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Homenageado

Por Ana Paula Tinoco

Pierre León, cineasta francês de origem russa, é o grande homenageado e possui destaque merecido na 11ª CineBH. Como diretor León tem uma gama de filmes distribuídos entre curtas e longas metragens, sendo que desse apanhado de 30 obras 14 delas serão exibidas em sessões ao longo da semana na Mostra de Cinema.

Talentoso, mas ao mesmo tempo modesto, León diz ter orgulho de suas obras, afirmando que jamais teve vergonha do que tenha sido feito ao longo de sua carreira que começou em 1994 com o longa Li per Li. Questionado sobre pertencer ao Cinema Marginal, ele esclarece: “Não me considero Marginal, sou periférico. Sou do cinema de estoque.”

Sobre a inspiração para suas obras, León poetiza de onde vem a sua inspiração e como suas ideias para filmes surgem ao dizer que vêm da beleza: “Ela (inspiração) pode vir de uma música, um prédio bonito ou até mesmo um belo rosto que eu tenha visto. Eu quero é contar uma história”, diz León com muito bom humor.

Sobre as dificuldades que cineastas independentes encontram, ele diz que não importa como, mas o filme tem que ser feito: “Se não há dinheiro eu consigo, empresto dos amigos, da minha mãe, de quem puder ajudar e faço meus filmes”.

Ao ser questionado sobre o futuro e como ele vê sua obra inserida nele, León diz que gosta de pensar que daqui 50 anos pessoas verão seus filmes. Mas que gostaria que as pessoas soubessem que seus filmes são específicos, pois seus filmes são diferentes uns dos outros, são imagens e salienta: “Eu às vezes faço filmes ruins, mas o fato de mostrar tudo o que uma pessoa fez dá uma ideia melhor. E em 30 anos será possível ver se há coerência no meu trabalho”.

León que também é crítico de cinema, escrevia pra revista francesa Trafic, faceta pela qual muitos o conhecem, diz que o trabalho do crítico é atentar para os detalhes presentes nos filmes e não dizer ao público o que ele deve gostar e cita o cineasta, também francês, Jean-Luc Godard: “Não é porque o público é ruim que os filmes sejam ruins”. E aponta para o fato de que os críticos devem sim falar de filmes que as pessoas não falam, uma forma de levar conhecimento sobre cineastas desconhecidos.

E encerrou o bate-papo com a seguinte frase: “O cinema precisa de invenção!”.