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Por Daniel Reis 

Alerta: Spoilers!!!!

Uma das maiores surpresas do último ano, Stranger Things retorna com a estreia de sua emocionante segunda temporada, que apresenta evolução de sua mitologia, de seus personagens, e do próprio roteiro que acaba mais acertando do que errando.

Com um primeiro episódio que já define bem como essa temporada vai seguir, a série começa acompanhando a nova vida do garoto Will Byers (Noah Schnapp) que após a pouca presença na primeira temporada, se torna o grande destaque desta. Ele que agora tem que lidar com apelidos como Zumbie Boy (ou Zumbizinho) e a superproteção da família e amigos, tem seu arco aprimorado entre contatos com o Upside Down, e a surpreendente atuação do garoto de 13 anos.

Com o Halloween chegando, mantém-se aquela atmosfera oitentista da primeira temporada, com um plus que é o sétimo episódio desta temporada, chamado “The sister”, que tem ligação direta com a primeira cena do primeiro episódio e funciona quase como um Spin-off. É justamente nesse ponto que a série dá uma derrapada e parece perder um pouco da essência que os fãs tanto gostam. Porém o episódio em questão surpreende por expandir (e muito) a história da Eleven (onze) personagem da nossa queridinha Millie Bobby Brown. Com uma cena incrível, a personagem volta com tudo, sendo dona das melhores cenas da temporada, mas apesar disso o episódio não responde todas as perguntas e deixa pontas soltas para serem desenvolvidas futuramente.

Além dos destaques para as atuações mirins de Millie e Noah (Eleven e Will) a grande evolução e destaque fica por conta do Xerife Hopper interpretado por David Harbour (Nosso novo Hellboy) e que desponta nos diálogos e nos momentos mais emocionantes da temporada, é evidente o quanto o ator se entregou ao personagem e gera uma química excelente com praticamente todo o elenco da série. Mas de longe a forma com é abordada a relação dele com a Eleven, e de como os criadores conseguiram em tão pouco tempo construir uma relação tão forte, é o maior dos elogios aqui. Enquanto assistia, ficava ansioso esperando passar alguma cena deles contracenando de novo.

No entanto, nem tudo são flores e um fato que pode incomodar quem estava com saudade da trama, é ver em boa parte do tempo os principais núcleos desmembrados, temos alguns personagens seguindo motivações pessoais e outros que parecem estar ali somente para agradar os fãs da série ou servir de escada para algo no roteiro funcionar, isso não incomoda muito mas pode acabar sendo desgastante para o espectador.

Este é o caso da “vingança” pela morte da Bárbara (Shannon Purser), que era algo muito pedido pelos fãs, mas soa desinteressante perto dos outros núcleos apresentados, e faz um desfavor a personagem de Nancy (Natalia Dyer) que havia terminado a última temporada bem Badass tomando a frente em alguns momentos e partindo para luta, já nessa retorna como se não tivesse evoluído em nada, e buscando a tal vingança pela a morte da amiga somente um ano após o ocorrido, depois de cenas dispensáveis e forçadas dela bêbada chorando em uma festa de Halloween que no fim não serve de ponte para vingança mas sim para o fraco triângulo amoroso entre ela Steve (Joe Keery) e Johnatan (Charlie Heaton) bem melhor se tivessem resolvido logo no início deixando a personagem de Nancy livre para a trama que realmente importa.

Elenco mirim de Stranger Things, Premiere segunda temporada/ Foto: Divulgação

As adições também são vagas, sem ganhar tanto destaque, não pela falta de presença, mas pelas histórias serem realmente desinteressantes. Os irmãos Max (Sadie Sink) e Billy (Dacre Montgomery) são o maior exemplo disso, com um passado que é mantido em segredo quase toda a temporada, com cenas e mais cenas de diálogos misteriosos para no fim ser uma história comum de divórcio que não traz humanidade para os personagens, nem faz você gostar mais ou se importar com eles, fazendo com que estes conflitos soem como pura vergonha alheia em alguns momentos.

A parte boa foram as adições de Dr. Owens (Paul Reiser) que por se tratar de um cientista do misterioso laboratório de Hawkins. Aparentando ser bonzinho demais, traz sempre um ar de desconfiança ao espectador quando está na tela, chegando a ser um desafio a parte para quem assiste descobrir suas reais intenções. Além disso temos a chegada de Bob personagem do Sean Astin que não acrescenta muito, mas é indispensável para o arco emocional de Joyce Byers (Winona Ryder), e que possui algumas das melhores referências dessa temporada, com direito a uma piada referenciando a Goonies (filme que ele participou no anos 80 como ator mirim), quando pergunta se o mapa do Will leva a algum tesouro pirata.

Apesar das derrapadas, a série se mostra muito superior em todos os âmbitos, trazendo cenas marcantes, com diálogos e conflitos inteligentes, e um respeito a si mesma ao manter todo o clima da primeira temporada, evoluindo os principais personagens sem desrespeitar a jornada deles. A maioria das principais perguntas deixadas na primeira temporada são resolvidas rapidamente nesta, o que facilita em manter a trama simples e atrativa.

Stranger Things é hoje uma das maiores séries, e tem tudo para se manter neste posto por mais algumas temporadas, poderia facilmente causar um frisson tão grande quanto o de Game of Thrones se fosse lançada semanalmente, mas mesmo assim várias pessoas estarão discutindo a saga de Eleven e companhia. O que nos resta agora são as teorias, que vão surgir sobre o futuro da série, rever esta excelente temporada, e um especial muito interessante que a própria Netflix lançou chamado Beyond Stranger Things.

Com um roteiro em três atos, e uma direção impecável os Irmão Duffer, fizeram de novo um filme de 9 horas que vai fazer você se importar com a trama, não querer parar de assistir, não sair do sofá nem para ir ao banheiro e no fim ainda pedir por mais, reclamando sobre a demora até a próxima temporada.

Por David Abner – Start – Parceiros Contramão HUB

AVISO: O seguinte artigo contém grandes spoilers para Stranger Things 2. Leia por sua conta em risco

 

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Com a maioria dos fãs já assistindo a 2ª Temporada de  Stranger Things, eles estão achando que há uma espécie de seguimento relacionado com a ideia de que o episódio 7 é, para dizer, uma estranha partida para a série.

 

O Episódio 7 é quase como um piloto de uma história paralela para uma série completamente diferente com personagens diferentes. Matt Duffer explicou que episódios como este são para ajudá-los a adicionar alguns elementos diferentes da temporada para ajudar a mantê-los frescos como escritores:

 

“Se funciona para as pessoas ou não, isso nos permite experimentar um pouco. É importante para Ross e eu tentar coisas e não sentir que estamos fazendo o mesmo uma e outra vez. É quase como fazer um  pequeno episódio piloto no meio da sua temporada, o que é uma espécie de coisa louca a ser feita. Mas foi muito divertido escrever, transmitir e trabalhar. “

 

Tornou-se totalmente polarizante, com alguns fãs criticando-o como filler. Matt descreveu por que ele sentiu que sua inclusão era importante na nova temporada:

 

“Nosso teste do episódio foi que tentamos retirá-lo da série apenas para ter certeza de que precisávamos porque eu não queria isso lá como preenchimento – mesmo que alguns críticos nos acusem de fazer isso. Mas a viagem de Eleven se desmoronou, como o final não funcionou, sem ele. Então eu era, se isso funciona ou não, precisamos deste bloco de construção aqui ou todo a série vai entrar em colapso. Não vai terminar bem. O Conquistador de Mentes vai dominar Hawkins. “

 

Ross Duffer entendeu, falando sobre como ele se encaixa globalmente na evolução de Eleven, que está em andamento:

 

“Essa linha de história em geral é um dos maiores riscos que tomamos. Vamos continuar a fazer riscos para avançar para nos mantermos no controle. Eu não queria que ela simplesmente poupe magicamente o dia. Assim como Luke Skywalker, ela precisava sair sozinha e aprender algo sobre si mesma’

 

Stranger Things foi criado por Matt e Ross Duffer, também conhecidos como The Duffer Brothers, que dirigiram e produziram a série sob a bandeira Monkey Massacre, juntamente com Shawn Levy, produtor produtor co-executivo e Dan Cohen, do 21 Laps Entertainment. A série é escrita por The Duffer Brothers, bem como Justin Doble, Jessie Nickson-Lopez, Paul Dichter, Jessica Mecklenburg, Alison Tatlock e Kate Trefry.

 

Stranger Things 2 estrela Winona Ryder, David Harbour, Finn Wolfhard, Millie Bobby Brown, Gaten Matarazzo, Caleb McLaughlin, Natalia Dyer, Charlie Heaton, Joe Keery e Noah Schnapp. A série também adicionou Sean Astin (The Goonies), Paul Reiser (Aliens), Brett Gelman (Jobs), Dacre Montgomery (Power Rangers), a atriz dinamarquesa Linnea Berthelsen e a estrela da Broadway, Sadie Sink, na mistura também.

 

A Segunda Temporada de Stranger Things  já está disponível na Netflix.

 

Fonte: EW