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A obra cinematográfica é pŕe-indicada ao Oscar 2022 e será exibida no último cinema de rua de BH 

Por Keven Souza

A partir de hoje, dia 28, em Belo Horizonte (MG), o Una Cine Belas Artes abre suas salas de cinema para receber uma das grandes produções dirigidas pelo diretor Ahmir Questlove Thompson, o documentário “Summer of Soul”. O longa-metragem chega ao espaço cultural com intuito de trazer uma experiência estética que liga o passado e o presente da indústria musical negra estadunidense. Para os amantes de cinema de rua, a produção mostra o lendário Harlem Cultural Festival de 1969, que reuniu nomes como Nina Simone, Gladys Knight, Stevie Wonder, B.B. King e tantas outras personalidades. 

Em cartaz, “Summer of Soul” estará disponível nas sessões de 16h10 e 18h20, das terças aos domingos, durante os meses de fevereiro e março. Os ingressos variam de 12 reais a 30 reais – estudantes UNA e UFMG possuem 50% de desconto no valor da entrada. E para retirar é só ir até a bilheteria local ou comprar online através do site do Una Cine Belas Artes

“Summer of Soul” foi lançado em julho de 2021, nos Estados Unidos (EUA), com duração de 1h 50min e classificação para maiores de 18 anos. Produzido em grande parte por imagens que ficaram ocultas do Harlem Cultural Festival de 1969, a obra celebra a cultura afro-americana nos diferentes aspectos da música negra, trazendo shows históricos e entrevistas atuais para revelar as circunstâncias daquela época.

Apesar de sua estreia ter sido no passado, o documentário tem sido relevante para promover discussões acerca do racismo estrutural em solo americano. Isso porque, sua realização retrata o ofuscamento das conquistas e da cultura negra em um festival que reuniu aproximadamente 300 mil pessoas em Nova York. E hoje, após cinco décadas, o público tem a chance de ter uma imersão histórica, além de identificação social, com a música afro-americana trago pela produção. 

Una Cine Belas Artes 

Localizado no coração do bairro de Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte, o cinema possui um público diverso e fiel, que encanta frequentadores há mais de 30 anos, com seu espaço de café e livraria, além de três salas de cinema, como ponto de encontro para prosear ou manter uma conversa casual. 

Endereço: R. Gonçalves Dias, 1581- Belo Horizonte/MG

Funcionamento: De terça a domingo (fechado às segunda-feiras)

Telefone: (31) 3252-7232

Para garantir o seu ingresso, acesse o site ou retire na bilheteria local. 

A Casa UNA de Cultura (Rua dos Aimorés, 1451, Lourdes) receberá a exposição “Mamulengo – Nas Linhas da Mão”. A mostra reúne materiais dos dez meses de produção do documentário de nome homônimo realizado durante a turnê “Trilogia do Mundo Moderno”, do Grupo Giramundo. O projeto foi parte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Natália Alvarenga para o curso de Jornalismo Multimídia do Centro Universitário UNA.

De acordo com Alvarenga, a ideia de fazer um TCC em forma de documentário já era antiga, mas só no 5º período, graças a uma amiga de sala, teve contato com o Grupo Giramundo. “Chegando lá me encantei totalmente, pois era a primeira vez que estava tendo contato com este tipo de arte na vida”, diz Natália.

De acordo com Natália, logo no incio o projeto foi contemplado pelo 1º Chamado Universitário do Canal Futura, um edital que seleciona propostas de produção apresentada por estudantes. “Eles nos acompanharam durante todo o processo”, conta Alvarenga. O grupo teve a curadoria de Luís Nachbin, um importante documentarista da TV Globo. Natália também ressalta a oportunidade que teve de fazer um workshop no Projac. “Esta parceria foi fundamental pro projeto”, comenta.

FICBIC

Durante o Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba (FICBIC), “Mamulengo – Nas Linhas da Mão” ficou em 3º lugar na categoria Documentário da Mostra Universitária Competitiva. Natália Alvarenga, que foi a diretora do projeto, ressalta a importância e gratificação de receber a premiação. “Pessoalmente por ser um reconhecimento, este é meu primeiro trabalho como diretora, mas, principalmente, para a minha equipe. Brinco que eles foram os meus braços e coração durante esse tempo, e, vê-los felizes, satisfeitos pelo trabalho que me ajudaram a fazer não tem preço.”

Apesar da premiação em Curitiba, ela explica que a principal dificuldade em fazer filmes em Belo Horizonte está na distribuição de verbas e é difícil fazer cinema independente. “No caso do nosso curta, em específico, mesmo sendo contemplado no Chamado Universitário do Canal Futura e recebendo uma ajuda de custo, não conseguiria pagar toda a equipe que participou de forma justa”, explica.

Exposição

A exposição “Mamulengo – Nas Linhas da Mão” na Casa UNA de Cultura vai de 17 a 30 de janeiro. A abertura será sexta-feira, 16, às 19hs. Natália explica que durante os dez meses de produção, muito material acabou não entrando no curta, além de fotografias de Still e mais. “Nossa intenção com a exposição é mostrar um pouco desses bastidores e permitir que o espectador perceba os detalhes que poderão ser vistos tanto pelas fotografias quanto pelos bonecos do Giramundo que estarão expostos”, explica Natália Alvarenga, que também é curadora da exposição. A visitação na Casa UNA de Cultura é gratuita, de segunda a sexta-feira, de 14h às 22h, e aos sábados, das 9h às 13h.

 

Texto: Umberto Nunes

Foto: Divulgação

Em 2014 chegamos a 50 anos do Golpe Militar de 1964. Para ajudar a manter na memória esse momento grave da história do Brasil, o Centro de Referência Audiovisual de Belo Horizonte (CRAV), em parceira com o Núcleo de História Oral da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (NHO-Fafich) da UFMG, exibem o documentário “Pasquim – A Revolução pelo Cartum”, hoje, 21, a partir das 19 horas, no Centro de Referência da Moda (CRModa).

A exibição do filme faz parte da mostra A Ditadura na Tela. O evento exibirá dois filmes que apresentam diferentes perspectivas sobre o regime militar – hoje e no dia 28, próxima quarta-feira. Além da mostra serão realizados debates com os pesquisadores do NHO-Fafich.

O documentário “Pasquim – A Revolução pelo Cartum”, dirigido por Louis Chilson, é narrado pelos responsáveis por criar e manter o maior jornal alternativo da época. Em um tom de bate papo, Millôr, Ziraldo, Jaguar, Claudius e Sérgio Cabral contam histórias e fazem revelações sobre a trajetória do jornal, contando ainda com a participação de,Chico Caruso, Reinaldo e Hubert e Jô Soares.

No dia 28, será exibido o documentário “Subversivas – Retratos femininos de luta contra a ditadura”, dirigido por Fernanda Vidigal e Janaina Patrocínio. O longa investiga o período da ditadura militar no Brasil sob a ótica feminina, com participação de Gilse Cosenza, Thereza Vidigal, Angela Pezzuti e Delsy Gonçalves.

Todas as atividades são gratuitas e acontecem no Centro de Referência da Moda (CRModa), na rua da Bahia, 1149, Centro.

Por: Gabriel Amorim

Foto: Divulgação

“O que foi que aconteceu de errado na evolução da imprensa brasileira que fez com que textos autorais, como aqueles de Joel Silveira, deixassem de ser bem aceitos em boa parte das produções jornalísticas da atualidade?”. Essa é a pertinente pergunta que Geneton Moraes Neto deixa aos pensadores do jornalismo. Aliás, “pensador do jornalismo” é um  título que o pernambucano rejeita, porque prefere fazer jornalismo a ficar postulando sobre sua natureza. Tal crítica está explicitada no documentário Garrafas ao Mar, que será apresentado hoje, às 19h30, no Teatro João Ceschiatti do Palácio das Artes, no projeto Sempre um Papo.

O filme traz uma série de entrevistas de Geneton com Joel Silveira, tido por muitos como o maior jornalista brasileiro. Entre as várias histórias, há o caso de uma reportagem sobre Getúlio Vargas, resultado de um encontro que durou menos de cinco minutos. O então presidente do Brasil recebeu Joel Silveira, acreditando que ele queria um emprego, mas quando soube que o objetivo do encontro era uma entrevista, levantou sisudo sem falar uma palavra. Mas isso não impediu o repórter de fazer um grande texto que pode ser lido no livro Tempo de Contar. “É um exemplo de como, se você não for um burocrata, você pode ser um bom jornalista”, declara Geneton. Na ocasião, além da exibição do documentário, debaterá sobre a crise do texto jornalístico.

Crítico do texto robô, despersonalizado, Geneton defende que “chegou a hora de ressuscitar o jornalismo minimamente autoral”. Esta é, para ele, a alternativa para que sobrevivam os jornais que devem, sem dúvida, se reinventar. Geneton faz ainda uma defesa aberta a reforma do jornalismo, a abertura dos veículos para os textos autorais, e decreta: “Fazer jornalismo é produzir memórias”.

Por Alex Bessas

Foto por João Alves

O Cine Humberto Mauro recebe, a partir de hoje, mais uma edição do Festival do Filme Documentário e Etnográfico e Fórum de Antropologia e Cinema (ForumDoc). A abertura será com a exibição do documentário Xapiri, produzido coletivamente por brancos e índios. “Nossa expectativa é que tenhamos um bom público. Muitas pessoas nos acompanham desde as primeiras edições”, afirma o organizador Ewerton Belico.

O ForumDoc comemora nesta edição 20 anos da demarcação da terra indígena Yanomami (maior do Brasil) e também destaca a atual luta dos índios Guarani Kaiowá pela demarcação de seu território no Mato Grosso do Sul. Ainda de acordo com a organização, “a intenção do evento é promover um debate sobre cinema e documentário, mas sempre com um espaço reservado para a cinematografia indígena”.

Até o dia 2 de dezembro várias mostras serão promovidas. O destaque é a mostra A Mulher e a Câmera, que exibirá somente filmes dirigidos por mulheres. Além do Cine Humberto Mauro, os documentários serão exibidos na UFMG e em Inhotim. Durante o evento ocorrerão sessões comentadas com a presença dos diretores, além de oficinas. A sessão de abertura ocorrerá hoje às 19:30h no Cine Humberto Mauro. A entrada é franca e os ingressos devem ser retirados com 30 minutos de antecedência.

Por Marcelo Fraga e Paloma Sena

Foto: Internet

Um híbrido entre ficção e documentário, o longa “A cidade é uma só?” traz a história e as consequências do passado sobre a cidade satélite de Ceilândia e seus moradores. O filme retrata a cidade nos dias atuais e como seus habitantes se relacionam com sua história e seu estado atual. Em 1971, por excesso de pessoas morando em barracos e em condições deploráveis de habitação, foi criada a Campanha de Erradicação das Invasões (CEI). Dai o nome da cidade Ceilândia. O conflito que o título do filme traz é intensificado pelo olhar dos personagens sobre a realidade. A todo momento, o espectador é questionado se Ceilândia e seus moradores pertencem a Brasília ou não.

Sob as sombras das eleições, o filme é de total relevância para  a memória dos cidadãos, abordando o que aconteceu, o que acontece e o que poderá ser feito com as pessoas que vivem sob o jugo do poder eleito. Com muito humor, é mostrada a candidatura do personagem Dildu a deputado distrital pelo fictício PCN (Partido da Correria Nacional). O passado de Nancy e suas consequências também é ponto de destaque no documentário, assim como Zé Antônio, que protagoniza uma das maneiras que os moradores encontraram para ganhar o pão de cada dia.

Não há porque acreditar que o acontece em Ceilândia fica em Ceilândia. “O todo está no pouco”, já dizia o filósofo Anaxágoras e, através da pequena Ceilândia, vemos a história do descaso de um país.

Por William Gomes

Imagem: Divulgação do filme