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Dra Izabela Reis, médica da família, conversou com a equipe do Contramão

Por Jéssica Oliveira

A pandemia do novo Coronavírus fez com que o número de pacientes internados aumentasse a ponto de sobrecarregar o sistema de saúde brasileiro, com o número de casos subindo diariamente e os casos de óbito que já ultrapassam 45 mil, locais com maior risco de contaminação. No entanto, os médicos, que estão na linha de frente na luta contra a COVID-19 afirmam que a procura por atendimento em casos crônicos ou atendimento de urgência diminuiu significativamente, em razão do risco de contágio.

Porém, a endocrinologista e médica da família, Izabela Reis, explica que em caso de doenças crônicas ou de sintomas incomuns e inesperados de outras enfermidades é necessário o acompanhamento regular e até mesmo a busca por atendimento em unidades de urgência. A medica também nos conta sobre os perigos da automedicação. Confira a entrevista completa com a prossional da saúde.

Qual a orientação para pessoas que fazem acompanhamento médico por doenças crônicas como problema de pressão e diabetes?

Portadores de doenças crônicas são considerados de risco para complicações provenientes da infecção pela COVID-19. Portanto, estes pacientes devem estar com a doença sob controle. Ou seja, devem manter o uso das medicações de forma regular como prescrito pelo médico e aliar à alimentação saudável. Sempre que possível, devem aferir a pressão arterial (caso possua aparelho em casa) e a glicemia capilar para acompanhar os níveis de açúcar. Se estes parâmetros estiverem fora dos valores normais e caso tenham dúvidas ou aparecerem outros sintomas, devem entrar em contato com o médico responsável.

Caso seja necessário uma consulta, e esta ocorra de forma presencial, o paciente deve assegurar de que há restrição do número de pessoas circulantes naquele local e ter todos os cuidados básicos como uso de máscara, evitar levar acompanhantes, manter distância de dois metros de outra pessoa e lavagem das mãos. É importante ressaltar que o CFM (Conselho Federal de Medicina) autorizou a Teleconsulta, ou seja o Médico está autorizado a realizar consultas via internet, sendo uma excelente opção neste momento para a segurança de todos. O que não pode é este paciente ficar com sua patologia fora de controle.

Quais as consequências de um paciente que se automedica e adia um diagnóstico, ao invés de procurar um hospital por receio de se expor ao risco da Covid?

A automedicação é perigosa, pois podem surgir efeitos colaterais indesejáveis, além do risco de mascarar sintomas que possam se manifestar para um diagnóstico médico correto. Não podemos esquecer que além do COVID-19, todas as outras doenças continuam existindo e devemos cuidá-las para evitar o possível agravamento e para não piorar ainda mais a superlotação hospitalar neste momento de pandemia. Caso o paciente apresente sintomas que coloquem sua vida em risco, deve procurar um serviço de Pronto Atendimento, caso contrário deve procurar um agendamento ambulatorial ou procurar o posto de saúde mais próximo para a orientação correta.

Até que ponto é adequado evitar ir ao hospital nessa pandemia?

Deve-se evitar sim ir ao hospital durante a pandemia desde que não esteja em risco iminente de morte ou não tenha alterações dos sinais vitais. Quando for possível aguardar uma consulta agendada, este é o melhor caminho. Então “o que são sinais vitais”? São os indicadores das funções que nos mantém vivos como frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial e temperatura. Por exemplo, queda importante ou aumento excessivo da frequência cardíaca mesmo que em repouso; dor no peito; dificuldade para respirar; pressão arterial alterada mesmo com uso de medicação regular; febre alta refratária aos antitérmicos; e perda da consciência são motivos para procurar um Pronto Atendimento. Lembrando que traumas e fraturas também não devem postergar uma avaliação médica imediata

Com a estrutura das unidades básicas de saúde, qual suporte elas podem dar ao paciente evitando o contato com o hospital?
A estrutura de cada unidade básica varia de região para região. Algumas mais equipadas possuem medicações básicas orais, venosas e até mesmo exames disponíveis, outras possuem somente o médico e/ou enfermeiro, que sozinhos não conseguem tirar ninguém de uma situação de risco iminente à vida. Mas de modo geral o acompanhamento de doenças crônicas, crises hipertensivas, dores leves a moderadas, febre leve a moderada, diarréias, amigdalites, otites são patologias bem guiadas pela Unidade básica de saúde.

Um paciente que suspeita estar com Coronavírus deve recorrer ao hospital assim que perceber os sintomas?

Não. O paciente com suspeita de COVID-19 deve permanecer em casa fazendo repouso em isolamento. Só deve procurar o Hospital caso tenha falta de ar, febre que não melhore após uso de medicação e alteração do nível de consciência. Devemos lembrar que estamos numa época do ano favorável à outras doenças respiratórias, o paciente pode não estar contaminado pelo novo Coronavírus e acabar contraindo numa ida indevida ao Hospital. Outro ponto importante é que ainda não temos tratamento para a COVID-19, então não adianta correr para o hospital caso o paciente tenha somente sintomas leves.

 

Lembra-se: É indispensável o uso de máscara, a higienização constante das mãos com água e sabão ou álcool em gel, trocar de roupa e tomar banho imediatamente ao retornar para a casa e higienizar objetos como óculos e celular.

 

 

*A entrevista foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis.

Recém-operados devem redobrar os cuidados durante a pandemia

Obesos e bariátricos devem redobrar a atenção ao Coronavírus

*Por Jéssica Araújo

Depois que o Coronavírus chegou ao Brasil, o país segue em quarentena. Muito se fala em grupos de risco, mas e os bariátricos e obesos? Quais os cuidados devem tomar em relação à pandemia?

Como têm sido noticiado, os idosos estão no topo do grupo de risco para contrair o Covid-19, mas o que muitos não sabem é que as pessoas que passaram pelo procedimento de cirurgia bariátrica e obesos mórbidos também se encaixam nos grupos de risco e devem ter maior atenção em relação ao contágio.

Segundo o balanço realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Metabólica e Bariátrica (SBCBM), o número de procedimentos de redução de estômago aumentou em 84,73% em quatro anos, e, tende aumentar ainda mais até o ano de 2025. De acordo com os especialistas esses pacientes, principalmente os que possuem até três meses de cirurgia devem reforçar os cuidados em relação ao Covid-19.

Especialistas explicam que após o procedimento cirúrgico os pacientes ficam mais vulnerais e apresentam baixa imunidade por deixar de absorver alguns nutrientes necessários para manter uma vida saudável, por isso que os médicos em junção com os nutricionistas receitam vitaminas como: B12, vitamina C, D, cálcio e ferro.

O Cirurgião especializado em gastroplastia endoscópica, Dr. Hemerson Paul, alerta sobre as medidas de prevenção que os operados e obesos devem adotar nesse período de quarentena. “O ideal é que assim como os idosos e as pessoas que apresentem comorbidades, os recém-operados tenham uma atenção a mais contra o vírus, pois nos três primeiros meses essas pessoas estão com a imunidade mais baixa e podem contrair o vírus com mais facilidade e nem apresentar sintomas”, explica.

Ainda de acordo com o médico, alguns cuidados são fundamentais. “Continuar com a higienização das mãos com sabão e álcool em gel, manter a alimentação saudável, mas principalmente continuar tomando as vitaminas solicitadas aos pacientes que fizeram a cirurgia”. “Todos os bariátricos que puderem, devem ficar em casa e manter uma atividade física, mesmo que seja caminhar dentro de casa”, afirma Paul.

Muitos têm seguidos as recomendações médicas, mas os problemas vão além do contágio do vírus. A aposentada, Nanda de Oliva, operada há 12 anos ainda enfrenta dificuldade com a imunidade e a compulsão alimentar nessa fase de isolamento. “O meu maior problema tem sido a compulsão alimentar, tenho comido tudo que tenho em casa e mesmo assim não me sinto satisfeita. Já relação à prevenção, eu tenho usado muito álcool em gel e sempre atenda a ventilação da casa. Apesar de ser uma situação que envolve o mundo todo eu tenho tomado todos os cuidados, pois além de ser do grupo de bariátricos eu ainda tenho anemia e isso me deixa ainda mais vulnerável”, conclui.

Compulsão e ansiedade nos tempos da Pandemia

Os dias de quarentena têm sido muito difícil para os bariátricos e obesos que alegam ter compulsões alimentares e crises de ansiedade. “A melhor forma de lidar com a compulsão e ansiedade é se dedicar às coisas que te deixem feliz”, alega a Psicóloga Raphaella Rios.

“Você deve fazer coisas como se maquiar, ler um livro, assistir um filme, trabalhar, criar novos hobbies, realizar atividade física, ou seja, consumir o tempo com coisas que antes não tinha tempo para fazer ou seja: movimentar o corpo e a mente”, continua Raphaella.

“O essencial é ocupar os pensamentos para não dar espaço para a ansiedade e assim não acarretar na compulsão alimentar e evitar futuros problemas de saúde. É muito importante se alimentar bem e pensar que tudo isso é uma fase e que se fizermos nossa parte, mais rápido teremos boas respostas”, concluiu a psicóloga.

O Coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que já são mais de meio milhão de casos da Covid-19 no mundo todo e no Brasil já foram confirmados 109 mil casos e mais de 7,3 mil mortos pela Covid-19. Vale lembrar que apesar de alguns especialistas alegarem que o vírus tenha uma baixa letalidade, os obesos e os bariátricos devem manter a atenção redobrada e assim como toda a população, manter a higienização e os cuidados para evitar a contaminação.