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Câncer de Mama

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A partir do dia 28 de outubro, a Clínica Integrada em Atenção à Saúde em Nutrição da Una Guajajaras, promoverá palestras em torno de debates sobre o câncer de mama e próstata. 

Por Keven Souza

A nutricionista Júnea Regina Pires Drews e a professora Natália Soares Figueiredo serão as anfitriãs das ações que irão acontecer semanalmente durante às quintas-feiras na parte da manhã de forma online. Além das palestras, haverá momentos híbridos a partir de alguns encontros presenciais no Espaço Itambé ‘Cozinha Escola’ no Mercado Central, seguindo todos os protocolos de segurança da Covid-19, a fim de promover a degustação de alimentos entorno da culinária saudável que converge para a auxiliar na prevenção do câncer e salientar uma vida salubre com menos fatores de risco. Os interessados deverão se inscrever através do site oficial da Una, através de um formulário que permite selecionar dia e horário disponível em que desejam participar.

O Outubro Rosa e o Novembro Azul são campanhas que fazem parte do “calendário colorido” usado como ferramenta para disseminar informações relacionadas às questões de saúde da população, a partir da associação de cores e meses na mente das pessoas. Ainda que este calendário não seja oficial, estabelecendo uma regra sobre a cor de cada mês, ele existe e tem o intuito de conscientizar a sociedade acerca da prevenção de inúmeras doenças ou alertar sobre movimentos e causas importantes, além de abrir um espaço de debate sobre elas. 

Outubro Rosa

No mês de outubro, a celebração acontece em volta da campanha que está entre as mais bem-sucedidas em termos de divulgação nacional e em todo o mundo, dedicada à conscientização do câncer de mama, o Outubro Rosa. Um movimento que carrega a cor do laço rosa, começou nos Estados Unidos, a partir da década de 1990, onde vários Estados promoviam ações sobre a doença e a importância do autocuidado. 

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres. É também a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil e sua incidência, e a mortalidade tende a crescer progressivamente a partir dos 40 anos. 

Novembro Azul

Já a campanha do Novembro Azul, é bastante conhecida por tratar do combate ao câncer de próstata e o diagnóstico tardio. Um movimento que carrega a cor azul e o traz promocionalmente o bigode como símbolo da campanha, surgiu na Austrália, em 2013, a princípio chamado de Movember, com o intuito de prevenir o câncer de próstata, o tipo mais comum entre os homens. Hoje, além da próstata, outras doenças como o câncer de testículo, depressão masculina, cultivo da saúde do homem, entre outros, são debatidos na campanha. 

Este câncer, é a causa de morte de 28,6% da população masculina que desenvolve neoplasias malignas, segundo o  Instituto Nacional de Câncer (INCA). No Brasil, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata, de acordo os dados mais recentes do instituto.

Venha participar!

De acordo com as campanhas e os dados, Júnea Regina Pires Drews, nutricionista e uma das responsáveis pela organização das palestras, explica que, a participação das pessoas é de vital importância para a conter a falta de informação relacionada ao corpo e à saúde, bem como a prevenção dos câncer de mama e próstata.  “A cada ano os novos casos de câncer só aumentam e nesse decorrer os hábitos alimentares da população só piora, por isso, mais do que nunca, é imprescindível abordar a prevenção que envolve desde a preocupação com os exames preventivos, até mesmo a mudança de estilo de vida que atinge a alimentação dessas pessoas. Procuramos através das oficinas e palestras conscientizar a sociedade quanto a isso e oferecer opções de alimentação de fácil preparo e que atuem na prevenção do câncer”, diz a nutricionista.

 

Para participar acesse o site disponível ou o Instagram oficial da Una. 

Mercado Central de Belo Horizonte

Av. Augusto de Lima, 744 – Centro, Belo Horizonte.

(31) 3274-9434

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Por Daniela Reis 

Um diagnóstico que muitas vezes assusta e amedronta. Uma doença que interfere no corpo e na autoestima da mulher. O câncer de mama é uma doença que atinge mulheres de diferentes faixas etárias e que tem outubro como o mês destinado à sua conscientização. Hoje o Contramão traz uma matéria especial com dados e entrevistas que mostram que é possível vencer essa enfermidade. 

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) no triênio 2020/2022 devem ser diagnosticados mais de 66,2 mil casos de câncer de mama no Brasil. No ano de 2018 ocorreram 2,1 milhões de novos diagnósticos no mundo, o equivalente a 11,6% de todos os cânceres estimados. 

A doença acomete pacientes do sexo feminino e masculino, porém é muito mais incidente entre as mulheres e ocupa a primeira posição em mortalidade por câncer entre pacientes do sexo feminino no país, com taxa de mortalidade ajustada (que mede os riscos em termos percentuais) por idade, pela população mundial. Para 2019, de 14,23 por 100 mil habitantes. As maiores taxas de incidência e de mortalidade estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Mesmo com números tão elevados de mortalidade, a médica ginecologista e integrante do corpo clínico da Rede Consultar, Nathalie Fantoni, explica que o diagnóstico precoce é um fator que contribui muito para a recuperação. “Quanto mais cedo identificamos um problema de saúde, maiores são as chances de cura e mais simples são os tratamentos necessários. Por isso, é importante que os exames de rastreio sejam realizados. Os exames de rotina não evitam o câncer de mama, mas evitam que, uma vez que a doença ocorra, ela cause ainda mais complicações de saúde”.

Ainda de acordo com Fantoni, o câncer é uma doença multifatorial e seu surgimento está relacionado a fatores genéticos, ambientais e fisiológicos. “Maus hábitos como tabagismo, falta de atividade física e ingestão regular de álcool estão associados ao maior risco dessa doença no geral. Especificamente no câncer de mama, outros fatores de risco são: idade, menarca precoce, menopausa tardia, não ter tido filhos, exposição à radiação, terapia de reposição hormonal, obesidade e história familiar”, ressalta

Apesar de, mais de 70% dos diagnósticos acontecerem em mulheres na faixa etária dos 50 anos, a médica alerta que mulheres jovens também podem sofrer com a doença, é  importante o autoexame e os controles periódicos com o(a) médico(a) ginecologista. “Por isso é essencial conhecer o próprio corpo e passar por exame clínico periódico mesmo antes dessa idade”. Ela salienta que em pacientes mais novas os exames de imagem só serão solicitados se houver sintomas. “Não há rastreamento previsto para mulheres jovens sem fatores de risco e com exame físico normal”, finaliza. 

 

Sintomas

É importante que todas as mulheres conheçam o próprio corpo e realizem o autoexame para verificação de alguma anormalidade nas mamas e também visitar seu médico uma vez ao ano. “A consulta de rotina com o ginecologista deve ser anual, para passar por exame clínico e tirar dúvidas. A coleta do preventivo e a solicitação de mamografia serão feitos de acordo com a periodicidade dos protocolos do Ministério da Saúde, mas a consulta é fundamental”.

Cada tipo de câncer de mama manifesta diferentes tipos de sintomas, que variam de paciente para paciente. Mas segundo a médica os mais comuns são: nódulo duro, irregular e geralmente indolor, saída de secreção espontânea do mamilo (se a paciente não estiver amamentando), alteração da pele da mama ou do mamilo e inversão do mamilo.

Mulheres que possuem casos na família também devem ficar alertas. “Familiares de primeiro grau do sexo feminino com câncer de mama é fator de risco. Se houver algum parente homem com câncer de mama na família, é considerado fator de risco em qualquer grau de parentesco. Nesses casos, o acompanhamento médico deve ser mais criterioso e o rastreio é iniciado mais precocemente”, completa a ginecologista Nathalie Fantoni.

 

Histórias que inspiram

Apesar do susto do diagnóstico e da rotina pesada de tratamentos invasivos, é possível encarar o câncer de maneira mais leve e confiante, como mostram Roberta Albuquerque e Liosdete Bonaccelli. Ambas dividiram conosco as suas histórias para inspirar outras mulheres. 

 

Roberta Albuquerque 

A luta de Roberta começou em 2016, quando ela foi diagnosticada com carcinoma lobular invasivo, o segundo tipo mais comum de câncer de mama. “A notícia foi uma bomba. E embora a doença seja assustadora, o que mais me preocupava era meu filho portador de necessidades muito especiais. Autismo severo e síndrome de down, altamente dependente de mim pra tudo! Naturalmente qualquer mãe em uma situação como essa se apavora”, conta.

A falta de uma rede de apoio para auxiliar Roberta com o filho, fez com que ela adiasse o tratamento. “Tive que internar meu filho em uma clínica, visto que, eu não tenho família em BH. Mas só o fiz depois de fazer uma criteriosa pesquisa. Durante 5 meses, com um tumor enorme, enfim encontrei o local. Então eu já podia fazer minha cirurgia tranquilamente”.

Ela fez a retirada total das duas mamas, cirurgia denominada mastectomia radical e logo depois iniciou o tratamento. “Fiz o procedimento nas duas mamas, embora o tumor estivesse apenas em uma, eu não queria correr o risco de ter que passar por tudo novamente. Iniciei logo em seguida o tratamento, quimioterapia e depois radioterapia”, explica.

A maior preocupação era como mãe, Roberta pedia a Deus por sua vida, ela não queria partir e deixar seu filho especial sem suporte e sem o amor materno. Mesmo sendo especial, o garoto não tinha problemas sérios de saúde, porém na mesma semana em que ela perdeu todo o cabelo, consequência comum nos tratamentos de câncer, seu filho partiu do plano físico para o espiritual. 

Sem a família por perto, ela recebeu apoio à distância de seus entes queridos e explica a importância de se sentir amada em um momento tão difícil. E ao perguntar de onde ela tira tanta força a resposta é: “Deus! E a certeza de que ninguém vai embora antes da hora. Acordar com saúde é um privilégio negado a muitos”.  

O câncer ainda a assombra, ela continua sua luta de cabeça erguida e acreditando sempre no melhor. E quis compartilhar conosco um texto que ela postou no ano de 2020 em suas redes sociais e que diz traduzir o sentimento dela em relação à doença. 

“O câncer me ensinou que momentos valem ouro, que nosso corpo é nosso templo, que a vida pode ser curta e que não podemos depender de ninguém pra ser feliz. 

O câncer me ensinou o lugar das coisas, das pessoas e o meu lugar no mundo. 

Me ensinou a gostar das coisas simples, me deu um lugar de fala e de pertencimento. 

Não virei Santa e nem mais sábia, sou apenas alguém que entendeu a oportunidade que lhe foi dada, sendo assim, eu vivo com exagero toda minha simplicidade… A vida é o agora!”

 

Liosdete Bonaccelli

O diagnóstico de Liosdete aconteceu em janeiro de 2021. A descoberta veio através de um exame de mamografia após ela sentir uma coceira insistente na auréola de uma de suas mamas. “Eu recebi o resultado do exame e dia 13 tive certeza absoluta com a confirmação do médico. Descobri o câncer através de uma coceira que tive na auréola do meu seio esquerdo. Como já havia feito mamografia no início de 2020 e não havia dado nenhum nódulo, resolvi, então, pedir uma nova mamografia a minha Endocrinologista, pois o médico ginecologista havia dito que eu tinha feito uma mamografia no início do ano, e não me deu novo pedido”, explica. 

Ela conta que na sua família há anos atrás duas primas também sofreram com o câncer de mama e que havia informado isso à técnica que realizou uma das suas mamografias, mas que mesmo assim a profissional não deu importância a esse fator e nem as manchas que acusaram no seu exame. Então, quando o médico lhe deu o diagnóstico, não houve espanto. “Para mim, não foi uma coisa assustadora. Não chorei e também não me desesperei, o médico até perguntou “Não está surpresa?” Eu disse: Não, porque eu estava suspeitando, por causa da coceira e meu cabelo estava caindo. Pensei comigo “Agora é cuidar, seguir em frente e colocar nas mãos de Deus.” Pois na vida, nada acontece por acaso. A minha preocupação era em comunicar a minha família, pois perdi um sobrinho no mesmo dia que descobri o câncer”.

Segundo Liosdete, a parte mais dolorosa de tudo isso é o tratamento de quimioterapia. “A quimioterapia que enfraquece, que transforma você em um ser sem vida. As injeções que são em veias invisíveis, praticamente. O enfraquecimento das pernas, a dor estomacal, a perda do olfato e do paladar, um pouco de perda de memória, fora o cansaço físico”, afirma.

O tratamento doloroso influencia muito na rotina de pacientes e com Liosdete não foi diferente. Ela que tinha paixão por cozinhar, parou de preparar suas delícias, pois não aguentava sequer o cheiro da comida. Também parou com o curso que fazia e até atividades prazerosas foram prejudicadas. “Com a colocação do cateter não posso fazer natação ou hidroginástica, que era um dos objetivos para esse ano. Já não saio mais de casa, por medo de contrair doenças oportunistas, pois a imunidade com o tratamento fica muito baixa. Ainda peguei covid-19 através de visitas que vieram em minha casa e infelizmente estavam contaminadas”.

Mas, as mudanças não são apenas negativas. A doença trouxe uma nova visão de vida. “Me vejo hoje, uma pessoa melhor a cada dia. Me sinto uma pessoa mais perseverante, mais independente, com uma nova visão da vida, tipo: não deixe para amanhã o que pode fazer hoje, me apeguei mais aos amigos e procurei aqueles que há muito não via. Coloquei a família, irmãos, primos, sogra, cunhadas(os) em segundo lugar e em primeiro lugar veio a minha saúde que nunca deixei de cuidar, mesmo na pandemia, faço meus exames frequentes. Então, a vida me ensinou que nós devemos viver, sermos mais humanos, mais amigos, mais chegados, ter mais fé, confiar mais em Deus e acreditar que tudo passa”, ressalta

E com essa energia positiva ela deixa um recado: “Eu diria que, na vida, enquanto pessoas, estamos sujeitos a tudo e a todo tipo de doença. Mas, não devemos colocar obstáculos na nossa frente pois tudo passa. Devemos erguer a cabeça e continuar porque ainda que venham as dores do tratamento, somos mais do que vitoriosas e não devemos desistir. Devemos pensar na família, se tivermos filhos, nos filhos. E que essa experiência só nos faz melhores seres humanos. Que olhem para dentro de si e vejam a força que existe em cada uma de nós. Eu ainda estou fazendo tratamento, e depois de passar pela quimioterapia vejo como eu fui, através da minha dor, e talvez até do meu egoísmo, em pensar só em mim, em desistir, o quanto fui covarde. Vendo nos olhos de quem me ama como família e amigos, o choro da sinceridade com que eles me abraçavam e choravam por mim. Então, eu só digo: Não desistam. Essa é uma luta de todas nós, com gosto de vitória”.

 

 

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Por Bianca Morais

Em comemoração ao mês das mães, o Contramão produziu uma série de matérias muito especiais e hoje é dia da história de Roberta e Brenda, mãe e filha que são inseparáveis e passaram por um processo de superação depois que uma delas descobriu o câncer. 

Brenda Ferraz Leal Lucas tem 24 anos e a mãe Roberta Ferraz Lucas, 47. Roberta engravidou muito jovem e foi mãe solo, por isso, criou vínculo bem próximo e intenso com a filha. A Brenda, segundo palavras da própria mãe, é uma garota com qualidades ímpares e o que mais admira nela é a força e a lealdade.

A relação das duas vai além da materna. “Trabalhamos juntas, estudamos juntas e saímos juntas. Eu sempre brinco com isto, estava difícil achar uma boa amiga, então eu fiz uma”, diz a mãe.

Brenda e Roberta – arquivo pessoal

Quando se formou no ensino médio, Brenda demorou cerca de um ano para decidir qual instituição de ensinoescolher. Roberta, como mãe e amiga, sempre aconselhou a filha escolher para sua vida o que ela realmente ama. E foi com os sábios conselhos dela que a jovem ingressou no curso de Direito no Centro Universitário Una.

“Escolhi a Una e com toda certeza foi uma das melhores escolhas da minha vida. Sou fã n°1 de todo o corpo docente e a maior prova é que levei o grande amor da minha vida para a faculdade”, explica Brenda.

Já se percebe que o termo “inseparáveis” para essa dupla não é uma mera forma de falar. Sim, no auge dos seus 43 anos, influenciada pela filha e mais disposta do que nunca, Roberta também resolveu ingressar no curso de Psicologia. “Sempre estudei muito sobre o assunto, nos livros, através de vídeos na internet, sou uma apaixonada por Freud. Foi quando minha filha me disse: vá buscar o seu diploma, duvido que alguém já estudou mais sobre Psicologia que você”.

E foi assim que a insistente Brenda conseguiu convencer a mãe a estudar na mesma instituição. 

“Minha filha é uma apaixonada pela Una, assim que entrou ficou fazendo a minha cabeça para entrar também. Falou tanto que resolvi ir ver, deixei claro que só faria se fosse psicologia, não tinha o curso. Por incrível que pareça dentro de 10 dias a Una lançou o curso. Óbvio que ela não iria perder a chance de me cobrar novamente, então entrei”. 

Não existe dúvidas que quando algo é para ser, assim será. E foi o destino que se encarregou de colocar mãe e filha nos mesmos corredores da faculdade com um propósito que apenas algum tempo depois elas entenderiam.

Arquivo pessoal

No quarto período da faculdade, Roberta foi diagnosticada com câncer de mama, um dos momentos mais difíceis de sua vida. “Meu mundo caiu, mas sou uma daquelas pessoas que não desiste nunca. Em vez de pensar: Por que eu?  Pensei: Por que não eu? Passada uma semana já estava pronta para encarar a batalha”, relembra.

Mãe é aquela que protege e cuida do seu filho. Que dá a vida por ele se necessário. Em determinadas situações, no entanto, a mãe passa por problemas na vida que não consegue tomar o controle da situação, e certamente elas não se sentem confortáveis com isso. 

Roberta contou à nossa reportagem que teve um dos piores tipos de câncer, o inflamatório e triplo negativo, o médico disse que apenas 30% sobreviviam, e o mais surpreendente é em nenhum momento seu maior medo foi a doença ou o tratamento, esse ela garante que conseguiu levar de forma tranquila, principalmente por fazer psicologia e acreditar muito no poder da mente. 

Na hora em que recebeu a notícia do câncer a sua maior preocupação era “Como iria morrer e deixar a Brenda? Esse foi o meu medo, deixar minha filha”.

Em um primeiro instante, a filha apenas tinha ido ao médico para acompanhar a mãe. “O primeiro médico falou que era apenas uma mastite, a gente iria aproveitar o dia para comprar um óculos. O médico vira e diz: “Tenho uma péssima notícia, é câncer”, relata Roberta.

Para Brenda, o momento da descoberta foi a pior dor que já sentiu na vida, no segundo ela entendeu que teria que ser a pessoa mais forte do mundo para estar ao lado da mãe. Roberta relata que a filha teve uma reação incrível e inimaginável. “Ela pegou o telefone e começou as ligações para marcar exames, desconheço alguém mais forte que Brenda”.

Existem horas na vida de um filho que ele se vê na responsabilidade de inverter o papel com a mãe ou o pai. Brenda é jovem, jamais havia cogitado que sua mãe, aquela mulher que lhe ensinou a ser forte e dona si, poderia ser vítima de uma doença tão triste, mas entendeu que precisava tomar o controle da situação e estar ali para quem sempre lutou por ela. “Naquele momento eu só não queria que ela sofresse. Tentei evitar tudo que pudesse machucá-la”.

Roberta e Brenda são carne e unha. Nas palavras de Brenda “é como se fosse uma parte de mim fora de mim. Só me sinto completa ao lado dela”. No decorrer de toda a trajetória do tratamento do câncer uma deu força a outra, as duas levavam os livros para as sessões de quimioterapia e estudavam juntas, a mãe passando mal nas aulas e a filha sempre nos corredores a apoiando. 

Roberta cogitou parar os estudos pois tinha medo de continuar à toa. “E se eu morresse? Mas logo mudei de ideia, eu iria viver, meus professores e amigos da Una foram fantásticos, os meus professores e os professores da Brenda. Tive total apoio”.

Arquivo Pessoal

Duas fortalezas, uma não deixou a outra desmoronar. Brenda estava no seu 5° período de Direito e carrega consigo o dever de ser inabalável. “Eu realmente precisava ser forte como a minha mãe para poder estar sempre apoiando. Nessa época, o mundo parou para mim, tudo girava em torno de ser forte e de protegê-la”. E a mãe, por mais que estivesse batalhando pela vida, jamais baixou a guarda, “Tive que me fazer forte para não a ver cair”.

A relação mãe e filha ganha uma dimensão fora do comum quando se trata dessas duas. A forma como uma nunca deixou a outra desistir e a importância do apoio da filha foi fundamental para que a mãe não perdesse as esperanças. “Não teria conseguido sem ela”, afirma Roberta.

Durante a rotina do tratamento, Roberta relata não ter tido muitos problemas. “Estudei, trabalhei de uma forma mais lenta, mas consegui fazer tudo. Brenda nunca arredou o pé de perto de mim”. Juntas as duas passaram por momentos de muita batalha, foi a filha que cortou os cabelos da mãe. “Foi um momento tenso, mas aproveitamos para fazer vários cortes”. Uma fortalecia a outra, e conseguiam enxergar mesmo nesse período tão puxado uma luz de possibilidades.

O momento da cura foi para as duas o mais marcante do caminho que traçaram juntas. “O dia que a médica, a nossa Dra. Fernandinha, disse que deu tudo certo, foi um dia mágico, um dos dias mais felizes da minha vida”, relembra Brenda.

Roberta sempre foi uma mulher de garra, e a positividade foi um dos elementos que a ajudou na luta contra o cancer. “Hoje eu tenho a certeza da morte, antes nem parava para imaginar isto. Tendo a certeza da morte, você vive mais. Quando a morte para de ser algo distante, você entende a necessidade do agora. Você aprende a curtir momentos simples, cafés, abraços. E toma consciência da finitude”. 

Para Roberta, a filha é seu maior orgulho. “Consegui deixar uma boa pessoa para o mundo, ela irá fazer a diferença”, orgulha-se a mãe.

Para Brenda, a mãe é sinônimo de vida, se orgulha da força e coragem que vê diariamente nela. “Eu sou eternamente grata a Deus por ter me escolhido para ser filha de uma mulher tão fantástica e excepcional. Nunca consegui expressar em palavras meu amor e admiração, mas espero poder demonstrar com gestos ao longo da minha vida. Todos vão dizer que tem a melhor mãe do mundo… Eu tenho a mãe, a irmã, a amiga, a conselheira, tudo isso na mesma pessoa”.

 

Edição: Daniela Reis

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A fim de conscientizar mulheres sobre a importância da prevenção do câncer de mama, uma caçamba de rejeitos de construção rosa, foi instalada na terça-feira, 18, próximo a lanchonete, Xodó, na Praça da Liberdade, região Centro Sul de Belo Horizonte.

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Caçamba rosa instalada na Praça da Liberdade – Foto: Isabela Castro

A caçamba pertence a empresa Central Locações e segundo a gerente administrativo, Graziele Tavares, a iniciativa é da própria empresa e começou em outubro de 2015, e devido ao resultado positivo dos clientes e da população, decidiram que iam manter para este ano. “A ideia surgiu como uma forma de apoio ao Outubro Rosa e conseqüentemente nos tornar mais um veículo de alerta à população para uma causa tão nobre.”, explica.

Além desta caçamba, foram instaladas outras na praça da Assembléia, na Savassi e outra em frente a Fundação Dom Cabral, porém, de acordo com as normas da PBH, as caçambas não podem ficar por muito tempo no mesmo local, então, eles vão estar sempre remanejando a posição delas, até o fim da campanha.

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Central Locações promove a campanha “Outubro Rosa” – Foto: Divulgação/Facebook

Ela conta também, que eles promovem a campanha “Novembro Azul”, que é para a prevenção do câncer de próstata, outro mal que atinge muitos homens pelo mundo. “Estamos abertos a novas ideias e projetos que girem em torno de causas como essas.”, comenta.  

O Palácio da Liberdade e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), também estão promovendo a campanha, acendendo uma luz rosa ao anoitecer.

A campanha “Outubro Rosa”, que é comemorada todos os anos, desde a década de 1990, tem como objetivo conscientizar as mulheres do câncer de mama. Um mal que é comum entre as mulheres do mundo todo. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), espera-se para 2016, 57.960 novos casos de câncer, 840 a mais que o último ano.

Texto: Amanda Eduarda

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Renata

 

Tatuadora Mineira Renata Espinelly lança projeto para resgatar a auto estima de mulheres que passaram por mastectomia e para homens transexuais. A tatuadora oferecerá duas tatuagens por mês, gratuitamente para aqueles que desejam cobrir marcas deixadas pelas cirurgias.

Questionada sobre a criação do projeto, a jovem informou que sempre teve o interesse de ajudar as pessoas através do seu trabalho. “Com a chegada do outubro  rosa, resolvi criar um projeto que atendesse a todas as mulheres que passaram pela mastectomia e a homens transexuais que passaram ou estão passando por um processo de mudança.”, explica Espinelly.

Segundo ela, o projeto não tem um período para encerramento, “Buscarei atender o máximo de pessoas”. Para que o projeto seja realizado, a artista tem disponibilidade de tatuar até duas pessoas gratuitamente por mês, mas para isso, o cliente deve apresentar o laudo de liberação do médico para realizar o procedimento.

Ela reforça ainda que a tatuagem é para cobrir a cicatriz da cirurgia de mastectomia, e que cicatrizes por conta de implante de silicone estético não atendem o requisito da tatuadora .

Quem tiver o interesse pode entrar em contato através do telefone (31) 98494.5788 ou pelo e-mail [email protected]

Por Amanda Aparecida

Fotos: Arquivo pessoal de Renata Espinelly 

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A cada ano vem aumentando a adesão ao movimento mundial “Outubro Rosa”, que visa chamar atenção, diretamente, para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e, apesar de também atingir os homens, as mulheres, acima de 35 anos, são o principal alvo.
Por isso, durante todo o mês de outubro ocorrem campanhas de conscientização, espera-se com o movimento ampliar a compreensão sobre desafios do controle de câncer mama. Controle esse, que não depende apenas da realização da mamografia, mas também do acesso ao diagnóstico e ao tratamento com qualidade e no tempo oportuno. Ressalta-se ainda a necessidade de se realizar ações ao longo de todo o ano e não apenas no mês de outubro.

O nome da campanha remete à cor do laço que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades: o rosa. Durante o período, monumentos por todo o país se iluminam com essa mesma cor.

Os eixos da campanha são:

  • Divulgar informações gerais sobre câncer de mama.
  • Promover o conhecimento e estimular a postura de atenção das mulheres em relação às suas mamas e à necessidade de investigação oportuna das alterações suspeitas (Estratégia de Conscientização).
  • Informar sobre as recomendações nacionais para o rastreamento e os benefícios e os riscos da mamografia de rotina, possibilitando que a mulher tenha mais segurança para decidir sobre a realização do exame.

Dito isso o Jornal Contramão realizou uma entrevista com a médica Oncologista da ONCOMED-BH, Dra. Letícia Carvalho Neuenschwander.

Qual a importância da campanha?
Outubro Rosa é uma campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção. Neste mês em especial para que as mulheres que se preocupem com a prevenção e cuidados com a saúde, para que seja feito o diagnostico precoce da doença, caso houver. E conscientizar a sociedade do alto índice de incidentes do câncer de mama.

A partir de qual idade pode se fazer o exame?
A primeira mamografia pode ser feita a partir dos 35 anos, já a partir dos 40 que ocorre o índice de surgimento da doença. Caso haja histórico na família de câncer o ginecologista e oncologista pode pedir para que realizem antes desta idade predeterminada.

Qual a periodicidade para a realização do exame?
Anualmente, mas dependendo da paciente é solicitado o acompanhamento desse exame a cada dois anos.

Como é o tratamento?
Ao descobrir o nódulo inicialmente é feita a cirurgia para a retirada do mesmo, após a cirurgia é avaliado pela equipe de oncologia que ira determinar o tipo de tratamento especifico e necessário para a paciente. Podendo ser inicialmente quimioterapia, radioterapia e tratamento hormonal.

Você indicaria o tratamento pela rede particular ou pública?
O tratamento é igual em todas elas. Porém há uma grande luta e esforço para que seja mais acessível o diagnostico e o tratamento pela rede publica. Nem sempre o SUS tem os medicamentos para as mulheres que estão passando por esse tratamento.

Como é a reação das pacientes e como você lida com isso?
Inicialmente a reação das pacientes e de susto, e de um preconceito de que a doença é letal e o tratamento não ira funcionar. Tenho uma longa conversa com minhas pacientes para conscientiza-las, e mudar a opinião do não curável e que existe tratamento e que ele funciona. Após entenderem isso elas encaram a realidade e se esforçam ao máximo no tratamento.

Há algum grupo de apoio as mulheres que estão passando por esse momento?
Sim, há vários grupos espalhados em BH e dão apoio psicológico, psicoterapêutico por ONGs. Um desses grupos e que eu indico a minhas pacientes é o Perola de Minas que tem como fundadora a Ana Carolina Calabró que foi, e é minha paciente.

Quanto tempo demora o tratamento?
O tratamento varia de mulher para mulher. Pois depende a que ponto o tumor é descoberto. Um exemplo é que quando um tumor descoberto no inicio a quimioterapia pode demora de 6 meses a um ano, a radioterapia de 6 meses á um ano e o tratamento hormonal 10 anos, nesse caso o tratamento hormonal é um preventivo também para que o câncer não volte.

Por Amanda Aparecida