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Sendo um dos mais famosos prédios de Belo Horizonte, o Edifício Maletta fica localizado no centro da cidade entre a Rua Da Bahia e a Av. Augusto de Lima. Centro da diversidade e da cultura o prédio em sua área comercial é um dos principais pontos de encontro da capital mineira, com lojas restaurante e os famosos botecos se torna um ambiente ímpar para se divertir na cidade.

Os frequentadores do Maletta, conhecidos popularmente como “maletteiros” são o que tornam deste, um lugar diferenciado. Em seus bares e restaurantes podemos observar uma grande variedade de público. Do vegetariano aos adoradores da carne, dos LGBTTS aos heteros sexuais, o Edifício está sempre aberto para a sua turma ou qualquer outra.

O famoso “varandão” com vista para a Rua da Bahia é um atrativo a mais para os frequentadores. Pode-se dizer que o prédio é o centro gastronômico da região,  pois nele encontramos comidas e bebidas de todos os tipos e preços, essa tamanha variedade é que agrada e atrai tanta gente ao local.

Para conhecermos mais sobre este universo gastronômico, A teia conversou com diversos personagens desse palco da diversidade, entre eles o senhor Antônio de Aguiar, 62 anos, mais conhecido como Mourão, que trabalha no restaurante Cantina do Lucas.

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A teia: Mourão, desde quando existe a cantina do Lucas? Qual a história desse local?

Mourão: Desde 1962, o Maletta foi um marco na história de Belo Horizonte, a vida noturna antigamente se restringia ao centro e acontecia no Maletta. Criaram um termo na época chamado “maletteiro” para quem frequentava aqui. A cantina era um reduto que acolheu todas essas pessoas, o restaurante da época que sobrou foi só o Cantina. Tínhamos um garçom que trabalhou aqui, o senhor Olympio que era o símbolo da cantina. Ele era um espanhol refugiado da guerra na Espanha, trabalhou conosco por 40 anos, era uma referência para os estudantes que lutavam contra a ditadura.

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A teia: Algum ícone de Belo Horizonte frequenta, ou já frequentou a Cantina?

Mourão: A cantina sempre foi frequentada pelo pessoal de cinema, do teatro. Já frequentaram aqui escritores como Alberto Drumond, Carlos Herculano. Políticos, como Patrus Ananias, também o atual prefeito Márcio Lacerda, entre outros ícones.

A teia: Algum fato marcante no Maletta que você se recorda nesses vários anos de Cantina?

Mourão: A cantina é tombada como patrimônio cultural, então é um fato marcante pois é o único restaurante em minas tombado como patrimônio cultural.

A teia: Nesse decorrer de tempo percebeu alguma mudança significativa na estrutura do Maletta?

Mourão: Teve uma época que estava muito abandonado, o coronel não deixava os bares de cima abrir, só ficava gente no primeiro andar, de uns anos pra cá, o Malleta renasceu.

Além da Cantina Do Lucas, procuramos por algum bar com um ar alternativo, e no segundo andar do Malleta onde a noite é mais movimentada. O Cactos Bar, que se localiza na loja 38 é a cara do edifício, desde o cardápio variado que vai do Veganismo a carne, o ambiente além de possuir um visual despojado é o encontro da diversidade de gênero. Conversamos com o Leandro Gomes, de 28 anos, dono do bar.

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A teia: A quanto tempo o bar existe?

Leandro: Estamos aqui no bar já tem 12 meses, mas temos outro bar que é o ‘’nine’’, o bar da esquina, loja 39. Já estamos lá a três anos e meio, conciliamos os dois bares.

 A teia: Por que escolheram o Maletta para terem os bares?

Leandro: O Maletta virou referencia , como abrimos lá primeiro e teve um retorno muito bom, tivemos a oportunidade de arrendar esse bar neste ano, eu e minha namorada que somos donos, preferimos abrir outro bar no Maletta do que abrir fora, por que é mais fácil ter esse publico já em mãos do que ter que conquistar esse público lá fora.

 A teia: Vocês acreditam que o bar chame atenção do público alternativo de Belo Horizonte?

 Leandro: Meu publico é praticamente todo alternativo, 70% a 80% são da galera alternativa. O bar Olympia ajudou muito a atrair essa turma, englobamos com eles, tiramos algumas ideias para os cardápios vegetarianos, vegano. Então esse é o nosso publico, focamos e precisamos deles aqui. O Maletta não tem muito aquele casal ‘’tradicional”, a galera LGBTT também frequenta muito aqui, tentamos sempre abranger toda e qualquer pessoa que queira se divertir conosco.

A teia: O cactos é um bar temático, com ideias de sertão. Qual a característica do ‘’Nine’’? Tem algum diferencial ? Em termos de decoração.

 Leandro: O nine é voltado para uma casa retro, os hambúrgueres são retros, já o Cactos é voltado para uma coisa mais reciclável, uma coisa mais do sertão, nosso cardápio entra em vigor a partir de 1 de dezembro, onde vamos ter comidas típicas do sertão, inclusive amostras de cactos comestíveis.

A teia: Sabe nos dizer algum acontecimento interessante aqui no seu Bar ou no Maletta?

Leandro: Minha prima Isabella que conheceu o namorado aqui, mas agora estão separados. De terça a quinta conseguimos ter um fluxo maior de casais que se conhecem e continuam frequentando o bar, então acredito que existam alguns casais que se conheceram através do bar. Sexta e sábado é o dia mais de pegada, a galera mais despojada.

A teia: Você passa bastante parte do dia aqui, como sua segunda casa, qual horário costuma ir pra casa descansar?

Leandro: O bar fecha as 2 horas da manhã , depois da rotina do bar saio por volta de 4 horas da manhã para descansar e já voltar no dia seguinte para abrir de novo.

O horário de funcionamento do Cactos é de terça a sábado, das 18  às  2 horas da manhã, almoço de segunda a sexta-feira de 11 da manhã ás 15 horas da tarde.

Mas, o  Edifício Maletta não se limita a gastronomia. Além dos bares e restaurantes é possível encontrarmos também lojas de livros usados e até mesmo salões de beleza.
Conversamos  com o senhor Gilberto Mendes Moreira, de 52 anos, mais conhecido como Gil, proprietário do salão de beleza ‘Salão do Gil’

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A teia: Desde quando existe o salão do Gil (Antigo Salão do Afrênio)?

Gil: Comecei a trabalhar aqui no Maletta em 86, mas peguei este estabelecimento fazem 4 anos.

A teia: Algum ícone de BH frequenta ou já frequentou ?

Gil: Ex jogadores como Reinaldo, Toninho Cerezo.

A teia: Com o tempo verificou alguma mudança no estilo do Edifício?

Gil: Hoje é mais familiar, não havia tantas famílias frequentando o Maletta antigamente.

 

Conteúdo produzido por:Arthur Barbosa, Flaviane França, GabrielaCarneiro, Hadassa Dias, Henrique Faria, Lorena Cordeiro, Ronaldo Neto, Tiago Rodrigues, Tulio Fernandes

 

Muito se tem falado nos últimos dias sobre o ataque a dois homens que se abraçavam na Savassi, ligando essa agressão a skinheads. Grupo este que é caracterizado por integrantes de cabeças raspadas e tatuagens, e que também se tornou conhecido por atacar minorias. Porém há várias vertentes deste grupo, e algumas delas, inclusive, praticam o repúdio ao preconceito.

História

O movimento skinhead surgiu na Inglaterra na década de 60. Nasceu como um ato de protesto de uma parcela de jovens da classe operária inglesa, ao se verem diante da crise econômica e social que o país enfrentava após a introdução de novas tecnologias e, consequentemente, uma onda de desemprego. Devido à crise, uma minoria étnica trabalhava por salários muito baixos e nada compatíveis com os tetos sindicais que os britânicos recebiam. Portanto, os skinheads originalmente surgiram por conta desta crise, não tendo nenhuma influência política ou racial. Porém, ao final dos anos 70 a história muda. A partir de então, a raça e a política passaram a ser fatores de primeira importância ao grupo, gerando divisões entre os próprios skinheads.O grupo extremista, politicamente, pode ser tanto de extrema-direita quanto de extrema-esquerda. Os grupos geralmente são identificados pela sua moda, que costumam incluir botas, suspensórios, o culto ao futebol e a cerveja.

No Brasil

As influências das primeiras informações a respeito dos skinheads britânicos tiveram efeito a partir de 1977 através de discos, revistas especializadas, jornais, entre outros meios de comunicação. A influência dos skinheads estrangeiros foi fundamental para o desenvolvimento do movimento no Brasil. Um exemplo disso é que esses jovens brasileiros adquiriam, quase que por obrigação, o livro inglês Skinhead escrito por Nick Knight, este livro era considerado a cartilha dos “carecas” brasileiros.

Os primeiros skinheads brasileiros surgiram nos bairros da Zona Leste de São Paulo e nas cidades industriais que formam o ABC paulista – Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul, por volta de 1982. Hoje estes grupos são encontrados por todo o país, inclusive em Belo Horizonte.

 

Esta é a primeira de uma série de reportagens especiais sobre este tema. Acompanhe a série durante essa semana.

 

Por Marcelo Fraga e Rafaela Acar
Imagem: divulgação do filme “A outra história Americana”

Um híbrido entre ficção e documentário, o longa “A cidade é uma só?” traz a história e as consequências do passado sobre a cidade satélite de Ceilândia e seus moradores. O filme retrata a cidade nos dias atuais e como seus habitantes se relacionam com sua história e seu estado atual. Em 1971, por excesso de pessoas morando em barracos e em condições deploráveis de habitação, foi criada a Campanha de Erradicação das Invasões (CEI). Dai o nome da cidade Ceilândia. O conflito que o título do filme traz é intensificado pelo olhar dos personagens sobre a realidade. A todo momento, o espectador é questionado se Ceilândia e seus moradores pertencem a Brasília ou não.

Sob as sombras das eleições, o filme é de total relevância para  a memória dos cidadãos, abordando o que aconteceu, o que acontece e o que poderá ser feito com as pessoas que vivem sob o jugo do poder eleito. Com muito humor, é mostrada a candidatura do personagem Dildu a deputado distrital pelo fictício PCN (Partido da Correria Nacional). O passado de Nancy e suas consequências também é ponto de destaque no documentário, assim como Zé Antônio, que protagoniza uma das maneiras que os moradores encontraram para ganhar o pão de cada dia.

Não há porque acreditar que o acontece em Ceilândia fica em Ceilândia. “O todo está no pouco”, já dizia o filósofo Anaxágoras e, através da pequena Ceilândia, vemos a história do descaso de um país.

Por William Gomes

Imagem: Divulgação do filme

A exposição “Arquivo da Cidade: memória cidadã” celebra os 20 anos do Arquivo Público Municipal; montada no Centro de Cultura de Belo Horizonte , tem como objetivo mostrar para a população os serviços de arquivo e conservação realizados pela instituição.  “Construímos a exposição em quatro fases falam da trajetória da instituição, seus serviços e o acervo. Nós mostramos  um pouco do que é a conservação, a digitalização e sempre dando exemplos através do próprio acervo”, explica a diretora do Arquivo Público, Maria do Carmo Andrade Gomes.

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A diretora do Arquivo Público de Belo Horizonte, Maria do Carmo. Foto: Natália Alvarenga

Fundada em 1991 com a finalidade de selecionar e guardar documentos que registram a história da capital mineira, o Arquivo Público tem um rico acervo proveniente de doações e recolhimento em instituições públicas. Para montar a exposição Maria do Carmo conta que trabalhou com “a ideia do caleidoscópio”. “Trouxemos uma quantidade grande de cópias digitais que estão distribuídas, desenhadas em mosaicos a partir dos temas da exposição”, explica. Na sala onde textos, fotos, plantas de prédios e mapas da cidade estão expostos, é possível acompanhar vários momentos da cidade em seus quase 115 anos de história. O público pode verificar pelas imagens a mudança da paisagem urbana, o cotidiano da cidade, os serviços públicos prestados ao longo do tempo e a participação popular nos movimentos políticos.

“A exposição não apresenta um cartão postal. Ela mostra várias questões, como saneamento, mostra favela, mostra educação, mostra a memória da administração pública e as filas para acesso aos serviços públicos. Isso tudo está, de certa forma, contemplado na exposição, embora o acervo seja muito mais rico”, avalia Maria do Carmo.

Exposição explora imagens
Exposição explora imagens

A exposição “Arquivo da Cidade, Memória Cidadã” pode ser vista no Centro de Cultura Belo Horizonte, na Rua da Bahia, 1.149, Centro, de segunda a sexta, das 9 às 19 horas até o dia 16/9. A entrada é franca.

Por Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno e Natália Alvarenga

Um dos bustos da Praça da Liberdade, homenageia um importante político do estado de Minas Gerais. Mas, você sabe quem foi o Senador Júlio Bueno Brandão, cujo busto está localizado em frente ao prédio do IPSENG?

Nascido a 11 de julho de 1858, em Ouro Fino, Bueno era filho de comerciante, fez o curso primário em sua cidade Natal, onde começou a trabalhar cedo, no comércio junto a seu pai, como balconista. Autodidata, estudou sozinho e prestou exame de qualificação e começou a advogar na comarca de Ouro Fino. Sem ter, sequer, feito faculdade, com apenas o curso primário, foi juiz de Direito de Camanducaia e Juiz municipal de Ouro Fino. Também exerceu cargo de delegado.

Entrou para política como vereador em Ouro Fino. Foi nomeado pelo presidente do Estado de Minas Gerais, Bias Forte, em 1891, presidente do Conselho de Intendência de Ouro Fino. Em 1892 foi eleito presidente da Câmara Municipal da cidade.

A importância para o Estado e a cidade

Como chefe do executivo municipal teve a oportunidade de recuperar a economia do município, em crise desde o esgotamento das minas auríferas; reorganizou a administração local; fundou associação jornalística e literária além do jornal Gazeta de Ouro Fino; criou escola primária municipal; fundou a Escola Prática de Agricultura; construiu estradas municipais; cuidou da urbanização da cidade; ampliou a rede de abastecimento de água e melhorou o serviço de telefonia.
Elegeu-se senador do estado em 1897 e neste cargo, empenhou-se na reforma da lei eleitoral, buscando democratizar o sistema. Em 1930 foi o único senador a votar contra o estado de sítio em Minas Gerais.

A Praça da Liberdade ainda conta com os bustos de Azevedo Junior, Bernardo Guimarães, Crispim Jacoques Bias Fortes e Dom Pedro II.


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Por Daniella Lages

Quem passeia pela Praça da Liberdade, entre a aleia de palmeiras, não imagina de onde elas vieram e há quanto tempo estão ali. Elas são originárias do Caribe e as primeiras plantadas no Brasil vieram das Ilhas Maurício no sul do continente Africano.

As primeiras mudas que chegaram ao país foram colocadas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. As da Praça da Liberdade chegaram durante a construção, entre os anos de 1895 e 1897. Quando foi plantada a primeira palmeira no Brasil, em 1809, elas passaram a ser conhecidas como Palmeira Imperial.

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Texto e fotos Daniella Lages