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Belo Horizonte

Por Keven Souza

No último sábado (29), aconteceu a premiação da 2° edição do Concurso de Interiores da Una Região Metropolitana e BH na Una Aimorés. Foram mais de 50 equipes inscritas, que envolveram um total de 100 alunos da instituição. O evento foi organizado pelo laboratório de arquitetura da Una Fábrica (NAU), com apoios dos professores, e contou com coffe break para os presentes logo após as premiações aos vencedores, onde marcaram presença coordenadores de cursos, educadores, empresas parceiras, além de convidados.  

O Concurso de Interiores da Una RMBH fomenta vivenciar a experiência de um projeto feito do zero, com todos os processos de um case real. É o que explica Ana Karolina Oliveira, líder do laboratório responsável pelo evento. “Desafios como esse, provocam nossos alunos positivamente e ajudam a complementar a formação e crescimento de cada um. Os problemas reais de uma planta com restrições construtivas, fachada preservada e claro, o tamanho de residências tangíveis, tornam a experiência ainda mais enriquecedora. Além disso, o briefing primoroso proposto pelo cliente convidado, que trouxe consigo desafios que iam de um extremo ao outro, foi pensado para despertar a criatividade e aguçar a aplicação de técnica”, afirma. 

Novos desafios nesta edição

A proposta era atender um cliente solteiro com demanda de um projeto de interiores, ao qual possuía gostos inusitados e exigências desafiadoras. Raphael Paulino, economista, foi o cliente desta segunda edição. Ele conta que almejava um projeto de interiores fora da curva, não bidimensional e muito diferente do comum. 

“Somos uma esfera com polos, nuances, curvas e gostos diferentes. Tentei trazer um pouco disso no briefing, pedia algo muito inusitado no quarto ao mesmo tempo queria uma área voltada para a espiritualidade. Aí eu que sou professor de Economia, que faz aula de canto, queria um quarto acústico onde pudesse praticar os ensaios. Em paralelo sou goiano e gosto de fazer churrasco, logo pedi um espaço externo para receber amigos em casa. Isso tudo foi um desafio para os meninos desenvolverem os projetos, mas em todos eles vi um pouco de mim. Foi gratificante receber projetos que extrapolaram a criatividade e o design de interiores. Espero poder aplicar um dia”, comenta Raphael. 

Embora o Concurso de Interiores seja uma competição, não há estímulo para rivalidade. A ideia principal é o aprendizado técnico e prático de conceitos absorvidos em sala de aula.  Bem como, a construção de portfólio e network para além dos muros acadêmicos. Dito isso, nesta segunda edição, três parceiros apoiaram o concurso: Loja Elétrica, Escola Desenhar e Escritório Aliás Arquitetura. O concurso também contou com uma banca de júri técnico que avaliou criteriosamente cada projeto de interiores. 

Para Thalita Mattos, professora da Una, que participou como jurada, os alunos conseguiram superar as expectativas não só do cliente, como também dos jurados técnicos. “A nossa preocupação sempre foi, de fato, de serem coisas além de lindas, nada executáveis. Nós, que temos um olhar técnico, queríamos projetos maravilhosos, porque sabemos o potencial deles. Mas gostaríamos de ter certeza que quem saísse premiado teria um projeto pronto para sair pra obra. E conseguimos isso!”, explica. 

De 50 inscrições a 5 finalistas 

Ashley Coimbra de Assis Lino e Daniela Cristina Felix Andrade foram as alunas de Arquitetura e Urbanismo que conseguiram emplacar os requisitos desejáveis para se colocarem em primeiro lugar na disputa. Com o projeto Liberté, levaram para casa dois tabletes, duas luminárias da Loja Elétrica, curso de iluminação do Escritório Aliás Arquitetura e 100% de bolsa em qualquer curso da Escola Desenhar, além de certificado de participação e mimos da Una. 

Segundo Dani, esse tipo de iniciativa é de suma importância na sua vivência acadêmica enquanto estudante. “O concurso de interiores na Una, abre muitas possibilidades, uma delas, são as experiências adquiridas durante o andamento do projeto. As pesquisas e as inspirações são fundamentais para propor o layout de acordo com o briefing do cliente. Fora os desafios encontrados durante o percurso, ao qual aprimoramos as técnicas arquitetônicas, detalhamentos e demais áreas”, diz. Já Ashley, sua parceira, disse à equipe do Contramão, que o diferencial do seu projeto foi o detalhamento e soluções entregues no projeto. “Acredito que o principal diferencial foi a quantidade de pranchas de detalhamento que nós entregamos, além de termos seguido o briefing de forma muito fiel e criado soluções inovadoras”, pontua. 

Lado a lado a dupla, Renata Érika Nunes Figueiredo e Josiane Aparecida Ferreira formaram o segundo lugar na classificação, promovendo uma disputa acirrada na decisão. Elas contemplaram duas Alexas, o curso de iluminação do Escritório Aliás Arquitetura e 100% de bolsa em qualquer curso da Escola Desenhar. 

Já em terceiro lugar, ficaram João Victor Vidal Almeida e Daniella Balbino Praes Silva. Eles ganharam duas trenas a laser, como também o curso de iluminação do Escritório Aliás Arquitetura e 100% de bolsa em qualquer curso da Escola Desenhar. 

Fechando o pódio desta temporada, as menções honras foram dadas à Camila Oliveira Campos, Debora Rayane Arantes Barbosa, Lucas Martins Liz Lage e Sabrina Lopes Dias Faria. Ambos brilharam na disputa e receberam também o curso de iluminação do Escritório Aliás Arquitetura, além de 100% de bolsa em qualquer curso da Escola Desenhar.

Clique aqui e veja as fotos do projeto!

 

Divulgação: Filme Kevin
Divulgação: Filme Kevin

Produção cinematográfica chega aos grandes telões a partir desta quinta-feira

Por Keven Souza

No dia 03 de novembro, as salas de cinemas de todo o Brasil abrem as portas para receber a estreia do filme “Kevin”. Amantes do audiovisual nacional que residem em Belo Horizonte poderão assistir a pré-estreia do longa-metragem no Una Cine Belas Artes, que é um dos últimos cinemas de rua da cidade, através da compra de ingressos pelo site ou pela bilheteria do cinema. 

O documentário “Kevin” diz respeito à amizade, ao qual narra o reencontro da diretora com sua amiga ugandense, Kevin Adweko, abordando questões como sororidade, relações interraciais e a posição da mulher. Ele é produzido pela Bukaya Filmes, em coprodução com Anavilhana e Vaca Amarela Filmes, e com distribuição nacional da Embaúba Filmes. 

O filme é uma obra de arte dirigida e estrelada pela roteirista e diretora, Joana Oliveira, que trabalha na área audiovisual desde 1999 e possui curtas que já foram exibidos em vários festivais internacionais, como o Festival Internacional de Cine de Huesca (Espanha), e no Brasil em festivais como a Mostra de Cinema de Tiradentes. 

imagens do filme Kevin
Imagens de divulgação – Filme: Kevin

Hoje, o Contramão traz um bate-papo com Joana, que relembra como foi a construção do documentário, bem como sua carreira no cinema, e diz como está a expectativa para o lançamento nesta quinta-feira. Confira! 

 

Joana, como começou sua carreira no cinema? Você sempre soube que seria cineasta? 

Eu sempre gostei muito de assistir a filmes. Desde pequena adorava ir ao cinema ou à locadora de vídeo escolher os filmes para assistir no fim de semana. Era um barato levar as fitas VHS para casa! Mas, nunca tinha imaginado estudar cinema porque não havia cursos de graduação em Belo Horizonte. Fiz vestibular no final de 1995 e não havia Enem, ou seja, um vestibular unificado para todo o Brasil. Não pensava em sair da cidade. Porém, quando comecei a fazer Comunicação Social, vi que eu poderia ingressar no mundo do cinema e comecei a trabalhar em produções, que eram muito poucas, em Belo Horizonte. Trabalhei em um curta e um longa-metragem e decidi que era o que queria fazer da vida. 

Em 2002, fui estudar Direção de Cinema no curso regular da Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, Cuba, onde consegui uma bolsa da própria escola para uma parte do custo e outra do governo brasileiro para a outra parte.

Divulgação: Filme Kevin
Divulgação: Filme Kevin

Qual foi o momento em que passou a entender que havia um mercado audiovisual esperando seus filmes? 

Logo que fiz meu primeiro vídeo experimental na faculdade de Comunicação, entendi que havia muitas pessoas que assistiam a curtas-metragens. O vídeo foi selecionado para alguns festivais, inclusive o VideoBrasil que é um grande festival de arte digital e para a Mostra de Cinema de Tiradentes. Então, percebi que as pessoas tinham interesse na arte que eu estava começando a produzir. Foi um grande impulso para eu seguir em frente e ir estudar cinema.

 

Você imaginava ter produções cinematográficas notadas pelos grandes festivais nacionais e internacionais de cinema?  

Na verdade, o que queria era inventar histórias e produzi-las! Claro que eu queria que o maior número de pessoas assistisse, mas não imaginava que meu trabalho viajaria para tantos lugares! 

Divulgação: Kevin - Filme
Divulgação: Kevin – Filme

Falando agora do documentário, de onde ele nasce? 

O documentário nasce da minha vontade de rever a Kevin e ter um projeto em conjunto com ela. Sobretudo, a vontade era de celebrar a amizade! A minha amizade com ela, claro, mas também de colocar no centro de um filme a amizade entre mulheres que é um tema tão pouco retratado no cinema. Além disso, ele existe para celebrar a sororidade! “Kevin” é um filme feminista, antirracista e que promove o encontro.

 

Explique como foi gravar metade do filme em Uganda e outra parte em Belo Horizonte. Houve dificuldades de locomoção, língua ou cultura? 

O esforço de produção que houve é realmente incrível porque não tínhamos tanto dinheiro para viajar com equipe, para ficar tanto tempo na Uganda, etc. A Luana Melgaço, produtora do filme, é muito experiente e conseguiu muitos bons acordos de produção. E o filme existe também porque a Kevin se envolveu na produção, uma vez que ela nos recebeu maravilhosamente. Foi ela quem procurou um lugar para que toda a equipe ficasse, foi ela que nos apresentou tudo. Uma coisa é você receber sua amiga. Outra coisa é você receber uma equipe de filmagem que vem com ela – risos. Ela facilitou tudo. Mas realmente foi um desafio filmar em outro país! 

Entretanto, o filme é sobre minha amizade com a Kevin, então, por mais que estivéssemos na Uganda, não era um filme sobre a Uganda. Eu não conseguiria fazer um filme sobre um país que tinha acabado de chegar e não conhecia profundamente. Então, me concentrei na Kevin, que lidou com a equipe super bem. Ela é um talento natural e eu estava ali para e por ela. Filmamos de acordo com a agenda que ela estabeleceu e deu certo. 

 

Você e Kevin Adweko são as protagonistas do documentário. Como se deu essa amizade? Você sabia que seriam amigas? 

A Kevin diz que a gente se aproximou porque queríamos muito rir e nos divertir. A Alemanha, que foi onde nos conhecemos, é um país muito sério. Especificamente o lugar da Alemanha onde estávamos. Nos aproximamos de forma muito espontânea e divertida, conversando depois das aulas de alemão.

O que é legal é que não tinha a menor ideia se conseguiríamos ou não manter a amizade. Muitas relações se perdem no tempo. A internet em 1999 era ainda algo de acesso restrito. Nós nos escrevíamos cartas longas e e-mails extensos. Mas, houve muitos momentos que ficamos bastante tempo sem conversar. Em 2005, eu fiz um intercâmbio entre a minha escola de cinema em Cuba e a Alemanha. Esse momento de reencontro com a Kevin ao vivo depois de 6 anos foi muito emocionante. Acho que aí eu percebi que a amizade iria perdurar.

 

É a primeira vez que o filme “Kevin” estreia em salas de cinemas, qual sua expectativa para o lançamento? 

Kevin, na verdade, estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes do ano passado. Também ganhou uma menção honrosa do júri do festival FEMINA deste ano. Mas, todas essas exibições foram feitas online. Agora, é a estreia do filme presencial no Brasil nos cinemas comerciais. Eu nunca tive um filme que entrou em cartaz nas salas de cinema e isso é muito emocionante! Na terça-feira, dia 01 de novembro, em Belo Horizonte, haverá uma pré-estreia em que Kevin estará presente. É muita emoção envolvida!

Para o público que irá assistir “Kevin” nesta quinta-feira, o que você diria? 

Kevin é um filme sobre o encontro. E, depois de tanto tempo em que estivemos separados das pessoas por causa da Covid-19, celebrar o encontro e a amizade é de extrema importância! 

Assista o trailer de “Kevin”

Sinopse – É a primeira vez que Joana, brasileira, visita Kevin, na Uganda (África). Elas se conheceram há 20 anos, quando estudaram juntas na Alemanha, e faz muito tempo que não se veem. A partir desse encontro, o filme tece a fina trama que é uma conversa entre duas amigas: as histórias do passado, os desejos, os caminhos trilhados, os diferentes modos de encarar os desdobramentos da vida. Disso ressurge um elo de amor e parceria que resiste à distância e ao tempo.

Por Matheus Dias

Nas ruas, na TV, na rádio, na internet, no letreiro, nas bandeiras, nas faixas, nos altos falantes de carros, nos papéis – famosos santinhos, nos muros e em diversos locais se vê a movimentação política que se aflora de dois em dois anos a partir do mês agosto. 

É impossível não perceber que já se aproxima um dos períodos em que temos que exercer a cidadania, irmos nos colégios eleitorais para votar em alguém que nos representa.

Desde criança escuto a palavra “representar”, ou derivações dela. Quando se tratava de política, me pego pensando quando comecei a votar: será que tenho alguém que apoio e confio a tal certo ponto de me representar? Consigo achar um candidato que entregará tudo? Possivelmente não, mas parto para o desafio de fazer uma peneira nos que conheço ou ouvir falar para sondá-los em dar o meu voto. 

O horário eleitoral gratuito é um dos momentos da grade de programação de rádio e TV mais rejeitados e apontado como chato por grande parte das pessoas na minha percepção, mas paro a rotina alguns dias para poder assistir e ver quem está com  a oportunidade de me representar. E novamente me deixa mais confuso, principalmente os concorrentes aos cargos de legislativo, que neste ano são os deputados e senadores. 

Sinto que por uma cultura enraizada em nossa sociedade, os cargos de legislativo aparentam ser menos importantes para sabermos suas propostas e, para os candidatos que tentam se reeleger,  uma análise de seu mandato.  

Quando vejo o grande debate nas ruas sobre os candidatos concorrentes aos cargos do executivo e pouco escuto dos deputados, por exemplo, fico preocupado e quando pergunto para os amigos e também pessoas próximas, a resposta é de que ainda pensará em um candidato e que verá mais para frente – mesmo faltando menos de duas semanas para ir às urnas. 

Acredito que nessa reta final, os candidatos com melhor propaganda, maior números de placas espalhados pela cidade e com maior simpaticidade ganham votos. A hora de dar um voto de confiança se aproxima, é preciso ter cautela para depositar confiança e poder nas mãos de pessoas que influenciará e tomará decisões que respingará em mim e em todos.

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Por Bianca Morais

Belo Horizonte é conhecida internacionalmente como a capital dos bares, são aproximadamente 14 mil estabelecimentos espalhados pela cidade. Mineiro gosta de sentar em uma mesa de boteco, pedir uma cerveja gelada, com aquele petisco gostoso para acompanhar. 

Foi pensando nisso que em 1999, o produtor do programa Momento Gourmet da extinta Rádio Gerais, Eduardo Maya, junto ao João Guimarães, proprietário da emissora e Maria Eulália Araújo, gerente de marketing e comercial, resolveram criar um concurso entre os botecos da capital. 

Assim nasceu o “Comida di Buteco”, boteco com “u”, pois é o jeitinho mineiro de se referir a sua segunda casa. Logo em sua primeira edição no ano 2000, com somente 10 bares participantes, o evento foi um sucesso, com cerca de 5 mil votos e 30 mil pessoas que visitaram os bares participantes.  

Tido como o principal concurso do gênero no Brasil, o Comida di Buteco, além de ser uma experiência gastronômica para quem visita os bares e se delicia, é também um incentivador ao crescimento de pequenos negócios, levando a eles visibilidade.  

Em 2005, a Rádio Geraes chegou ao seu fim e o Comida di Buteco se transformou em uma empresa independente. Em 2008, o concurso passou a se expandir por todo o país, inicialmente no Rio de Janeiro, Goiânia e Salvador. Em 2010, já era um fenômeno que alcança mais cidades, no interior de minas em Ipatinga, Montes Claros, Poços de Caldas e Uberlândia, tomou também o estado de São Paulo em Campinas, Ribeirão Preto e Rio Preto.  

Atualmente, o concurso está presente em mais de 20 cidades brasileiras, depois de 2011 o evento chegou em Belém, Fortaleza, Juiz de fora, Manaus, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Vale do Aço, Aparecida de Goiânia e Florianópolis.  

Superação, Garra e Força 

Cantim Noir é um estabelecimento localizado na Avenida do Contorno, no Santa Efigênia, porém muito mais que um restaurante o Cantim D’or Nois é uma família. Ione Romualdo da Silva e o marido Israel Inácio Junior, criaram o lugar em abril de 2012, um bar que prometia ser muito além disso, seria um cantinho de aconchego, descontração, a casa do mineiro que remete a simplicidade. 

Vencedores do 3°lugar do Comida di Buteco em 2017 e 2021, o bar tem atrativos para vários públicos, conhecidos pelo melhor nhoque de Belo Horizonte, ganhou o concurso com seus deliciosos petiscos que atendem desde os carnívoros aos vegetarianos. 

Vegetariana há 32 anos, Ione, concorre com pratos compostos parte deles com carne e outra sem, tendo destaque pela criatividade e inclusão. Além disso, outro carro chefe do lugar são as massas italianas, os donos inclusive começaram na área gastronômica fabricando massas, na época, em 2011 eles buscaram os melhores processos e receitas, venderam muito no groupon e peixe urbano, no entanto, acabaram ganhando pouco e foi quando resolveram abrir o boteco. 

“O Cantim Noir nasceu do desemprego do meu marido, mas ao mesmo tempo nós buscamos talentos internos, toda garra, talento, fé e amor, sempre querendo oferecer o melhor”, conta Ione. 

O boteco começou na casa do casal, uma varanda grande com vista da cidade, um espaço rústico, onde se podia comer petiscos, beber uma cerveja gelada, um vinho, um chopp e comer uma massa italiana de primeira, com receitas de família. 

“É como se recebêssemos as pessoas na nossa casa. Tanto no antigo endereço, como no atual, queremos oferecer o melhor, uma boa experiência, que as pessoas saiam felizes, tudo isso supera o ganhar dinheiro”.  

Participar do Comida di Buteco sempre foi um sonho para o casal, que o perseguiu em 2014 e 2015 e quando venceram pela primeira vez em 2017 foi um marco em suas vidas.  

Durante a pandemia o Comida di Buteco apoiou os bares participantes, segundo Ione, os organizadores nunca deixaram de ligar e dar sugestões de como funcionar no isolamento, como trabalhar com o bar fechado e o funcionamento com delivery.  

“Mudamos para o novo ponto justamente na pandemia, pela distância do centro não teríamos chances, a gente já ficava escondido. Não foi fácil, nosso forte nunca foi delivery, mas contamos com o apoio da organização do concurso e também da dona do estabelecimento que nos poupou alguns aluguéis”, conta.   

O Comida di Buteco de 2021 foi uma redenção, o movimento voltou e o Cantim ainda garantiu o terceiro lugar. O Cantim Noir se nomeia gastrobar, porque não é apenas mesas postas em um restaurante, é uma energia descontraída, um local onde os clientes podem ir de bermuda e chinelo para tomar uma, ou de vestido para um jantar especial de dia dos namorados a luz de vela. 

“Somos versáteis, atendemos todos os públicos e qualquer pessoa que chegue na casa é bem-vinda. Nosso público é aquele que gosta de comida de qualidade, de sentar-se sem muvuca, independente da classe social”.  

Esse ano, o estabelicimento está concorrendo com o prato Solstício Mineiro do Cantim D’or Noir que é: Parte carne – mandioca na manteiga de garrafa com carne de sol e muçarela grelhadas ao forno. Parte vegetariana – mandioca na manteiga de garrafa e muçarela grelhadas ao forno.

Endereço:
Avenida do Contorno, 3588 | Santa Efigênia, Belo Horizonte – MG

Telefone:
(31) 9707-8090
(31) 98813-4760

Horário:
Terças, das 17h30 às 24h
Quartas, das 17h30 às 24h
Quintas, das 17h30 às 24h
Sextas, das 17h30 às 24h
Sábados, das 17h30 às 24h

Parque Municipal Americo Renne Giannetti

Espaços vão além do lazer e contribuem para a vida cultural e a diversidade zoobotânica na cidade

Por: Alexandre Pires dos Santos, André Vitor Barros de Souza, Érica Pena Miranda, Júlia Vilaça de Jesus, Juliana Carvalho de Faria, Leonardo Garcia Gimenez, Louryhaynnyer Counny Neri Marques, Luisa de Matos Resende Couto, Natália Leocádia Fernandes do Carmo, Thayla Araújo Nunes dos Santos.

Belo Horizonte possui 76 parques e nem todos apresentam o mesmo nível de manutenção, é o que diz a pesquisa realizada pelos estudantes de jornalismo do projeto de extensão Cobertura jornalística sobre o meio ambiente em BH.  Esses parques têm para a capital e seu entorno uma importância além do lazer, pois contribuem para a preservação da fauna, flora e recursos hídricos. São espaços favoráveis aos esportes e muito demandados para a realização de diferentes tipos de eventos, bem como servem para projetos na área de educação, saúde, cultura e turismo.

Apesar da seriedade do tema da preservação ambiental, muitos desses parques não recebem a devida atenção da Prefeitura, observando-se uma manutenção desigual. Eles estão assim distribuídos entre as nove regionais da cidade – 19 na Centro-Sul, 16 na Nordeste, 14 na Pampulha, 11 na Região Oeste, cinco em Venda Nova, cinco na Região Norte, quatro no Barreiro e apenas um na Região Leste e na Região Noroeste – mas a divisão da verba destinada a esses espaços é diferente.

A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB) tem a responsabilidade de gerenciar todos os parques municipais, além do Zoológico, Jardim Botânico, Aquário, quatro cemitérios municipais e os cinco Centros de Vivência Agroecológica (CEVAE) de Belo Horizonte. Seguindo a legislação municipal, a PBH estabelece por meio de leis/decretos/portarias a regulamentação de diversos serviços, como descrito na portaria FPMZB n 006 de 23 de Janeiro de 2021, que trata do orçamento previsto para o ano de 2021.

Promovendo a cultura

Ao longo de um ano, os parques recebem cerca de mil eventos, com diferentes atrações e públicos. A Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica também é responsável pela gestão e planejamento de projetos, especialmente quanto à normatização do uso dessas áreas para a realização de atividades culturais. De acordo com o site da PBH, existem ainda parcerias desenvolvidas com a iniciativa privada, instituições de ensino e outros órgãos públicos, suprindo carências da administração municipal e fortalecendo as ações.

Apenas no ano de 2018, as áreas gerenciadas pela Fundação receberam 948 eventos, que reuniram mais de 185 mil pessoas, sendo que cerca da metade desses acontecimentos tiveram finalidade social, ou seja, apresentações gratuitas como peças teatrais, exposições e shows. No entanto, de acordo com dados de 2014, publicados no site da PBH, não são igualmente distribuídos pela cidade, tendo sua concentração maior na Regional Centro-Sul, denominada a região com maior Índice de Qualidade de Vida Urbana (IQVU) do município.

Os projetos gerenciados são numerosos, abordam diversos gêneros de apresentações culturais, ampliando as oportunidades de lazer para a comunidade, mas apresentam problemas de distribuição geográfica, deixando clara a preferência pelos espaços localizados em bairros mais nobres da cidade, cujos parques, em decorrência disso, têm maior atenção da Fundação.

Parque das Mangabeiras – Divulgação

A situação requer atenção

É importante considerar que os impactos ambientais e sociais como produção de lixo, poluição sonora, engarrafamentos e dano ao patrimônio público, são vistos aos finais destes eventos. Além dessas questões, observa-se que grande parte dos parques não têm uma manutenção regular, necessitando de reformas, revitalização dos jardins, entre outros, como pode ser visto em algumas reportagens veiculadas nos últimos dois anos.

Em 2019, a Record TV Minas produziu uma matéria que informa que mais de 50 parques de Belo Horizonte estavam abandonados pelo poder público. A reportagem também acrescenta que a grande maioria das áreas verdes da cidade não eram frequentadas pelos usuários.

No mesmo ano, a Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, que pertence à Câmara Municipal de Belo Horizonte, apontou que a falta de segurança e o vandalismo eram evidentes no Parque Municipal Carlos de Faria Tavares, mais conhecido como Parque Vila Pinho, situado no Vale do Jatobá, na Região do Barreiro. À época, usuários do parque estiveram presentes na visita, e se queixaram da necessidade de cortar o mato alto, de podar as árvores, de contratar um vigia, de combater o consumo de drogas no local e também de reformar as estruturas esportivas. A matéria sobre a visita pode ser encontrada no site da Câmara Municipal de BH.

Ainda em 2019, uma matéria do portal Hoje Em Dia revelou que os parques de BH seriam monitorados, até o fim do ano, por mais de 300 câmeras de segurança, especialmente para combater o vandalismo e o tráfico de drogas nas 54 áreas verdes então abertas ao público na capital mineira. As inspeções ficariam sob responsabilidade de agentes da Câmara Municipal no Centro Integrado de Operações (COP-BH), que está localizado no bairro Buritis, na Região Oeste.

Parque Jacques Cousteau – Divulgação

Pesquisa elege os melhores e os piores parques de BH – conheça quais são eles

A cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, foi fundada e planejada pelo engenheiro e urbanista Aarão Reis em 12 de dezembro de 1897, com o objetivo de criar a cidade do futuro, devido à ideia de progresso que se instaurou em todo o Brasil do final do século XIX ao início do século XX, com a proclamação da república em 1889. Assim, é grande a presença dos parques na cidade.

Eles são de suma importância para a preservação ambiental, e por consequência, a manutenção da vida de diversas espécies da fauna e flora. Graças a esses ambientes, é possível encontrar biomas do Cerrado, Mata Atlântica, mais de 200 espécies animais e por volta de mil espécies vegetais, além de nascentes que abastecem os córregos da Bacia do Rio São Francisco, segundo a página da Fundação de Parques e Jardins. Além das áreas de natureza, os parques possuem uma estrutura propícia para as crianças se divertirem, como playgrounds, campos de futebol, áreas de lago, pistas de skate, entre outros.

Em uma pesquisa realizada pelos alunos de jornalismo do projeto de extensão Cobertura jornalística sobre o meio ambiente em BH, orientado pela professora Magda Santiago, a desigualdade de manutenção dessas áreas pode ser confirmada. O formulário, distribuído pela rede social WhatsApp, foi respondido por 15 belo-horizontinos que costumam frequentar as áreas de preservação, que elegeram os melhores e os piores parques da capital mineira.

Parque Serra do Curral – Divulgação

Segundo os dados apurados, 26,7% dos entrevistados declararam preferir o Parque Municipal Américo Renné Giannetti, 20% o Parque das Mangabeiras e 13,3% frequentam os parques da Serra do Curral e Ecológico das Águas. Dentre as razões que levam os respondentes a optar por essas reservas em detrimento de outras, está a proximidade de casa. A pesquisa apontou que 66,7% considera a distância como principal fator na escolha.

A segurança também é uma questão determinante, e a escolha dos piores parques de BH está diretamente ligada a este aspecto. Os parques Guilherme Lage, no bairro São Paulo; Maria do Socorro Moreira, no bairro Jardim Montanhês; e do Brejinho, no bairro São Francisco, figuram entre os que menos oferecem uma estrutura adequada, cuidado e proteção. Inclusive, já foram alvo de ocupações irregulares, vandalismo e uso de drogas ilícitas em seus espaços.

Os dados levantados pelas respostas ao formulário apontam que 80,1% dos entrevistados consideram necessárias melhorias nos banheiros, na manutenção dos jardins e no aumento de lixeiras, como as principais ações para atrair a visitação e, principalmente, para contribuir na preservação do meio ambiente em BH.

Parque que foi lixão por 20 anos em BH vira tema de websérie

O Parque Jacques Cousteau, localizado no bairro Betânia, na Região Oeste de Belo Horizonte, foi tema de uma websérie lançada em janeiro de 2021. A área, que foi utilizada como um lixão durante 20 anos, desde 1971 é um espaço para ser aproveitado por turistas e belorizontinos, transformado em um ambiente acolhedor para quem o visita.

A websérie foi roteirizada, filmada, fotografada e produzida por Lilian Nunes e Chico de Paula, que disponibilizaram o acesso gratuito ao material no portal Coreto. As informações foram divulgadas em uma entrevista ao portal do jornal Hoje Em Dia.

 

Principal Mercado de Belo Horizonte une tradição, contemporaneidade

e encanta turistas por sua singularidade

 

Por Sabrina Gutierrez dos Santos (texto e fotos)

O Mercado mais conhecido de Minas Gerais retomou as suas atividades após o período mais crítico da pandemia, confirmando a sua vocação turística, com uma visitação que cresce a cada dia e segue no enorme espaço, onde produtos variados e de qualidade atendem a todos os gostos.

História

Belo Horizonte tinha apenas 32 anos quando o prefeito Cristiano Machado resolveu reunir, em um só local, os produtos destinados ao abastecimento dos 47 mil habitantes da jovem cidade. Foi assim que o Mercado Central nasceu, no dia 7 de setembro de 1929, unindo as feiras da Praça da Estação e da atual Praça da Rodoviária. Em um terreno com 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares, foram reunidos todos os feirantes, centralizando o abastecimento da população.

Nos 14 mil metros quadrados do terreno descoberto, circundando as carroças que transportavam os produtos, as barracas de madeira se enfileiravam para a venda de alimentos. Seus corredores guardam grandes memórias e muitas histórias, segundo o site oficial do Mercado Central, que também traz outras informações.

O Mercado funcionou até 1964, com atividade intensa, quando o prefeito da época, Jorge Carone, resolveu vender o terreno, alegando impossibilidade de administrar os estabelecimentos. Para impedir o fechamento do Mercado, os comerciantes se organizaram, criaram uma cooperativa e compraram o imóvel da Prefeitura. No entanto, teriam que construir um galpão coberto na área total do loteamento no prazo de cinco anos; se não conseguissem, precisariam devolver a área à Prefeitura.

Há duas semanas do fim do prazo dado pela Prefeitura, ainda faltava o fechamento da área. Foi então que os irmãos Osvaldo, Vicente e Milton de Araújo decidiram acreditar no empreendimento e investiram no projeto. Foram contratadas quatro construtoras, ficando cada uma responsável por uma lateral, para que o galpão pudesse ser fechado no tempo estabelecido. Ao fim do prazo, os 14 mil metros quadrados de terreno estavam totalmente cercados. Os associados, com seu empreendedorismo e entusiasmo, viram seus esforços recompensados.

Melhorias com o passar do tempo

Rai Amorim, que trabalha numa das lanchonetes mais tradicionais do espaço, há mais de 30 anos no local, diz que “o Mercado se especializou nesses últimos anos e a administração tem a limpeza como grande foco, porque antigamente as pessoas só viam o mercado como sujo, hoje em dia não, é bem profissional essa questão e a da segurança. Antigamente era barraca ao ar livre e chovia, era muito barro, aí tinha um lamaçal. A partir da década de 1970, com a construção do prédio galpão, a principal mudança foi essa organização. Como o Mercado é uma associação, os próprios comerciantes têm poder de voto, têm um conselho, então a administração está sempre conectada aos lojistas”.

Bem-organizado e com a participação ativa dos proprietários das lojas, a cada dia, ao longo dos anos, o Mercado Central ampliou suas atividades, expandindo seus negócios. Enquanto isso, se transformava em um núcleo não só de produtos alimentícios, mas também de artesanato, tornando-se um dos principais pontos turísticos da cidade e um dos locais mais queridos dos belorizontinos. Com 210 funcionários na administração, limpeza, estacionamento e segurança, o Mercado tem hoje 25.460 metros quadrados de área construída e 420 vagas rotativas no estacionamento.

Atualmente, com mais de nove décadas de vida, representante marcante da cultura mineira, o Mercado Central possui mais de 400 estabelecimentos, com artigos para animais, artesanato, padarias, açougues, restaurantes, hortifrutis, entre outros tipos de mercadorias. Oferece serviço de informações bilíngue, via site e no próprio local, e atrai diariamente milhares de visitantes de todos os lugares do Brasil e do mundo.

As mudanças com a pandemia

Em março de 2020 Belo Horizonte entrou em lockdown devido à pandemia da Covid-19 que se propagou pelo Brasil, causando mais de 600 mil mortes no país e 22,2 milhões de infectados até dezembro de 2021. Com isso, muitas lojas do Mercado Central ficaram fechadas durante o período de isolamento na cidade, que durou por volta de nove meses, e vários lojistas tiveram que trabalhar com aplicativos e delivery.

Segundo o jornal Diário do Comércio, antes da pandemia passavam no Mercado, por dia, 31 mil pessoas. Já no fim de semana a quantidade era maior, por volta de 58 mil visitantes. Hoje esse número foi reduzido, são 25 mil pessoas diárias e 31 mil nos finais de semana, mas com a reabertura das lojas a perspectiva é de que a frequência volte a subir.

Quando o comércio começou a retornar, de maneira gradual, em maio de 2021, com 10% da ocupação, vários bares localizados no Mercado tiveram que colocar mesas e cadeiras para fora do estabelecimento, garantindo a segurança tanto dos clientes quanto dos funcionários, por conta do distanciamento social. Além disso, novos hábitos foram adotados durante a pandemia, como o uso constante do álcool em gel e das máscaras.

Rai Amorim, na entrevista concedida ao jornal Contramão, também contou que “a nossa ordem foi começar a fazer o delivery ano passado (2020), que a pandemia estava menos controlada, o pessoal não tinha se vacinado ainda. O Mercado tinha restrição de 300 pessoas por vez, só podia entrar quando saia alguém, então foi um período bem difícil, sem movimento, mas era necessário, acho que conseguimos administrar bem essa crise”.

Mas, mesmo com o retorno da totalidade das suas atividades, funcionado com 100% da sua capacidade desde agosto de 2021, o Mercado ainda não retomou a mesma frequência de público do período anterior à pandemia. A funcionária Raquel Joana, que trabalha numa das padarias do local, aberta há cinco anos, relata: “o que eu senti de mudança foi o fluxo de pessoas. A gente veio do isolamento, como estava tudo fechado, a gente teve muita dificuldade em questão de venda, as vendas caíram bastante, a gente não podia deixar os produtos expostos, não podia deixar os clientes se alimentarem aqui dentro”. Ela explica que, com a flexibilidade, o público aumentou e que os lojistas criaram boas expectativas em relação às vendas de Natal.

Quanto ao público, o Mercado continua agradando, segundo comentam diversos frequentadores. Andrélia Moreira, aposentada, comenta que “além de oferecerem a segurança necessária para o público, posso tomar uma cervejinha e comer jiló; esse clima que tem aqui, de mineiridade, de descontração, de interior, é muito bom para fazer amizades. Gosto muito do Mercado porque tem mercadoria direto da roça, mas na verdade venho mais pra comer um bom tira gosto e beber”.

Fernanda de Araújo, cabelereira e maquiadora, diz que “o Mercado não é famoso só pela localização, mas também pela qualidade e por essa energia que ele tem, sabe? Gostosa, de interior. Quando entrei aqui pela primeira vez fiquei louca. Eu gosto de tudo, a peixaria, o atendimento, os temperos, as castanhas, tudo é muito bom, difícil escolher uma coisa só”.

Mesmo após o período mais complicado da pandemia da Covid-19, o Mercado Central continua surpreendendo com os cuidados com a segurança, o bom atendimento e os produtos diversificados. O Mercado mantém a sua essência e, em breve, deverá retomar o antigo número de visitantes, seguindo como um ponto turístico privilegiado no centro da cidade, que agrada a todos os gostos.

Para completar 

Os alunos da Unidade Curricular Desenho e Produção de Som desenvolveram um material audiovisial sobre o Mercado Central. A produção conta com entrevistas e muitas curiosidades sobre o local, confira no link.