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Artes

Foto: Divulgação

Programação conta com mais de 60 apresentações explorando as possibilidades do fazer artístico dentro do cenário virtual 

Por Guilherme Sá

Ao adentrar pelas porta do casarão Estrela, a impressão é mergulhar no cenário cheio de sentimentos. Lembro-me bem da primeira vez que ali pisei, no primeiro semestre de 2019. As paredes da construção, feridas pelo tempo, mostram suas cicatrizes, a energia tem algo diferente, não é pesada, mas demonstra que um dia foram. Os artistas e colaboradores ocupantes, constroem suas entranhas mas também as deixam visíveis, não querem apagar a sua história. Transformaram o lugar escuro e sem vida em uma das maiores ações coletivas dessa cidade.

A partir dessa união, criaram-se ações como a que acontece até o dia 31 de julho. A Ocupação Espaço Comum Luiz Estrela em Belo Horizonte, realizará o 2º Festival de Inverno – Inverno Estelar – com uma programação extensa com participação de artistas, ativistas, arquitetos, psicólogos, educadores e produtores culturais locais, nacionais e estrangeiros. Neste ano a edição acontece totalmente online.

Construído por cincos mulheres produtoras, mas também de diferentes carreiras (característica bem comum do coletivo), são elas, Luciana Lanza (bailarina e produtora), Deise Eleutério (arquiteta e produtora), Gabrielle Salomão (bailarina e produtora), Mariana Angelis (designer e produtora), Maria Câmara (psicologa e produtora) e Yasmine Rodrigues (atriz e produtora). 

O desenho do festival surgiu na assembléia geral do Coletivo Estrela (grupo  responsável pela administração do espaço desde 2013) com o objetivo de manter ativa as ações que já vinham sendo desenvolvidas. “A gente se juntou, vamos ajudar, fazer juntos na cara e na coragem. Fizemos um edital e estamos aí experimentando essa coisa nova que é fazer tudo de forma virtual.” diz, Luciana Lanza.

A programação inclui, exposição de retratos e zines, apresentação musical, sarau, performances, discussões sobre patrimônio, oficina de percussão, de atuação para cinema, cerâmica, redação, fotoperformance, entre outros. Mas como fazer tudo isso dentro do ambiente virtual?

Mudar, adaptar e experimentar foram pontos chaves para o processo de criação do festival e quebra das dificuldades encontradas. Luciana Lanza comenta que, cada artista está á procura da melhor forma de expressão da sua arte e está aberto ao novo. “É um festival muito amplo, os artistas estão experimentando também junto com a gente, ninguém sabe qual é a melhor plataforma, a melhor mídia, melhor horário. Enfim, muitos desafios que a gente está encarando, quase que no escuro mas com muita vontade de fazer.”

Lançado o edital em junho, nos canais de comunicação, a seleção foi simples e natural, o que deixou claro que não haveria remuneração aos artistas, mas, ao encontrar apoio na vontade de construir coletivamente o festival. “Acontece que o estrela já tem um público de pessoas que acompanha, entendi quais são as lutas do lugar e, como é um coletivo muito grande que comporta muitas lutas, muitas temáticas, então o festival não poderia ser diferente. Ele recebe todo tipo de linguagem, de performance, música, dança, teatro, rodas de conversa, uma diversidade de pessoas que comunga das mesmas ideias.” conclui, Luciana. 

Para a mineira Anne Cruz que realizou a live show no último sábado, 25, a participação no festival foi o momento de mostrar sua versatilidade como cantora e apresentar-se para um público novo “A princípio fiquei com receio, pois seria uma live fora do meu canal, mas comprei a ideia de participar. Eu tive todo suporte da produção do evento. Live é um show virtual, eu tenho de criar um bom repertório, lidar com minha timidez para poder levar um entretenimento de qualidade para as pessoas que disponibilizaram seu tempo para poder me assistir.”

E também foi a oportunidade do público que já a segue, assistir sua estréia em um show solo. “Foi minha estreia cantando sozinha, na minha jornada eu vinha fazendo participações em  algumas rodas de samba em BH, e com essa onda de live, eu  venho fazendo minhas apresentações sozinha. A participação no festival foi um marco na minha caminhada como cantora. Foi muito gostoso, as pessoas interagiram com show virtual, foi lindo participar desse projeto.” comenta. 

Outro destaque é o artista amapaense Nau vegar, que apresentará no dia 31 ao lado de Thayse Panda e  Geisa Marins, com o perforbar no instagram – um bar online onde quem entrar na live poderá interagir com o artista, como se fosse um bate papo de buteco, e enquanto conversam sobre qualquer tema, fará o uso das ferramentas da plataforma, como os filtros, criando algo novo a partir das possibilidades e a experiência do encontro de diferentes pessoas. 

Para Nau, a participação no Inverno Estelar representa a conexão com um público novo, “Minhas expectativas na verdade é mais pelo público, o público que vamos receber será o público do Luiz estrela, então não sei como será.”  

O organizador do Mizura – Encontro de Performance e Intervenção Urbana no Amapá, um dos maiores do Brasil, o ator e performista comenta que sua arte utiliza principalmente do corpo para construir o espetáculo “Eu trabalho com a arte da Performance como pensado dentro das artes visuais, a arte do corpo, meu corpo é meu instrumento de trabalho. Eu não tenho uma forma de criação específica, se dá de diversas formas, lendo um livro, assistindo a um filme, ou as vezes sou atraído por algum objetivo, ou material e a partir daí eu crio um trabalho.” 

Em relação ao desafio de apresentar-se online, o artista enxerga a possibilidade de explorar os novos meios de criação performática. “Essa será a terceira vez que faço essa ação, mas tô aprendendo ainda, mas está sendo uma experiência maravilhosa, é também uma forma de explorar o campo da tecnologia que até então, não dava tanta atenção.” conclui. 

A OCUPAÇÃO ESPAÇO COMUM LUIZ ESTRELA

A ocupação cultural e autogestionada nasceu em 2013 através da reunião de um grupo de amigos, artistas e moradores da capital preocupados com o abandono do casarão da rua Manaus, bairro Santa Efigênia. 

O local foi usado para diversas finalidades. Sua origem remonta o início da construção de Belo Horizonte, servindo de Hospital Militar até 1945, após esse período, reformado para abrigar o Hospital de Neuropsiquiatria Infantil (HNPI) que funcionou até os anos 1990, com a mudança do HNPI, o espaço foi transformado em escola para o ensino de crianças com transtornos intelectuais, escola estadual Yolanda Martins, o que perdura até o ano de 1994.

Com a escola desativada, começa então o processo de abandono advindo de diversas disputas de uso que nunca foram prosseguidas, em 20 anos de deterioração e em péssimas condições estruturais ganha uma nova chance de vida e utilidade com a ocupação. 

A organização do coletivo é composta por núcleos que atuam na restauração, preservação, administração financeira e jurídica além da implantação de atividades culturais, políticas e educacionais, devolvendo luz a construção que viu tantos horrores no passado.

Faz parte da filosofia do local a luta antirracista, em defesa da negritude brasileira, pelo direitos dos povo indígenas, LGBTQIA+, a luta antimanicomial, em defesa da população de rua, a luta pelos direitos humanos e em defesa das Ocupações do país.  

O nome do espaço é uma homenagem ao Luiz Estrela, poeta e morador de rua que foi assassinado em 2013.

Para assistir e acompanhar a programação do Festival entre nas redes sociais da ocupação:

Instagram, Facebook e Youtube

 

 

 

#FDS

SEXTA- FEIRA

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Foto: divulgação

Nos dias 27, 28 e 29 de novembro, o Cine Theatro Brasil recebe o espetáculo “A Tempestade”.

A obra se passa numa ilha remota, onde Próspero, duque de Milão por direito, planeja restaurar sua filha Miranda ao poder, utilizando-se de ilusão e manipulação. Próspero tem a seu serviço Caliban, um escravo em terra, homem adulto e disforme, e Ariel, o espírito servil e assexuado que pode se metamorfosear em ar ou fogo. Os poderes eruditos e mágicos de Próspero e Ariel combinam-se para invocar uma grande tempestade, visando assim atrair seu irmão Antônio, que lhe usurpou a posição de duque, e seu cúmplice, o rei Alonso de Nápoles, para a ilha. Lá, suas maquinações acabam por revelar a natureza vil de Antônio, provocando a redenção do rei, e o casamento de Miranda com o filho de Alonso, Ferdinando.

A Tempestade é uma história de vingança, amor, conspirações oportunistas, e também de reconciliações e perdão. “Temos A Tempestade nas mãos, e isso não é pouco. Trata-se de um dos textos mais importantes de Shakespeare e o que ele tem de mais atual é o fato de tratar do desejo”, comenta Celso Frateschi. “Tenho atração e encantamento por obras que traduzem o universo mítico, onírico e poético, como A Tempestade“, complementa o diretor Gabriel Villela.


Datas:

27/11/2015 – Sex às 21h

28/11/2015 – Sab às 21h

29/11/2015 – Dom às 20h

Local: Cine Theatro Brasil -Rua dos Carijós, 258 – Centro – Telefone:(31) 3201-5211 ou (31) 3243-1964

Valores:

Pateia 1:R$ 60,00 (inteira) | R$ 30,00 (meia)

Plateia 2:R$ 50,00 (inteira) | R$ 25,00 (meia)

Gal Costa

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Foto: divulgação

No dia 27 de novembro o Sesc Palladium recebe a cantora e compositora Gal Costa.

A cantora e compositora reconhecida nacionalmente pela sua voz encantadora apresenta o novo trabalho intitulado “Estratosférica”. Além de canções inéditas o público pode esperar uma retrospectiva dos seus grandes sucessos e releituras.

Show Gal Costa – Estratosférica

Hora: 21h

Local: Sesc Palladium

Ingressos:  Plateia I – R$200 (inteira) e R$100 (meia) / Plateia II – R$160 (inteira) e R$80 (meia) / Plateia III –

R$130(inteira) e R$65 (meia)

Grande Teatro do Sesc Palladium

Classificação: 14 anos

Duração: 90 minutos

  Forfun   

forfun

Foto: divulgação

Belo Horizonte recebe o show de despedida da banda Forfun, dia 27 de novembro no Chevrolet Hall.

Após 14 anos de carreira, o Forfun decidiu encerrar as atividades. pra celebrar essa transição e dar um merecido “até logo” a todo o público, a banda decidiu fazer uma pequena turnê de despedida passando por algumas capitais do Brasil.

 

Local: Chevrolet Hall

Endereço: Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 – Savassi

Abertura da casa: 20:30

Horário do show: 22:00

Classificação: 16 anos (14 e 15 anos permitida a entrada acompanhados de pais ou responsável legal)

Valores:

PISTA LOTE 2: R$50

PISTA LOTE 3: R$60

PISTA LOTE 4: R$70

“Zeitgeist: Arte da Nova Berlim”

festa-carlos-capslock-imagem-destaquefoto: divulgação

O CCBB BH será tomado pelo underground techno dos clubes de Berlim na madrugada do dia 27 de novembro, com a festa Carlos Capslock que traz performances e projeções. Neste dia a exposição estará aberta até às 2:00, programe sua visita. Uma verdadeira imersão na cultura dos famosos clubes berlinenses.

A exposição “Zeitgeist: Arte da Nova Berlim”, de curadoria de Alfons Hug, apresenta a festa Carlos Capslock, inédita em Belo Horizonte.

Festa: a partir das 23h00 com capacidade máxima é de 300 pessoas.

Local: Centro Cultural Banco do Brasil

Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários Belo Horizonte/MG

A entrada é por ordem de chegada.

Sujeito à lotação do espaço

Entrada permitida para maiores de 18 anos

SÁBADO

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Foto: divulgação

MARCOS & BELUTTI

No dia 28 de novembro o Chevrolet Hall recebe a dupla sertaneja Marcos e Belluti.

Com fãs espalhados por todo o Brasil, os músicos acumulam sucessos como os hits de sucesso “Será Que Vai Rolar”, “Dupla Solidão” e atualmente a música “Aquele 1%”.

Em show mais intimista, eles cantam sucessos como “Domingo de Manhã”, “Então Foge”, “I Love You” e “Irracional”.

Data: Sábado, dia 28 de novembro de 2015.

Horário: 22h.

Local:Chevrolet Hall – Belo Horizonte (MG)- Av. Nossa Senhora do Carmo, 230 – São Pedro

Ingressos: de R$ 30 a R$ 560.

Classificação etária: 14 e 15 anos: permitida a entrada (acompanhados dos pais ou

responsáveis legais).16 anos em diante: permitida a entrada (desacompanhados).

Abertura da casa: 1h30 antes do espetáculo.

Para mais informações no site Guia BH – https://www.guiabh.com.br/show/marcos-e-bellutti

“Relações Aparentes”

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Foto: divulgação

No dia 28 de novembro, sábado, o Palácio das Artes recebe a comédia “Relações Aparentes”, com Vera Fisher no elenco. A peça, uma das principais comédias de Alan Ayckbourn, marca o retorno de Vera Fisher aos palcos após 9 anos, e conta a história de Greg e Ginny, um casal que vive junto e tem a confiança abalada por uma suspeita de traição.

Uma série de mal-entendidos são usados para ironizar o mundo da alta classe média londrina tratando do rompimento dos cânones familiares com a traição entre casais, jamais se abstém da elegância e da inteligência em seu linguajar literário puro.Com direção de Ary Coslov e Edson Fieschi, o elenco conta ainda com Tato Gabus Mendes, Michel Blois e Anna Sophia Folch. A partir das 21h.

Relações Aparentes

Data: 28/11/2015 – Sáb às 21h

Endereço: Av. Afonso Pena, 1537 – Centro    Telefone: (31) 3236-7400

Ingressos:

Plateia I e II

R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)

Plateia Superior

R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada)

Classificação etária: menores de 12 anos acompanhados dos pais.

Intervenção de Artes Visuais #sernegroé

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Foto: divulgação

Data: 28/11/2015 de 06h00 às 18h00

A intervenção #sernegroé, do artista plástico Rafael Boneco, propõe a realização de uma instalação interativa na qual um biombo, transformado pelo grafiti, e por tinta de quadro negro, se tornam espaço de escrita para o público negro. Este, provocado pela questão que dá nome à intervenção: ser negro é?, deixa ali seu registro num ato de interação e reflexão sobre uma questão que é tão cara para o orgulho e empoderamento negro.

Local: Parque Municipal – Avenida Afonso Pena, 1377

Espaço de Leitura + Árvore Baobá –  Árvore da Palavra – FANZINHO*

Data: 28/11 de 10h00 às 16h00

Local: Parque Municipal – Avenida Afonso Pena, 1377

Espaço destinado à leitura e interação *voltada para o público infantil.

 

Oficina construção da boneca Abayomi

Data: 28/11 ás 10h

Local: Parque Municipal – Avenida Afonso Pena, 1377

Construção da boneca Abayomi. A palavra abayomi tem origem iorubá, e costuma a ser uma boneca negra, significando aquele que traz, felicidade ou alegria. Bonecas de pano artesanais, muito simples, a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura e com mínimo uso de ferramentas, de tamanho variando de 2 cm a 1,50 m, sempre negras.

Obs: A oficina não precisa de inscrições prévias.

Projeto: Pauta em Movimento Espetáculo Chica – Cia Étnica

Concepção e direção de Carmen Luz; Cia Étnica de Dança; Teatro Cacilda Becker, RJ; 21 a 31/05/2015

Foto: divulgação

Data: 28/11  as 19h00

Local: SESC – Grande Teatro – Rua Rio de Janeiro, 1046

A Companhia Étnica foi criada na cidade do Rio de Janeiro em 1994 por um desejo de intervenção na cena contemporânea da dança carioca: o de pôr em foco os sujeitos e objetos da diáspora africana. Suas criações traduzem, em forma singular, pesquisas e reflexões sobre a ancestralidade africana no Brasil e o multiculturalismo brasileiro.

A entrada pode ser mediante 1kg de alimento não perecível para o Mesa Brasil Sesc ou R$10. Os trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo têm 15% de desconto no valor da inteira. O espaço está sujeito a lotação.

Bazar do Projeto Aluga-se!

COMPRAS, VENDAS e TROCAS + EXPOSIÇÕES e INSTALAÇÕES

Sábado, 28 de novembro de 2015, das 9h às 18h30 e Domingo, 29 de novembro de 2015, das 10h às 14h.

Rua: Batista Figueiredo, 30 – Vila Paris, BH.

Oficinas:

DATA: 28 e 29/11

– 10:30h: Oficina de Caixinha de presentes – Rosângela Míriam

– 14:30h: Design Sistêmico, Empreend. e Coworking – Rosângela Míriam

– 16:00h: GAMES – Oportunidades e Desafios – Umbu Games

DOMINGO, 29/11

– 10:30h: Hortas Urbanas e Plantas Medicinais – Evandro A. Ferreira

– 12:30h: Oficina de Caixinha de presentes – Rosângela Míriam

INSCREVAM-SE em www.sympla.com.br/sagarana43!
DOMINGO

Encontro de Blocos

Encontro dos Blocos Afoxé Banderê, Bloco baianas Ozadas, Bloco Afro Magia negra, Bloco Afro fala Tambor e as Sambadeiras, Bloco Oficina Tambolê e Bloco Afro llê Aiyê

Local: Praça da estação

Horário: 16h00

Warley Henrique – “Pra quem não me conhece”.

Nesta edição do 8º FAN, você vai conferir Warley Henrique com o show “Pra quem não me conhece”. Ele traz experiências inéditas na música instrumental nos mais diversos gêneros. 29/11, às 18h – Teatro Marília.

Local: Av. Alfredo Balena, 586- Santa Efigênia

 

Por Amanda Aparecida

Foto destaque : Gael Benítez

A galeria Mama/Cadela realiza a abertura da exposição Trahere, do artista multimídia Bruno Duque, idealizador e coordenador do Coletivo Diametral (2014), hoje (22), às 19 horas.

A equipe do Jornal Contramão conversou com Duque sobre a produção artística em Belo Horizonte e sobre suas expectativas para a Mostra.

CONTRAMÃO

Para você, qual é o papel que a arte abstrata exerce sobre as pessoas? É um exercício de reflexão?

BRUNO DUQUE

A arte abstrata é muito diversificada. Houve muitas correntes históricas que se desdobraram de formas muito diferentes. Desde obras muito carregadas emocionalmente, até obras puramente racionais. A arte abstrata é muito potente, não só como conjunto de formas e configurações de cores, mas também de ideias, expressões, emoções e outros. É difícil falar sobre o efeito da arte abstrata sobre as pessoas porque os artistas que trabalharam neste âmbito aprofundaram muito em suas pesquisas, conseguindo resultados muito importantes e aumentando ainda mais as possibilidades criativas. Quanto à pergunta sobre se a arte abstrata é um exercício de reflexão, tenho certeza que toda arte é um exercício de reflexão, sendo que algumas exigem maior concentração, enquanto outras são mais arrebatadoras.

CONTRAMÃO

Você, como artista multimídia e idealizador do recente Coletivo Diametral, enxerga BH como um polo artístico? Em sua opinião, a cidade está crescendo ou não no que se diz respeito à produção artística e cultural? Por quê?

BRUNO DUQUE

 Acho que Belo Horizonte é um polo artístico, sim. Esta cidade sempre teve grandes artistas e sempre terá. Não acho que a cidade tenha muita participação no mercado e acho que tem muita produção mais tímida pela própria dificuldade que os artistas encontram em participar do circuito, mesmo do circuito local de Minas. Em comparação com outras cidades em outros estados do Brasil, Belo Horizonte precisa ser mais aberta e, principalmente, mais convidativa para jovens artistas, dando-lhes mais oportunidades.

CONTRAMÃO

Qual é a essência da exposição Trahere? Há alguma mensagem ou sentimento fundamental que você deseja passar para o público? Se sim, qual?

BRUNO DUQUE

A exposição Trahere é muito cerebral. Eu só quis fazer uma coisa “bonita” para também poder falar sobre beleza, mas por trás da estética das obras tem muitos questionamentos e muitos paradoxos desvelados. Cada obra tem um diálogo extenso com a história da arte. Mas ao invés de deixar claro os meus embates com a obra, eu prefiro criar algo que possa levantar muitas questões para pessoas diferentes. De certa forma, não é a pergunta que importa, e sim a interrogação. Minha produção é uma tentativa de oferecer uma interrogação para que cada um faça sua própria pergunta.

CONTRAMÃO

Quais são suas expectativas em relação à exposição Trahere?

BRUNO DUQUE

Eu estou muito feliz em poder mostrar este trabalho, pois é uma exposição individual, e sendo assim eu pude ter todo o controle. Espero receber muitas críticas. Espero que muita gente possa vê-la. E eu gostaria que algum dia minha produção servisse de influência para outros artistas (mas não só aos artistas). Acho que a riqueza da arte é exterior ao indivíduo. É uma coisa da humanidade toda. Estou amadurecendo muito meu trabalho ainda, mas luto para algum dia fazer diferença, pois essa é maior coisa que uma pessoa pode conseguir.

O Mama/Cadela fica localizado na Rua Pouso Alegre, 2.048, Santa Tereza. A exposição fica no espaço do dia 23 de maio a 24 de junho, e o bate-papo com o artista ocorre no próximo domingo, 24, das 15h às 17h. A entrada é gratuita.

Por Gabriel da Silva

A sede do grupo de teatro “Espanca”, abre suas portas para o projeto “Arte no Centro”. Artistas selecionados através de edital e convidados pelo grupo irão levar para espaço entre os meses de março e junho artes diversas como: oficinas, saraus, lançamento de livro, cinema, teatro, exposições, feira de publicações, debates e ciclos de palestras.

Em coletiva na manhã dessa segunda, 09, a organização e artistas participantes do projeto falaram um pouco sobre o projeto Arte no Centro e o que será apresentado.

O grupo lançou nesse ano a 3ª edição do edital de ocupação e o objetivo era aproximar a população urbana da cidade com as manifestações artíticas atuais. Ao todo, foram 176 inscrições vindas de diferentes regiões do país e do exterior.  No total, oito projetos foram aprovados em edital e 15 coletivos artísticos receberam o convite para compor a programação do projeto.
Gustavo Bones, integrante do grupo Espanca, destacou a importância da interação entre os frequentadores da região do Baixo Centro e as manifestações artísticas na cidade, “Esse (Baixo Centro) é um espaço alternativo em Belo Horizonte aberto para as diferentes artes e que vai além do teatro”.

Entre os projetos aprovados no edital está o “Afazer Queer” ou “A ocupação: Arte viada no centro!” que nasceu a partir de uma pesquisa realizada pelos artistas Alexandre de Sena, Igor Leal, e Will Soares que alia posicionamento político, linguagem teatral e experiências marginalizadas. Eles irão trazer para a ocupação “Não conte comigo para proliferar mentiras”,
projeto que reforça a proposta desses atores que buscam estimular o debate artístico em favor da diversidade sexual  contra o preconceito e a violência homofóbica e da memória cultural LGBT em BH, “Esse debate LGBT e Queer vai acontecer como uma mesa redonda em que a gente vai discutir quais são os termos que abarcam, quais que não, o que a gente está perdendo e ganhando na cena social e artística do giro performativo que vem dos estudos Queer”, destaca Igor Leal, ator e um dos idealizadores do projeto.

Eduardo Félix diretor do Grupo Pigmalião revela que a ideia do grupo é propor a interação
entre as pessoas que frequentam o local e o teatro de bonecos em busca de mostrar a relação entre marionetes e atores. Além das cenas, o grupo ministra oficinas com bonecos gigantes que vão caminhar entre as pessoas ao redor do teatro chamando para assistirem os trabalhos do grupo, “A gente tá experimentando linguagens, o que a gente tá tentando é que não existam barreiras tão fortes como existem com o teatro de bonecos, porque a gente vê essa prática como teatro contemporâneo, além do teatro só infantil ou só familiar”, concluiu Eduardo.

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Mariliz Schirickte e Eduardo Féliz, atriz e diretor do coletivo Pigmalião.

A programação completa do projeto “Arte no Centro”, está disponível no site

Espanca  .

Texto : Felipe Chagas

Fotos: Divulgação/ Felipe Chagas

A exposição  SerTão Minas – do Grande Sertão à Pampulha ,  proporciona ao público perceber um pouco na nossa mineiridade do interior do estado. A mostra que está exposta no espaço multiuso CentoeQuatro desde o dia 16, integra o circuito de exposições da Bienal Universitária.   “Percebemos que está cada vez mais difícil jovens artistas mostrarem seu trabalho então começamos o projeto para possibilitar que jovens artistas mostre seu trabalho” explica o coordenador da Bienal Fabrício Fernandino.

Retratar Minas Gerais através de sua gente e sua história é o desafio do artista Walmir Alexandre. Em suas obras ele foca na figura humana com traços marcantes no rosto e a forte impressão de movimentos.

Para Fabrício Fernandino, a qualidade das obras tem agradado ao público. “Temos muitas coisas boas na Bienal e, a medida que ela avança vamos atraindo mais público. Tenho certeza que alcançamos nosso objetivo”, relata o curador.

Programação

EXPOSIÇÃO
:: De 16 a 27 de novembro de 2011
Terça a sábado | 14 às 22h
Domingo | 12 às 18h
Entrada gratuita

OFICINA
Dias 19 e 20 de Novembro de 2011
Horário: 14h às 18h
Inscrições gratuitas abertas até 17/11. Os interessados devem enviar e-mail para [email protected] com o assunto Oficina de cerâmica

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Foto: Divulgação

Em homenagem ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, celebrado no próximo dia 21 de setembro, uma comissão especial da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), exibe de hoje, 17, até a próxima sexta feira, uma exposição com 21 obras por artistas que tem algum tipo de deficiência. “Esta exposição é uma forma de incentivo ao nosso trabalho. Participar deste evento abre as portas para a gente mostrar nosso produto”, comenta o Artista Plástico Ronaldo Pio.

O Presidente da ALMG, Deputado Dinis Pinheiro, também destaca a importância de mostrar o trabalho dos artistas. “Os visitantes terão a oportunidade de comprovar a qualidade dos trabalhos e o espírito dos artistas. Eles exercem plenamente sua cidadania em todas as áreas, inclusive artísticas”, comenta.

Na Sexta-feira será realizada uma audiência pública com representantes da comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e entidades especializadas no trato de pessoas portadoras de necessidades especiais. O objetivo é debater o histórico de luta destas pessoas.

Para o artista plástico Ronaldo Pio “a dificuldade de locomoção é a principal luta. Para quem anda de cadeira de rodas a cidade é muito difícil”, conclui.

Por João Vitor Fernandes e Marcelo Fraga

Foto: Joao Vitor Fernandes