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Barroco

A 37ª Semana Aleijadinho chega ao Circuito Cultural Praça da Liberdade neste sábado, 01. A exposição é um tributo de Carlos Bracher em homenagem especial ao artista e aos 200 anos de sua morte. De 1º a 23 de novembro as telas vão estar no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, s/n, Prédio Rosa, na região centro-sul de Belo Horizonte.

A exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher é composta por 80 telas que estão dividas entre as cidades de Belo Horizonte, Ouro Preto e Congonhas. As obras foram concebidas por Carlos Bracher especialmente para o evento e inspiradas nas obras do artista mineiro que se tornou ícone do barroco brasileiro.

A Semana do Aleijadinho é uma iniciativa da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto e tem como finalidade preservar a memória artística, cultural e histórica do estado de Minas Gerais, além de valorizar artistas contemporâneos.

O historiador contemporâneo Felipe Oliveira, 30, formado em história pela Universidade Federal de Viçosa ressalta a importância de eventos como esse para uma aproximação do passado e do presente de uma forma simples e para todos os públicos.

Aleijadinho

Nascido na antiga Vila Rica, atual Ouro Preto, sem um registro certo da data de nascimento. Filho do mestre de obras e arquiteto português Manuel Francisco Lisboa e de sua escrava Isabel. Antônio Francisco Lisboa desde a infância demonstrava habilidade para arte. Por volta dos 40 anos de idade, Antônio foi vítima de uma doença que, não se tem certeza qual, deformou seu corpo e prejudicou suas articulações. Graças a isso ganhou o apelido de Aleijadinho. Especula-se que ele tenha sido vítima da hanseníase.

Nas suas intervenções artísticas, Antônio Francisco Lisboa usou diversos materiais, os mais comuns sendo madeira e pedra-sabão. Suas obras se concentram na região de Outro Preto, São João Del Rei e Tiradentes. Seus trabalhos artísticos misturam alguns estilos do barroco (como rococó e gótico), sendo no Brasil um dos principais artistas do estilo. O escultor morreu na mesma cidade em que nasceu em 18 de novembro de 1814.  “Este evento pode trazer uma proximidade da cultura que era produzida na época e também uma intimidade maior com este artista que encantou a sociedade brasileira do século XVIII e que ainda se faz presente nos nossos dias”, explica Oliveira.

Carlos Bracher

Pintor, desenhista, escultor e gravador, nascido em Juiz de Fora. Frequentou a Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras, em sua cidade natal. Foi aluno de Fayga Ostrower na UFMG. Estudou mosaíco e mural com Inimá de Paula na Escola Municipal de Belas Artes. Ganhou o prêmio viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro em 1967. Em 1989, foi realizada a exposição retrospectiva de seus 30 anos de trabalho, intitulada Pintura Sempre, em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. No ano seguinte, pintou uma série de quadros em homenagem ao centenário da morte do pintor holandês Vincent van Gogh, que foi exposta em várias galerias e museus do Brasil e exterior.

Barroco

Um dos movimentos artísticos mais complexos, o Barroco surgiu na Europa por volta do século XVI e durou até o século XVIII, período onde se tem o absolutismo dos reis e a influência iluminista nas ideias de vários pensadores. Além disso, o período é caracterizado pelo confronto de pensamentos opostos. “O Barroco vem com a arte que confronta duas ideias: o teocentrismo e o antropocentrismo“, explica Felipe Oliveira.

O movimento é marcado pela dramaticidade, o realismo, o dinamismo e o contraste forte. No Brasil, o Barroco ocorreu durante os séculos XVII e XVII, a partir do ciclo do ouro. O movimento envolveu todas as atividades culturais e foi o primeiro a criar expressões tipicamente brasileiras. O uso de contraste claro-escuro e maior variedade de texturas deram uma característica única para as obras da época expressando emoções da vida e do ser humano.

No Brasil temos destaque para nomes como Aleijadinho, com suas esculturas, e Gregório de Matos Guerra (1633-1696) na literatura, que ficou conhecido como Boca do Inferno por sua poesia satírica que condenava os alicerces da sociedade baiana da época. No cenário internacional surgem outros nomes de grande importância também. “Entre os artistas, podemos citar Michelangelo Merisi da Caravaggio, Annibale Caracci o os belgas Van Dyck e Frans Hals”, acrescenta Oliveira.

Agenda

37ª Semana do Aleijadinho – Exposição Aleijadinho 200 Anos: Tributo de Bracher, com obras de Carlos Bracher

  • Período: 1º a 23 de novembro de 2014
  • Local: Praça de Convivência – MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal
  • Horário: Terça a domingo, das 12h às 18h (quinta, das 12h às 22h)
  • Entrada franca

Toda Quinta e Muito Mais… – palestra Aleijadinho arquiteto, com André D’Angelo

  • Data: 6 de novembro de 2014, quinta-feira
  • Local: Auditório Bateia – MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal
  • Horário: 19h30
  • Entrada franca

37ª Semana do Aleijadinho – Seminário com palestras, performance artística, exibição de documentário e lançamento de livro sobre o projeto com Carlos Bracher

  • Data: 22 de novembro de 2014, sábado
  • Local: Auditório Bateia – MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal
  • Horário: 14h às 18h
  • Inscrições gratuitas pelo e-mail: [email protected].

 

Texto: Umberto Nunes

Foto: Paixão de Cristo por Carlos Bracher. Foto de divulgação.

No dia 28 de novembro será realizada uma solenidade em função da aprovação da lei nº 3.396/12 de autoria do presidente da Assembléia, o deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que institui 18 de novembro como o dia do Barroco Mineiro. A cerimônia marca ainda o início das comemorações do bicentenário da morte de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, maior expoente da arte barroca em Minas.

A data tem importância significativa para a história de Minas Gerais e se faz uma forma de reconhecer o valor das obras do mestre Aleijadinho, já que o cuidado com algumas dessas obras tem deixado um pouco a desejar. “Se fizermos uma pesquisa, veremos o enorme descaso com o nosso patrimônio histórico. Igrejas são facilmente devastadas por incêndios sem que haja qualquer planejamento que impeça tais desastres.”, denuncia o Mestre em Patrimônio Histórico pela Escola de Arquitetura da UFMG, Luiz Alberto Sales Vieira.

De acordo com Vieira, não são somente as igrejas que sofrem com descaso por parte dos órgãos que gerenciam o patrimônio histórico, “Casarões seculares sendo completamente descaracterizados após serem entregues aos cuidados da iniciativa privada.”, declara Alberto que fala também sobre a dificuldade de se conseguir recursos para a manutenção dessas obras, “O próprio IPHAN, recentemente, entrou em choque com o governo federal por não ter recebido recursos do PAC das Cidades Históricas.”, denuncia. “É preciso investir na conscientização da população para que o patrimônio histórico seja conservado, caso contrário leis como essas não servirão de nada”, alerta Vieira.

Por Hemerson Morais e Ana Carolina Vitorino

Foto: Internet