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60 anos Una

Por Bianca Morais 

Saboaria é a arte de fabricação de sabonetes sem utilização de maquinários. De alguns anos para cá muito se ouviu falar da prática como forma de empreendedorismo, com o grande número de desempregados no país, as pessoas passaram a optar por formas alternativas de sustento e as atividades artesanais são uma maneira fácil e barata de conseguir certa verba.

O Centro Universitário Una, muito além de levar educação a seus alunos, também cumpre uma função de ajudar e dar suporte a eles nas mais diversas áreas, ensinando questões mercadológicas e de empreendedorismo.  Pensando nisso, a unidade da Una Catalão propôs uma iniciativa às estudantes mulheres do lugar, a de aprenderem o ofício da produção dos sabonetes de forma artesanal, utilizando plantas com cunho medicinal na sua composição.

A ideia partiu diante do projeto Plantas que Curam, outra atividade executada pelos discentes da instituição, onde os estudantes da área da saúde, em parceria com alguns da agronomia, cultivaram plantas de cunho medicinal como camomila, alecrim, gengibre, hortelã e lavanda. 

As plantas foram estudadas e uma abordagem científica utilizada para seleção delas, depois do plantio de um horto medicinal, elas ficaram disponíveis no campus para alguma demanda, foi então que apareceu a proposta de utilizar o alecrim para fazer velas, o hortelã para álcool gel, balas com o gengibre e a camomila para os sabonetes.

As alunas dos cursos de biomedicina, fisioterapia e nutrição foram convidadas pela professora idealizadora do projeto, Ana Carolina Mesquita, para participarem.

“O projeto torna-se importante por apresentar uma possibilidade de renda extra, demonstrando que é possível o empreendedorismo de mulheres que desejam atuar na área”, comenta Ana Carolina.

As mulheres que participaram do projeto descreveram a experiência como uma oportunidade única e ainda relataram a vontade de dar continuidade a saboaria com diferentes plantas medicinais. Uma delas é Lorrany Andrade, estudante do 2°período de Biomedicina.

Lorrany é uma jovem de 26 anos e sempre teve o desejo de cursar a área da saúde, a biomedicina é um curso que vem se destacando no mercado e tem tido um importante papel no desenvolvimento da pesquisa e avanço, principalmente em relação ao COVID – 19, foi assim que ela escolheu seu curso e a Una para realizar esse sonho. 

Uma das áreas que Lorrany mais se interessa dentro curso é a parte de estética. “É um ramo que está se consolidando gradativamente e está em constante expansão no mercado, pois as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e seu bem estar”, complementa. 

Quando topou participar do projeto Saboaria Artesanal, Lorrany buscava experiências que a fizessem se destacar e a auxiliassem no seu crescimento profissional.

“O projeto visa a utilização de plantas medicinais para fins terapêuticos, o que eu acho incrível, pois apesar do desenvolvimento da ciência ainda sim utilizamos as plantas para nos auxiliar. O método alternativo artesanal também é de grande relevância para nós, pois proporciona mais naturalidade no processo além de ser ecologicamente e economicamente viável”, comenta a futura biomédica.

O material utilizado na atividade foi adquirido com parcerias de locais na cidade que vendiam os materiais necessários, porém por ser uma técnica manual e fácil de conduzir a saboaria pode facilmente ser criada em casa. No projeto, além de ensinar como fazer, foi apresentado desde o gasto com os materiais necessários, o custo dos vasilhames, derretimentos de glicerina, adição do chá forte de camomila, colocação nas formas de silicone e cura. 

“Mostrar às mulheres a possibilidade de construir uma saboaria artesanal além de demonstrar o protagonismo das mesmas na execução de uma técnica manual e detalhista, proporciona uma ampliação no mercado de trabalho, não só para si mas para agregar valores a outras que gostariam de empreender”, conclui Ana Carolina.

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Promover a empregabilidade no setor econômico, desenvolver a autonomia produtiva e ampliar o network. São estes os pontos-chaves para o Centro Universitário Una e a FIEMG (Federação das Indústrias de Minas Gerais) se unirem, e atuarem na contramão da pouca qualificação profissional na indústria, comércio e serviços. Uma parceria de vital importância para Minas Gerais e o setor produtivo do país. 

Se antes entrar em uma universidade ou se formar em um curso superior era sinônimo de sucesso, no cenário atual é preciso ir além do diploma para ser de fato um bom profissional. É necessário, hoje, ser um indivíduo cada vez mais comprometido, capaz de operar em diferentes âmbitos ocupacionais com a expertise de acompanhar e evoluir de acordo com as necessidades do mercado. Ciente disso, a união entre as instituições foi firmada em fevereiro de 2020, tendo foco na experiência prática e como prioridade a abertura de trabalhos em conjunto para a capacitação de universitários e cidadãos do estado que anseiam ser atuantes no seu próprio futuro. Para conter assim, o abismo da desqualificação e ensejar a formação efetiva.  

“A parceria entre a FIEMG e a Una é uma grande realização. Não para as entidades envolvidas, mas para os alunos que são os grandes beneficiados deste encontro de forças. A união entre mercado e a academia proporciona a eles uma qualificação e preparo ainda maior, além de gerar oportunidades únicas em diversas áreas de conhecimento”, diz Pedro Costa, assessor da Presidência da FIEMG. 

Desde o início, a parceria tem sido um sucesso. Nesses quase dois anos de união contam com ações em conjunto que dão oportunidades para os alunos evidenciarem o saber teórico à prática na promoção de projetos que experienciam habilidades diversificadas, como as soft skills (habilidades comportamentais) e as hard skills (habilidades técnicas). Entre as principais ações estão o Programa Indústria Jovem que promove novas soluções para produtos e serviços, formação de competitividade e mão de obra especializada para atender a indústria. 

A partir do programa, os estudantes têm acesso a uma Landing Page com ofertas de estágios, um projeto trainee que aproxima os melhores alunos de grandes indústrias, estágios avançados em todas as áreas de atuação do sistema da Federação, UCs Duais na grade curricular e um espaço para docentes da Una nas Câmaras e Conselhos da FIEMG. Além disso, podem se conectar aos laboratórios da Fundação de Ensino SESI e SENAI, que são amplamente modernos, prontos para abrigar ideias criativas, soluções de problemas e criação de projetos inovadores. 

De acordo com a diretora de Marketing da Una regional MG/GO/RJ, Marina Guedes Marques, essas ações em conjunto são importantes para tornar a jornada acadêmica dos alunos(as) mais produtiva e promover por meio dela a empregabilidade e a competitividade. “É a oportunidade dos nossos alunos e alunas colocarem em prática os conhecimentos adquiridos em aula, vivenciando situações reais e propondo soluções para os desafios da indústria mineira”, afirma. 

Segundo a diretora, a Una estar ao lado da FIEMG significa não só pensar, e articular, a favor do sucesso profissional dos alunos, como também demonstra a mestria de estar à frente do mercado enquanto academia disruptiva. “A Una se destaca na qualidade do ensino e na proximidade com o mercado, firmando parcerias e projetos inovadores que corroboram para o sucesso profissional dos nossos alunos e alunas”, explica Marina. 

Para a estudante Samira Canaan, que está cursando o segundo período de Moda, a união entre universidade e indústria tem surtido efeito positivo para alavancar sua carreira de forma significativa. “Com a parceria consigo ter uma visão mais ampla sobre como as coisas funcionam e assim correr atrás daquilo que vem agregar a minha trajetória profissional. Tenho tido mais conhecimento e ‘maldade’ sobre o mercado, e com toda certeza isso faz sentido pra mim, me ajuda a alavancar minha carreira”, comenta.

A estudante participou da 26ª edição do Minas Trend, maior salão de negócios da moda da América Latina, promovido pela FIEMG, cobrindo as redes sociais do evento, ela explica que atuar no Minas Trend permitiu ter uma percepção macro sobre o setor têxtil, além de enriquecer ainda mais o seu portfólio. “Confesso que foi uma surpresa poder fazer parte da equipe técnica do Minas Trend, estando ainda no segundo período do curso. Essa oportunidade me deu uma visão ampla sobre como funciona um evento de moda e como se portar diante das marcas. Foi maravilhoso!”, afirma Samira.

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Por Keven Souza

Abordando o tema “Quais são as possíveis alternativas de compostos promotores de crescimento e metabólitos no desenvolvimento cafeeiro?”, aconteceu no mês de junho deste ano a 3ª edição do Desafio Work&Play Satis. A competição de caráter nacional é promovida pela empresa mineira, Satis, especializada em produtos de nutrição orgânica, direcionada aos universitários dos cursos de Agronomia e Engenharia Agronômica com objetivo de estimulá-los a desenvolverem projetos de gestão nutricional de plantas e criarem suas próprias competências, além de habilidades, a partir da proposta.

Ao final do concurso houveram dez classificados. Entre eles estava a aluna do nono período do curso de Agronomia da Una Pouso Alegre, Amanda Martins Lima, 24 anos, que superou outros 264 trabalhos inscritos nesta edição e se consagrou em primeiro lugar como a campeã do desafio deste ano, se tornando a primeira mulher a conquistar este feito. 

Em conversa com o Jornal Contramão, Amanda explicou como foi participar do desafio e as dificuldades durante este processo. Também abordou detalhes acerca do seu projeto que lhe garantiu ser classificada como vencedora. Confira a entrevista!

Amanda, desde o início da graduação você imaginava participar de competições relacionadas à agropecuária ou essa projeção veio somente por agora?

A minha carreira e o início da realização de um grande sonho começaram no segundo semestre de 2017, quando a Una Pouso Alegre trouxe o curso de Agronomia para minha cidade. Faço parte da primeira turma de alunos deste curso e desde quando entrei, a faculdade tem motivado os alunos a participarem de concursos e desafios, e comigo não seria diferente. Então com todo o incentivo e apoio que recebia, e ainda recebo, da instituição, conseguia, sim, me imaginar participando de competições relacionadas à agropecuária. 

Essa é a primeira vez que você ganha uma competição? Como se sentiu em relação a isto? 

Sim! É a primeira vez que ganho uma competição a nível nacional. No ano de 2019, foi realizado pela Una Pouso Alegre, o Expolnova, um evento que cheguei também a conquistar o pódio, em segundo lugar, como melhor projeto inovador desenvolvido no campus. No entanto, costumo dizer que ganhar a premiação de 1º Lugar  do Desafio Work&Play Satis me fez adquirir mais maturidade e confiança em mim mesma, hoje, carrego comigo uma bagagem de conhecimentos imprescindíveis e a certeza é de que posso ir muito além do que posso imaginar. Uma sensação incrível! 

O que levou você a participar do Desafio Work&Play Satis e qual seria o diferencial do seu projeto que te tornou vencedora?

Um dos maiores motivos foi o desejo de conquistar a vaga de estágio na empresa, já que foi ofertado para os dois primeiros ganhadores do desafio e sem dúvidas foi uma motivação para que eu pudesse me dedicar ainda mais e estudar no projeto. Hoje sou estagiária no campo de pesquisa da Satis e essa oportunidade está agregando no meu crescimento profissional. 

Em relação ao projeto, vejo a minha proposta de solução como algo inovador para a cultura do cafeeiro, onde venho propor o uso da inoculação da Bacillus aryabhattai neste cultivo. O uso dessa bactéria já é utilizado em algumas culturas, como o feijão-caupi, mandioca, soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Com base na literatura Bacillus aryabhattai, ela é ativada através de diversas ações metabólicas e consegue promover o crescimento acelerado da planta. Tendo em vista que os microrganismos endofíticos, como a Bacillus aryabhattai, vem se  tornando uma estratégia inovadora para atender às demandas globais por alimentos sustentáveis, o uso da inoculação da bactéria, agrega em vários benefícios, como ajudar na relação hospedeiro vegetal-microrganismo e no controle de pragas e fitopatógenos. 

Pesquisas mais recentes apontam que estes microrganismos podem produzir metabólitos secundários com potencial de aplicação farmacêutica (como antibióticos), como a promoção de crescimento vegetal, o aumento da absorção de nutrientes no solo, os vetores para a introdução de genes em plantas hospedeiras, a fixação biológica de nitrogênio e a potencialização para obter produtos biológicos que podem evitar ou reduzir o uso de agroquímicos. 

E para que acreditassem que a minha solução fosse realmente eficaz, utilizei de metodologias, como google acadêmico, a fim de buscar estudos recentes sobre o uso da inoculação de Bacillus aryabhattai em outras culturas. De modo que, a utilização deste produto não só seja uma inovação para o cafeeiro, mas também venha ser testada devido ao seu grande potencial. De modo geral é um projeto desafiador e muito necessário. 

Durante o processo de desenvolvê-lo, houveram desafios e percalços para conciliá-lo com a faculdade e vida pessoal? Você sentiu medo ou insegurança de não dar conta?

Dediquei todo o tempo que tinha ao projeto, estudei e li muito artigo para formular a melhor proposta. Na minha visão, consegui administrá-lo muito bem com a faculdade e vida pessoal. Houve momentos que senti insegurança, mas não por não acreditar no meu potencial e sim, por ser um desafio muito competitivo. Acredito que esse foi um dos pontos que fez com que eu me dedicasse afincadamente aos estudos para conseguir desenvolver a melhor proposta possível. 

Você teve apoio de seus familiares e amigos? 

Tive muito suporte. Principalmente dos meus familiares que sempre me apoiaram e continuam a acreditar e me apoiar no meu potencial até hoje. Sou imensamente grata a eles por estarem ao meu lado sempre, porque este apoio me fez conquistar mais força para me dedicar e conquistar o primeiro lugar do desafio Work&Play Satis. Quando souberam do resultado final se sentiram honrados em ver que todo esforço que tiveram por mim valeu muito a pena e o sentimento que possa a vir a sintetizar tudo isso é o de orgulho. Orgulho em me ver conquistando uma premiação que agrega em toda minha carreira profissional. 

Na sua visão, ter conquistado o primeiro lugar no desafio, seria de grande valia para a Una? 

A Una de Pouso Alegre recebeu um troféu de recordação dessa premiação, tenho certeza que ser a única do curso de Agronomia a participar do desafio e ter conquistado o 1º lugar, criou uma visibilidade muito grande para ambos. Meus professores e a própria coordenadora se sentiram muito honrados e orgulhosos da minha conquista.

Você vê a Una como uma instituição que incentiva seus alunos nesse tipo de projeto?

Com certeza! Como disse, tive muito apoio e incentivo da faculdade, e também do meu professor Dr. Wantuir Chagas que estava me orientando desde o início de todo o projeto, até o final do desafio. 

Qual a importância de estar numa instituição que busca se relacionar com o mercado? 

Uma importância muito grande para assegurar, nós alunos, de que há um grande empenho por parte da instituição para termos o devido apoio em relação ao mercado de trabalho e seus diversos âmbitos.

A Agronomia é um campo da Gestão Ambiental, constituído, majoritariamente, por homens. Como você enxerga esse paradigma, pensando na sua vitória no concurso? Seria importante essa “representatividade” feminina na agropecuária?  

Acredito que essa vitória veio para mostrar que o agronegócio também é para as mulheres e que o nosso lugar é onde nós quisermos, inclusive na Agronomia. Espero que essa conquista na minha carreira possa servir de inspiração para aquelas que querem seguir a carreira do agronegócio, mas por algum motivo colocam limites em seus sonhos. Digo e repito: assim como eu não coloquei empecilhos no meu sonho, não coloquem no seus! Acreditem em vocês, porque se vocês sonham, no final das contas são capazes de fazer acontecer. Não deixem nada e ninguém dizer ao contrário. Somos uma grande representatividade feminina dentro do agronegócio, podem apostar. 

O que você acha do mercado do agronegócio? Estaria ele mais aberto para pessoas dedicadas e comprometidas, levando mais em consideração a capacidade do indivíduo independe do sexo do profissional?

Total! O mercado de trabalho prefere pessoas com espíritos competitivos e desafiadores independente do sexo profissional, e são profissionais assim que fazem empresas crescerem. 

Amanda, a partir de agora virão outros desafios e novas conquistas?

Com certeza sim! Sempre estarei a buscar novos desafios para alcançar grandes vitórias. Vitórias estas que me fazem crescer profissionalmente e aguça meu lado pessoal. 

O que a Amanda de agora, a que venceu o desafio, diria para a Amanda de antes, aquela que fez a inscrição para participar da competição? 

Digo que sou capaz de conquistar qualquer coisa, que carrego comigo um orgulho enorme de mim mesma, da mulher do agronegócio que estou me tornando e ainda mais da responsabilidade de ser representante de inúmeras mulheres nessa áreas que escolhi atuar. A agronomia é muito mais do que se pode a vir a pensar, conquistar o primeiro lugar do Work&Play Satis me fez ter a certeza de que posso conquistar tudo que desejo, basta sempre acreditar em mim mesma e me esforçar que a recompensa sempre virá.

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Por Keven Souza

As mulheres têm conquistado seu espaço e seus direitos quando fala-se na inserção feminina no mercado de trabalho. Embora seja uma conquista de tamanho avanço social, a luta pela equidade de gênero ainda existe, que além de ser contínua, é necessária para diminuir as diferenças de oportunidades, salários e qualidade nos diferentes âmbitos profissionais. É uma luta que deve ser tocada por todos da sociedade, inclusive pelas instituições acadêmicas, para que haja um mercado de trabalho mais justo e gentil às mulheres. 

É neste propósito que o Centro Universitário Una acredita e se flexibiliza para criar e projetar projetos e cursos extensionistas voltados às pautas que envolvem a sociedade, que além de proporcionar uma formação à vida, corrobora para um ambiente acadêmico mais diverso e atento às causas sociais. 

Na Una Jataí (GO) os estudantes contam um projeto de extensão que contribui para a construção de um mercado de trabalho mais equiparado e alinhado às mulheres, focado na valorização e colocação delas em áreas profissionais que são predominantemente masculinas, como as Engenharias, a Agronomia e a Medicina Veterinária. A atividade extensionista, nomeada de projeto “desConstruir”, foi idealizada pela professora Janaína Martins Gouveia, que atua hoje, como coordenadora da extensão junto à professora Vanessa Assis, para debater o assédio nos diferentes meios profissionais e acadêmicos, além de buscar formas de combatê-los. 

O projeto foi iniciado no primeiro semestre de 2020, pensado, a princípio, inerente a área das Engenharias, mas devido ao seu sucesso e o grande interesse por parte dos alunos da instituição em desenvolver uma visão mais aberta e plural, abrange hoje alunos e alunas de quaisquer cursos da Una campus Jataí. Desde de então vem sendo renovado consecutivamente a cada novo semestre letivo e soma em sua trajetória cerca de 80 extensionistas já atuantes no projeto e que atualmente está ativo mediante a relevância no campo acadêmico. 

“O desConstruir foi projetado frente ao mercado de trabalho de Engenharias de forma geral, que ainda se comporta como preconceituoso e machista. Por diversas vezes sofri preconceito, questionamentos e passei por situações desconfortáveis, como o assédio, simplesmente por ser mulher. E quando me tornei professora, idealizei este projeto, para que minhas alunas não tivessem que passar pelo o que eu passei” – diz a coordenadora do projeto, Janaína Martins. 

Na visão da professora, o projeto ser desenvolvido como atividade extensionista, é para ele atuar de maneira concentrada na base do mercado de trabalho, no qual se refere aos graduandos, e estimular a atuação em conjunta, de forma equiparada, dos homens junto às mulheres nos ambientes profissionais e acadêmicos. “Entendemos que seria mais difícil trabalhar no topo, cujo pensamento dessas pessoas já está formado há anos, então trabalhamos na base, onde temos a oportunidade de trabalhar e preparar os alunos e alunas para um mercado de trabalho mais empoderado às mulheres e desconstruído de um padrão imposto pela sociedade” explica ela. 

Com a premissa de desenvolver o empoderamento feminino, o desConstruir propõe a aplicação de oficinas e consultorias às mulheres para que possam desenvolver competências e outras técnicas e habilidades importantes no mercado. Tem por objetivo tratar de assuntos que possibilitem a todos os alunos pensarem e refletirem sobre suas ações em relação a assuntos de equidade de gênero, assédio sexual e moral, maternidade e temas correlatos, por meio de rodas de conversa, campanhas e palestras. 

Participante da oficina “Mulheres na obra”, promovida pelo projeto

Devido a sua estreia ter sido durante a pandemia de coronavírus, as ações presenciais foram limitadas e destinadas a atuar de modo remoto com atividades através da plataforma do Instagram, onde é desenvolvido a produção de conteúdo envolvendo a pauta feminina. 

Entre as principais realizações promovem roda de conversa sobre a maternidade e o mercado de trabalho; lives com convidadas sobre cuidados femininos; oficina de currículos, onde estimula mulheres a construir um currículo atrativo; oficina presencial “Mulheres na obra”, onde levam meninas para obras e as mesmas colocaram a mão na massa; vídeos sobre “Faça você mesma”, com troca de chuveiro e troca de pneus; cartilha sobre outubro rosa e o câncer de mama e o estudo dirigido aos extensionistas, através da promoção e valorização da cultura por meio de séries, filmes, artigos e debates do universo feminino.

Encontro online do projeto

Para a estudante Edivaine Martins, que está no sexto período de Engenharia Civil e participa desde o início do projeto, as rodas de conversas então entre as atividades que mais a permite estimular a empatia e lhe engaja para debater sobre seus medos, anseios e posicionamentos. Uma metodologia que a ajudou a crescer como mulher e a observar melhor comportamentos machistas ao seu redor. “A escolha do projeto foi de interesse pessoal, sempre trabalhei em ambientes majoritariamente constituídos por profissionais homens e enfrentei muitas situações constrangedoras no decorrer de todos esses anos. Mas, cresci muito com esse projeto, me sinto hoje apoiada e empoderada”, explica.

Segundo a aluna, o projeto foi um dos ensejos que a estimulou a abrir o seu próprio negócio e se tornar empresária aos 35 anos. Uma decisão que nunca pensou tomar, já que havia insegurança e auto sabotagem consigo mesma. “Se não fosse o projeto não teria forças para abrir meu próprio negócio, eu não acreditava no meu potencial, não passava pela minha cabeça chegar até aqui, ser empresária e tomadora das melhores decisões da minha vida e não ser comandada por alguém como fui até então”, desabafa a aluna.

Walisson Oliveira, aluno do sexto período de Engenharia Civil, afirma que, através da sua participação, o projeto pôde abrir ainda mais sua mente em relação a possuir preconceitos e fundamentos antiquados, e que por ser homem observa a importância de existir pautas sociais relacionadas às mulheres para quebrar tabus criados pelo universo masculino. 

“O projeto é fantástico. Escolhi um curso onde há muito preconceito com as mulheres, então resolvi entrar para projeto para fortalecer o movimento e ter uma voz masculina apoiando, para mostrar que independente do sexo, devemos lutar por igualdade dentro das profissões”, diz ele.

O estudante é o exemplo de que o desConstruir está sendo, na íntegra, um projeto bem-sucedido direcionado aguçar a visão ampla dos alunos sobre o entendimento do  papel feminino no mercado de trabalho, para que compreendam que as mulheres possuem a liberdade de escolha de decidirem onde querem ou pretendem estar e que não devem sofrer nenhum tipo de objeção por isso. Ressalta ainda, que a essência da extensão é debater a equidade de gênero em todos os seus âmbitos, principalmente dentro da universidade, para ensinar a todos, independente do gênero, a se respeitarem e valorizarem o trabalho do outro, e acima de tudo, lutarem pelos seus direitos em conjunto.

 

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Por Italo Charles (especial para Contramão)

Escrever histórias, narrar acontecimentos e acompanhar as transformações do mundo, mantendo o compromisso com a verdade faz parte do dia a dia dos profissionais jornalistas. Ao longo das últimas décadas a comunicação passou por vários processos de adaptação devido a evolução tecnológica e a partir de então as mídias tiveram que se reinventar e adequar seus conteúdos para novos formatos.

Durante esse período, instituições de ensino superior e grandes universidades também moldaram os seus cursos de jornalismo para atenderem a nova era, a digital.  Em 2007, logo após o curso de jornalismo, do Centro Universitário Una, ser transferido do antigo campus do bairro Buritis para o atual campus Praça da Liberdade, o jornal laboratório Contramão foi criado. 

Contramão, de acordo com o dicionário significa ‘do lado contrário’, mas para a história do curso de jornalismo da Liberdade – como é chamado o campus atualmente -, significa contrapor-se aos veículos tradicionais de comunicação.

Ao longo dos quase 15 anos de vida, o Jornal Contramão acompanhou a evolução dos canais digitais e ganhou grande repercussão ao dar furos de notícias e competir com grandes veículos da capital mineira.

Nesse período vários estudantes, estagiários, professores e coordenadores contribuíram para o crescimento e fortalecimento do Jornal que cumpre sua função de transmitir a informação, e entregar conteúdos de qualidade para o público que acompanha.

 

Primeiros passos

Natália Oliveira

“Eu entrei no Contramão logo no início dele, pouco depois da mudança do campus do Buritis para a Praça da Liberdade. Nesse período éramos eu e mais um estagiário e o Reynaldo Maximiano como coordenador e o professor Aurélio Silva.

O tempo que estive lá, considero como uma grande experiência de vida. Foi lá que eu aprendi como era fazer jornalismo na prática. Nessa época o jornal era como se fosse local, produzíamos reportagens com os recortes voltados para cidade de BH. Escrevíamos um pouco sobre tudo, como cultura, cidades, economia, esporte e muito mais.  

Me lembro que eu gostava muito de escrever sobre personagem. Uma vez, produzi uma matéria com um pipoqueiro, contando a história dele. Pra mim o Contramão foi uma escola, eu aprendi um pouco sobre edição de vídeos, fiz podcast, lá eu realmente aprendi a fazer jornalismo”. 

Natália Oliveira, jornalista.

 

 

Escrita Afetuosa

Débora Gomes

“Em 2010 eu fui estagiária do jornal laboratório. Como foi meu primeiro estágio, foi também minha primeira experiência com o jornalismo. E é bem diferente daquilo que a gente imagina, né? Era desafiador produzir um jornal impresso inteiro e ter sempre assuntos legais para as coberturas hiperlocais. Penso que os desafios andam do lado dos aprendizados. E no Contramão eu tive a oportunidade de aprender (errando) um pouco de tudo: aprimorar a escrita, perguntas certas para entrevistas, diagramar o jornal impresso (eu adorava!). Foi um período muito feliz da minha vida. 

Cada dia era um aprendizado novo. Então, cada experiência me marcou de um jeito. Eu adorava sair pra fazer as coberturas hiperlocais. E gostava de conhecer novas pessoas/personagens pras matérias. Sempre gostei de ouvir histórias, sabe? Então essas duas possibilidades me encantavam. Mas acho que o mais legal foi quando o jornal me enviou para cobrir uma edição do Festival de Cinema de Tiradentes. Viajamos de ônibus, ficamos em uma pousada linda, com um café da manhã delicioso! rsrs. E fiz várias fotografias, conversei e estive bem pertinho de artistas, fizemos várias matérias especiais pro jornal on-line. Foi uma experiência muito bonita. 

O Contramão foi minha oportunidade de colocar em prática algumas coisas que eu via em sala de aula. Então, certamente isso foi importante para que eu conduzisse toda a graduação de uma forma mais completa, sabe? Nem só com teorias. Hoje trabalho com escrita. E muito da visão que tenho e da forma como conduzo as palavras, veio da liberdade que a gente tinha pra produzir no Contramão. A Escrita Afetuosa que me acompanha hoje, certamente veio um pouco das chances que tive de colocar minhas ideias e vê-las acolhidas pelo Reynaldo, que era o coordenador na minha época. Ele foi um grande incentivador da minha escrita. E aprendi ali o quanto a escrita é infinita. Já na vida pessoal, acho que os amigos que fiz lá vão ser sempre minha maior referência. Alguns seguem comigo até hoje”.

Débora Gomes, jornalista e escritora.

 

Manifestações e coberturas bombásticas

Elias Santos

 

“Eu cheguei na Una em 2013, e o que me chamou muita atenção foi uma série de reportagens sobre as manifestações e ocupação das ruas de Belo Horizonte, aquela coisa que até hoje a gente não consegue entender muito bem. Lembro que a Praça da Liberdade e as ruas foram invadidas pelos manifestantes. Então o que eu senti ali naquele momento foi um espírito de liberdade.

Quando tivemos a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, em vários momentos Contramão se contrapôs a  isso, questionando se realmente era importante. Eu lembro muito disso, eu achei muito bacana a movimentação e a audácia do jornal nesse período”.

Elias Santos, professor.

Minha Carreira Jornalística

Moisés Martins

“Entrei no Contramão no segundo período de faculdade, com pouca experiência na área. Desde o início comecei a dar o meu melhor, produzindo matérias, realizando a cobertura dos eventos para procurar ser destaque no que eu fazia.  Permaneci por dois anos no jornal e foram os melhores anos da minha vida.

Nesse período eu aprendi, construí amizades, fiz contatos e a partir dali tudo mudou na minha vida. Eu saí de lá praticamente formado e mesmo assim devido ao fim do meu contrato, se não fosse isso teria ficado até o final (risos). Mas depois dali, comecei outro estágio indicado pelos meus ex-chefes do Contramão. Hoje eu devo a minha carreira jornalística e tudo que aprendi naquele período aos meus líderes”.

Moisés Martins, jornalista.

 

História e muito aprendizado

Bianca Morais

“Desde quando entrei na Una sempre achei o Contramão um lugar incrível, via alguns colegas de sala estagiando lá e sempre tive vontade.  Foi em abril de 2019, que em minha terceira tentativa de processo seletivo, passei. O estágio no Contramão foi um sonho realizado, até então eu não tinha feito nenhum outro na minha área e lá eu tive a liberdade de produzir os conteúdos, apoio do meu técnico Felipe e da minha líder a Marcia, eu saia do laboratório, ia para as ruas atrás de reportagens. Eu escrevia as reportagens, eles me apontavam os erros e acertos, onde podia melhorar. Além é claro, das amizades que construí ao longo do estágio.

No final daquele ano entrou uma das pessoas que mais me apoiaram nessa trajetória do jornalismo, a Dani Reis, ela assumiu a liderança do laboratório e ali nascia muito além de um cargo de chefe e funcionária, mas uma amizade que me inspirava. Sempre disposta a me ajudar tanto nas matérias para o Contramão quanto em trabalhos da faculdade.

Me formei no ano meio de 2020 e sabia que ali acabaria um ciclo de aprendizagem, mas como o destino sempre nos prepara uma surpresa dois meses depois apareceu uma vaga para técnica de laboratório e logo me inscrevi, e passei. Agora o lugar onde havia estagiado e aprendido tanto, era meu primeiro local de emprego como jornalista.

Ali comecei a escrever meu futuro, e literalmente escrever, hoje alimento o nosso Jornal Contramão com notícias diárias, aqui crio meu portfólio com inúmeras matérias, tanto institucionais, quanto aquelas de assuntos diversos e relevantes que me permitem conhecer diariamente pessoas e histórias incríveis que elas têm a contar.

O Contramão é e sempre foi aquele jornal que caminha no sentido oposto, contrário àqueles veículos de comunicação que vemos diariamente na nossa cidade. Isso me lembro até hoje das primeiras aulas que tive com meu professor Reynaldo, lá no primeiro período de curso, onde ele nos apresentava o mestre Gay Talese, o chamado Novo Jornalismo, e como o Contramão trazia aquilo. A gente conta a história, mas não contamos por alto, nós entramos nela, exploramos ao máximo o que nossos personagens têm a nos mostrar. E o Jornal Contramão é tudo isso, nos permite criar, e sou eternamente grata por fazer parte dessa equipe”.

 Bianca Morais, jornalista e técnica do Contramão.

 

A Fábrica

Participei ativamente da criação da Fábrica que o objetivo era  a gente trabalhar de forma transdisciplinar de modo que a gente pudesse pensar economia criativa como um todo. E é muito interessante a gente pensar que o Jornalismo está inserido nesse meio. 

Eu fiz questão de preservar o nome, havia uma possibilidade de mudança, mas eu achei que não era conveniente essa mudança., porque o nome é muito importante entre Contramão ainda, pode ser que mais adiante neste momento crítico sobre a coordenação e eu achei que o nome da rua é importantíssimo porque ele significa um contraponto, algo diferente, algo que se coloca nesse sentido como um todo.

Para a Fábrica como todo, o Contramão é tão importante, porque ele é a válvula de atividades da Gastronomia, da Moda, da Arquitetura que se transforma em reportagem e por aí vai… O Contramão é um veículo onde a instituição pode falar, não se trata de um espaço  institucional, mas por meio dele e a partir dos critérios jornalísticos a instituição ganha voz. 

Ele é um complemento na formação dos estudantes, ele se torna muito importante nesse sentido porque dentro da própria universidade ele serve como um espaço de experimentação e prática para todos os estudantes de jornalismo. Por se tratar de um veículo de comunicação de uma universidade, o Contramão precisa experimentar, nele é possível criar modelos de narrativas diferentes por se tratar de um jornal diferente dos meios tradicionais”.

Elias Santos, professor e ex-coordenador da Fábrica.

 

Vida longa ao Contramão

Daniela Reis

“Há dois anos assumi a liderança do Núcleo de Conteúdo da Una, e uma das minhas funções é ser editora do Contramão. Aqui, temos a oportunidade de abordar temas variados com visão crítica e bem diferente da grande mídia, o que para a formação dos nossos alunos é espetacular. Nesse tempo em que estou à frente do Contramão, o vi crescer de forma extraordinária, passando a ter publicações diárias com pautas bem elaboradas e que  ultrapassam os limites da instituição. Como é gratificante presenciar o crescimento dos  estagiários no dia a dia, e principalmente, acompanhar as conquistas dos mesmos no mercado de trabalho, saindo da nossa pequena redação para veículos de comunicação renomados. 

Nossa equipe trabalha diariamente para produzir conteúdos relevantes e aprimorar a qualidade dos nossos textos. Vida longa ao Contramão!”.

Dani Reis, líder do Núcleo de Conteúdo e editora do Contramão.

 

Por Keven Souza

Tatiane Franco Puiati que é mestra em Gestão Estratégica de Organizações, trabalhou por muito tempo à frente das operações do Centro Universitário Una, onde assumiu o cargo de Diretora dos campi do Barreiro, Betim e Contagem na região metropolitana de Belo Horizonte. A institução obteve crescimento exponencial de alunos, durante sua liderança, e através do empenho corporativo conquistou nota máxima nos indicadores de qualidade acadêmica do MEC.  

Após uma administração de muito aprendizado e crescimento profissional, Tatiane finaliza seu ciclo junto à Una, sendo solícita ao aceitar o convite de trabalhar como diretora nacional da operação EBRADI (Escola Brasileira de Direito) e da Vertical da área de Ciências Jurídicas, que também compõem o Grupo Ânima. Em entrevista para o Jornal Contramão, Puiati compartilha sobre sua trajetória como diretora regional e traz experiências de vida e mercado, enquanto mulher, além de nos contar sobre quais são as expectativas para atuar nessa nova fase em sua carreira.

Tatiane Puiati

O que te motivou a querer ser líder regional, e como surgiu o convite? 

Sou uma mulher apaixonada pelo poder transformador da educação, onde desde os sete anos descobri minha vocação para ensinar. Em 2013, movida por esse propósito, aceitei o convite do reitor Átila Simões para implantar a primeira unidade de ensino técnico na Ânima Educação, pelo Pronatec e concomitante fui contratada também, pelo diretor Rodrigo Neiva, no Unibh, para assumir a coordenação do curso de Administração nos campi Estoril e Antônio Carlos. 

Implantamos o curso técnico em todas as marcas do Grupo Ânima tanto em Minas Gerais quanto em São Paulo. Foram mais de dez mil jovens impactados pelo programa e que tiveram seu projeto de vida realizado. Com o término do Pronatec, em âmbito nacional, auxiliei no processo de descentralização da pós-graduação na Ânima com Ricardo Cançado e Inês Barreto e, em 2016, Átila Simões e Carolina Marra me convidaram para assumir a gestão no Centro Universitário Una do campus Contagem. Um campus que tinha 1.800 alunos e com um potencial de crescimento muito grande. Inspirada pela gestão de Átila Simões e Carolina Marra, aceitei o convite. 

 

Durante sua trajetória, quais as principais ações e projetos que realizou na Una?

A Una para mim representa uma história de superação e crescimento pessoal e profissional. Não realizei nada sozinha, o resultado de qualquer líder é reflexo e consequência do trabalho de um time. No meu caso, formamos juntos um time de alta performance, do qual me orgulho. 

No campus de Contagem, estou há cinco anos, conseguimos transformar a Faculdade Una em Centro Universitário com nota máxima pelo MEC em 2019, atuando hoje com mais de cinquenta cursos superiores e pós-graduação, com alguns em destaques nacionais e regionais, posicionados como os melhores da cidade pelo INEP. Além disso, passamos de 1.800 alunos em 2016, para mais de 5.000 alunos em 2021, e neste ano inauguramos o primeiro Centro Médico Veterinário de Contagem e a primeira Clínica de Odontologia.

Em Betim, estou há três anos, saímos do Índice Geral de Cursos (IGC) nota 3, para nota 4, tendo esse ano alcançado o destaque histórico na Una de maior IGC Contínuo entre todas as instituições de ensino superior privadas de Minas Gerais. No mesmo ano e período do campus Contagem recebemos a visita do MEC para transformação da Faculdade em Centro Universitário, alcançado o resultado sensacional de nota máxima pela Comissão do MEC. Atualmente estamos trabalhando na expansão do campus no município e também no crescimento do portfólio, principalmente na área de Saúde e Ciências Agrárias, e já passamos de 1.700 alunos em 2018 para mais de 3.000 em 2021. 

O presente mais recente foi aceitar a gestão do campus Barreiro, desde setembro de 2019 estou na liderança desse campus encantador que comemora 15 anos na região, fazendo um trabalho louvável de transformação de toda comunidade e entorno. Atuamos no crescimento e expansão do campus Barreiro, principalmente na área de Saúde, Ciências Jurídicas e Ciências Agrárias. Inauguramos esse ano clínica integrada de saúde para atendimento à comunidade nas áreas de psicologia, estética, nutrição e fisioterapia. Neste feito, estivemos no crescimento exponencial da marca de mais de 3.000 graduandos. 

Todos esses indicadores de qualidade acadêmica alcançados durante esses cinco anos na gestão dessas operações da região metropolitana de Belo Horizonte, são frutos da dedicação incondicional e qualidade do nosso time de docentes, coordenação acadêmica, time administrativo e do comprometimento dos nossos alunos.

Tatiane Puiati e Átila Simões, ex-reitor da Una

Como era sua relação com os docentes, professores e alunos? 

Meu estilo de gestão sempre foi estar próxima da sala de aula de alguma forma. Minha primeira ação, sempre que assumi as operações, foi pedir para afixar um cartaz com todos os meus contatos, incluindo o meu celular com WhatsApp para todos os alunos, ou seja, inúmeros alunos possuem meu contato. Acredito que em uma instituição de ensino tudo acontece dentro de uma sala de aula e nessa trajetória tive que enfrentar vários desafios, ideias divergentes da minha e foi através do diálogo e escuta dos nossos alunos, professores e  coletivos que percebi inclusive minhas próprias falhas enquanto profissional. Todos os diálogos só me fizeram crescer como pessoa e como profissional. Os alunos e professores que mais contribuíram para o meu crescimento não foram os que me elogiavam sempre ou concordavam com todas as minhas falas e sim aqueles que traziam o ponto de vista divergente, críticas construtivas que me fizeram entender o que é realmente ter “empatia”.

 

Quais lembranças irá levar da sua jornada nesses anos como Diretora da Una? 

Vou levar inúmeros ensinamentos que aprendi nessa jornada com todos reitores que tive o privilégio de conviver na Una: a liderança inspiradora do Átila Simões; a habilidade e a abertura para o diálogo com a Carol Marra; a garra e coragem empreendedora da Débora Guerra; a sabedoria  do Ricardo Cançado e Marcelo Henrique; e o discernimento e assertividade na gestão de times do Rafael Ciccarini.

De cada liderado dos campi Contagem, Betim e Barreiro levarei o sentimento de gratidão por tamanha dedicação e entrega acima do esperado, superando todos os desafios. Por maior que fosse uma grande incitação, meu time, nunca achou que seria impossível. Fomos juntos e superamos sem saber que era praticamente impossível.

Dos professores(as) levarei a certeza de que a qualidade de qualquer instituição de ensino superior depende da qualidade e paixão dos seus professores. Tive a oportunidade de trabalhar ao lado desses grandes mestres, consequência disso é termos alcançado os melhores indicadores de qualidade acadêmica que se espera de uma instituição de ensino superior no Brasil.

E aos alunos, levarei com lágrimas nos olhos, o que realmente me move na  Ânima, pois é para eles e por eles que tentei sempre fazer o meu melhor na gestão. Não há nada no mundo mais gratificante do que ver a felicidade no olhar de cada aluno(a) que subiu ao palco da colação de grau para pegar o seu diploma. Aquele momento em que os pais se emocionam com a história e conquista de seus filhos é onde se concretiza o meu propósito de vida, o meu propósito de trabalhar na educação e o legado que quero deixar da minha história. 

 

Em sua trajetória profissional, você é graduada em Administração, e especialista em Gestão Educacional e Financeira, durante esse período enfrentou dificuldades para se reerguer profissionalmente?

Há algo curioso em minha trajetória profissional, apesar de muitos anos na mesma empresa, sempre estou assumindo novos desafios, geralmente no prazo máximo de dois anos. A Ânima Educação é meu segundo vínculo empregatício, tive a sorte de trabalhar em grandes instituições de ensino do Brasil, no Senac  por dezessete anos e na Ânima desde 2013. Tanto no Senac como na Ânima, ainda não fiquei mais de dois anos na mesma função ou escopo de atuação.

Minha ascensão sempre foi algo natural, fruto do reconhecimento do trabalho dos times que estiveram comigo. Para mim reconhecimento não se exige, se conquista. Precisa ser simplesmente consequência de um trabalho e na Ânima nunca deixei de ser reconhecida pelos meus líderes.

 

Em relação ao cargo de Diretora regional, como foi a experiência de administrar os campi sendo uma mulher? 

A Ânima Educação é uma instituição diferenciada em que mulheres assumem o cargo de direção. Em Contagem fui sucessora do professor Janones, em Betim, sucessora de duas grandes mulheres: Elaine Benfica e Daniela Tessele, no Barreiro de Maurília e Vinícius Costa. Não tive resistência em nenhuma dessas sucessões, pelo contrário, fui muito bem recebida por toda comunidade acadêmica e pelos parceiros de cada município.

 

As mulheres estão cada vez mais a entrarem em espaços que antes eram dominados majoritariamente por homens, podemos dizer que na Ânima Educação, prezam pela equidade de gênero? 

A equidade de gênero está na essência da Ânima Educação, respeito e transparência são valores que sempre foram percebidos por mim na instituição. Começando pelo nosso Comitê Executivo que hoje possui 40% dos vice-presidentes ocupados por grandes mulheres. Para mim, a Anima sempre foi o lugar da diversidade e da inclusão. Basta observar o resultado das nossas pesquisas, seja com educadoras e educadores ou com nossas alunas e alunos. Algo que me deixou muito feliz foi acompanhar a criação do Ânima Plurais, sendo esse o primeiro passo para criação de fóruns de discussão, alocação de educadoras e educadores, entre outras ações.  

 

Na sua visão, enquanto mulher e líder, qual conselho daria para outras mulheres que estão em ambientes corporativos, mas tem medo de ocupar grandes cargos?

Eu diria que a primeira pessoa que precisa acreditar na mulher é ela mesma. Tudo começa dentro de nós quando nos permitimos acreditar. Sei e estudo muito sobre os desafios para nós mulheres em cargos de comando, em algumas empresas e áreas, onde cargos de comando são ocupados geralmente por homens, podemos dizer que ainda há muito que se avançar para o alcance da  equidade de gênero. 

Para exemplificar, no campus Contagem, fiz um processo seletivo para vaga de coordenação do curso de Direito. Neste processo participaram mais de oito candidatos, dentre eles mulheres e homens. A aprovada foi uma professora e no momento em que ligamos para a mesma para dar o resultado ela ficou incrédula de que realmente tinha sido aprovada para a vaga,pois estava grávida. Eu fiquei surpresa, pois em nenhum momento pensei em reprová-la por estar grávida, muito pelo contrário, só o fato de ser mãe já era um grande diferencial competitivo. Para mim, as mulheres já são grandes guerreiras. Sendo então, mulher e mãe, merecem nosso reconhecimento duplicado e estão prontas para qualquer tipo de desafio.

 

Quais são as expectativas para atuar na nova instituição? 

Fiquei feliz pela oportunidade de poder operar a implantação da Primeira Vertical de Direito do Brasil. Esse desafio é enorme e num momento muito importante para nosso Brasil que tem vivido retrocessos enormes no Direito e na Justiça. Pode essa ser uma enorme oportunidade para resgatarmos o orgulho e a Justiça no nosso País, ao lado do Dr. João Batista e Guilherme Soarez, executivos de grande referência e também grandes líderes na Ânima Educação, me deixaram muito animada, desafiada e feliz!

 

O que você diria para a Tatiane que iniciou a graduação, pós e mestrado, há muitos anos atrás, para a Tatiane de agora que atuou como diretora regional de diversos campi universitários? 

É simples, digo que envelhecemos quando deixamos de aprender e que morremos quando deixamos de acreditar em nós mesmos! 

 

 

 

Edição: Daniela Reis