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Como forma de refletir sobre as diversas modos de percepção e facilitar o acesso a obras de arte, a exposição “Sentidos”, do escultor mineiro Leandro Gabriel, marca a comemoração dos 50 anos do Setor Braille na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa.

De acordo com a Assessoria da Biblioteca, a experiência sensorial é algo único e passa despercebido por quem se firma em enxergar apenas com os olhos, e ver apenas com os olhos é uma ação muito limitada com base no que os sentidos podem oferecer.

Serão exibidas oito obras, sendo sete delas inéditas, parte do acervo particular do artista Leandro Gabriel, que, apesar do aspecto rústico, transmite delicadeza em suas criações. Quem não puder ver a textura sentirá por meio do tato.

A mostra faz parte da celebração dos 50 anos do Setor Braille da Biblioteca que, nesse período, facilitou o atendimento ao deficiente visual na orientação de pesquisas e estudos para o acesso à informação e à literatura por meio de audiolivros e obras em braille.

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Estantes de livros no Setor Braille da Biblioteca Pública Luiz de Bessa

A exibição foi idealizada pelo coordenador do Setor Braille, Glicério Ramos, e pelo coordenador das Galerias de Arte da Biblioteca, Ricardo Girundi. “Devemos mudar a forma de ver a arte no Brasil. Precisamos criar exposições nas quais se transmitam às pessoas a essência das obras que não podem ser vistas por deficientes visuais”, ressalta Girundi. O coordenador ainda enfatiza o objetivo da mostra, que é torná-la mais interativa no uso de outros sentidos, seja por meio da fala, do toque ou do cheiro.

As obras ficarão expostas até 11 de julho, no segundo andar da Biblioteca Pública Municipal Luiz de Bessa (Praça da Liberdade, 21 – Funcionários, Belo Horizonte/MG). A entrada é gratuita.

 

Texto e Fotos: Victor Barboza

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Uma cena comum para os usuários do transporte público em Belo Horizonte é o desrespeito com os portadores de necessidades especiais que utilizam cadeira de rodas. De acordo com a Bhtrans, dos 3.037 ônibus do transporte coletivo da capital, 2.3414 (77,1%) possuem elevadores, porém isso não é garantia de que os cadeirantes terão acesso fácil.

Segundo a Bhtrans, não existem dados específicos sobre reclamações em relação ao atendimento a cadeirantes, mas no geral foram 6.432 queixas no ano de 2012. Essa quantidade é considerada pelo órgão municipal como baixa porcentagem em relação aos 420 milhões de passageiros por ano. Ainda de acordo com empresa de transportes e trânsito de Belo Horizonte, os profissionais que atuam na área são exemplo de gentileza e cerca de 10.700 deles participaram de um programa que visa a melhoria do serviço, o QualiBus. “Eles participaram de treinamentos e oficinais práticas que reforçaram a importância e a necessidade de práticas corretas de direção, que privilegiem a segurança de passageiros e pedestres e ainda contribuam para a mobilidade urbana”, informou a assessoria de imprensa.

Em contradição ao discurso da responsável pelo trânsito em Belo Horizonte, a estudante de jornalismo Grazielle Souza conta um fato que presenciou. “Estava no ônibus do meu bairro e estava começando a chover, quando na frente de posto de saúde um cadeirante deu sinal, mas o motorista simplesmente acelerou e fingiu que não viu alguém lá. Os passageiros falaram com ele, mas ele ignorou. Eu costumo pegar o número do ônibus e fazer uma reclamação, mas dessa vez não fiz”, descreve.

Os passageiros insatisfeitos devem fazer suas reclamações pelo portal da Bhtrans(colocar link do site) ou pelo 156, Central de Atendimento Telefônico da Prefeitura. Porém as reclamações não necessariamente geram multa para a empresa e sim uma maior fiscalização pela parte da Bhtrans, que tem como meta para 2014 toda a frota de Belo Horizonte acessível para cadeirantes.

Entramos em contato com a presidente do Centro de Vida Independente de Belo Horizonte (CVI) e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONPED) para esclarecer questões sobre pessoas com necessidades especiais, mas não obtivemos resposta até o fechamento desta edição.

Por Ana Carolina Vitorino

Imagem: Internet