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Como mensurar o trabalho criativo? Esse é um dos grandes desafios da chamada economia criativa, ramo moderno da economia que engloba toda a produção intelectual criativa. A economia absorve não somente a produção cultural, mas também a produção de tecnologia, e outros ramos mais funcionais como moda, arquitetura, design e outras.

O termo ainda é novo e ainda em construção, surgiu nos primeiros anos do século 21, recentemente o Minc (Ministério da Cultura) criou a Secretaria de Economia Criativa com a proposta de discutir o potencial econômico do setor. Segundo a UNESCO, os produtos culturais inseridos na economia criativa saltaram de rendimento de US$ 39,3 bilhões para US$ 59,2 bilhões no período de 1994 a 2005.

De 11 de julho até o dia 13, foi realizado o 5° Seminário de Gestão Cultural, promovido pelos alunos de pós-graduação do Centro Universitário UNA. O seminário procurou abordar conceitos de sustentabilidade econômica na economia criativa. Na noite de terça feira, 12 de julho debateu-se sobre o tema “Sustentabilidade criadora ocupando o conceito de economia criativa”. “Uma das grandes diferenças da economia criativa é a produção que é bastante heterogênea, que vai desde grandes estúdios de cinema, até os casebres de produção artesanal”, enfatizou Ana Carla Fonseca, economista especializada em Economia Criativa. Ana Carla Fonseca fez parte da banca do segundo dia do Seminário. A economista também explica como se dá o consumo dos produtos dentro da economia criativa:

Na mesa de debate também estava presente, Thales Silveira, representante da Secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Marcos Barreto gerente de cultura da Vivo e Selma Cristina Silva, representante do Instituto Itaú Cultural.

Segundo Thales Silveira, a economia criativa é apenas um novo termo que substituía economia Cultural que já era trabalhada dentro do Minc. “O que muda mesmo são as áreas de abrangência, aonde há uma ampliação maior, com base nos três princípios que o Minc passou a adotar: diversidade cultural, inclusão social e sustentabilidade ambiental”, explica.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), em 2008, a economia criativa representa 16,4% do PIB brasileiro. Esse mesmo dado é contestado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que aponta que esse a economia do capital intelectual só movimenta 8% do PIB nacional. Segundo a Firjan,a media salário da classe criativa brasileira é de R$ 1.666 , 42% maior a média dos trabalhadores formais que fica no R$ 1.170.

Thales Silveira discorda dos dados referentes à economia, é lembra que mesmo o Minc ainda não tem recursos para recolher informações sobre os ganhos da economia cultural. No seminário Thales apontou que a falta de dados relevantes e confiáveis é um dos grandes desafios da Secretaria de Economia Criativa (Conheça os outros desafios)

Logo mais adiante a discussão sobre a sustentabilidade econômica dos projetos culturais, analisou os casos bem sucedidos das empresas Vivo e Itaú. Em julho de 2004 foi criado o Instituto Vivo que tem como missão promover “o maior número de pessoas possa se conectar, a qualquer momento e em qualquer lugar, possibilitando viver de forma mais humana, segura, inteligente e divertida”. Marcos Barreto, gerente de cultura da Vivo explica o conceito de redes de proposto pela empresa:


Outro Instituto Cultural que tem seu nome reconhecido no mercado é o Itaú Cultural que já participa da cena cultural brasileira há mais de 20 anos. Selma Cristina representante do instituo no seminário. A representante do Itaú Cultural salienta que o instituto não promove o marketing cultural. “Ele não é uma instituição ligada ao marketing, na verdade o Itaú Cultural partiu do pressuposto sobre como seria trabalhar com cultura e de como seria possível trabalhar com a arte brasileira”, enfatiza.

Vontades criadoras na cultura: soluções sustentáveis é tema do V Seminário de Gestão Cultural

Em seu terceiro dia do seminário, cujo foco é economia sustentável, os palestrantes convidados da noite: Baby Mesquita (Mimulus Cia de Dança), Marcos Coletta (Quatroloscinco) e Patrícia Manata (Caminho das Artes) debateram sobre as barreiras em que os grupos culturais enfrentam para estruturar seus projetos.

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Dessa vez o debate gerou em cima da classe artista mineira que de algum modo também representavam a classe brasileira.Podemos dizer que todos os palestrantes chegam à mesma opinião: É preciso ter mais leis de incentivo, que não restringem o trabalho do grupo artístico.

Marcos Coletta do grupo teatral Quatro los Cinco relembra das dificuldade encontradas pelo seu grupo para sobreviver no mercado cultural:

A companhia de dança Mimulus , gerenciada por Baby Mesquita , começou como uma escola de dança  em 1992 e hoje também é um Associação Cultural , Baby Mesquita relembra a trajetória de consolidação da companhia de dança e as dificuldades encontradas

De acordo com os participantes o problema geral que agrava a cena cultural brasileira é mesmo a falta de patrocínio. ” Apesar da leis de incetivo, as empresas estão em falta no mercado cultural” declara Patrícia Manata

Por: Marcos Oliveira e Marina Costa