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Por Ana Clara Souza

De 22 a 28 de maio, aconteceu a quinta maior semana de moda do mundo, a São Paulo Fashion Week + ORIGENS (SPFW). Em sua 55ª edição, o evento ocorreu em três locações, sendo o campus Senac Faustolo, no bairro da Lapa, o shopping Iguatemi, na região de Pinheiros, e o Komplexo Tempo, na Mooca. 

Durante três dias de muita moda, desfilaram presencialmente 31 marcas nacionais, que trouxeram sofisticação, diversidade, famosos, autenticidade e o mais importante, mostraram que possuem autoridade no assunto. 

Nas passarelas paulistas, as marcas mineiras marcaram presença e poder. Representando o estado de Minas Gerais, a Apartamento 03 se destacou com roupas metalizadas e o resgate de técnicas de ateliê, construindo flores tridimensionais a partir de tecidos plissados e recortes a laser. O estilista Luiz Claudio da Silva mergulhou na história forte mas pouco comentada do pintor Estevão Roberto Silva, o primeiro artista negro formado na Academia Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro no século 19, e usou como base nas estampas da roupas. 

SPFW: Apartamento 03 apresenta coleção em homenagem a Estevão Silva. Foto: Site IG.

Intitulado “Futuro do presente”, a marca Ronaldo Silvestre, que carrega o nome do estilista fundador mineiro, trouxe muito forte o seu propósito: gerar cada vez mais impacto socioambiental positivo por meio de uma moda humanizada. Para Ronaldo, a máquina de costura tem um grande impacto na transformação social e por isso faz parte do projeto Fábrica Social ITI (Igualdade Transformação e Inovação Social), que nasceu em abril de 2023 em sua cidade natal, Itabira (MG).

Marca: Ronaldo Silvestre. Foto: SPFW.

E não parou por aí! Sabendo que moda é, também, política, a marca LED trouxe a Deputada Federal e ativista Erika Hilton e roupas agênero para a passarela, que é uma das bandeiras que o estilista Célio Dias, levanta.

Marca LED na SPFW N55. Foto: Uol.

As marcas mineiras mostraram a potência que a moda do estado possui, e outros selos de outros estados, igualmente. Dendezeiros, Meninos Rei e Thear Vestuário tiveram alta repercussão na mídia e nos corredores da SPFW N55. Super diversos, verdadeiros e com desfiles de deixar o mundo paralisado.

Que venha a próxima edição com muitas potências, conexões e mais origens!

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Do sexy ao conceituado, os visuais evidenciaram o poder e a ousadia das artistas ao longo dos nove dias da semana de moda parisiense 

Por Keven Souza

Nesta última terça-feira (dia 8) chegou ao fim um dos acontecimentos mais aguardados no mundo da moda, a Paris Fashion Week. A famosa semana fashionista teve início no dia 28 de fevereiro e abordou as possíveis tendências na temporada outono-inverno de 2022/2023. Com uma programação para lá de exclusiva e recheada de glamour, contou com a presença seleta de Miu Miu, Botter, Dior, Valentino, Off-White, entre outras marcas de luxo, que se reuniram para apresentar suas mais recentes coleções e apostas. 

A PFW, sendo um feito realizado semestralmente, é um dos melhores momentos para descobrir as tendências que vão fazer sucesso nas próximas temporadas, tanto dentro como fora das passarelas. Um evento que expõe coleções das estações do ano desde sua estreia em 1973 e que está, hoje, entre as principais semanas de moda mais importantes e influentes da cena internacional, ao lado da Londres Fashion Week, Milão Fashion Week e New York Fashion Week, sendo a última a ser realizada dentre elas. 

O que muitos não sabem é que além do tradicional runway, a semana reserva um desfile fora das passarelas. Nessa proposta, grandes personalidades da mídia são convidadas para participar e prestigiar as grifes com looks que refletem o que devem bombar, nesta edição, além das peças deslumbrantes, o que chamou atenção foi a participação das brasileiras no cenário fashion mundial.

Se antes havia burburinhos de que o Brasil possuía dificuldades de se juntar ao mercado estrangeiro, seja na indústria musical ou nas relações entre países, atualmente esse impasse tem se tornado cada vez menor na moda. 

Isso porque, a relevância da brasilidade nos calendários internacionais já é uma realidade bem comum no universo fashion. Tanto que, famosas como Anitta, Bruna Marquezine, Marina Ruy Barbosa, Isis Valverde e Giovanna Lancellotti, foram alguns dos nomes nacionais que receberam tratamento VIP com seus looks incríveis, representando o país e mostrando que de bom gosto o Brasil também entende. 

De Honório para o mundo

‘Você vai se apaixonar pela garota do Rio’, canta Anitta em sua música “Girl From Rio”. A começar por ela, a cantora realmente encantou todos em sua passagem pela Paris Fashion Week. Foi destaque na Vogue França, Vogue México, Vogue Itália, além ter sido tietada na imprensa de diversos países. Avisa que é ela Brasil! 

Por mais que seja sua estreia na Semana de Moda de Paris, a aparição de Anitta não teve nada de modéstia, a empresária usou e abusou de peças luxuosas para representar grifes que possuem nome de peso quando o assunto é tendência. E logo no seu primeiro dia, marcou presença no desfile da Balenciaga, onde usou um look todo preto escolhido pela própria marca. 

Anitta no desfile da Balenciaga – Foto: reprodução/Instagram

Em seguida, Anitta esteve pronta para o desfile da Valentino em uma produção totalmente solar e conseguiu sentir a fama ao virar alvo das câmeras de fotógrafos ali presentes. 

Anitta no desfile da Valentino – Foto: reprodução/Instagram

E como ela não para, a semana de moda para a pop star foi cheia de compromissos fashionistas e os últimos looks de Anitta foram um arraso! Veja outras marcas que ela usou para assistir os grandes desfiles: 

Anitta durante a Semana de Moda em Paris – Foto: reprodução/Instagram

É ‘B’ de Brasil e Bruna Marquezine 

Outra figura que foi assunto nos veículos de comunicação foi a super modelo e atriz, Bruna Marquezine. A ex-global iniciou a PFW com um look regado a ousadia e alfaiataria feito por ninguém menos que Saint Laurent, uma blusa com saia longa preta que causou polêmica entre os internautas pela alta transparência. 

Bruna Marquezine no desfile da Saint Laurent – Foto: internet/Instagram

Outra marca que Bruna, de certa forma, roubou a cena foi a Vetements. Da coleção Ready-to-Wear de Outono 22, a modelo apareceu usando um sobretudo altamente confortável que trabalha o aspecto de pelúcia. O azul royal da peça ressalta a sensação de euforia devido à sua alta intensidade da cor, sendo um verdadeiro luxo e remetendo ao conceito da moda dopamina – que é a trend dos looks de cores vibrantes. 

Bruna Marquezine no desfile da Vetements – Foto: internet/Twitter

O fato é que desenvolver um evento com presença de Bruna Marquezine tem tido peso dois no resultado, isso porque, há algum tempo a atriz tem ganhado notoriedade internacional e frequentado locais requisitados. Diferente de Anitta, a brasileira não é nova no mundo fashion, Bruna é influente nesse eixo e já desfilou na New York Fashion Week, Milão Fashion Week e também na versão nacional, São Paulo Fashion Week. 

Marina Ruy Barbosa é o momento 

Se o cabelo ruivo é o mais quente não temos certeza, o que sabemos é que a ruiva mais famosa do Brasil entregou charme e beleza pelas ruas da capital francesa. O look escolhido por Marina na Semana de Moda de Paris é da coleção Rendez-Vous de Valentino. A peça é toda trabalhada no ‘’all black’’ para realçar o que a torna diferente das demais. 

Marina Ruy Barbosa para Valentino – Foto: internet

Nem só de preto você viverá! Foi a partir dessa premissa que a atriz mostrou versatilidade ao usar um top branco de crochê com detalhes dourados para o desfile da grife Giambattista Valli. E não é que de tendência ela entende? 

Marina Ruy Barbosa para o desfile da Giambattista Valli – Foto: internet/revistas

 

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Do clássico ao funcional, marcas apresentam coleção outono/inverno 2022 na Semana da Moda Masculina de Milão

Por Álvaro Botelho

Enquanto o Brasil espera o carnaval passar para começar o ano, Milão não perde tempo e abre a temporada de inverno masculina. As passarelas italianas são conhecidas pelo requinte, por serem clássicas e valorizarem o trabalho manufaturado. Dessa vez não foi diferente, mas com uma nova roupagem. 

Ficou visível que todo o assunto sobre se reinventar, que tanto foi pautado no começo e auge pandêmico, resultou em uma abordagem para cativar a nova geração e se adaptar para um mundo que pede pelo funcionalismo, mas que carrega muita identidade. 

A Zegna abriu Milão com uma proposta esportiva, minimalista e com ótimas combinações de cores.

Zegna – Inverno 22

 

A Fendi propõe um novo clássico, com cortes mais expressivos e pretende mudar a forma como a juventude vê a alfaiataria, além de não temer em comunicar uma imagem sexy e mais feminina para o homem atual. 

Fendi – Inverno 22

Falando em feminilidade, Prada marca as cinturas e exubera os ombros para nos inserir em uma ficção, onde o futuro e a natureza andam lado a lado com um casting repleto de celebridades experientes e atuais. Os modelos saem de uma ambientação futurista e os looks imponentes fazem todo sentido para um futuro que aprendeu com suas falhas (Destaque para os macacões de nylon prada estampados). 

Prada – Inverno 22
Prada – Inverno 22

Mas nem tudo é minimalista em Milão. O show opulento ficou por parte da dupla mais controversa da moda. Dolce&Gabbana escolheu o casal do momento para ser a grande estrela da noite, estou falando de Megan Fox e Machine Gun Kelly. O rockeiro loiro abre a passarela com um terno coberto em pedraria, deixando claro que o guarda-roupa masculino atual é carregado de muita identidade e personalidade. 

Dolce&Gabbana – Inverno 22

Milão trabalha muita sobreposição, modelagens clássicas, mas com personalidade e acima de tudo funcional. O futuro pode ser simples, amigo da natureza e não exclui o clássico, pelo contrário, celebra todos os antepassados, mas agora construído dentro daquilo que faz sentido em nossa nova realidade.

 

Edição: Keven Souza

Comas Brasil no desfile Eco Fashion Week

Como um dos pilares da instituição, os projetos de extensão tem como princípio construir uma visão aberta e plural nos alunos, capaz de estimular o contato de ambos com a profissão ainda na graduação. Uma maneira que enriquece os conhecimentos acadêmicos e salienta o dinamismo profissional em diversas áreas de atuação. 

E hoje, o Contramão traz um artigo de opinião construído por meio do projeto de extensão Jornalismo de Moda, liderado pela professora Gabriela Ordones, que tinha como propósito fomentar o senso crítico e a escrita jornalística dos alunos dos cursos de Design, Comunicação e Moda. 

por Helena Coutinho

“Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, como bem expressou Lavoisier. Esse é o precedente de um dos movimentos de mercado mais fortes da atualidade, que ressignifica o descarte e o transforma em novo, apontando uma direção importante para a segunda indústria mais poluente do mundo, a da moda. 

Há relativamente pouco tempo, o mercado tem caminhado em um mesmo sentido: o da sustentabilidade. Tal movimentação, já mostrava sua previsibilidade em diversos veículos de tendência, visto que, há muito, já vínhamos percebendo que a escala na qual produzimos é insustentável para o nosso planeta e esse não é um reflexo a longo prazo. Para as marcas, o que antes era uma escolha e um diferencial é agora uma obrigação e uma exigência crescente dos consumidores, principalmente no que diz respeito às novas gerações. Vemos hoje a assinatura de tudo isso em colabs eco-friendly, técnicas de Upcycling e linhas de produção mais transparentes e atentas aos seus reais impactos.

Mas, cá entre nós, o consumidor de luxo e de grandes marcas, no geral, não dispõe de muita atenção no que diz respeito à temática da sustentabilidade, apesar disso, nitidamente, veio se fortalecer a cada dia. Uma das fortes ondas do momento são as técnicas de otimização de recursos e a reestruturação de materiais que seriam descartados. Uma das mais vistas recentemente é o Patchwork.

A técnica não é novidade: desde o Egito Antigo já deixou suas pegadas e, na moda, marcas como Vivienne Westwood e Versace foram algumas das pioneiras. Porém, o discurso do Patchwork aliado à sustentabilidade é relativamente fresco e quase que simbiótico. Contudo, em um momento onde a narrativa de empatia com o nosso planeta é crescente, marcas que ousam experimentar técnicas de Upcycling e reaproveitamento devem se atentar, também, ao seu discurso e analisar, diante de um mercado cada vez mais atento, se o seu propósito enquanto marca converge ou não com os princípios que precisam nortear uma coleção ecologicamente segura.

É notável que o movimento efetivo relacionado à sustentabilidade na moda, teve seu ápice nos brechós, bazares e com pequenos artesãos que, com um talento impecável, transformavam o que antes era considerado lixo em peças comercializáveis e exclusivas. Feliz ou infelizmente, grandes corporações, ao perceberem a crescente valorização mercadológica desse tipo de produto, viram-se diante de uma grande oportunidade: vender mais, com um discurso que até então ia na contramão das suas crenças e da sua linha de produção. É aí que a discussão ganha novos rumos.

A pandemia impactou a escassez de matérias-primas de todo e qualquer setor, inclusive o da moda. Gigantes da indústria fashion deram de cara com a incerteza, investimentos perdidos e uma estrada nebulosa diante do que viria pela frente. Ao mesmo tempo, pessoas que estavam em casa, esgotadas pelas exigências do isolamento social, começaram a utilizar como forma de escape a arte e a criação. O famoso “inventar moda” deixou de ser apenas um termo e ocupou um lugar importante no cotidiano das pessoas, principalmente no TikTok, onde ficou famosa a reformulação de peças já existentes no guarda-roupa. E essa foi a estratégia também adotada pelas marcas, agora obrigadas a utilizar dos seus recursos em meio à escassez, vendo-se impelidas a aproveitar o seu estoque que, há pouco, era integralmente carbonizado. 

Dolce & Gabbana, marcada pelas suas polêmicas contraditória se ética questionável, foi uma das gigantes a adotar o reaproveitamento, estratégia carimbada na sua coleção de verão 2021 ready-to-wear, executada a partir da mescla de diferentes retalhos que, juntos, se transformaram em uma explosão de cores e peças bastante atraentes ao olhar. Por um lado, nossos olhos brilham por saber que a adesão de grandes marcas a temas e propostas mercadológicos do tipo é um passo enorme para a expansão destes. Porém, reconhecendo o aspecto pendular da moda, sabemos que toda tendência tem data de validade. E o reaproveitamento de retalhos, pode ser uma delas.

Dolce Gabbana no desfile primavera/verão 2021

O poder do capitalismo é ainda maior do que parece e o mercado da moda anda ao lado dele. Um dos impactos disso é o greenwashing, que, segundo o Politize, é uma prática que promove discursos ambientalmente responsáveis, o que, na prática, não ocorre. É então, bastante coerente questionar se o imperialismo das grandes marcas usa do seu poder com verdade e propósito ou apenas como o “branding ideal” para vender cada vez mais.

A relação de poder no mercado da moda é o maior patrocinador dos seus impactos, sendo urgente que nós, como consumidores, consigamos enxergar isso. Grandes redes de fast-fashion já foram responsáveis por criar peças com design sustentável que, no entanto, utilizavam tecidos novos, produzidos especialmente para aqueles modelos. Para onde vai o discurso da sustentabilidade? Ecologia está na moda, mas será essa uma nova postura ou mais uma das brisas do mercado que passam adiante com a chegada do novo?

Historicamente, conhecemos os inúmeros dos grandes artistas que se perderam ao baterem de frente com a fama descomunal. Halston, Amy Winehouse, Michael Jackson, todos engolidos pelos holofotes que idealizavam seres humanos. Com esse final, já estamos familiarizados, mas o que a indústria como um todo nos mostra são grandes empresas que se perdem diante da escuridão da sua efervescência, esquecendo-se de que arte e equilíbrio socioambiental podem e devem ser inseparáveis. O mercado muda, os discursos mudam, o público muda. Mas será que o mundo vai se manter o mesmo? Diante disso, nos cabe questionar: será que “fazer o que se vende” é mesmo a melhor escolha?

 

 

Edição: Keven Souza

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Por Bianca Morais 

Com a proposta de sempre buscar inserir o aluno no mercado de trabalho,o Una Trendsetters é um projeto do curso de Moda do Centro Universitário Una e é uma grande vitrine para estudantes apresentarem suas coleções como trabalho de conclusão de curso.

Criado em 2010, inspirado pelo formato de outras escolas de moda do país, o então professor Aldo Clécius e o coordenador Júlio Pessoa. O projeto nasceu com o principal objetivo de apresentar os formandos de Moda da Una para o mercado de trabalho. Os alunos, assistidos pelos professores em todo o processo de produção, escolhiam um tema, trabalhavam em cima dele e depois materializavam aquilo em produtos de moda, toda a coleção era desenvolvida, desde roupas até acessórios, e exibidos em um grande desfile para importantes nomes do meio, de influenciadores na área da moda, a empresários e jornalistas.

Como a grande maioria dos eventos da instituição, o Una Trendsetters apresenta uma proposta multidisciplinar, que permite aos estudantes de outros cursos colaborarem com a sua participação. Cinema registrando as edições através de vídeos, a Estética ajuda no preparo dos modelos que irão desfilar no dia, a Gastronomia fica a cargo do coquetel de entrada,o Jornalismo faz a cobertura,  Publicidade e Propaganda e Relações Públicas ajudam na divulgação e a Arquitetura pensa no espaço, todos trabalham em união para conceber e realizar a parte executiva. 

O evento é destinado aos alunos concluintes do semestre de cada edição, na maioria das vezes todos eles eram agraciados com a participação, no entanto, quando a turma tinha um alto número de pessoas, eles eram submetidos a uma banca de avaliação e, em seguida, os melhores selecionados para participarem como forma de premiação.

Sempre de maneira muito profissional, o Una Trendsetters mostrava a qualidade dos trabalhos produzidos por aqueles estudantes, os apresentando a grandes nomes e marcas da moda mineira. Desde sua primeira edição, ele evoluiu tanto que passou a contar com apoio de voluntários, aprendizes de outras escolas de nível técnico, parcerias com o SENAC, entre outros, o que fez ele ser lembrado por todos.

“O Una Trendsetters ganhou essa vida própria, essa autonomia ao longo dos anos por ter se mostrado um evento do ponto de vista interno, capaz de trazer oportunidade para o aluno de experimentar algumas atividades profissionais, em suas respectivas áreas, um celeiro de chances e de aprendizados para eles”, comenta a professora e co-criadora Renata Canabrava.

A evolução do Una Trendsetters

Marca: Madô – A Estética de Erté – Por Amanda Barbosa

Sua primeira edição aconteceu na Casa Una, com clima de aconchego, o prédio histórico foi o palco daquele evento que ao longo dos anos se revelaria gigante. O Una Trendsetters já passou pelo Iate Tênis Clube, Ilustríssimo, CentoeQuatro e se tornou tão gigante que não tinha outro espaço para ocupar a não ser o Mineirão. Para aquela cerimônia que começou de forma tímida dentro do campus, migrar algumas de suas edições para o Salão Panorâmico do maior estádio de futebol da capital, foi uma grande conquista.

Marcante e grandioso, são as palavras usadas pela professora Renata, que viu o projeto crescer com os anos, para descrever aquele momento.

“Ele ganhou atenção institucional, reforço e recebeu aporte, desde a seleção de equipamentos, a gente conseguiu melhorar a qualidade da iluminação, do som, das locações onde ele vinha sendo realizado, ampliar o público presente no evento, e com isso,  envolver mais áreas do conhecimento na concepção e outras características ao longo de sua realização”, completa ela.

Dentro do mercado da moda, o Una Trendsetters passou a ganhar projeção e ser notado, se tornou algo esperado pelos jurados e as pessoas que o avaliavam. A cada ano eles eram surpreendidos por uma apresentação repleta de surpresas e performances pouco convencionais. 

“Tentamos trazer um olhar diferente para esse evento, fazer as coisas não apenas do modo tradicional, o desfile não era só como a gente tinha concebido em mente, mas ele sempre vinha meio performático, com elementos surpreendentes e isso chamava muito a atenção do público”, relembra Renata Canabrava.

“O Una Trendsetters é um marco na história do curso de Moda da Una, pessoas dentro e fora da área aguardam por ele, conseguimos nos colocar em um lugar, onde somos responsáveis por proporcionar a experiência e emoção de estar presente em um desfile com toda a pompa e estrutura que um grande desfile de marcas reconhecidas oferecem, mas agora acessível a toda a comunidade” acrescenta Letícia Dias.

O curso de Moda 

Fruto de muito trabalho, o curso de Moda da Una, foi o primeiro bacharelado a conquistar a nota 5 do MEC no estado, resultado construído de forma coletiva pelos alunos, professores, colaboradores, coordenação e direção. Essa nota teve um sentido muito além do mercadológico, mas foi o reconhecimento acadêmico da qualidade que todos os profissionais envolvidos investiram para que o curso formasse tantos talentos. 

Referência em Minas Gerais na qualidade de ensino, acolhimento, inclusão, diversidade e na estrutura oferecida para a realização das atividades práticas acadêmicas, extracurriculares e desenvolvimento pessoal, o curso tem três laboratórios com equipamentos novos, de alta qualidade e performance e abertos para utilização dos estudantes. 

Desde 2004 o curso de Moda tem o seu próprio Laboratório de Moda, Têxtil e Fotografia. Ele começou dentro do Núcleo Laboratorial da Una, situado no Campus Liberdade, com a necessidade de mais espaço foi remanejado para o ICBEU, e em 2018 transferido para o Campus João Pinheiro 2, onde está até hoje.

Atualmente nomeado Numo, Núcleo de Moda, faz parte da Fábrica, coletivo dos laboratórioa de Economia Criativa.

“A missão do Numo é acolher os nossos alunos e complementar o processo de formação acadêmica com práticas relacionadas a todo o universo que envolve a Moda. O objetivo é oferecer um espaço colaborativo para práticas, brainstorm, conexões, network e que os nossos estudantes sintam-se à vontade para pertencer e compartilhar”, explica Letícia, líder do laboratório.

O Numo trabalha ativamente nas edições do Una Trendsetters, e enquanto nas passarelas apenas podem subir os formandos, o laboratório dá a oportunidade a todos os aprendizes do curso de moda, independente da experiência, a emergirem no processo de produção do evento, como na criação e confecção de bolsas para o PressKit , destinado a Imprensa Brasileira, influencers e empresários, e nos backstage, envolvendo-os nas etapas necessárias para que o desfile da marca aconteça. 

Abrindo portas para o mercado

Marca: OSZ Eduardo Oldzelweski

Todos os alunos que já passaram pelas passarelas do Una Trendsetters se mostraram profissionais de grande excelência para o mercado, é ali que eles dão seus primeiros passos, que idealizam, concebem e executam todo o desfile, é onde o mercado vai enxergá-los pela primeira vez, o projeto gera conexões e é uma verdadeira vitrine de talentos. Muitos são os formandos que saíram do desfile com convites para trabalhar em empresas, desfilar em semanas de Moda renomadas no exterior.

Trabalhos de vários estudantes saíram do papel e se tornaram profissionais, um exemplo deles é o da aluna Maria Cepellos. A garota apaixonada pela moda, costurava e sempre teve a vontade de se envolver mais em todo o processo, da criação até a produção, por isso, ingressou na faculdade de moda da Una. 

Modelo desfila look da Maria Cepellos

No segundo semestre de 2019, a jovem participou do UnaTrend, com sua coleção de tema “Grafitte”, o desfile foi um sucesso, mas o que ela jamais poderia imaginar era o que estava por vir. Primeira ela recebeu um convite para se apresentar no Vancouver Fashion Week, a maior semana de moda do Canadá e segunda maior da América do Norte. 

No ano passado, veio o convite para se apresentar em Nova Iorque, na Curate, e fazer parte do showroom como a primeira brasileira no evento. Em 2021, o convite para participar do New York Fashion Week em 09/2021 ou 02/22.

“Una Trendsetters está em meu currículo, participar dele foi sensacional, me abriu portas e possibilidades que eu jamais imaginei que aconteceria, embora desejasse. A quem está começando o curso agora eu digo, se dediquem, aproveitem ao máximo o conhecimento desses grandes mestres que aí estão porque as oportunidades virão”, diz a designer de moda.

Vitrine de talentos

Rene Benjamin sempre sonhou com o Una Trendsetters. Antes de desfilar com sua coleção, o rapaz foi voluntário durante três anos consecutivos como camareiro e para ele aquele dia marcou sua vida.

Rene comemora o sucesso da sua coleção nas passarela

“ O Una Trendsetters representa muito pra mim, foi como o dia do meu casamento , eu lembro que eu vivi para aquele momento, meu pai conseguiu ir, minha prima-irmã, algumas das minhas melhores amigas, todas as professoras e colegas estavam ali, formei do lado de pessoas maravilhosas, e com aquele gosto de dever cumprido, foi emocionante”, compartilha Rene. 

ANUM foi a marca de roupas criada por ele, voltada para o público masculino NightWear/Urbano.“Criei o conceito de urbano rural e fui construindo as bases para a minha marca em cima da minha história. Nasci no interior de Minas e depois fui para grandes centros urbanos, a minha marca é urban/streetwear, mas com temas de folclore regional. O símbolo da minha logo é o Anú, um pássaro muito comum no interior onde cresci admirando-o ele. Na minha coleção e na minha marca eu abordei temas como o Folclore e o Cyberpunk”, explica o designer que é apenas um dos exemplos de como o UnaTrend permite ao estudante explorar toda sua criatividade.

“O Una Trendsetters me deu muita bagagem como criador, também como camareiro, fotógrafo e etc. O Network de pessoas é muito bom, e gostaria que depois que essa pandemia acabasse pudessemos nos reunir em BH e dar continuidade a isso”, completa o jovem. 

Vanessa Araújo passou pelo Una Trendsetters e deixou seu estilo romântico registrado no evento. Voltada para noivas da classe C, com o nome de Afetiva Dress, a designer desenvolveu uma marca onde as noivas pudessem contar sua história através da roupa com um preço acessível e boa qualidade no acabamento.  

Modelo desfila com vestido criado por Vanessa

Com o tema “Deusa nos contos”, faz um paralelo entre as deusas da Grécia Antiga e as princesas dos contos clássicos, sua coleção veio com bordados artesanais em flores, silhuetas em A, tecidos fluidos e com releituras do véu clássico da noiva. 

“No desfile foi um turbilhão de emoções. Quem vê todo o glamour não imagina como nos bastidores tem todo um trabalho árduo mas prazeroso. O UnaTrend é muito bem organizado, cada um na sua função ajudando uns aos outros. O desfile foi muito importante para nós alunos formandos, tivemos a oportunidade de mostrar nosso trabalho para pessoas importantes e influencers locais”. 

Segundo Vanessa, a chance que teve de realizar um desfile logo no início de sua carreira foi incrível, afinal, os novos designers geralmente demoram um tempo para serem vistos no mercado da moda, e para se fazer um desfile, deve haver um investimento que quem está começando no mercado, ainda não tem condições.

“Com o UnaTrend, tivemos essa oportunidade oferecida pela Una, hoje seguimos na luta de realizar nossos sonhos e colocar nossa criatividade para agregar na moda mineira”, diz ela.

Samile Fernandes é dona da marca que recebe seu nome, e teve a coleção inspirada em suas memórias afetivas. O tema escolhido pela designer foi “De Açucena para o mundo: Memórias Afetivas do Café”, onde falou sobre as memórias que carrega consigo de seu pai Nelito e seu avô Sebastião.

“O elemento que os dois tinham em comum era o cultivo do café para consumo próprio e o gosto que ambos carregaram por toda a vida pelo produto, o que virou matéria prima para a coleção. Além dos dois serem de Açucena, uma cidade no leste de Minas , outro símbolo que usei foi a flor de Açucena, que além de linda, retrata nobreza e simboliza a dor da perda de um grande amor, no meu caso os dois falecidos”, conta Samile.

Sua coleção retrata a casa de pau a pique, local onde o avô morou por toda a vida e criou os filhos, as memórias que eles deixaram, as raízes que simbolizavam seu sentimento foram retratadas em bordados e pedrarias. Pai e avô usavam muito blazer, por isso, ela decidiu usar a alfaiataria como norte, e no dia do desfile usou o blazer do casamento de seu pai. 

“Abrir o desfile foi desafiador, emocionante e uma grande responsabilidade. Marcou a minha vida, porque ali eu tive a oportunidade de falar de dois heróis, de mostrar a importância deles na minha formação como pessoa e profissional. Eu tinha propriedade para citar o quanto tem pessoas que nos inspiram, nos dão força de seguir, nos dão o ar e na coleção, eu quis que ficasse claro o quão precioso foi trazer a memória deles para todos, o meu sentimento foi passado para cada peça”, conclui.

O UnaTrend traz ao Centro Universitário Una um reforço de imagem e reputação muito grande, é mais uma vez a instituição colocando a cara no mercado, mostrando ao mundo o que os alunos da faculdade são capazes, de produzir, criar, educando da maneira certa os estudantes e os transformando em profissionais de excelência que levam o nome Una ao redor do mundo.

 

Edição: Daniela Reis

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BH recebe 25ª edição do evento

Entre 21 e 25 de outubro BH recebe grandes nomes da moda

Por: Italo Charles e Joyce Oliveira

 

Destacar o setor têxtil fazendo do algodão o fio condutor das histórias contadas sobre as perspectivas da moda suscitou a criação do 25° Minas Trend, que acontece entre os dias 22 a 25 de outubro, no Expominas, em Belo Horizonte. Repleta de novidades, a semana de moda mineira, apresentará as propostas de tendências para o outono/inverno 2020. Com a participação de grandes marcas como Denise Valadares, Lethicia Brostein e Victor Dzenk, o evento promete agitar a capital.

 

A edição batizada de “Tecendo Futuros”, traz reflexões sobre inovação, democratização e a diversidade no mundo da moda. Com direção criativa de Rogério Lima, o evento, que é o maior salão de negócios do setor na América Latina, promete levantar discussões acerca do aperfeiçoamento da cadeia produtiva de moda, com uma programação que inclui palestras, oficinas e desfiles. Pela primeira vez, as indústrias têxteis serão as estrelas da passarela. Ao todo, seis empresas mineiras do ramo irão se apresentar em um desfile coletivo, composto de 20 looks confeccionados pela equipe técnica do Senai Modatec.

 

A marca Norb Brand, dirigida por Norberto Resende, estilista e estudante do curso de moda do Centro Universitário Una, é um dos destaques do desfile de abertura, que acontece na noite dessa segunda-feira (21). A marca eleita pela Codemge (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais) como empresa tendência, estará presente no salão de negócios pela segunda vez consecutiva e de acordo com Norberto a inspiração vem das drags queens.

“A coleção foi inspirada no universo drag e nas pesquisas da Brigitte Baptiste, uma transexual que fala sobre os seres híbridos da natureza. As peças vão trazer muito volume e babado, seguindo a essência da Norb reforçando o exagero das drags”.

 

Coleção de aluno da Una é destaque

O estilista não trabalhou sozinho. Com ele há uma equipe de estudantes de moda da Una, que auxiliam no projeto de costura e modelagem.

“A gente montou uma equipe com vários alunos que participaram da produção, e acompanharam a ideia, desde sua criação no papel até sua chegada às passarelas. Foi uma experiência excelente que proporcionou a eles vivenciar  todos os desafios que é a produção completa de uma coleção”, salienta.

 

Fora da Capital

Uma grande novidade dessa edição é a extensão das atividades do Minas Trend para cidades do interior do estado. Com programação exclusiva e gratuita, que vai dia 14 de outubro a 09 de novembro, Tiradentes, Ouro Preto, Itaúna e Uberaba recebem palestras e oficinas.

A edição se encerra no dia 24 de outubro (quinta-feira) às oito e meia da noite com a Orquestra de Câmara do SESI e com o músico Flávio Venturini. Os ingressos para o público estão a preços populares nos valores de 20 reais a inteira, e 10 reais a meia entrada. Já palestras e oficinas são gratuitas. Mais informações e inscrições no site do Minas Trend.

 

 

*(Os estagiários escreveram a reportagem sob a supervisão da jornalista Daniela Reis)