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Estilo de vida ganha cada vez mais adeptos

Dados da Sociedade Vegetariana Brasileira indicam grandes aumentos de adeptos ao veganismo e vegetarianismo no Brasil

*Por: Moisés Martins

 

O vegetarianismo e o veganismo têm crescido consideravelmente nos últimos anos, prova disso é que quase 15% da população brasileira é adepta a um desses estilos de vida, número 75% maior que em 2012. Esses números não impactam apenas na alimentação, mas também na economia, já que o mercado vegetariano movimenta por ano R$12,5 milhões e o vegano R$2,8 milhões.

 

Já que estamos falando de economia e o quanto esse mercado fatura, provavelmente você já ouviu a seguinte frase: “Ser vegano ou vegetariano custa caro!”, mas de acordo com Ana Luisa Arrunátegui, estudante de cinema e adepta ao vegetarianismo desde 2011, existem maneiras de economizar na hora das refeições. “O preço das frutas e legumes comparado ao das carnes é bem mais barato. A dica é fazer as refeições em casa e evitar os produtos industrializados disponíveis no mercado”, salienta.

 

Apesar de muitas marcas e estabelecimentos aproveitarem o título vegetariano ou vegano para cobrarem mais caro nas prateleiras, a nutricionista Priscila Menezello reforça que a escolha por certos produtos pode deixar a conta mais onerosa. “O custo de vida vegano e vegetariano não é nada caro, um vegetariano come todas as coisas que um onívoro come, excluindo a carne, o que acontece é que quando os adeptos optam por consumir alimentos industrializados, por a demanda ser menor, eles costumam ter um custo mais alto dependendo também da matéria prima que é um pouquinho mais onerosa”.

 

Mas, você já parou para entender esses dois estilos de vida? Ser vegano ou vegetariano  não é a mesma coisa. As duas formas de viver têm diferença. O foco do veganismo é a luta pela libertação e não exploração animal, não apenas na alimentação, mas também no vestuário, em testes laboratoriais, na composição de produtos diversos, no trabalho, no entretenimento e no comércio. Veganos opõem-se, obviamente, à caça e à pesca, ao uso de animais em rituais religiosos, bem como a qualquer outro uso e/ou testes em animais.

 

Esses dois modos de vida fundamentam-se, ideologicamente, no respeito aos direitos animais e pode ser praticado por pessoas de qualquer credo, etnia, gênero ou orientação sexual. O veganismo não tem relação com crenças políticas nem com preferências musicais, nem deve ser associado a determinada cultura. Trata-se, portanto, de uma prática universal.

 

Já o vegetarianismo, não é apenas uma prática alimentar motivada somente por questões éticas, mas também envolve saúde e bem-estar “Substituo as proteínas da carne por outros alimentos que também são riquíssimos em proteínas, como lentilhas, soja e o brócolis.” comentou Ana Luisa.

 

Com a operação  carne fraca, realizada pela Polícia Federal em março de 2017, foi comprovado que empresas frigoríficas produziam carnes em péssimas condições sanitárias, foi confirmado  também o uso de produtos químicos prejudiciais à saúde. Com isso o índice de pessoas que passaram a buscar por estes estilos de vida aumentou.

 

“Eu falei para mim mesma que a partir daquele dia eu seria vegana, e assim foi. E nesse processo eu não sabia que minha vida ia mudar tanto, comecei a estudar os alimentos, fui aprendendo a cozinhar, inventando receitas, e comecei a sentir o meu corpo mais disposto. Eu estava mais feliz, e emagreci muito também”, afirma Carol Cortês, adepta do veganismo.

 

Muitas pessoas procuram os nutricionistas para fazerem a transição, o que é correto. Afinal toda mudança na dieta causa impacto no corpo e a proteína animal deve ser devidamente substituída pela a vegetal, pois nutrientes essenciais à saúde humana estão presentes nas carnes, nos ovos, etc.  “Existe uma dieta especifica para qualquer pessoa sendo vegetariana ou não, a alimentação é algo individual, os horários, e as necessidades nutricionais. A única diferença de uma dieta vegetariana ou vegana, é que quando você tira a carne, ovos e laticínios, temos que aumentar a quantidade de consumo de alguns alimentos, para garantir o aporte nutricional adequado. Observamos também a necessidade de suplementos como a vitamina D e B12, de acordo com o exame de sangue”, finaliza  a nutricionista Priscila Menezello.

*Essa matéria foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis.