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Duelo de MCs

Uma batalha de rimas, a disseminação da cultura do Hip hop em BH, o Duelo de MC’s será nesse sábado, 18, a partir das 14h, na Praça 7 de Setembro, no centro da capital mineira. Após todas as complicações que os organizadores do evento enfrentaram na Prefeitura de BH com a liberação dos alvarás de funcionamento e a isenção dos impostos, o duelo acontecerá mais uma vez, e estará arrecadando fundos para a disputa nacional desse ano.

Iniciado há sete anos, o duelo acontecia toda sexta-feira no Viaduto Santa Tereza, no baixo centro de BH. Entretanto, no início do ano, a Prefeitura de Belo Horizonte fechou-o para implantação do Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza e recuperação estrutural do viaduto.

Desde então o duelos aconteciam em espaços públicos da capital, como forma de protesto à prefeitura por não ter cedido um novo lugar para o evento e pela isenção dos impostos cobrados para a realização dele. “A prefeitura cobra uma taxa de 0,85 centavos, se não me engano, por metro quadrado pelo uso do espaço, fora a questão dos banheiros, da segurança, sei que dá mais ou menos uns 600 reais que não temos condições de pagar, pois o duelo acontece de forma independente e gratuita”, explicou Izabela Egídio, 22, colaboradora do coletivo Família de Rua que organiza o duelo.

Importancia cultural

O duelo de MC’s em BH foi o primeiro evento que apoiou a cultura Hip Hop na capital. Iniciado na Praça da Estação em 2007, o evento era uma pequena reunião de amigos que faziam suas rimas. Ao passar do tempo, foi-se ganhando destaque e notoriedade tanto na qualidade da produção quando na importância para o reconhecimento da cultura urbana na capital.

A cada duelo, mais gente se agregava ao movimento, com isso não era mais possível fazê-lo na praça. Então o movimento migrou para o vão do Viaduto Santa Tereza onde fez sua casa. O local, antes, era conhecido como um ponto de uso de drogas, o movimento do Duelo transformou o ambiente. “Muitos no início não tinham noção do que estava acontecendo ali, mas aos poucos começaram a também ser parte daquilo”, contou Trax Machado, 20, estudante de Produção Multimídia.

O Duelo ganhou uma enorme proporção e foi agregando gente sempre que acontecia. Intensificou-se o movimento e gente de todos os cantos de BH participavam. “É gente de todas as classes sociais, etnias e crenças, que estão juntos no mesmo lugar se respeitando. O encontro não é só de MC’s, o encontro é feito de gente do bem e que tem em comum o rap e a diversidade”, ressalta Julia Portuense, 23, estudante de jornalismo.

Infelizmente não são todos que veem a importância cultura do Duelo. “Eu vejo o duelo como uma ligação entre a galera do morro e do asfalto. Infelizmente rola um preconceito”, contou o estudante Lucas Silva, 21. Entretanto, o movimento falou mais alto e permaneceu, sendo um percursor dos movimentos culturais da capital mineira. “Depois do Duelo diversas mobilizações urbanas surgiram, e no meu ponto de vista ele foi um divisor de águas”, ressaltou Trax Machado. “Existe BH antes e depois do Duelo de MC’s. Hoje temos mobilizações culturais de todos os tipos, gostos, em locais e horários diversos rolando na cidade”, acrescentou o estudante.

O duelo nacional

Esse ano ainda está em projeto o Duelo de MC’s Nacional 2014. Uma batalha entre rimadores de oito estados do Brasil (Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal) que vão se reuinir em Belo Horizonte para a disputa. O vencedor leva o título de Melhor MC Improvisador da Cultura Hip Hop e o prêmio de R$ 5 mil. O evento ainda não teve a data divulgada. A arrecadação de fundos para a disputa nacional está acontecendo de forma coletiva. A data do duelo será divulgada assim que a meta dos R$ 25 mil necessários para a realização seja atingida.

Amanhã, 18, ocorrerá mais uma edição do Duelo na Praça 7 de Setembro, no centro de BH. A disputa começa às 14h. Ao final do duelo será sorteado um Kit Cultural, uma rifa no valor de R$ 5,00 para ajudar na arrecadação de fundos para a competição, e no dia 02 de novembro, os organizadores realizarão “Uma Batalha De Todos Nós”, na Casa de Shows Granfinos (Av. Brasil, 326. Santa Efigênia, Belo Horizonte).

Saiba mais sobre o Duelo e sobre a organização da competicação nacional em: https://www.catarse.me/pt/duelodemcsnacional.

Texto: Umberto Nunes

Foto: Divulgação.

Hoje, às 17h ocorreu mais um Duelo de MCS em frente à Prefeitura de Belo Horizonte. No convite realizado pelo Facebook, os rappers explicaram que o motivo desta edição do duelo se deve à falta de resposta à solicitação feita à Procuradoria Geral do Município. Esta solicitação diz respeito à garantia da isenção das taxas públicas, além do licenciamento do Duelo de MCS e do Família de Rua Game of Skate.

No mês passado, os organizadores decidiram realizar os duelos na Praça João Pessoa, localizada no bairro Santa Efigênia. Quando solicitaram os alvarás de licença da Prefeitura, não ficou claro se haveria a isenção das taxas que não eram cobradas antes.

O duelo originalmente ocorria nas noites de sexta, embaixo do viaduto Santa Tereza, mas com o espaço fechado para reforma desde março, os rappers vêm à procura de um novo local que publico onde podem realizar os duelos. No fim da descrição sobre o evento, eles informam que irão “exercer  nosso direito de ocupar os espaços públicos da cidade e realizar mais uma edição do Duelo de MCs na porta da Prefeitura”.

A estudante de jornalismo Fernanda Fernandes, 21, foi pela primeira vez ao duelo “é muito bom e as pessoas são super educadas, você consegue conversar com todos com facilidade, eu não sabia que o duelo existia, mas agora eu sei e tem um ritmo muito legal, fora do que eu estou acostumada a ouvir”. Os organizadores informaram que ainda não tem um novo duelo marcado.

Veja a nossa galeria de fotos do inicio do duelo.

Por Juliana Costa

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Um dos principais movimentos sociais para os amantes de Hip Hop de Belo Horizonte, o Duelo de MCS, que ocorria todas as sextas-feiras, encontra dificuldades para realizar o evento entre os jovens amantes do estilo musical. Em sua página no Facebook, o Coletivo Família de Rua organizou um evento e anunciou que excepcionalmente hoje, 21, acontecerá o Duelo de MCS na porta da Prefeitura, a partir das 17h, como uma forma de manifestação em relação à postura do órgão.

“A gente só quer promover a cultura, o esporte e a arte no espaço público da cidade de graça pras pessoas. A gente acha um absurdo ser cobrado por isso e a gente ta aqui hoje em frente esse prédio bonito, imponente na cidade pra fazer um Duelo de manifesto mesmo, usando o microfone, a voz que sempre foi a nossa ferramenta de comunicação durante esses ultímos sete anos pra poder tocar nesse assunto e falar sobre isso. A ideia é incomodar mesmo e a gente quer ser ouvido. Queremos caminhar nesse sentido pra poder simplesmente fazer as coisas que a gente sempre tem feito nesses ultimos sete anos.” declara PDR, um dos participantes do coletivo Família de Rua.

Durante sete anos de Coletivo, o Duelo de MCS tinha sede oficial no Viaduto Santa Tereza, mas devido às obras de implantação e recuperação do viaduto, que começaram em fevereiro deste ano – sem a autorização do IEPHA (Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico), órgão responsável pelo tombamento do patrimônio público – os organizadores da manifestação cultural se viram obrigados a procurar outro lugar para realizar os duelos.

 Migração

Organizadores decidiram migrar para a Praça João Pessoa, no bairro Santa Efigênia, mas na hora de obter os alvarás de licença da Prefeitura de Belo Horizonte, não ficou claro se ainda haveria a isenção das taxas, que até então, não eram cobradas. Agora, as taxas cobradas pela PBH são ligadas a taxa de licenciamento, no valor de R$ 144,00, além de R$0,85 por metro quatro utilizado, além da obrigatoriedade de locação de banheiro químico, que custam uma média de R$600,00 por edição.

De acordo com a Procuradoria Geral do Município (PGM), a Lei nº 9.504/97, tratada habitualmente como lei das eleições, permite uma abertura que pode vir a ser uma vantagem para a Família de Rua que tenta a isenção da taxa para produção do evento cultural e sem fins lucrativos.

Por Luna Pontone
Foto: Divulgação Família de Rua