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dia das mães

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Por Lucas Requejo

Neste dia 8 de maio, se comemora o Dia das Mães. O evento ocorre no segundo domingo de maio, através de lei promulgada em 1932 por Getúlio Vargas, em paralelo à Constituição (que demoraria mais dois anos para sair). Mas, você sabia que a data foi inspirada nos Estados Unidos?

A data surgiu pela primeira vez em 1905, por sugestão de Anna Jarvis, que buscou uma forma de homenagear sua mãe, Ann Jarvis, naquele referido ano. Pois, Anna Jarvis via sua mãe como uma inspiração ímpar. Ann Jarvis era ativista e ajudou soldados na Guerra Civil Americana (1861-1865), que praticamente dizimou boa parte da população local. Além disso, ela trabalhou forte para que mulheres fossem reconhecidas além do seu papel de mãe. Mas, o que é ser mãe?

Pensemos antes no fato de que, biologicamente e espiritualmente falando, a mulher tem poderes, que são pilares do denominado Sagrado Feminino. Nos últimos 5, 10 anos, a mulher trouxe outra palavra para designar o mesmo termo: o empoderamento.

O Sagrado Feminino traz consigo conceitos de autoconhecimento e reconexão com o feminino e seus poderes naturais, que são gerar, nutrir, amar e curar. Esses pilares atendem aos caminhos de gerar uma vida, nutrir a natureza, amar incondicionalmente e curar as dores da alma, assim como as deusas antigas, incluindo Vênus, a dona do Feminino.

Mas, como tudo no ciclo da vida, precisa e se rende às transformações. Antes, a mulher se figurava ao lar, como procriadora e dona de casa. Assim, o papel da mulher, como si própria, de guerreira, ativa e parceira da natureza e da Terra – que também é mãe – si limitou ao relento de paredes de concreto e utensílios domésticos.

Em se tratando de maternidade no século XXI, as mulheres estão escolhendo ser ou não. Caso não optem por gerar um bebê, o amor por pets substitui muito bem essa troca afetiva. Outra opção é associar apenas o ato de amar, onde, a partir da sua escolha, a demonstração é genuína e sem pressões. Isso acontece sob o nome de empoderamento. Mulheres se tornam cada vez mais donas de si, o que é maravilhoso.

E quando se aceita ser mãe? A maternidade é um dos poderes que só a mulher tem. Com as lutas diárias dentro de muitos aspectos para tomar tal decisão, a mulher está se tornando livre o suficiente para a reconexão do feminino e o reconhecimento do tal poder, sem precisar se perder, podendo escolher seu próprio caminho a ser feliz.

Existe até o dilema de que o papo de “Mãe é toda igual”, pois já se tem a mãe fitness, aventureira, desconstruída, executiva. Afinal, a maternidade precisa do planejamento e o momento ideal. Mas, todas seguem mães e tem esse poder garantido.

Hoje, as mulheres têm a ciência ao seu lado, que desenvolveu métodos para quem se abdicou ou apenas decidiu adiar o fato maternal. Procedimentos como laqueadura, fertilização in vitro (FIV) e congelamento de óvulos trouxeram mais um poder fundamental às mulheres: o de escolha por seu momento.

Diante de toda a amplitude pelo papel maternal, nós da Una desejamos toda a felicidade e amor deste mundo para todas as mães, sejam de humanos, pets, biológicas, de coração e que todas se conectem ao seu valor, dia após dia.

Por Bianca Morais

Se o amor já é difícil de descrever, amor de mãe é impossível. Amor de mãe não se explica, não se julga, não questiona. É um sentimento que nasce ainda na gestação, quando o filho é carregado no ventre, ou mesmo naquela expectativa da adoção. O amor de mãe é capaz de superar tudo,de enfrentar qualquer barreira para apoiar a cria. 

A partir do momento em que a mulher se torna uma mãe, ela cria planos para o futuro daquela criança, ela acompanha os primeiros passos, o vê entrar na escola, na faculdade, ela consegue idealizar seu futuro, imaginar situações e traçar objetivos. 

Mas, nem sempre o filho vai seguir ou corresponder aos projetos que a mãe idealizou. Alguns não vão cursar a faculdade, outros talvez não irão ter filhos, entretanto, o sentimento daquela que o criou não irá mudar, vai se adaptar às escolhas daquele jovem adulto que um dia ela carregou no colo. 

Agora, um dos maiores medos, senão o maior de uma mãe, é ver o filho sofrer. A dor e a frustração de um filho talvez seja o maior desencantamento de uma mãe. 

Hoje, em homenagem ao Dia das Mães, o Jornal Contramão traz a história de Karen de Oliveira Carvalho, 23 anos, e Marilene Oliveira Ferreira, 49. Um exemplo de amor, empatia e proteção. 

Karen é bissexual e se assumiu para a mãe. Descobrir que seu filho não é o que planejava pode ser frustrante, agora perceber que a sexualidade dele pode ser algo que vai interferir em sua segurança é desafiador.

O Brasil é um país intolerante em relação ao público LGBT’S. E nesse grupo tão marginalizado pela sociedade, é a figura materna que pode fazer a diferença. Aceitar, amar, compreender e acolher um filho pelo que ele realmente é, é muito importante para que ele tenha força para lutar todos os dias contra o preconceito. 

E foi exatamente o amor de Marilene que fez toda a diferença na vida de Karen. 

Karen é uma menina alegre, sempre foi. Para a mãe, Marilene, é uma garota de personalidade forte, estudiosa, vaidosa e que adora dançar. Karen tem uma capacidade incrível de animar qualquer ambiente e tenta fazer todas as pessoas ao seu redor se sentirem especiais e únicas.

A relação entre mãe e filha não poderia ser melhor. A mãe, sempre muito atenciosa com a garota, sabe exatamente o que ela sente, quando precisa conversar, às vezes até quando a Karen está confusa e perdida, é a mãe que lhe dá o norte.  

“É uma ótima relação, a Karen é uma filha muito carinhosa, tem um jeito de gatinho manhoso que acaba conquistando todo mundo”, conta Marilene.

Mãe e filha sempre foram muito próximas, é aquele sentimento natural que só quem tem conhece, porém apesar dessa proximidade, por anos Karen escondeu um segredo de sua mãe, não por medo, mas receio de que de alguma forma isso mudasse algo o relacionamento das duas. 

Karen, a mãe e os irmãos

Karen tem uma orientação sexual que não é considerada tradicional por boa parte da população. Ela é bissexual, se relaciona com homens ou mulheres. Sempre sofreu com o estigma de que a bissexualidade é promiscuidade. “Sou constantemente sexualizada por homens em geral. A bissexualidade muitas vezes é confundida com bagunça. Dizem que somos confusos, que é só uma fase. Que somos mais propensos a traição, a realização de fantasias, etc. Isso incomoda bastante e enche a paciência”, desabafa. 

Devido a  todo esse preconceito, Karen carregava com ela a insegurança em contar para a mãe a verdade sobre ser quem é. “Esperei até meus 22 anos e sei que não é fácil. Eu ainda estava com o receio que quase todos temos quando estamos pra sair do armário. É algo bem individual de cada um e não culpo quem não consegue, a pressão é bem grande quando ficamos sem apoio”, ressalta a estudante de Direito do Centro Universitário Una.

Além disso, ela já havia presenciado experiências ruins com amigos próximos e conhecidos e famílias preconceituosas. E mesmo que conhecesse o jeito e a personalidade da sua mãe, ainda se sentia apreensiva. Compartilhou primeiro com a irmã, que já desconfiava de suas escolhas. “Eu não me preocupava em me esconder dela porque sabia que me apoiaria de qualquer forma”, diz ela. Foi apenas quando se sentiu segura e confortável que resolveu compartilhar com outras pessoas próximas dela. 

“Ela contou na mesa do almoço “Mãe, eu sou viada! Gosto de garotos e garotas!” Todo mundo riu bastante e foi algo bem natural”, contou Marilene.

Se Karen pudesse prever o futuro e a reação da mãe após assumir sua sexualidade, com certeza, jamais sofrido para se libertar. “Pra mim, é algo natural, não faz diferença a sexualidade da minha filha. Tenho consciência que existe muito preconceito em relação à orientação sexual dela e sei que ela é boa em se defender”, relata a mãe.

Para Marilene, seu amor de mãe sempre vai falar mais alto e está acima de tudo. De acordo com ela, o que importa é ver sua filha bem, feliz. E quanto a opinião dos outros, eles que procurem o que fazer. “Não dou liberdade para ninguém falar da minha filha. Se algum dia alguém ousar em perguntar, eu mando cuidar da própria vida” completa.

Marilene é mãe, e para ela apoiar e amar o filho é dever de todas. Segundo ela, as barreiras de qualquer discriminação devem ser vencidas com o amor e não com a ignorância. Marilene estudou para entender a sexualidade da filha e o porquê dela ter demorado a ter coragem de se assumir. 

“A falta de apoio desestrutura os LGBT’s, e pode levar a insegurança, situação de rua, consumo de drogas, problemas psicológicos e a prostituição por falta de alternativas. Eu acho que pais que não apoiam seus filhos só contribuem para perpetuar o sofrimento deles, sua casa tem que ser o seu porto seguro, se a família não apóia, fica triste e complicado. O acolhimento evita a vulnerabilidade dos filhos”, explica. 

* Karen Carvalho participa do Projeto de Extensão Una-se contra a LGBTFOBIA.

 

**Edição: Daniela Reis

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Por Daniela Reis 

Sexta é dia de trazer delícias aqui no Contramão! E hoje a nossa receita é de uma leitora muito especial, que nos agraciou com o Jambalaya, uma comida típica norte-americana, excelente sugestão para o Dia das Mães, que será celebrado no dia 09 de maio. 

Vamos conhecer mais sobre o prato e sobre a chef? 

Natália Ferreira nos contou que sua relação com a culinária teve início há vinte anos atrás. Fez cursos técnicos, se formou em Gastronomia e viveu um tempo em Barcelona onde cursou na renomada Escola Hofmann. Sua trajetória profissional foi marcada por grandes eventos, incluindo o tradicional Festival de Gastronomia de Tiradentes e passagens por restaurantes reconhecidos de Belo Horizonte. 

Chef Nathália Ferreira

Atualmente, em meio à pandemia, a chef encontrou na cozinha afetiva e também na culinária saudável uma maneira de se reinventar e estar próxima dos clientes, uma vez que as festas e eventos não podem acontecer. Na cozinha de sua casa ela faz a preparação das refeições de acordo com o pedido e também monta cardápios personalizados. Tudo desenvolvido com alimentos frescos e de primeira qualidade. Nathália, que também é mãe, escolheu o Jambalaya para trazer o passo a passo, pois acredita ser um prato saboroso para homenagear as mulheres mais importantes de nossas vidas! 

Vamos à receita? 

Jambalaya

Quantidade de porções: 4

Categoria: Prato Principal

Nível de dificuldade: Fácil

Ingredientes

– 2 xícaras  de arroz parboilizado 

– 200g de linguiça calabresa e rodelas

– 200g de queijo coalho em cubos

– 200g de pimentão variados em cubos 

– 200g de banana da terra em cubos e fritas

– 500g de camarão 

– 1 cebola 

– 4 dentes de alho 

– 4 tomates sem pele e picados

– 2 colheres de sopa de extrato de tomate

– Sal e pimenta do reino

– Páprica Picante

– Cheiro Verde

Modo de preparo

Refogue o arroz com páprica picante e reserve. Em outra panela, acrescente o alho, a cebola, os pimentões e a calabresa até dourarem. Em seguida, junte os outros ingredientes e cozinhe por cerca de 5 minutos. Adicione o arroz, o cheiro verde e tempere com sal e pimenta. Finalize com os camarões grelhados

E aí gostou? Que tal preparar essa receita e fazer um delivery surpresa para sua mãe? 

Para saber mais sobre o trabalho da chef Nathália Ferreira e também fazer encomendas, acessa o perfil dela no Instagram: nath.personalchef.

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Foto retirada da internet/ divulgação

O Dia das Mães, no Brasil, tem como data oficial o segundo domingo de maio desde 1932, de acordo com um decreto assinado pelo então Presidente Getúlio Vargas em seu governo provisório. Porém, a data já havia sido celebrada em homenagem às mães, em 1918, em Porto Alegre pela Associação Cristã de Moços – ACM. Esse ano, comemoraremos a data no próximo domingo dia 08 de maio.

“Ela sempre foi uma mulher que nunca teve medo do novo e nem de arriscar. Ela é a minha inspiração. É dela que tiro minhas forças para lutar todos os dias e nunca desistir.”, Amanda Eduarda sobre a força que a mãe dela, como mulher, exerce sobre a vida dela.

O dia que é comemorado em mais de 46 países, em datas que variam de acordo com a tradição de cada lugar, é uma das comemorações mais antigas. E para entender essa data tão importante em nossas vidas é preciso voltar na história. Afinal, o Dia das Mães não é apenas uma celebração comercial é um dia importante para lembrarmos aquelas mulheres que são tão importantes em nossas vidas.

“Minha mãe Cândida meu exemplo de vida e meu alicerce que sempre esteve ao meu lado, obrigada pela sua dedicação e força. Nesse dia das mães só tenho a agradecer a mulher extraordinária que tenho ao meu lado me apoiando a todos os momentos e me incentivando.”, concluí Amanda Aparecida quando questionada sobre o papel de sua mãe em sua vida.

O início

Na história da Grécia Antiga são encontrados os primeiros sinais de comemoração desta data. As homenagens eram feitas a Reia, no início da primavera. A deusa que é a representação, na Mitologia Grega, como a mãe de todos os seres, era também mulher de Cronus e mãe de Zeus. E a ela eram ofertados presentes e homenagens.

Os romanos, que possuíam uma religião similar à grega, celebravam a data durante três dias. Mas, os presentes e homenagens iam para a deusa Cibele, mãe de todos os deuses.

Nos primeiros passos do Cristianismo a comemoração se tornou um feriado cristão, e as celebrações eram feitas a Virgem Maria, mãe de Jesus.

“Não saberia descrever em palavras a minha mãe.”, Júlia Guimarães que resumi em poucas palavras o a maioria de nós não conseguimos fazer.

A mudança

Mas, a comemoração que temos mais próxima do significado que essa data tem para os dias atuais tem sua origem no século XVII, na Inglaterra. Conhecido como o “Domingo da Mães”, eram celebradas missas, onde os filhos entregavam presentes as suas mães, filhos que estavam distantes de suas famílias tinham o dia de folga.

Nos Estados Unidos, Anna Jarvis, em 1904 propôs a criação de uma data em homenagem às Mães. A ideia era criar um dia em homenagem a sua mãe que durante a Guerra Civil Americana prestou serviços comunitários. Finalmente em 1914, seu pedido foi atendido pelo Congresso Americano e o então Presidente Woodrow Wilson aprovou a lei e decretou o Dia das Mães como festa nacional.

Seguindo o exemplo dos Estados Unidos, países de todo o mundo aderiam à festividade e hoje o Dia das Mães é uma festa celebrada mundialmente.

Para Yuran Khan: “Minha mãe pra mim é sinônimo de força. Todos os dias, me inspiro nela para enfrentar os obstáculos da vida. A sintonia que a gente tem é incrível! Consigo sentir sua energia do outro lado do oceano, e por isso, ambos resistimos. Amo-a!”.

Dia das Mães e o Mundo

  • Segundo domingo de Maio: Estados Unidos, Brasil, Dinamarca, Finlândia, Japão, Turquia, Itália, Austrália e Bélgica.
  • Segundo domingo de Fevereiro: Noruega.
  • Segundo domingo de Outubro: Argentina.
  • Segundo domingo da primavera: Líbano.
  • 10 de maio: México.
  • 8 de dezembro: Portugal e Espanha.
  • Ultimo domingo de Maio: Suécia.
  • 4º domingo da quaresma Inglaterra.

 

      Texto Ana Paula Tinoco

O ônibus parou bem em frente a casa, que era limpa e cheirava a lavanda. Quem nos recebe é a mãe de Maria Cristina Barretto, uma senhora morena, receptiva e com certa dificuldade para caminhar. “Fiquem à vontade. A Cristina foi levar a Daiane à escola”, informa. Na sala de paredes claras havia uma grande mesa de vidro onde colocamos o material da produção: câmera, iPad, bolsas, gravador, caderno e caneta. O lugar era aconchegante. Ao fundo uma escada leva aos quartos que mais tarde seriam apresentados por Rosana, a direita uma porta leva a cozinha, de onde vem café e biscoitos.

Uma menina de parecer tímido aparece em pouco tempo. Ela se esconde atrás da porta da cozinha, não quer falar. Fica assim até descobrir a câmera fotográfica. As poses não param, conversa, brinca, sobe escada, desce, joga Angry Birds na edição especial do filme Rio. Só não se lembra o nome dos novos amigos que já até convidou para a comemoração de seu aniversário, na próxima sexta, dia 10.

Não demora até que Maria Cristina Barretto (com dois T como costuma frisar) chegue. Se desculpa pelo atraso e em pouco tempo dá-se início à entrevista. Impossível não notar a estreita semelhança que guardam mãe e filhas. A maternidade foi para ela fator de renascimento e realização.

A decisão

Meu nome é Maria Cristina Barretto, sou enfermeira há 18 anos e sou divorciada. Sempre quis ter filhos, em março de 2007 pensava em como poderia ser mãe sem ter um parceiro. Em maio tive o diagnóstico de que não poderia ter filhos. O médico levou 40 minutos para contar o resultado dos exames, quando notei a dificuldade dele disse: “você está querendo dizer que não posso ter filhos? Não tem problemas, eu sempre quis foi adotar”. O médico ficou aliviado.

Bárbara, uma amiga e colega de trabalho, foi quem me contou que uma mulher solteira poderia adotar. Sempre pensei que fosse preciso ser um casal. Eu sabia que ela tinha um filho e sabia que ela não tinha um companheiro. Um dia tive coragem de perguntar e soube que eu também poderia ser mãe.

Certa vez, sabendo de meu desejo, uma amiga chegou a dizer que eu não tinha o direito de ter uma produção independente, que não poderia privar as crianças da presença de um pai. Isso me fez pensar, porque perdi meu pai muito cedo e sempre senti sua falta. Mas a adoção ressuscitou minha família, me aproximou de minha mãe. Todos se aproximaram mais. Foi uma transformação, para melhor.

Preparação, caminhos, expectativa

A primeira coisa que eu fiz foi me preparar financeiramente. Eu tinha três empregos, mas resolvi ficar apenas em um, por que precisava de tempo para me dedicar. Tem que ter a consciência de que as crianças vão precisar de profissionais como psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogos. Você não pode ser pego de surpresa nesse sentido. Trabalho a noite para me dedicar as meninas o dia todo. Durante a noite elas ficam com minha mãe e minha irmã.

Fui na Vara da Infância e da Juventude para saber as informações com detalhes. O processo é muito rigoroso. Você passa por entrevistas longas com psicólogos e assistentes sociais, eles vasculham a sua vida, você tem que apresentar atestado de bons antecedentes e vários documentos. Durante o processo, tive que mudar meu nome em razão do aparecimento de muitos homônimos, entre eles devedores e estelionatários. Quis resolver essa questão para não atrasar o processo de adoção. Coloquei o nome da minha mãe. Desde pequena eu queria ter o sobrenome da minha mãe – Barretto – e nunca pensei que fosse conseguir. Acabei realizando esse sonho.

As minhas filhas têm outros dois irmãos. Eu queria adotar os quatro, mas não depende apenas do seu querer. Eles avaliam outras questões, como a possibilidade de dar a melhor assistência às crianças que adotar. A Rosana tem me cobrado isso recentemente. Fiquei um pouco chocada, fomos para a psicóloga e ela disse: “mas você quis”. Eu sempre quis. Quando pensei na família, pensei nos quatro. Parece muito duro, mas é real. Realmente, eu não teria condições de dar a todos a assistência que eu ofereço às duas. Esse entendimento é necessário. Também é preciso compreender que as meninas sempre terão suas lembranças. É preciso considerar essa vida passada. E eu sempre falei a verdade, inclusive sobre os irmãos.

Como é ser mãe

A experiência de ser mãe é fantástica. Um amigo me disse uma frase muito bonita: “quem adota, realmente fez a opção de ser mãe”. Adotar é se envolver, é estar junto, é se dedicar, é torcer, querer sempre o melhor.  A minha família renasceu, eu renasci como pessoa. Melhorei como ser humano e como profissional. Sou enfermeira e morria de medo de cuidar de criança, não sabia o que falar. Hoje é diferente, eu já sei como me aproximar delas, isso não me intimida mais. A criança também te aproxima das outras pessoas e essas se aproximam de você por causa das crianças: ‘olha o cabelo dela’ e daí aparecem outros assuntos.

Eu adoro ser mãe. Não acho que o amor é menor. Não vejo diferença. Eu não gosto de falar que elas são adotadas para não fazer sensacionalismo, mas existem situações em que é preciso falar, por exemplo, em consultas médicas, quando perguntam sobre a gestação.

Elas vieram para casa no dia 14 de abril de 2010. O primeiro ano foi cheio de sensações novas. Na primeira noite que elas passaram comigo, a Rosana, com quatro anos na ocasião, estava doente. Passei a noite inteira com ela no meu ombro. Agradeci a Deus por ela poder estar acolhida naquele momento.

Nos primeiros meses, a Daiane não conseguia me chamar de mãe. Ela me chamou de mãe pela primeira vez em outubro, seis meses após a adoção. Expliquei a ela que nós sabíamos que eu era sua mãe do coração, mas que não precisávamos usar o adjetivo adotiva. Ela teve dificuldade no começo, mas depois de um tempo isso se tornou natural. A Rosana já me chamava de mãe desde a época da adaptação no abrigo.

Sou voluntária na Vara de Infância e da Juventude e ministro cursos de habilitação para a adoção. Tive que participar durante o meu processo e passei a promovê-lo. A psicóloga da Vara me disse que após meus depoimentos, os interessados passam a desejar crianças mais velhas, de três, quatro anos. Isso é muito bom. Incentivo, pois sei que existem crianças que precisam de colo, de carinho, independente da idade. Demanda tempo, mas com amor se consegue. As pessoas acham que eu sou corajosa, mas eu nunca pensei nisso. Era apenas algo que eu queria, um objetivo. Na minha vida foi sempre assim: eu desejava, planejava, lutava e conseguia.

Não conheci outras crianças antes delas. Elas já estavam me esperando. Eu não queria separar as crianças. Já coloquei na ficha que eu queria irmãs. Elas eram as duas únicas duas irmãs do abrigo. Foi amor a primeira vista. Já me perguntaram se eu fiquei com medo, porque ainda não tinha sido destituído o poder familiar dos pais biológicos, mas eu realmente entrei com muita fé.

A licença maternidade foi uma delícia, apesar de ter sido só de um mês. O tempo é menor quando as crianças são maiores de um ano. Eu consegui estender esse tempo, pois como servidora pública pude usufruir da licença para acompanhar filho menor. Achei isso o máximo. Foi muito interessante. Introduzi os alimentos aos poucos, como faz com bebê, pois elas não conheciam todos os alimentos, ensinei a tomar banho. Trabalhei a individualidade delas. Criança que é institucionalizada perde um pouco disso. Tem que comer no mesmo horário, tomar banho no mesmo horário. A todo tempo eu ressalto as diferenças, o individual de cada uma.

Logo elas foram para a escola. De repente, tinha um monte de “para casa” pra fazer. Tive que ascender minha criatividade para ensinar. Existe preconceito na escola, do professor. Muitas vezes não é intencional, mas eles diferenciam a criança adotada, a criança que chega do abrigo. Às vezes, a melhor escola não é a melhor para essas crianças. É como se a melhor escola tivesse que ter os melhores alunos, não pode ter uma criança com déficit cognitivo. A Daiane chegou insegura, a Rosana com atitudes inadequadas. Elas foram estigmatizadas na escola e eu preferi tirar. Coloquei em uma escola boa, porém menor, onde há um tratamento personalizado, sem levantar a questão de ser adotada. Na segunda escola, a Daiane falou que era adotada porque ela quis. Ela resolveu sozinha. E diz que irá adotar. Não gosto de fazer campanha, causar um alvoroço por conta disso. Sou muito reservada. Tive dificuldade em, por exemplo, comunicar a minha chefia que estava adotando duas crianças. Algumas pessoas no meu local de trabalho ficam incomodadas e curiosas com a minha adoção, mas também admiradas com o meu desprendimento.

A adoção é um processo de autoconhecimento e exige um cuidado maior. Considero esse período a minha gestação.

Por Alex Bessas e Fernanda Fonseca

Fotos por Fernanda Fonseca

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A Câmara dos Diretores Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) estima um aumento de 15% das vendas de presentes para o Dia das Mães, em comparação com as vendas do ano passado. Os dados são de um levantamento feito com 200 lojistas, entre 25 de março e 12 de abril. Essa pesquisa também revelou que cada consumidor deve gastar, em média, R$ 150,00 em uma mesma loja.

Dos lojistas entrevistados pela pesquisa da CDL, a maior parte (56,85%) estima que as vendas de 2012 serão ultrapassadas neste ano; já 37,41% avalia que serão iguais e a minoria (11,68%) espera redução em relação ao período anterior. Daqueles que têm expectativa por uma melhora nas vendas, a maior parte (49,24%), vêem a possibilidade de acréscimo superior a 15%.

Apesar do cenário otimista os lojistas que devem manter o mesmo volume de estoque do ano anterior ainda são maioria (45,36%), seguidos de perto por aqueles que pretendem aumentar seus estoques (44,85%). Apenas 9,79% vão reduzir seus volumes de mercadoria em relação a 2012. Para o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, trata-se de “essa é uma reação conservadora, uma tentativa de minimizar a margem de produtos que podem ficar parados””.

O ticket médio (quociente que indica a quantia que o consumidor gasta em uma loja) deve variar entre R$ 75,01 e R$ 100,00, segundo espera a maioria (19,78%) dos lojistas ouvidos. Já 18,68% estimam que o gasto deve ficar entre R$ 1,00 e R$ 50,00. Um terceiro percentual relevante (17,03%) aponta a expectativa que o consumo fique entre R$ 100,01 e R$ 150,00.

Bruno Falci acredita que a estabilização dos índices de desemprego e o crescimento da massa salarial dos trabalhadores são alguns dos fatores que contribuem para o cenário otimista apontado pela pesquisa.

Por: Alex Bessas

Foto: Pedro Vilela