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cromossomo 21

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Por Bianca Morais 

Hoje é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data foi criada pela Down Sydrome Internacional em 2006, e escolhida pelo fato de 21/03 representar a singularidade da triplicação (trissomia) do cromossomo 21, que causa está ocorrência genética.  

As pessoas portadoras da síndrome possuem necessidades especiais, mas nada que impeça ela de fazer qualquer coisa, incluindo o acesso à educação. Hoje, o Contramão traz uma entrevista com um bom exemplo de que é possível sim, fazer uma faculdade com down. Letícia Gaspar é estudante do curso de Jornalismo do Centro Universitário Una, ela cursa o 3° período.  

Letícia é exemplo de inclusão e diversidade. Confira. 

Por que você escolheu o curso de Jornalismo?

Escolhi jornalismo porque tenho habilidades em desenvolver textos e outras capacitações em exercícios de fala. Possuo muita oralidade em falar com as pessoas e costumo falar pausadamente. Procuro prestar atenção a todos os acontecimentos que ocorrem ao meu redor. Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de cursar jornalismo na faculdade Una. 

Como tem sido a sua trajetória na faculdade?

Essa trajetória tem sido com bons resultados e trabalhos bem elaborados de acordo com os professores e colegas de classe, dentro do esperado que eu pretendia exercer enquanto aluna e pessoa. Sou uma estudante que tenho muita vontade de estudar e aprender mais. 

Em qual área você tem vontade de atuar?

Eu pretendo atuar em televisão, na Rede Globo. Nas diversas áreas que envolvam o serviço de jornalista de jornal local, regional ou nacional. 

O que você se sentiu ao pisar a primeira vez na faculdade?

Me senti muito agraciada por viver esse momento de extrema alegria, amor e esperança. Pensava que realmente esse dia custaria muito a chegar, mas chegou rápido e foi muito bom. 

Como tem sido a sua adaptação na faculdade?

A minha adaptação está sendo bem gradual, estou dividindo parte dessa tensão com meus pais, com os colegas, e com todos os professores do curso. E tem sido muito eficiente. 

Você tem tido apoio dos professores e colegas do curso?

Sim, apoio incondicional em diversas situações com as quais exerço dentro e fora da faculdade. 

  O que você mais gosta em estar em uma faculdade? 

O que eu mais gosto na faculdade é a hora do intervalo, pois é um momento mais descontraído com os meus colegas de turma, gosto da universidade e contato com todos. 

Qual a diferença que você enxerga do ensino que você recebia na escola para o da faculdade?

A diferença é que na escola nós temos uma maior rigidez de horário, enquanto na faculdade podemos ter uma liberdade maior escolhendo as nossas matérias, fazendo os nossos horários, e estudando nas horas vagas. 

Em algum momento você sentiu algum medo ou receio ao começar essa nova jornada na sua vida?

Sim, um dia antes de entrar para o primeiro dia, me senti insegura para fazer novas amizades e conseguir aprender todos os conteúdos que antes eu captava pelo online. Pedi conselhos para a minha família que me ajudou a fazer esse meio de campo. Assim, fui tendo mais confiança em entrar para a aula, e com a ajuda da minha mãe, que assistiu comigo a primeira aula da professora Daniela, o meu processo de aprendizagem em sala de aula e meu relacionamento com os colegas foi muito melhor. 

Como seus pais te apoiaram nessa nova fase?

Eles estavam conscientes de que eu deveria exercer uma profissão e me apoiaram bastante desde o online até o presencial, e sabiam que era isso que eu queria. 

Você sente alguma barreira sendo uma pessoa deficiente na faculdade?

Nenhuma, sou a única portadora da Síndrome de Down na UNA, e isso não me impede de estudar em uma faculdade de extrema importância na área de educação. Me sinto capaz de entender os diversos e variados assuntos que fazem parte do meu conhecimento em áreas de extremo desafio, fazendo minha formação com seriedade e inovação. 

Você acha que a faculdade poderia fazer algum tipo de adaptação para facilitar o acesso das pessoas PCD?

A faculdade já tem um setor, o NAPI, que ajuda as pessoas com deficiência, e pode estar sempre escutando todos os alunos da faculdade para trazer novas melhorias através de novas ideias. 

Qual conselho que você daria as pessoas com Síndrome de Down para que vençam o medo e entrem na faculdade?

O conselho que eu daria é para que as pessoas tenham persistência, otimismo, esperança e muita força de vontade, porque todos podem e tem direito de estudar aquilo que desejam, todos nós somos capazes de enfrentar qualquer tipo de desafio e isso é muito bom para ampliar os nossos horizontes.