Na última terça-feira (25), a capital mineira recepcionou no Cine-Theatro Brasil Vallourec a primeira apresentação do projeto Première Minas, com apoio da Casa do Jornalista e do CEC – Centro de Estudo Cinematográfico -, que se dedica ao lançamento de filmes autorais. O intuito é ser um evento mensal, com objetivo de exibir filmes de curta, longa-metragem e séries. Na abertura do evento, o filme escolhido foi “Bar Relicário – Filme-tributo a Hélio Zolini” do cineasta Fábio Carvalho.
O Centro também está usando o espetáculo para chamar as pessoas para participarem do Amigos do CEC, que são compostas por membros associados e todos que se envolvem, contribuindo para a manutenção da entidade e assim, mantendo a cultura e aprendizado para os próximos que irão à Casa.
Elenco principal de “TTLMT” recebendo o principal prêmio da noite, o melhor filme do ano (Patrick T. Fallon/AFP)
Aconteceu no último domingo (12) em Los Angeles a 95ª edição do Oscar, principal premiação do cinema.
Por Gustavo Meira
“Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” foi o grande vencedor da noite, levando sete das 11 estatuetas que concorria. São eles: Melhor Filme, Direção, Atriz, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Roteiro Original e Montagem.
Além de fazer história no Oscar, o filme se tornou o mais premiado da história do cinema, conquistando 165 prêmios nesta temporada. Antes da premiação, o longa já tinha acumulado 158. O recorde pertencia ao longa “Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei”, que detém 101 prêmios.
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo acompanha Evelyn Wang, uma mulher de meia-idade que emigrou da China, deixando os seus pais para trás para seguir o sonho americano com o marido, Waymond. Os dois abriram uma lavandaria, por cima da qual vivem com a filha, Joy, a primeira geração da família a crescer nos EUA. Em um dia atribulado, ela é arrastada para uma aventura multiversal, onde precisa salvar o mundo ao explorar outros universos conectados com a vida que ela poderia ter vivido.
foto: redes sociais
Os diretores, Daniel Kwan e Daniel Scheinert, levaram o prêmio de “Melhor Direção’’. Em seu discurso, Scheinert agradece aos pais e menciona aceitação com uma declaração a favor do movimento LGBTQIA+.
Daniel Kwan e Daniel Scheinert levando o prêmio do Oscar. foto: redes sociais
Michelle Yeoh levou a estatueta de ‘’Melhor Atriz’’, aos 60 anos e fez história por ser a primeira asiática vencendo na categoria. Com um discurso de esperança e de possibilidade de concretização de sonhos, Yeoh lembrou que as pessoas não podem ditar limites de idade para as realizações de terceiros. “As mães são super heroínas e, sem elas, ninguém estaria aqui”.
Foto: Oscar divulgação
Outros destaques:
O longa “Nada de Novo no Front” ganhou em quatro categorias: Melhor Filme Internacional, Direção de Arte, Fotografia e Trilha Sonora Original.Brendan Fraser marcou seu retorno à Hollywood com “A Baleia” e ganhou como ‘’Melhor Ator’’. O filme também venceu na categoria de Cabelo e Maquiagem.
interpretação do ator no filme ‘’Baleia’’. foto: redes sociais
Guillermo del Toro venceu na categoria ‘’Melhor Animação’’ por “Pinóquio”, em que usou a técnica stop-motion para dar vida à uma nova versão do boneco de madeira.
Filmes como “Os Banshees de Inisherin”, “Os Fabelmans”, “Elvis” e “Tár”, que concorriam em várias categorias, não levaram nenhuma estatueta e saíram de mãos vazias da premiação.
Rihanna no Oscar
Acompanhada de uma orquestra, Rihanna fez uma performance emocionante ao cantar ‘’Lift Me Up’’, indicada na categoria como ‘’Canção Original’’, trilha sonora de ‘’Pantera Negra: Wakanda Para Sempre’’, homenageando o ator Chadwick Boseman, que interpretou o protagonista da história e faleceu em 2020. O Filme venceu na categoria ” Melhor Figurino”.
foto: redes sociais
Lady Gaga no Oscar
Lady Gaga apresentou a canção ‘’Hold My Hand’’ no palco, que estava indicada na categoria ‘’Canção Original’’ do filme Top Gun: Maverick. O que chamou a atenção foi a cantora cantando sem maquiagem, de camisa preta, jeans rasgado e um all star, totalmente diferente da forma em que chegou na premiação, com um Versace e corpete transparente. A cantora foi bastante elogiada pela humanização e sensibilidade da performance.
Apresentação de Lady Gaga no Oscar. Foto: getty images
Vencedores Oscar 2023
Melhor Filme
Nada de Novo no Front
Avatar: O Caminho da Água
Os Banshees de Inisherin
Elvis
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (VENCEDOR)
Os Fabelmans
Tár
Top Gun: Maverick
Triângulo da Tristeza
Women Talking
Melhor Edição
Todd Field (Tár)
Dan Kwan e Daniel Scheinert (Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo) (VENCEDORES)
Martin McDonagh (Os Banshees de Inisherin)
Ruben Ostlund (Triângulo da Tristeza)
Steven Spielberg (Os Fabelmans)
Melhor Atriz
Cate Blanchett, Tár
Ana de Armas, Blonde
Andrea Riseborough, To Leslie
Michelle Williams, Os Fabelmans
Michelle Yeoh, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (VENCEDORA)
Melhor Ator
Austin Butler, Elvis Colin Farrell, Os Banshees de Inisherin Brendan Fraser, The Whale (VENCEDOR) Paul Mescal, Aftersun Bill Nighy, Living
Melhor Ator Coadjuvante
Brendan Gleeson, Os Banshees de Inisherin
Brian Tyree Henry, Passagem
Judd Hirsch, Os Fabelmans
Barry Keoghan, Os Banshees de Inisherin
Ke Huy Quan, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (VENCEDOR)
Melhor Atriz Coadjuvante
Angela Bassett, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
Hong Chau, The Whale
Kerry Condon, Os Banshees de Inisherin
Jamie Lee Curtis, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (VENCEDOR)
Stephanie Hsu, Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
Melhor Filme Internacional
Alemanha, Nada de Novo no Front (VENCEDOR) Argentina, Argentina, 1985 Bélgica, Close Polônia, EO Irlanda, The Quiet Girl
Melhor Roteiro Adaptado
Nada de Novo no Front
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
Living
Top Gun: Maverick
Women Talking (VENCEDOR)
Melhor Roteiro Original
Os Banshees de Inisherin
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (VENCEDOR)
Os Fabelmans
Tár
Triângulo da Tristeza
Melhor Figurino
Babylon
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (VENCEDOR)
Elvis
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
Sra. Harris Vai a Paris
Melhor Trilha Sonora
Nada de Novo no Front (VENCEDOR)
Babylon
Os Banshees de Inisherin
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo
Os Fabelmans
Melhor Animação
Pinóquio de Guillermo del Toro (VENCEDOR)
Marcel the Shell With Shoes On
Gato de Botas 2: O Último Pedido
A Fera do Mar
Red: Crescer é uma Fera
Melhor Curta-metragem Em Live Action
An Irish Goodbye (VENCEDOR)
Ivalu
Le Pupille
Night Ride
The Red Suitcase
Melhor Animação Em Curta Metragem
The Boy, the Mole, the Fox and the Horse (VENCEDOR) The Flying Sailor
Ice Merchants
My Year of Dicks
An Ostrich Told Me the World is Fake and I Think I Believe It
Melhor Documentário
All That Breathes
All the Beauty and the Bloodshed
Fire of Love
A House Made of Splinters
Navalny (VENCEDOR)
Melhor Documentário de Curta-metragem
The Elephant Whisperers (VENCEDOR)
Haulout
How Do You Measure a Year?
The Martha Mitchell Effect
Stranger at the Gate
Melhor Som
Nada de Novo no Front
Avatar: O Caminho da Água
The Batman
Elvis
Top Gun: Maverick (VENCEDOR)
Melhor Canção Original
Lift Me Up (Pantera Negra: Wakanda Para Sempre)
This Is a Life (Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo)
Foto da classe de todos os indicados a edição 95 do Oscar (Richard Harbaugh/A.M.P.A.S)
Por Lucas Matheus
O grande vencedor da noite é Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, filme do estúdio A24 que, além do grande vencedor, conseguiu ganhar na categoria de melhor ator e maquiagem, ambas com A baleia. Banshees de Inisherin e Elvis saem como os grandes azarados da noite, mesmo após campanha gigantesca da Warner para Elvis, no caso.
A HISTÓRIA FOI FEITA
Conforme foi dito anteriormente, as sete estatuetas conquistadas por “TTLMT” foram a de melhor montagem, melhor roteiro original, atriz coadjuvante, ator coadjuvante, atriz principal, direção e melhor filme. As premiações fizeram jus a grande inovação, ao ritmo contagiante e tudo isso, com um orçamento baixíssimo.
Os dois Daniel’s ganharam com muito mérito o prêmio de direção. O baixo orçamento foi superado pela criatividade e por um elenco incrível, que já havia ganhado o prêmio de elenco pelo SAG, sindicato dos atores. Yeoh é perfeita e é a condutora da história e quem entra na trama soma e atua brilhantemente bem. Os prêmios foram muito merecidos.
Elenco principal de “TTLMT” recebendo o principal prêmio da noite, o melhor filme do ano (Patrick T. Fallon/AFP)
OS ESNOBADOS
Os Banshees de Inisherin, do ótimo Martin McDonagh, saiu de mão abanando em 2023. O filme foi indicado em 9 categorias diferentes e perdeu em todas. As derrotas mais sentidas são a de roteiro original, atriz coadjuvante, ator coadjuvante. Kerry Condon, Brendan Gleeson e Barry Keoghan foram geniais, mas não foi suficiente para academia, embora o filme tenha ido super bem no BAFTA, a academia britânica de cinema.
Os Banshees de Inisherin conta a história de dois amigos de longa data que entra em crise após Colm (Brendan Gleeson) decidir acabar a amizade com Pádraic (Colin Farrell) (FOTO: Searchlight Pictures)
Elvis também foi esnobado. A Warner fez uma baita campanha, investiu bastante em várias salas e até onde tinha favoritismo, o grupo estadunidense perdeu. Perdeu em maquiagem para “A Baleia”, algo impensável semana passada, mas sem dúvida nenhuma, a mais sentida foi a derrota de Austin Butler para Brendan Fraser, irei falar em seguida sobre.
O GRANDE DERROTADO
Sem dúvidas, Austin Butler é o grande derrotado da noite. Não me leve a mal, o problema não é com Brendan Fraser, ele foi brilhante no papel. Austin apenas deu azar, competiu no ano errado, contra um papel brilhante de Fraser e que também tinha toda uma narrativa por trás e nem com forte campanha da Warner, Butler conseguiu ganhar.
Foram três anos se preparando, muita preparação e não foi suficiente para a academia. Austin Butler elevou o nível e fez muito melhor que Rami Malek quando ganhou a categoria de melhor ator por Bohemian Rhapsody.
Austin Butler no tapete vermelho do Oscar 95 (LEXIE MORELAND/BILLBOARD)
OUTROS GANHADORES DA NOITE
Nada de novo no Front ganhou melhor filme internacional, fotografia, trilha sonora e design de produção. Quem ganha muito com isso é a Netflix, que teve seu nome exaltado no palco da premiação e muita busca em seu catálogo pelo filme. Jamie Lee Curtis até que enfim ganhou uma indicação ao Oscar e, de primeira, conseguiu sua estatueta, algo muito vibrado pela plateia presente.
Edward Berger, diretor do filme Nada de novo no Front, teve seu microfone cortado após 40 segundos de discurso (REUTERS/CARLOS BARRIA)
A 95ª edição acontece no dia 12 de março em Los Angeles
Por Gustavo Meira
O Oscar (The Academy Awards ou The Oscars) é a mais famosa premiação de cinema que existe no mundo. Essa é a premiação de cinema mais antiga em vigor, criada em 1927, e sua função é premiar as melhores produções cinematográficas. Atualmente, é o evento mais importante do cinema mundial. Milhões de pessoas em todo o mundo assistem a premiação pela televisão e internet. Somente os membros da Academia, podem votar nas categorias do Oscar, e existem critérios para cada categoria.
Brasil no Oscar
O Brasil já teve indicados em algumas categorias, mas nunca trouxe nenhuma estatueta.
O ‘’Pagador de Promessas’’ (1963), ‘’O Quatrilho’’ (1996), ‘’O que é isso, Companheiro?’’ (1998) e ‘‘Central do Brasil’’ (1999) foram produções brasileiras indicadas na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
‘’Cidade de Deus” (2004) e ‘’O Beijo da Mulher-Aranha’’ (1986) foram as produções brasileiras com mais indicações em uma edição de Oscar: quatro indicações cada.
Dadinho, um dos protagonistas do filme – foto: redes sociais
Fernanda Montenegro disputou o Oscar de 1999, na categoria de Melhor Atriz, por sua atuação em Central do Brasil.
Uma das cenas mais lembradas do Central do Brasil – foto: redes sociais
‘’Democracia em Vertigem’’ foi indicado ao prêmio de Melhor Documentário, na edição de 2020.
Marte Um: filme mineiro que foi indicado
O drama retrata a história de uma família negra da periferia de Contagem, em Minas Gerais, que busca seguir seus sonhos em um país que acaba de eleger como presidente um homem de extrema-direita.
O filme estava inscrito e habilitado a concorrer na categoria Melhor Filme Internacional. Pela primeira vez, a eleição foi realizada em duas etapas. Na primeira etapa, seis filmes foram selecionados. Na segunda, em setembro, Marte Um saiu vencedor. A Academia anunciou dia 21 de fevereiro a lista com 15 pré-indicados na categoria, o longa mineiro ficou de fora.
O filme foi dirigido por Gabriel Martins e produzido pela Filmes de Plástico. foto: Filmes de Plástico
Indicados ao Oscar 2023
Melhor filme:
Avatar: O caminho da água
Elvis
Entre Mulheres
Nada de Novo no Front
Os Fabelmans
Os Banshees de Inisherin
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Tár
Top Gun: Maverick
Triângulo da Tristeza
Melhor atriz
Ana de Armas, por Blonde
Andrea Riseborough, por To Leslie
Cate Blanchett, por Tár
Michelle Williams, por Os Fablemans
Michelle Yeoh, por Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Melhor ator
Austin Butler, por Elvis
Bill Nighy, por Living
Brendan Fraser, por A Baleia
Colin Farrell, por Os Banshees de Inisherin
Paul Mescal, por Aftersun
Melhor filme internacional
A Menina Silenciosa – Irlanda
Argentina, 1985 – Argentina
Close – Bélgica/França/Holanda
Eo – Polônia
Nada de Novo no Front – Alemanha
Melhor documentário
All That Breathes
All the Beauty and the Bloodshed
A House Made of Splinters
Navalny
Vulcões: A Tragédia de Katia e Maurice Krafft
Rihanna no Oscar 2023
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou que a cantora Rihanna se apresentará no Oscar 2023, levando a música do Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, “Lift Me Up”, uma das indicadas ao prêmio de Melhor Canção Original.
Rihanna na sua última apresentação, no intervalo do Super Bowl 2023
Produção cinematográfica chega aos grandes telões a partir desta quinta-feira
Por Keven Souza
No dia 03 de novembro, as salas de cinemas de todo o Brasil abrem as portas para receber a estreia do filme “Kevin”. Amantes do audiovisual nacional que residem em Belo Horizonte poderão assistir a pré-estreia do longa-metragem no Una Cine Belas Artes, que é um dos últimos cinemas de rua da cidade, através da compra de ingressos pelo site ou pela bilheteria do cinema.
O documentário “Kevin” diz respeito à amizade, ao qual narra o reencontro da diretora com sua amiga ugandense, Kevin Adweko, abordando questões como sororidade, relações interraciais e a posição da mulher. Ele é produzido pela Bukaya Filmes, em coprodução com Anavilhana e Vaca Amarela Filmes, e com distribuição nacional da Embaúba Filmes.
O filme é uma obra de arte dirigida e estrelada pela roteirista e diretora, Joana Oliveira, que trabalha na área audiovisual desde 1999 e possui curtas que já foram exibidos em vários festivais internacionais, como o Festival Internacional de Cine de Huesca (Espanha), e no Brasil em festivais como a Mostra de Cinema de Tiradentes.
Imagens de divulgação – Filme: Kevin
Hoje, o Contramão traz um bate-papo com Joana, que relembra como foi a construção do documentário, bem como sua carreira no cinema, e diz como está a expectativa para o lançamento nesta quinta-feira. Confira!
Joana, como começou sua carreira no cinema? Você sempre soube que seria cineasta?
Eu sempre gostei muito de assistir a filmes. Desde pequena adorava ir ao cinema ou à locadora de vídeo escolher os filmes para assistir no fim de semana. Era um barato levar as fitas VHS para casa! Mas, nunca tinha imaginado estudar cinema porque não havia cursos de graduação em Belo Horizonte. Fiz vestibular no final de 1995 e não havia Enem, ou seja, um vestibular unificado para todo o Brasil. Não pensava em sair da cidade. Porém, quando comecei a fazer Comunicação Social, vi que eu poderia ingressar no mundo do cinema e comecei a trabalhar em produções, que eram muito poucas, em Belo Horizonte. Trabalhei em um curta e um longa-metragem e decidi que era o que queria fazer da vida.
Em 2002, fui estudar Direção de Cinema no curso regular da Escuela Internacional de Cine y TV de San Antonio de Los Baños, Cuba, onde consegui uma bolsa da própria escola para uma parte do custo e outra do governo brasileiro para a outra parte.
Divulgação: Filme Kevin
Qual foi o momento em que passou a entender que havia um mercado audiovisual esperando seus filmes?
Logo que fiz meu primeiro vídeo experimental na faculdade de Comunicação, entendi que havia muitas pessoas que assistiam a curtas-metragens. O vídeo foi selecionado para alguns festivais, inclusive o VideoBrasil que é um grande festival de arte digital e para a Mostra de Cinema de Tiradentes. Então, percebi que as pessoas tinham interesse na arte que eu estava começando a produzir. Foi um grande impulso para eu seguir em frente e ir estudar cinema.
Você imaginava ter produções cinematográficas notadas pelos grandes festivais nacionais e internacionais de cinema?
Na verdade, o que queria era inventar histórias e produzi-las! Claro que eu queria que o maior número de pessoas assistisse, mas não imaginava que meu trabalho viajaria para tantos lugares!
Divulgação: Kevin – Filme
Falando agora do documentário, de onde ele nasce?
O documentário nasce da minha vontade de rever a Kevin e ter um projeto em conjunto com ela. Sobretudo, a vontade era de celebrar a amizade! A minha amizade com ela, claro, mas também de colocar no centro de um filme a amizade entre mulheres que é um tema tão pouco retratado no cinema. Além disso, ele existe para celebrar a sororidade! “Kevin” é um filme feminista, antirracista e que promove o encontro.
Explique como foi gravar metade do filme em Uganda e outra parte em Belo Horizonte. Houve dificuldades de locomoção, língua ou cultura?
O esforço de produção que houve é realmente incrível porque não tínhamos tanto dinheiro para viajar com equipe, para ficar tanto tempo na Uganda, etc. A Luana Melgaço, produtora do filme, é muito experiente e conseguiu muitos bons acordos de produção. E o filme existe também porque a Kevin se envolveu na produção, uma vez que ela nos recebeu maravilhosamente. Foi ela quem procurou um lugar para que toda a equipe ficasse, foi ela que nos apresentou tudo. Uma coisa é você receber sua amiga. Outra coisa é você receber uma equipe de filmagem que vem com ela – risos. Ela facilitou tudo. Mas realmente foi um desafio filmar em outro país!
Entretanto, o filme é sobre minha amizade com a Kevin, então, por mais que estivéssemos na Uganda, não era um filme sobre a Uganda. Eu não conseguiria fazer um filme sobre um país que tinha acabado de chegar e não conhecia profundamente. Então, me concentrei na Kevin, que lidou com a equipe super bem. Ela é um talento natural e eu estava ali para e por ela. Filmamos de acordo com a agenda que ela estabeleceu e deu certo.
Você e Kevin Adweko são as protagonistas do documentário. Como se deu essa amizade? Você sabia que seriam amigas?
A Kevin diz que a gente se aproximou porque queríamos muito rir e nos divertir. A Alemanha, que foi onde nos conhecemos, é um país muito sério. Especificamente o lugar da Alemanha onde estávamos. Nos aproximamos de forma muito espontânea e divertida, conversando depois das aulas de alemão.
O que é legal é que não tinha a menor ideia se conseguiríamos ou não manter a amizade. Muitas relações se perdem no tempo. A internet em 1999 era ainda algo de acesso restrito. Nós nos escrevíamos cartas longas e e-mails extensos. Mas, houve muitos momentos que ficamos bastante tempo sem conversar. Em 2005, eu fiz um intercâmbio entre a minha escola de cinema em Cuba e a Alemanha. Esse momento de reencontro com a Kevin ao vivo depois de 6 anos foi muito emocionante. Acho que aí eu percebi que a amizade iria perdurar.
É a primeira vez que o filme “Kevin” estreia em salas de cinemas, qual sua expectativa para o lançamento?
Kevin, na verdade, estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes do ano passado. Também ganhou uma menção honrosa do júri do festival FEMINA deste ano. Mas, todas essas exibições foram feitas online. Agora, é a estreia do filme presencial no Brasil nos cinemas comerciais. Eu nunca tive um filme que entrou em cartaz nas salas de cinema e isso é muito emocionante! Na terça-feira, dia 01 de novembro, em Belo Horizonte, haverá uma pré-estreia em que Kevin estará presente. É muita emoção envolvida!
Para o público que irá assistir “Kevin” nesta quinta-feira, o que você diria?
Kevin é um filme sobre o encontro. E, depois de tanto tempo em que estivemos separados das pessoas por causa da Covid-19, celebrar o encontro e a amizade é de extrema importância!
Assista o trailer de “Kevin”
Sinopse – É a primeira vez que Joana, brasileira, visita Kevin, na Uganda (África). Elas se conheceram há 20 anos, quando estudaram juntas na Alemanha, e faz muito tempo que não se veem. A partir desse encontro, o filme tece a fina trama que é uma conversa entre duas amigas: as histórias do passado, os desejos, os caminhos trilhados, os diferentes modos de encarar os desdobramentos da vida. Disso ressurge um elo de amor e parceria que resiste à distância e ao tempo.
A obra cinematográfica é pŕe-indicada ao Oscar 2022 e será exibida no último cinema de rua de BH
Por Keven Souza
A partir de hoje, dia 28, em Belo Horizonte (MG), o Una Cine Belas Artes abre suas salas de cinema para receber uma das grandes produções dirigidas pelo diretor Ahmir Questlove Thompson, o documentário “Summer of Soul”. O longa-metragem chega ao espaço cultural com intuito de trazer uma experiência estética que liga o passado e o presente da indústria musical negra estadunidense. Para os amantes de cinema de rua, a produção mostra o lendário Harlem Cultural Festival de 1969, que reuniu nomes como Nina Simone, Gladys Knight, Stevie Wonder, B.B. King e tantas outras personalidades.
Em cartaz, “Summer of Soul” estará disponível nas sessões de 16h10 e 18h20, das terças aos domingos, durante os meses de fevereiro e março. Os ingressos variam de 12 reais a 30 reais – estudantes UNA e UFMG possuem 50% de desconto no valor da entrada. E para retirar é só ir até a bilheteria local ou comprar online através do site do Una Cine Belas Artes.
“Summer of Soul” foi lançado em julho de 2021, nos Estados Unidos (EUA), com duração de 1h 50min e classificação para maiores de 18 anos. Produzido em grande parte por imagens que ficaram ocultas do Harlem Cultural Festival de 1969, a obra celebra a cultura afro-americana nos diferentes aspectos da música negra, trazendo shows históricos e entrevistas atuais para revelar as circunstâncias daquela época.
Apesar de sua estreia ter sido no passado, o documentário tem sido relevante para promover discussões acerca do racismo estrutural em solo americano. Isso porque, sua realização retrata o ofuscamento das conquistas e da cultura negra em um festival que reuniu aproximadamente 300 mil pessoas em Nova York. E hoje, após cinco décadas, o público tem a chance de ter uma imersão histórica, além de identificação social, com a música afro-americana trago pela produção.
Una Cine Belas Artes
Localizado no coração do bairro de Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte, o cinema possui um público diverso e fiel, que encanta frequentadores há mais de 30 anos, com seu espaço de café e livraria, além de três salas de cinema, como ponto de encontro para prosear ou manter uma conversa casual.
Endereço: R. Gonçalves Dias, 1581- Belo Horizonte/MG
Funcionamento: De terça a domingo (fechado às segunda-feiras)
Telefone: (31) 3252-7232
Para garantir o seu ingresso, acesse o site ou retire na bilheteria local.