo, ninguém precisa fazer isso”, conclui o reitor.

De Cicarini para a Una 60 anos:

“Existe muito essa ideia do reitor Cicarini, o centro, mas na verdade somos um time que abraça, é o time que se monta , e quanto esse time acredita que é possível. Quando você tem um grupo de pessoas talentosas e inteligentes, todas elas confiantes de que aquilo que a gente quer realizar,é possível, a gente pode chegar lá. 

Sempre a coisa mais importante são as pessoas, é formar bons times, trazer gente apaixonada, inteligente, talentosa, do bem. Não adianta só produzir e entregar, você tem que viver, é aquilo que eu falo, você tem que ter resultado, mas tem que ter leveza, felicidade, riso, ninguém consegue sustentar algo que é pesado por muito tempo, você tem um resultado de curto prazo, mas aquilo não dura, porque as pessoas não aguentam, elas acabam saindo e desistindo, então você tem que conciliar.

Gestão é um pouco disso, conciliar leveza, e resultado, só leveza não resolve, não vai ter do que viver, essa leveza não enche a barriga de ninguém, mas só resultado torna a vida muito pesada, o trabalho muito intolerante.

Muito obrigado, a primeira coisa que tenho a dizer é: vocês são meus colegas, essa comunidade é o que faz a Una, vocês são a Una, vamos seguir tentando realizar nossos sonhos e desejos aqui dentro da instituição, fazendo com que ela seja a soma e o desejo do que todos nós tenhamos de melhor, com erro e acerto, mas com desejo de transformar, de fazer diferença, de ver as coisas melhores, e juntos vamos fazer mais e fazer com que os próximos 60 anos da Una sejam ainda muito mais grandiosos do que foram os primeiros”. 

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Por Keven Souza

Ninguém nasce sabendo, não é mesmo? Embora o homem seja um ser pensante, não é segredo que construímos o nosso saber ao longo da vida. O ato de lecionar é uma tarefa árdua desempenhada por um indivíduo que acredita na educação, como arma poderosa, e a sua capacidade de transformar todo o seu redor. 

Além dos pais ou responsáveis, que nos ensinam desde criança como agir e se comportar, o professor é aquele apto a transmitir conhecimentos mais amplos sobre o mundo, a sociedade e a profissão que iremos seguir. É através dessa docência que surgem brilhantes profissionais e grandes gênios do mercado, e se torna talvez uma das profissões mais essenciais do mundo quando se fala em formar relações humanas, competências socioemocionais e estimular o sucesso profissional e pessoal. 

No atual cenário, ser professor é muito mais do que ministrar aulas. É ser um profissional que representa e sintetiza a capacidade de “criar” seres pensantes que poderão melhorar o mundo, um papel que ocupa lugar de destaque na vida de inúmeras pessoas, porque o verdadeiro mestre não se limita apenas ao intelectual. 

No Centro Universitário Una é aquele profissional engajado e próximo do estudante, que o enxerga em sua integralidade, levando em consideração seus traços e contrastes como indivíduo único. É a pessoa que propicia um ambiente amistoso, capaz de permitir uma jornada acadêmica de maneira mais leve e empática. Um cargo solene que transcende o ensinar e abrange o amar. E para comemorar o Dia dos Professores, que foi no último dia 15, o Jornal Contramão traz uma matéria muito especial. Afinal, são eles que auxiliam na trajetória de sucesso de vários estudantes e profissionais, como também escrevem a da história da Una, essa instituição de grande reconhecimento. 

Danielle Luciana Meira Miranda, 19 anos , é aluna do último período de Design de Interiores da intituição, ela declara que, o companheirismo de seus professores lhe engaja e torna sua trajetória acadêmica mais enriquecedora. “Minha relação com os professores é ótima! Sempre mantemos o contato dentro e fora de aula, pois quando preciso de ajuda é a eles que recorro. E é total companheirismo! É sempre bom ter apoio de um profissional tão bem qualificado na área, a relação entre professor e aluno é enriquecedora para mim. Sem eles essa trajetória de aprendizado seria muito mais difícil”, conta.  

Ela ressalta ainda que, além da força de vontade e o companheirismo dos professores, ambos têm deixado, ao longo do tempo, de ser os detentores do saber e têm assumido o papel passivo de mediadores do conhecimento, onde se forma uma figura que dizima os obstáculos pessoais e educacionais dos alunos.  

E que no presente, vão além da posição de mútuo e incontestável, se tornando aqueles que criam laços para além da sala de aula e trabalham em prol da confiança e do afeto recíproco.“Para mim, professores significam sem dúvidas, conhecimento! Estar em uma sala de aula e absorver conteúdos ricos de pessoas que se dedicam a ensinar é inspirador. Jamais conseguiria desenvolver habilidades sem eles, sem os feedbacks, sugestões e críticas construtivas que me passam”, explica a aluna. 

 

Tempos de pandemia 

A pandemia do Coronavírus trouxe impactos em diversos âmbitos profissionais e camada sociais. Na classe dos docentes, não foi diferente. Professores se depararam com a mudança de rotina após o fechamento dos ambientes presenciais e tiveram que se adaptar a uma nova realidade – de forma síncrona, se desdobrado para assessorar o aprendizado de cada estudante, onde foi colocado a prova a sua capacidade de se modificar como profissional independente de qualquer situação ou cenário. 

De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Península (IP), que tem acompanhado a realidade e a visão de futuro de educadores durante a pandemia, em uma mostra representativa de todo o Brasil, apenas 28% dos alunos estão motivados a fazer as atividades escolares em casa. O que deixa claro e evidente o grande esforço por parte dos docentes de fazer com que a qualidade do ensino fique excepcional durantes os encontros remotos, além de dar indícios da busca incansável por buscarem ferramentas que estimulem a participação ativa dos alunos. 

Apesar de estar em um contexto sensível, segundo alunos, é possível perceber que na Una, o corpo docente tem se dedicado com garra e coragem, trabalhando afincadamente para personificar a segurança de um aprendizado ávido e representar a certeza de um futuro melhor. Amanda Daniela de Oliveira Serafim, que é estudante do quarto período de Publicidade e Propaganda, explica que possui dificuldades de atenção inerentes ao aprendizado durante as aulas de modo síncrono e afirma que, em nenhum momento seus professores cederam ou perderam prazer de dar aula diante ao atual cenário pandêmico. 

“Tenho certa dificuldade com atenção, então acho mais complicado aprender de modo síncrono mesmo. Mas ao mesmo tempo, ficou evidente o quanto os professores se esforçaram para se adaptar e manter o ensino com a melhor qualidade possível, o que ajudou bastante no processo”, afirma.

Segundo a aluna, a desenvoltura do profissional está sendo de vital importância no auxílio de seu aprendizado e de todos os graduandos de quaisquer que sejam as áreas. “Os professores são essenciais tanto presencialmente quanto remotamente. Na pandemia entrei em contato com professores incríveis que mesmo diante das circunstâncias ofereceram assistência completa e aulas incríveis durante todo o semestre, sem eles não teríamos conseguido nem metade do progresso que fizemos até aqui”, diz a aluna. 

Para o estudante Ítalo Charles Rodrigues Santos, aluno do sétimo período de Jornalismo, sua trajetória acadêmica foi atordoada por medos e inseguranças de não ser bom o suficiente em suas diferentes produções jornalísticas que vieram a ser produzidas durante a graduação. “Em alguns momentos senti medo, por desconhecer alguns assuntos e assim acreditar que não seria capaz de produzir bem e consequentemente ser um bom profissional”. 

No entanto, foi por meio da presença dos docentes que conseguiu aplicar conceitos e desenvolver técnicas, e assim reduzir suas hesitações. “É através do ambiente harmonizo que o professor permite, que o aluno se sentirá confortável e confiável para aprender a desenvolver suas habilidades, a partir das trocas e aprendizados”, explica o aluno. 

Ambos são o esboço da habilidade dos professores de se transformarem em vários aspectos para levar o conhecimento, independente da circunstância, em sua totalidade. A arte de ensinar é primordial para continuar a instigar o estudante a ter gosto e vontade de aprender, uma tarefa que não é fácil, mas que é significativa para formar grandes indivíduos e profissionais mais preparados no mercado.  

De fato, a pandemia impactou a sociedade, que talvez não seja mais a mesma daqui alguns anos, mas o papel do educador permanece relevante em todo o processo de aprendizagem e também para além dele.

Com a palavra do coordenador dos cursos de Comunicação e Artes da Una campus Liberdade

“De todas as características humanas, a que mais me encanta é a capacidade plástica dos indivíduos, podemos ser o que a gente quiser, dado o alto grau de adaptabilidade que apresentamos. Talvez por isso a educação seja um lar para mim, poucas coisas me sensibilizam tanto quanto a partilha e a multiplicação do conhecimento na transformação da vida da gente. Neste dia tão especial, quero render toda a minha admiração para cada professora e cada professor que trabalha nesta nossa casa. Em um tempo complexo e barulhento como o nosso, sigamos na coxia, certos de que há muito por fazer por este mundo, e que é junto dos nossos alunos e alunas que a mudança real e vital de fato acontece” – diz Antônio Terra, em recado para todos os docentes da instituição em comemoração ao Dia dos Professores.

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Por Keven Souza 

Escolher morar em uma casa de repouso, que entenda a terceira idade como um ciclo comum da vida, é uma decisão pensada por inúmeras pessoas que procuram por um lar estável e seguro para se passar nessa nova fase. Os asilos, como são chamados, devem propiciar um ambiente tranquilo que contribui para além da saúde dos idosos, com a partilha do sentimento de união e amizade entre os próprios moradores. 

É pensando nessas nuances que o projeto de extensão do Centro Universitário Una unidade Lafaiete, nomeado de “Bora Reformar o Asilo”, surge para estar lado a lado com a comunidade local a favor de promover melhorias na casa de acolhimento aos idosos, o Asilo Carlos Romeiro.

A iniciativa tem o intuito de colocar os alunos de Engenharia Civil em contato direto com demandas relacionadas à sua formação, além de prometer transformar de maneira possível o espaço físico do asilo e melhorar a qualidade de vida dos idosos que vivem nas dependências da instituição.

 

Bora reformar o asilo!

O Asilo Carlos Romeiro é uma instituição localizada na rua dos Vicentinos, no bairro Queluz, em Conselheiro Lafaiete. Fundada para prestar assistência social a idosos desamparados, possui idosos independentes, semi-dependentes e totalmente dependentes do trabalho da instituição que oferece ainda, em suas dependências, atendimentos e inúmeros serviços voltados à terceira idade. 

Ao ser uma instituição com viés social, sem fins lucrativos, que carece de ajuda, possui relativamente dificuldades em torno de recursos financeiros, entre elas, o desafio de reformar os seus espaços que estão na ativa desde sua fundação em 1976. Nesse contexto, surge a primeira interação entre o asilo e a faculdade Una em novembro de 2020, a fim de firmarem parceria envolvendo uma equipe técnica composta por alunos de Engenharia Civil, que viria para auxiliar e dar o devido suporte nas demandas ligadas à restauração de áreas que carecem de reforma. 

O projeto ‘Bora Reformar o Asilo’ teve sua estreia em março deste ano de 2021, sendo uma atividade extensionistas liderada pelos professores Elvys Dias Reis e Mariana Babilone de Souza Ferreira, que coordenam e orientam as inúmeras atividades propostas na extensão.

Desde seu início, o projeto contou com a participação de 15 estudantes da turma do quinto período e neste semestre estima possuir 20 participantes, uma vez que foi dada a renovação da extensão devido ao atraso na reforma geral causada pela pandemia do coronavírus. Por longo período de tempo, houveram imprevistos e diferentes impasses para prosseguir com o planejamento da reforma. Um dos percalços presentes foi a limitação da equipe ao livre acesso às dependências do asilo. 

“Mesmo com tantos desafios conseguimos, ainda assim, contornar a situação por meio de encontros virtuais e revezamento nas visitas técnicas, as quais foram realizadas com cuidados extremos e sempre respeitando todas as regras de combate à pandemia”, explica Elvys Dias Reis, professor e coordenador da extensão, sobre a atuação da equipe no Asilo Carlos Romeiro durante a pandemia.   

Na visão do professor, o projeto traz um ganho imensurável para a formação dos alunos, fomentando-os a se tornarem profissionais mais completos e preparados que saibam se posicionar no mercado através de vivências e experiências reais. “O principal motivo é o aprendizado dos próprios alunos. Toda pesquisa e projetos de caráter prático oferecem a oportunidade de conciliar teoria, vista em sala de aula, e prática. O que é ótimo para a formação deles”, explica. 

Nessa circunstância, ao criarem a extensão, um dos objetivos centrais é o ensino teórico-prático que envolve a atuação dos alunos com os problemas estruturais reais, na qual é a situação em que o asilo se encontra. A partir do planejamento elaborado, podem identificar as carências físicas da casa de repouso, de modo a propor intervenções embasadas na Engenharia Civil e na Ciência dos Materiais, além de estimarem a quantidade e o valor dos insumos necessários para o tratamento e recuperação de toda a edificação. 

Entre as principais atividades e tarefas dos alunos estão a apresentação do projeto para potenciais parceiros, elaboração de reuniões de planejamento, ajuda na divulgação e captação de recursos, visitas técnicas à instituição, acompanhamento das obras, além da criação de aulas curtas para toda a equipe durante os encontros semanais que propicia desenvolverem um raciocínio analítico e resolutivo para situações que possam surgir no dia a dia da profissão de engenheiro(a). 

Para o estudante do segundo período de Engenharia Civil, Erik Manuli, atuar na extensão lhe traz uma rica experiência na sua formação, em que o permite se relacionar com a engenharia solidária, além de desenvolver um projeto real para pessoas necessitadas – de caráter social. “É fantástica a sensação de ajudar o próximo. Nós enquanto alunos ganhamos experiência e conhecimento, e os frequentadores dos asilos ganham um ambiente mais seguro e salubre”.

Erik afirma que o projeto ser ligado diretamente à terceira idade o faz ser único e que a sensação de fazer parte da equipe é incrível. “Lidar com  idosos é gratificante, nos faz refletir muito sobre nossa vida. São vários idosos com histórias de vida diferentes convivendo no mesmo espaço”, ressalta ele.

Um dos pilares do projeto é a solidariedade que preza pela prestação de serviços gratuitos com finalidade de não exigir cobranças de consultoria ao asilo. O que torna o projeto acessível e de grande valia para a casa de repouso ao atender não só o conforto, e o bem-estar dos idosos, mas também a segurança, através de um projeto técnico e dinâmico.

Lena Assis, que representa o asilo, explica que o projeto é de vital importância para casa e que enquanto a reforma geral não acontece, houve a proatividade, por parte da equipe do projeto, de reformarem a rampa da ala masculina. Um local que estava precário e colocava em perigo a segurança dos idosos. “ É um projeto que tem continuidade, pois o asilo possui outras áreas que carecem de reforma. Nesse primeiro momento foi restaurada uma rampa que dá acesso interno à ala masculina, que estava com o piso muito ruim, escorregadio e gerando acidentes com os idosos. Uma reforma necessária”, diz a responsável. 

Com esta obra recentemente concluída, Lena diz que o sentimento é de alívio e felicidade para todos do asilo e que é gratificante ver a cada passo dado ao lado da Una. “É muito importante essa parceria para a nossa instituição, precisamos do apoio de todos da comunidade. Estamos felizes e agradecidos com esse projeto. Digo que avaliamos positivamente todas as ações que a Una propõe para nos auxiliar com nossas demandas internas”. 

 

Depoimentos dos participantes 

Mariana Babilone

“É um projeto que representa nossa unidade, que todos estão envolvidos e querem saber sobre o andamento, que mostra que nosso papel na comunidade é relevante e contribui não só para a formação do nosso aluno, mas também do nosso entorno e agregando valor para a vida de muitas pessoas. Sem dúvida é um projeto especial que nos envolve com a causa dos idosos e nos sensibiliza. Temos um carinho imenso por esse projeto e sabemos que estamos contribuindo para uma vida melhor para essas pessoas” –  Mariana Babilone, que é professora e coordenadora do projeto, sobre importância do projeto para o campus da Una Lafaiete. 

Larissa Duarte

“Participar de um projeto como esse é ganho por todos os lados, você ganha sentimentos bons por ajudar, ganha só de ver a alegria no rosto de cada um, ganha experiências através da reforma e principalmente, você transforma o sonho de alguém em realidade. Essa é uma grande extensão, extremamente gratificante, e sou muito feliz e grata por fazer parte da mesma. Adquirir essas experiências reais durante o período de graduação é de grande valia para um excelente profissional do futuro” – Larissa Duarte, aluna do quinto período de engenharia civil, sobre sua participação no projeto. 

Juliana Aparecida P. dos Santos

“Trabalho no asilo há mais de sete anos e a rampa da ala masculina sempre esteve em péssimas condições, quando chovia o piso se tornava escorregadio e trazia muitos acidentes. Graças a equipe da Una, a rampa está bem melhor do que antes, hoje, podemos molhar sem preocupação. Um ótimo trabalho!” –  Juliana Aparecida Paula dos Santos, sobre a situação da ala masculina antes da reforma feita pela equipe da  Una.

 

Ajude o Asilo Carlos Romeiro

Rua Rua dos Vicentinos, nº33, bairro Queluz – Conselheiro Lafaiete/ MG

Para mais informações ou doações, ligue (31)3721-3564 ou acesse no Instagram.

 

Revisão: Daniela Reis

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Por Bianca Morais 

No dia 12 de agosto foi inaugurado o primeiro Centro Médico Veterinário do município de Contagem, no Centro Universitário Una. O local é uma conquista para o curso de Medicina Veterinária, que já existe há quatro anos no campus localizado na região metropolitana de BH. 

Atualmente, com aproximadamente 500 alunos ingressos no curso, a primeira turma chega ao oitavo período de um total de dez, os alunos que antes contavam com os laboratórios e a fazenda escola para realizarem suas práticas, ganharam o Centro Médico Veterinário para somar em seu aprendizado, principalmente na prática de clínica de pequenos animais, conteúdo o qual eles só chegaram neste semestre.

“O Centro Médico Veterinário trouxe uma nova vida ao curso de Medicina Veterinária, com a oportunidade dos alunos acompanharem nas aulas e fora delas atendimentos clínicos e saírem do curso preparados para atuar na clínica de pequenos animais com teoria aliada a experiência prática. Todas as pessoas que vêm ao nosso Centro Médico ficam encantadas com a qualidade da estrutura e qualidade dos nossos profissionais”, conta Gabriel Costa, coordenador do curso.

Prefeita de Contagem, Marília Campos, inaugura Centro Veterinário na Una Contagem

A infraestrutura

O local conta com infraestrutura de última geração, três consultórios e um centro cirúrgico. Dois dos consultórios modelos com vidro reflexivo, onde o aluno pode ser monitorado pelo professor de fora do ambiente, uma sala de diagnóstico por imagem equipado com raio x computadorizado e aparelho de ultrassonografia.

A clínica ainda tem o setor de internação de animais, setor de cirurgia, com pré e pós operatório, sala de esterilização e paramentação e bloco cirúrgico amplo, com capacidade para múltiplas cirurgias simultâneas e transmissão ao vivo para uma televisão dentro do bloco. 

Por último, o Centro tem um setor de grandes animais com tronco de contenção, duas baias e 3 animais para atividades em aula (1 bovino, 1 caprino e 1 equino). 

“Hoje temos um cão que foi resgatado com cinomose, foi tratado e adotado pelo campus, temos uma égua e um bezerro que vieram de doação de fazendas parceiras e uma cabra que foi doada pelo UniBH, e estamos com um projeto em andamento para a construção de um aviário”, comenta o coordenador.

Bloco Cirúrgico – Centro Veterinário Una Contagem

 

Os atendimentos

O Centro Veterinário promete realizar cerca de 250 atendimentos por mês, em animais de grande e pequeno porte, dentro da iniciativa privada e através de cunho social. Inclusive, uma parceria foi realizada entre a Una e a prefeitura do município, onde irão dispor de uma cota mensal de consultas direcionadas a animais encaminhados por ela. 

No Centro serão realizados atendimentos e clínicas, cirurgia e internação de pequenos animais, para os grandes animais, o serviço pode ser realizado no setor próprio para eles, ou os alunos podem ir até o curral da prefeitura para realizar ações de atendimento. Dentro do CMV trabalham médicas veterinárias selecionadas por concurso, e também são oferecidos o serviço de atendimento com especialistas terceirizados.

“Nossas consultas são cobradas com valores comerciais. Entendemos que se fizermos procedimentos a baixo custo desestabilizamos o mercado e competiremos com os nossos alunos quando formarem, prejudicando o futuro profissional deles. Queremos competir com qualidade, não com preço”, esclarece o coordenador.

O CMV funcionará para atendimento externo de segunda à sexta, das 13h às 18h, e em dias esporádicos das 18 às 21h com marcação de consultas e cirurgias pelo link: http://Bit.ly/2UfdCOc.

Segundo o coordenador, existe uma expectativa para ampliar o horário de atendimento nos próximos meses, tornando o atendimento 24h com a possibilidade de plantões e atividades noturnas.

 

A conquista do Centro Médico Veterinário

O Centro Médico Veterinário é uma grande conquista do curso de Medicina Veterinária, para os alunos ele representa a possibilidade de poder fazer estágios e praticar o que aprenderam na teoria dentro da própria instituição, sem precisar se deslocar para outros locais.

“A sensação é de dever cumprido e satisfação por ter a certeza de estar fazendo o melhor para nossos alunos, contribuindo para a melhor oportunidade de capacitação, aprendizado e poder contribuir com a comunidade com nossas ações sociais”, conclui o coordenador. 

Animal utilizado para aprendizagem dos alunos

Prestígio aos alunos

Na inauguração do Centro Médico Veterinário, uma placa foi posta com o nome de todos os discentes e docentes, como uma forma de homenageá-los por terem acreditado na Una para sua formação superior. 

Ana Clara, é aluna do 6º período do curso, e para ela que pretende seguir a área de medicina felina, o Centro apareceu na melhor hora para que ela possa adquirir experiências com as práticas.

“Acredito que vai me ajudar muito, pois vou conseguir adquirir mais experiência e ainda pode me dar oportunidade de conhecer mais profissionais nessa área de atuação”, compartilha Ana.

Já para Davidson, aluno do 3º período e que deseja ingressar na área de dermatologia, oftalmologia e cirurgia, o Centro é essencial, é o lugar onde ele irá exercitar na prática aquilo que aprende na teoria.

“Ele vai servir como centro de treinamento pré-clínico, é nele que eu vou aprender e praticar as técnicas da medicina veterinária, posso aprender puncionar uma veia, fazer um exame radiográfico, um diagnóstico de imagem e clínico, além de treinar rotina hospitalar, ele é importante para nos ajudar nesses pontos essenciais para a nossa prática”, diz o estudante.

Davidson ainda ressalta que o Centro Médico Veterinário da Una é a única unidade hospitalar vinculada a uma Universidade na região de Contagem e entorno, o que possibilita aos discentes um grande acesso a uma variada gama de casos clínicos e um contato mais próximo com a realidade do local.

Para o aluno que está no terceiro período e tem muito a desenvolver dentro do curso e do centro, a esperança de poder exercer seu estágio supervisionado com os professores, explorar as diversas oportunidades que ele tem a oferecer, farão dele um excelente profissional no futuro.

lunos do curso de Veterinária com a prefeita de Contagem, Marília Campos

Por Bianca Morais 

A série de reportagens sobre os 60 anos já trouxe boas histórias a esse Jornal, conhecemos projetos, laboratórios, personagens. E hoje é dia de contar a história de Lélio Fabiano.

Lélio foi um dos diretores que passaram e deixaram uma marca importante na instituição. Sua trajetória foi de junho de 2012 até novembro de 2016, sem dúvida, marcada para sempre na história do Centro Universitário Una. 

Quem é Lélio Fabiano

Jornalista Lélio Gustavo

Lélio Fabiano dos Santos é jornalista, escritor, ex-seminarista e professor. Com 82 anos de idade, ele pode ser considerado um verdadeiro ícone do jornalismo, em sua bagagem inclui passagens pelos mais antigos jornais mineiros. Deu seus primeiros passos profissionais no Jornal Binômio, entrou em setembro de 1961. Em dezembro desse mesmo ano, testemunhou o veículo de comunicação ser depredado por militares. Passou pelo Correio de Minas, Diário de Minas, entre outros. Esteve presente nas ruas acompanhando e cobrindo o pré-golpe de 64, as primeiras passeatas de operários e estudantes, as comissões na Secretaria de Saúde e as Marchas com Deus pela família e liberdade. 

Repórter multifacetado, fazia coberturas esportivas, econômicas, políticas e policiais. Em um tempo no qual não se exigia diploma para ingressar na profissão, Lélio desfrutou dos mais diversos benefícios de ser um jornalista profissional (sem frequentar a universidade) na década de 60, como descontos em impostos e passagens aéreas. 

Usufruindo desse desconto, em 1967, Lélio comprou uma passagem só de ida com destino à Paris, onde foi procurar preencher o vazio que sentia após concluir um curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais, o qual fez simplesmente para ter o diploma. 

“Fiz direito porque era o curso mais fácil para mim, para estudar você tinha que saber português, latim e francês. Latim eu era craque, dez anos de seminário, português desde o primário gostava de fazer composição, e francês o idioma que escolhi”, explica.

Quando estava em seu primeiro ano no curso de Direito, a UFMG criou o curso de Jornalismo, porém, Lélio já jornalista profissional, não queria estudar em um curso que acabara de abrir. Em razão disso, depois de se formar como advogado,  quando embarcou para Paris, grande centro cultural, iniciou um mestrado no Instituto Francês de Imprensa, na Universidade de Paris, e fez sua dissertação com o tema: “O Alcance Social e Político da informação esportiva no Brasil”. 

Na França, Lélio teve muito mais que a oportunidade de estudar, esteve presente em mais um dos momentos importantes da história do mundo, o Maio de 68, movimento político marcado por greves e ocupações de estudantes. Mais uma vez o jornalista registrava memórias que nenhum governo ditador poderia arrancar dele.

Manifestações em Paris – Arquivo Pessoal

“Eu morava ali no coração da revolução, no Quartier Latin, eu corri da polícia, cheirei gás, ajudei a ocupar as instalações do Instituto Francês de Imprensa”, relembra.

 

Entrada no cenário acadêmico

Por longos anos, Lélio foi seminarista e manteve uma relação próxima com a Igreja Católica, devido à esse motivo, quando voltou da França, foi convidado por Dom Serafim Fernandes de Araújo, antigo reitor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), para que ajudasse na criação do curso de comunicação da instituição. Em meio a ditadura, o jornalista ajudou a erguer aquela faculdade, sendo o primeiro diretor, em 1971.

Lélio e o Padre Geraldo Magela se conheceram nesse período. “Quando era diretor na PUC, o Dom Serafim me pediu para chamar a dar aula na comunicação o tal padre que tinha chegado de Roma e estudado jornalismo, esse era o Padre Magela e ali nos conhecemos”. 

Lélio em seu escritório

A chegada de Lélio na Una

Lélio ficou durante cinco anos e meio na PUC e quando saiu criou sua própria companhia, Lélio Fabiano Comunicação, que prestava assessoria para diversas empresas de diferentes segmentos em Minas Gerais, um dos clientes, inclusive, era o Centro Universitário Una.

Quando os três fundadores da Ânima, Daniel Faccini Castanho, Mauricio Nogueira Escobar e Marcelo Battistela Bueno chamaram o Padre Geraldo Magela para a reitoria da Una, Magela e Átila Simões, que estava na direção, conheciam bem o trabalho de Lélio, e dessa relação surgiu o convite para que ele assumisse como diretor do Instituto de Comunicação e Arte, ICA, o atual campus liberdade.

“Topei o convite com coragem e temor, 40 anos depois de sair da Católica, depois da minha vida ter passado por vários lugares, esse convite, tive a honra de participar do nascimento desse grupo, inicialmente como consultor e em seguida diretor de uma unidade na área a qual era a minha vocação, a minha paixão”.

 

O Lélio e a Una

São 60 anos de Una, e para se marcar um local que em tantos anos se passaram milhares de alunos, professores, coordenadores, diretores e reitores, é preciso ser um sujeito muito extraordinário. 

“Entrei em uma hora muito interessante, no início de uma grande aventura, o curso já existia muito bem, mas cheguei para consolidar mais e propor um ambiente relaxante. Até hoje eu trabalho muito movido assim, pela liberdade, franqueza, não aquele autoritarismo. Meu principal trabalho foi reunir os professores, funcionários, coordenadores de cursos e laboratórios e acho que cumpri minha missão”.

Lélio revolucionou o ICA, a começar pelo nome, antes de sua entrada a pronúncia dessas três letras era separada: I – C – A e isso incomodava o novo diretor, o campus não tinha uma marca.

“Uma das maiores escolas de comunicação do país era o ECA, da USP, Escola de Comunicação e Artes da faculdade de São Paulo, ali foi celeiro de importantes teóricos e profissionais. Eu queria uma marca dessas para o nosso, falei que I-C-A era foneticamente feio, usei o ICA, e aí virou ICA para tudo, todo mundo sabia do ICA, internamente pelos alunos e quem vinha de fora”.

O ex-diretor participou de diversas mudanças estruturais no ICA, para que aquele lugar se tornasse um ambiente de conforto. Segundo ele, fez uma revolução arquitetural, com sua ajuda os arquitetos da Una assimilaram o espírito do campus, uma faculdade de portas abertas.

“Eu falava que dirigia das masmorras, porque era embaixo, perto ali onde é a biblioteca. Chegava para os reitores e falava que não era possível esconder os professores lá, estou escondido, eu queria aparecer. Você não vai fazer comunicação subterrânea”.

Como diretor, Lélio não tinha muita proximidade dos alunos igual na época em que era professor, por isso, sempre que tinha oportunidade de discursar para eles, seja nas cerimônias de formatura ou nas semanas de palestras de cursos, ele procurava levar para os jovens a importância da liberdade, de ser livre dentro do espaço que estuda, ele buscava abrir as portas dos cursos e fazer eles trocarem ideias entre si.

Enquanto com os estudantes os encontros eram poucos, com os professores Lélio tinha uma grande proximidade. “O grupo de professores que encontrei, diria eu, que fui privilegiado de dirigir, se eu fosse técnico de futebol seria aquela famosa seleção brasileira da década de 70, Pelé e Tostão. Foi um tempo muito rico, e eu era estimado por eles da mesma forma como eles eram por mim”. 

Lélio Fabiano e seu time de professores, em ordem da esquerda para direita: Lélio Fabiano, Sávio Leite, Roberto Reis, Tatiana Carvalho, Pedro Coutinho, Júlio Pessoa, Piedra Magnani, Daniela Viegas
Piedra Magnani, Cândida Borges Lemos e Lélio Fabiano dos Santos na 5ª ExpoUna

Lélio e o Núcleo de Conteúdo (NUC)

Lélio era diretor do Instituto de Comunicação, logo, liderava os cursos do campus liberdade, sendo eles cinema, jornalismo, relações públicas, publicidade e propaganda e moda, mas não podia negar seu lado jornalista, que passou por tantos momentos históricos.

O diretor instigava os alunos a irem atrás das notícias, na fase em que dirigiu o campus, acontecia no Brasil as manifestações de junho de 2013, o comunicador estimulou não apenas os estudantes como o próprio Jornal Contramão a vivenciar aquilo.

“Lembro que houve confusões com a polícia, eu falava para eles irem, enfrentarem, complicarem tudo. Jogaram uma bomba em cima de um dos meninos e o NUC tinha a foto, falei, pública, não tem frescura não. Busquei dar forças e me juntei a quem queria gritar”.

O jornalista viveu o maio de 68 na França. “O francês é assim, um cara cuspiu na rua, no dia seguinte sai notícia sobre aquele cuspe”, e era aquilo que ele queria levar a Una, portanto, logo no dia seguinte ao início das manifestações ele já organizava debates com o objetivo de discutir sobre o assunto na faculdade, Lélio queria movimentar tudo. 

Na época em que era diretor, o campus ainda tinha a extensão do ICA, o ICBEU, lá era onde encontravam-se os laboratórios, entre eles o NUC. Lélio abriu o NUC para o mundo ver, retirou as cortinas pois tampava a visão da calçada.

“O NUC precisava disso, ele estava meio isolado, eu ia muito lá, fiz uma transformação, eles trabalhavam de frente a rua da Bahia, uma das principais de Belo Horizonte, estava se criando o circuito cultural de Bh, então vamos participar disso, vamos deixar as pessoas passarem e nos verem”. 

Um local físico precisa irradiar, e Lélio fez não somente o NUC, como todos os outros laboratórios e a instituição irradiaram. 

“A única coisa que me deixou danado foram aquelas escadas de incêndio. Precisa? Então faça, mas vamos fazer ela da forma mais bonita. É lei, a gente não vai lutar contra a lei, isso é bobagem”.

 

O último diretor romântico

Lélio se identifica como o último diretor romântico do campus, romântico porque manifestava a paixão, se entregou por completo a cada um dos cursos que dirigiu.

“Os projetos tão aí, o curso de cinema na fase em que tinha o Júlio e o Cicarini, conquistaram tanto espaço. O curso de moda, eu tinha uma paixão por aqueles desfiles, aquilo para mim era um São Paulo Fashion Week, queria que chamasse São Paulo Fashion ICA, era um negócio tão bonito. A agência de publicidade, tantos projetos bacanas”.

O diretor impulsionava seu time de estrelas, durante sua gestão muitos projetos foram realizados, a Una se tornou um dos maiores centros acadêmicos universitários social na área de inclusão, programas de luta anti racista, contra a homofobia, realizados pelos professores Roberto Reis e Tatiana Carvalho Costa com seu apoio.

 

Homenagem a Lélio Fabiano

Lélio Fabiano é uma pessoa que merece ser aplaudida de pé, e qualquer homenagem a ele ainda não é o suficiente para tudo que ele ofereceu, e é com todo o respeito e gratidão a esse esplêndido profissional, que o campus liberdade deu seu nome à sala dos professores. 

“Eu levei assim, o respeito sem medo, me senti respeitado e jamais temido. Esse simbólico mexeu muito comigo, fotografei e mandei para toda a família, porque se eu tivesse sido um babaca, autoritário, mal humorado e chato eles não teriam me homenageado”. 

A Sala Professor Lélio Fabiano dos Santos é o pedaço do ex- diretor que sempre estará presente na faculdade. 

Placa em homenagem ao jornalista

“A Una e o Grupo Ânima foram muito importantes para mim, cheguei com dignidade e sai com mais dignidade ainda. Sai em um momento de maturidade e até um pouco de idade, tenho juízo suficiente para saber quando a gente é mais produtivo, e foi assim, eu entrei na Una e a Una entrou em mim, e nenhum sai do outro”.

 

Recado de Lélio aos futuros jornalistas da Una

Lélio nasceu na segunda guerra mundial, esteve presente durante a ditadura militar e em maio de 68, pegou os piores e melhores papas da igreja católica, hoje enfrenta a pandemia da Covid-19 e com tudo isso o jornalista deixa uma palavra aos futuros ocupantes de seu lugar: Resistência. 

Para quem assistiu de perto momentos absurdos de autoritarismo do governo, falta de liberdade da imprensa, ver atualmente, depois de tanta luta, a regressão, muitos pedindo retorno do governo militar, voto impresso, é absurdo. 

“Depois do regime militar veio uma nova constituição e eu jamais imaginaria que isso poderia voltar, o que é a memória do brasileiro, onde foi que nós erramos”.

Na opinião de Lélio é imprescindível que um bom profissional esteja sempre bem informado, é preciso aprender a ler jornal, conhecer, comparar, saber criticar. 

“Como é uma aula de jornalismo que ninguém sabe ler jornal. Nas minhas aulas eu ensinava a ler jornal. Um jornal impresso bem feito te dá notícias de tudo: política regional, nacional e internacional, futebol, cultura, tem que ler O Globo, a Folha de S. Paulo e Estadão”.

E não somente a mídia impressa, é necessário ver a mídia da internet e televisão.

“Não é assim, detesto a globo, globo lixo, espere aí, minha paixão não é o Bonner, se for paixão eu assisto a Monalisa Perroni, essa sim tem entusiasmo e movimento o jornal, mas é preciso ser crítico, saber criticar, então no meu ponto de vista jornalista que fala Globo Lixo, não deveria nem passar”.

Ser jornalista é amar a profissão, estar sempre se profissionalizando e procurando aprendizado. Desta maneira que Lélio conquistou tanto, desde pequeno lá na cidade de Guaçuí no Espírito Santo, ainda garoto ele ia até a agência de banco onde o pai trabalhava para ler O Jornal, líder do Diário dos Associados. O impresso chegava de trem, uns cinco dias depois de ser publicado, notícias antigas que ele já havia escutado no rádio, mas mesmo assim sentia o prazer imenso de ir a fundo e ler. 

Lélio dá notícia de tudo, quando professor, chegava em sala de aula e escrevia no quadro de giz tópicos como: 3 regiões do mundo em conflito, 4 cemitérios de Belo Horizonte, 7 jogadores da seleção brasileira de vôlei, 4 ministros do governo federal, na sequência falava aos estudantes que escrevessem em uma folha de papel e entregassem no fim da aula.

“Os alunos apavoravam, ‘não sei 4 cemitérios’, e eu falava, pois é, o jornalismo vai dar notícias sobre cemitérios. ‘Ai não gosto de vôlei’, mas vai precisar falar de vôlei. É a nossa profissão, sinto muito, temos que saber, ler jornal todo dia, passar o olho na mídia impressa”. 

 

Recado de Lélio para os 60 anos da Una

“Sendo diretor da Una senti o mesmo ardor, a mesma paixão de quando criei o curso de comunicação da católica, com meus 32 anos em plena ditadura militar. Voltar ao acadêmico nos meus 70 anos para mim foi uma boa oportunidade, liderei uma equipe excelente, voltei a uma praia que eu estava acostumado a frequentar.

E digo a vocês, um sozinho gritando é pouco, dois é bom e três faz uma gritaria, acho que o dia que essa Una não gritar mais, esqueça, está acabando. É muito importante que o grupo não enfraqueça, não deixe o fogo apagar, soprem as brasas e deixe a cinza entrar nos olhos dos outros, não no nosso, e vamos continuar”.

 

Edição: Daniela Reis