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Futebol

Por Lucas Matheus

Real Madrid vence o Al Hilal por 5 a 3 e é octacampeão do Mundial de Clubes. Os gols da equipe madridista foram marcados por Vini Jr (2), Valverde (2) e Benzema, do lado saudita, os gols foram marcados por Moussa Marega e Luciano Vietto (2).

O placar remete a um jogo mais complicado do que foi, Real Madrid por muitas vezes tropeçou em erros displicentes que foram muito bem aproveitados pelo Al Hilal. Por outro lado, a equipe de Riad mostrou que pode competir em bom nível e que ter eliminado o Flamengo não foi um acaso.

O que vi do Jogo?

Um Real Madrid desatento, que apenas queria atacar e nada mais, tanto é que após o segundo gol ainda continuava tomando contra-ataques, até que numa dessa Moussa Marega reduziu o placar, dando a tônica de como seria o restante do jogo. Real Madrid atacava sem se preocupar com a defesa, enquanto, o Al Hilal tentava aproveitar as oportunidades que tinha.

A defesa deixou um sinal de alerta, pois sempre que o Hilal fazia a transição defesa-ataque, a defesa madridista tinha dificuldade para acompanhar, o que gerou três tentos para a equipe saudita, algo impensável antes do confronto.

O meio campo teve boas atuações levando a bola ao ataque, mas que pareceu deixar Tchouameni em maus lençóis em situações de defesa e recomposição, algo que tem sido um problema desde o começo da temporada e que Carlo Ancelotti, candidato a técnico da seleção brasileira, ainda não encontrou solução.

O ataque foi brilhante, todos se entenderam muito bem e a parceria Vinicius/Benzema volta a funcionar com primor, e o Real Madrid precise que ela funcione para ganhar seus jogos, haja visto que o período que Benzema esteve fora foi o bastante para a equipe merengue perder a liderança para o arquirrival Barcelona, no Campeonato Espanhol.

Vinícius Júnior melhor jogador do torneio

Créditos: Twitter Vini JR
Créditos: Twitter Vini JR

Vinícius Júnior que fez um gol na semi e dois na final, foi eleito o melhor jogador do Mundial de Clubes da FIFA. Atuações sólidas, dribles rápidos e belos gols marcaram a passagem de Vini por Marrocos, que sofreu menos faltas do que o costume, uma vez que o camisa 20 merengue tem sofrido diversas perseguições em território espanhol, muitas vezes extrapolando o campo e virando alvo de investigações policiais.

E AGORA?

Agora o Real Madrid volta para a Espanha, enfrenta Elche e Osasuna, buscando reabilitação na LaLiga, já que está à 5 pontos do líder Barcelona. Após esses confrontos, os merengues enfrentam na terça-feira, dia 21, o Liverpool em Anfield, na casa do time inglês, que vive uma má fase interminável e ocupa a 10° colocação da Premier League.

atletico x democrata. Foto: Revista Placar

Galo atropela e embala na temporada.

Por André Duarte

Na noite desta quarta-feira, no independência, o time da capital mineira fez o seu melhor jogo na temporada. A equipe do técnico Eduardo Coudet aplicou 3 x 0 no Democrata SL e manteve 100% na competição, com quatro jogos e quatro vitórias.

PRIMEIRO TEMPO

Na primeira etapa, o Galo começou avassalador e bem ao estilo do técnico argentino. Com intensidade, movimentação e marcação forte, a equipe da capital dominou o jogo logo já de início. O Galo insistiu na pressão e logo aos 12 minutos abriu o placar em cobrança de falta com Hulk. E o segundo gol veio amadurecendo ao longo da partida, quando em outra cobrança de falta, Hulk anotou mais um e chegou ao seu quinto gol na temporada. Já no fim da primeira etapa, o recém contratado pelo Galo, Paulinho, balançou as redes e colocando um placar final na partida. A dupla de ataque, Paulinho e Hulk vem se entendendo e promete muitos gols para equipe alvinegra.

Hulk comemorando um dos seus dois gols na partida. Foto: GE

SEGUNDO TEMPO

No início da segunda etapa, o Galo manteve o ritmo e começou marcando sob pressão a saída de bola do adversário. Com o passar do tempo o jogo caiu um pouco de rendimento e com placar elástico, Coudet promoveu mudanças e começou a rodar o time. Paulinho e Hyoran voltaram a levar perigo ao gol do goleiro Gustavo e o Democrata teve sua chance com Diogo, chutando no travessão. Mesmo sem balançar as redes no segundo tempo, a equipe alvinegra vence e agora espera o duelo com seu maior rival na próxima rodada.

Gustavo Gómez ergue a taça de campeão César Greco / Palmeiras

CRUZEIRO PERDE E SE COMPLICA NO CAMPEONATO MINEIRO

Por Lucas Matheus

O Cruzeiro foi derrotado pelo Pouso Alegre por 1 a 0, na noite da última terça feira, no estádio Independência. O gol da vitória da equipe do sul de minas foi marcado por Gabriel Carioca, após cruzamento na segunda trave, no começo do primeiro tempo.

Créditos: Globo Esporte
Créditos: Globo Esporte

Um time desorganizado, com poucas chances e que, agora, corre risco de não se classificar a semifinal do torneio. A equipe celeste não mostrou a reação esperada, mesmo após um bom jogo contra o América no último sábado, no estádio Mané Garrincha.

O que vi do jogo?

O sistema defensivo voltou a falhar. Não mostrando a consistência que havia adquirido ano passado. Lucas Oliveira e Wesley Gasolina foram os dois piores do setor no jogo, pouco tempo de bola, botes errados e duelos perdidos que calcificaram a péssima atuação defensiva do time celeste.

O meio campo não conseguia reter a bola por muito tempo, não ganhou bolas de segunda chance, tanto que Walisson foi um dos escolhidos para sair do jogo aos trinta minutos do primeiro tempo, mexida essa que não agradou boa parte da torcida. Após entrada de Neto Moura e Ian Luccas, o Cruzeiro melhorou defensivamente, controlou o meio campo, distribuiu melhor o jogo e acelerou a transição defesa-ataque, mas que de pouco adiantou, pois o time da capital sofreu também com a baixa produção do ataque na última noite.

O ataque não estava inspirado, Wesley e Gilberto aparentaram, estar longe da melhor condição física e Bruno Rodrigues até que tentou, mas também não foi eficaz em suas decisões. Nikão entrou aos 23 do segundo tempo, não conseguiu entrar no ritmo de jogo e terminou o jogo bem apagado.

 Foto- Cris Mattos -STAFF IMAGES
Foto: Cris Mattos -STAFF IMAGES

Juntando todos esses problemas, é mais do que urgente que o Cruzeiro precisa de contratações de qualidade, que possam chegar e jogar imediatamente no esquema de Paulo Pezzolano, uma vez que afirmou ter sido o seu pior jogo como comandante da equipe, desde que chegou em janeiro do ano passado. Após tudo isso que foi colocado, na saída dos jogadores do gramado houveram vaias e protesto a equipe em frases proferidas como “Time pipoqueiro” e afins.

 

COMO FICA?

A equipe cruzeirense não depende mais de si para se classificar e, para piorar, enfrenta o arquirrival Atlético na próxima segunda feira, dia 13. A equipe atleticana está embalada e não sabe o que é derrota no ano de 2023. Com 1 vitória, 1 empate e 2 derrotas, o Cruzeiro corre risco de não ir a Copa do Brasil de 2024, haja visto que a CBF mudou a regra e agora o Campeonato Mineiro tem direito a 5 vagas, que são distribuídas para os cinco melhores colocados do torneio.

Por Carlos Fernandes 

Naquele 7 de março de 2020, quanto o árbitro apitou o fim do clássico entre Atlético e Cruzeiro, com mais uma vitória do alvinegro, não imaginávamos o que estava por vir. Até a data de hoje, foi a última vez que vimos as arquibancadas do Mineirão lotadas, e não temos perspectivas de quando voltaremos a prestigiar o show das torcidas mineiras.

Desse modo, o futebol perde parte de seu encanto. Parece outro esporte, não tão apaixonante. Muitos são os que defendem as atividades futebolísticas ativas em meio à pandemia, tendo como argumento que se trata de uma das “alegrias do povo”. De fato, é. O espetáculo, porém, está, hoje, sem seu principal personagem: o torcedor.

Obviamente, o momento pede, e devemos seguir as recomendações da OMS. No momento, é impossível imaginarmos torcida nos jogos de futebol. Entretanto, também é impossível pensar no futebol como um esporte tão apaixonante… sem torcida.

Quer um exemplo? A última final da Libertadores foi protagonizada por duas equipes paulistas, dois rivais, Santos e Palmeiras. Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais foi a falta de “clima de final” no jogo, ou, até mesmo, a “falta de graça”. Alguns até disseram ter sido “a pior final de Libertadores que já vi na vida”.

Para desvalorizar o feito histórico de Santos e Palmeiras, os torcedores de outros clubes até alfinetaram: “Final com dois que ninguém liga”.

Sabemos, contudo, que não é nada disso. O Santos, com suas três conquistas da América, e o Palmeiras, com uma conquista até a final, sabiam bem o peso, e tinham uma história do tamanho de final de Libertadores. Mas, não adianta. Sem o personagem principal, sempre teremos a sensação de que faltou algo. E a resposta é uma só: faltou o torcedor. Faltou o grito de “UUUUUUUUH!”, em um lance de quase gol, faltou a vaia quando o time adversário está com a bola, faltou comemoração, faltou alegria.

No futebol mineiro, o Galo, talvez, encare sua temporada de maior desafio. Com altos investimentos, o clube e a torcida esperam grandes conquistas em 2021. O Cruzeiro atravessa a pior crise de sua história, e, mais do que nunca, precisa do torcedor. Por fim, o América, que volta à primeira divisão depois de cinco anos, após uma temporada espetacular. Nenhuma dessas histórias tem sido vista de perto pelo torcedor. É angustiante.

No clássico do dia 11 de abril de 2021, houve o reencontro entre Atlético e Cruzeiro, pouco mais de um ano depois. As situações são parecidas às de 2020: Atlético na Série A, cheio de esperanças; Cruzeiro na Série B, enfrentando crises. O que muda são as arquibancadas do estádio, que, pela primeira vez na história do clássico, estarão vazias. Não sei o que representa tal clássico, para além da sensação de “jogo-treino em estádio”.

 

*Edição: Professor Maurício Guilherme Silva Jr.

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Bandeira com as cores da causa LGBT no Beira-Rio (Reprodução)

          Time belo horizontino fundado em 2019 possibilitou a inserção de pessoas LGBTQIA+ no futebol

Por: João Gabriel

O futebol é mesmo fascinante e sempre conquista mais amantes ao redor do planeta, sendo indivíduos de diferentes classes sociais, nacionalidades, etnias, idades, gerações e gêneros. Todos reunidos ansiosamente à espera do gol, acompanhando lances protagonizados pelos artistas do jogo.

Com a missão de proporcionar um espaço inclusivo e de aceitação no esporte, nasceu em 2017, no Rio de Janeiro, a primeira edição do campeonato de futebol gay do Brasil: A Champions LiGay – nome inspirado na famosa Champions League – que por sua vez é organizada pela LGNF (Ligay Nacional de Futebol), disputada em quadras society. A segunda edição do torneio foi disputada em Porto Alegre/RS e passou de 8 para 12 clubes, a mais recente aconteceu em Belo Horizonte no ano passado, desta vez com 28 clubes de diversas partes do Brasil.

Com a boa recepção do campeonato, várias outras equipes do gênero continuam a surgir pelo país entre elas o “Predadores FC” do bairro Ipiranga, região Nordeste de Belo Horizonte. O clube mineiro teve sua criação em 19 de Fevereiro de 2019 com a proposta de acolher e inserir LGBTs no futebol.

Seu surgimento se deu neste período após a dissidência entre integrantes de outros clubes da categoria. A equipe conta com staff que inclui comissão técnica formada por duas treinadoras, personal trainer e psicólogo esportivo que se encarregam na manutenção da filosofia de trabalho, da técnica e autoestima dos atletas durante as competições oficiais e treinamentos.

Reiterando o espírito coletivo e a seriedade do trabalho realizado, o presidente Marcos Berna comentou “Nossos atletas/irmãos são muito conectados a família Predadores Futebol Clube. A frente da psicologia  desportiva temos o grande profissional Nil Costa que sempre pratica intervenções no cotidiano, e passa várias técnicas de relaxamento, auto controle e ansiedade.”  Segundo ele, as treinadoras e o psicólogo desempenham a função de forma voluntária.

Fora das quatro linhas o time ‘Predadores’ não contempla o amparo e auxílio de padrinhos ou patrocinadores, embora muitas vezes surgem interessados ou aproveitadores que acabam declinando o projeto no meio do caminho por inúmeros motivos “Tivemos apoiadores temporários, muitas promessas feitas e poucas cumpridas. Sempre aparecem pessoas que querem divulgar sua marca sem ajudar em nada a equipe. Mas, aos poucos identificamos as reais intenções e afastamos alguns. Alguns resolvem não patrocinar pela equipe ser LGBT, outros não renovam por opção própria ou tendo outras modalidades em vista”, esclareceu Marcos.

Quanto a escolha dos atletas, o clube adota uma política que vem a corroborar com o sentido de diversidade em todos os níveis, sem impor restrições a possíveis jogadores quanto a faixa etária, biótipo, padrão estético ou fisiológico. “Basta ter vontade de competir, recrear, que está dentro de nossa filosofia. O único pré requisito básico é ser integrante da nossa sigla LGBTQIA+. Aos interessados, só nos procurar no Instagram, via direct ou demonstrar interesse e comparecer em nossos treinos. Todos são muito bem vindos”, reforçou o presidente.

Sobre a presença de pessoas que sejam heterossexuais na composição do elenco, ela é parcialmente permitida, porém, sob algumas regras e exceções “Na categoria feminino podem sim atletas heterossexuais, no masculino permitimos treinos esporádicos, mas veremos a participação em campeonatos. Porque seria (caso acontecesse) uma forma de excluir os LGBTs que estão conosco no dia a dia.” 

Como consequência em torno dessa ação, mudanças positivas são proporcionadas no cotidiano dos jogadores envolvidos. Henrique Júnio, 21, relata sua sensação de poder vivenciar a experiência “Quando cheguei no time fui bem recebido por todos, não sabia que tinha time gay. Foi onde comecei a me abrir mais, foi uma experiência muito boa, hoje tenho o Predadores como minha segunda família. Não abro mão dele por nada.”

A rejeição à comunidade LGBTQIA+ no ambito geral do esporte revela sinais de mudanças mundo afora. Em pesquisa divulgada pela BBC em 2016, a conclusão é que 82% dos torcedores britânicos de várias modalidades, não se importariam se um jogador de seu time anunciasse ser gay. Apenas 8%, disseram que fariam questão de deixar de acompanhar a equipe se isso ocorresse. Neste mesmo levantamento 71% dos entrevistados defenderam que os clubes devem contribuir no combate a homofobia.

Em solo brasileiro já podemos notar esforços, ainda que tímidos por parte de federações  neste sentido, desde a iniciativa de incluir o número 24 (medida adotada por alguns clubes na numeração de uniformes). Estigma que começa a cair aos poucos, mas que perdurou por bom tempo no imaginário coletivo, até a abolição de cânticos homofóbicos nos estádios, sob pena de multa a instituição que não se enquadrar. Atitude até então simples, que a médio/longo prazo pode trazer transformações profundas em outras áreas no país.

Esta modalidade que diferente de outras, não necessita um tipo físico específico para praticá-la (no âmbito amador), sendo sua aplicação acessível às pessoas de características singulares, baixos a altos, de franzinos a mais fortes, de magros a gordos. Considerado o  esporte mais popular do mundo, que em tese, deveria exercer seu principal valor social, a inclusão, independente das diferenças sejam quais forem. Como todo entretenimento é um reflexo de nossas qualidades e fraquezas enquanto sociedade, o futebol tem em sua história tristes capítulos, com episódios de racismo e homofobia ainda muito corriqueiros.

História

Em 1990, época a qual o tópico em relação à orientação sexual não era sequer mencionado e discutido no mundo do futebol, Justin Fashanu, jogador inglês de futuro promissor, foi o primeiro – e até hoje, único –  atleta do futebol da história a revelar publicamente sua homossexualidade estando em atividade na carreira, enquanto atuava na primeira divisão do campeonato inglês. Passou por clubes tradicionais do país como Manchester City e West Ham. Também vale destacar que ele foi o primeiro jogador britânico a valer 1 milhão de Libras em uma transferência.

Em virtude de sua declaração pública no ano de 1990 apesar de possuir destreza ímpar com a bola nos pés, Justin perdeu cada vez mais espaço no meio futebolístico sofrendo frequentes boicotes por parte de cartolas de outros clubes, passando a conviver com ataques homofóbicos cada vez mais pesados derivado de companheiros de time, torcida, dirigentes e imprensa, que volta e meia especulava a sua sexualidade e até mesmo de seu irmão John Fashanu, que também era jogador e passou a rejeitá-lo.

A somatória de acontecimentos negativos em sua carreira e vida pessoal atribulada, culminou no melancólico fim de Justin Fashanu, que decidiu pôr fim a sua vida  em 1998, após falsa acusação de abuso sexual por parte de um jovem de 17 anos. Antes de sua morte, Justin deixou uma carta, onde negava as acusações, afirmando  que o ato sexual foi consensual e que sofreu uma chantagem por parte do jovem que queria dinheiro, e ainda considerou a possibilidade de não ter um julgamento imparcial e justo em virtude de sua orientação sexual.

Eu percebi que já tinha sido considerado culpado. Não quero envergonhar minha família e amigos. Ser gay é uma personalidade muito difícil, mas não posso reclamar. Queria dizer que não agredi sexualmente o jovem. Tivemos sexo consensual, mas no dia seguinte ele me pediu dinheiro. Ao recusar o pedido, ele falou ‘espere e você vai ver só’. Se esse é o caso, eu ouço vocês dizerem, por que eu fugi? A justiça nem sempre é justa. Percebi que não teria julgamento justo por conta da minha homossexualidade”.

O ex jogador Richarlyson, que embora nunca tenha se declarado a respeito, como Justin, foi outro caso notório de como a intolerância e a discriminação no futebol ainda continuam presentes. O anúncio de sua contratação, feita pelo Guarani em 2017 foi recebido de forma negativa e jocosa, com piadas por parte da torcida rival, de figuras públicas como o vereador Jorge Schneider  e protestos da própria torcida do “Bugre”, apelido do clube de Campinas.

A decisão de um atleta em revelar este lado da vida pessoal divide opiniões. Falas controvérsias à respeito disso, como a do conhecido treinador Renato Portaluppi podem colaborar, ainda que indiretamente, para a invisibilidade de gays no futebol profissional. Em entrevista para o jornal Folha de São Paulo, há alguns quando indagado se um jogador deveria assumir ou não sua condição Se tem um gay na música é normal, se tem um gay ator é normal, se tem um gay em qualquer profissão é normal. Mas se tem um gay no futebol, vira notícia mundial. Por quê? Não entendo isso”, opinou.

 

* Matéria supervisionada por Italo Charles e Daniela Reis

 

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Imagem: Bruno Cantini/Divulgação/Atlético-MG

Por: Raphael Segato

Após a demissão do técnico venezuelano Rafael Dudamel, pelos maus resultados, o Atlético anunciou a chegada do argentino Jorge Sampaoli, de 60 anos, ex-comandante de Santos-SP e das seleções chilena e argentina, que já iniciou os trabalhos na Cidade do Galo. O comandante chega ao Galo cercado de expectativas, tanto por parte da diretoria do clube quanto da torcida e da imprensa mineira.

A grande expectativa da torcida alvinegra se dá pela volta das boas atuações do Atlético. Para tal, Sampaoli terá um trabalho longo pela frente, e, também, um grande desafio: manter-se no cargo durante todo seu contrato – algo que só Cuca, treinador do Atlético entre 2011 a 2013, conseguiu nos últimos anos, já que seis treinadores se sucederam durante a gestão de dois anos e três meses do presidente Sérgio Sette Câmara.

Sampaoli já demonstra dar retorno imediato fora de campo. Esperam-se muitas adesões ao novo sócio torcedor, lançado pelo Atlético no dia 10 de março. Há promessa, também, de casa cheia nos jogos em casa. Isso tudo devido à imagem e à visibilidade que Sampaoli transmite ao clube.

Guilherme Frossard, jornalista do site globoesporte.com, que realiza a cobertura do clube, conta que o Atlético vem de dois anos ruins, com pouca relevância e resultados ruins em campo. “Afinal, o time investiu em um treinador de seleção, com trabalhos sólidos na América do Sul e na Europa. Isso tudo passa um recado aos patrocinadores, a clubes concorrentes, a atletas. Gera maior expectativa, e traz holofotes. Isso tudo, se bem explorado, pode ajudar muito”, comenta.

Twitter da Fifa

Após o anúncio da chegada de Sampaoli, diversos veículos de comunicação noticiaram o grande acerto do treinador com o clube mineiro. A visibilidade foi tão grande que a Federação Internacional de Futebol (Fifa) mencionou, em sua página oficial, no Twitter, a publicação do anúncio feito pelo presidente do clube. No post, a Fifa cita o retrospecto de Sampaoli, o primeiro título da seleção chilena, a quebra da invencibilidade de 40 jogos do Real Madrid, o vice-campeonato brasileiro do Santos, no ano passado, e o terceiro lugar como melhor técnico do mundo, em 2015, disputado com Luís Henrique e Pep Guardiola.

Fora de campo, este é um dos vários efeitos de Sampaoli no Atlético – e, até mesmo, em Minas Gerais. Dentro de campo, quais resultados o técnico pode trazer ao clube?  Frossard fala do estilo de ataque do time e do jeitão do treinador: “Já é possível ver o estilo Sampaoli no dia a dia. Dentro de campo, viu-se um time mais agressivo, dominante, com posse de bola e jogo mais vertical. A estratégia de controle precisa ser aprimorada, mas já é possível observar uma linha de raciocínio tático”.

No que diz respeito ao comportamento fora de campo, fica claro o perfil “durão” do argentino. “Ele não é muito de papo, nem gosta muito de falar à imprensa. Além disso, fecha praticamente todas as atividades, mas, dentro de campo, entende-se bem com os atletas, desde que estejam comprometidos”.

Quanto à postura da diretoria, cujo pensamento anterior buscava austeridade nas finanças, tudo mudou: agora, pretende-se adotar a busca por reforços. “Sampaoli, cobra um time competitivo, além de reforços. A diretoria já tem se movimentado neste sentido, para buscar reforços e montar um elenco qualificado, com foco nos atletas, para que tenham espaço”.

Na visão do jornalista, tudo isso é consequência natural da pressão implícita com a chegada de Sampaoli ao Atlético. “São elementos que ‘obrigam’ o clube a pensar grande, a vislumbrar objetivos audaciosos”, esclarece, ao ressaltar: “Resumidamente, Sampaoli traz, ao Atlético, um perfil competitivo, determinado a entrar nas competições para disputar título, e não só para participar. Significa que vai dar certo? Não, necessariamente. Mas é um bom começo”.

Certo é que, hoje, o Atlético Mineiro entra em busca do título brasileiro, que não vem há 49 anos. Sem dúvida, trata-se da obsessão de dirigentes, jogadores e torcedores do clube.

 

*A matéria foi produzida sob a supervisão do professor Maurício Guilherme Silva Jr. e da jornalista Daniela Reis