Tags Posts tagged with "incendio"

incendio

0 436

Por Daniela Reis 

No domingo, dia 02 de setembro de 2018, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro foi consumido pelas chamas de um grande incêndio. Após muitas suspeitas e investigações, o inquérito concluiu que o fogo teve início em um aparelho de ar condicionado no Auditório Roquette Pinto, no primeiro andar, bem próximo à entrada principal do museu.

Localizado no Rio de Janeiro, o museu é a instituição científica mais antiga do país e uma das mais importantes do mundo. Foi fundado pelo rei Dom João VI em 1818, e seu primeiro acervo surgiu a partir de doações da Família Imperial e de colecionares particulares. Ele tinha o maior acervo da história natural da América Latina, com 20 milhões de itens, um valor incalculável e nunca mais poderá ser visto pessoalmente.

Sobre o museu

O Museu Nacional é a instituição matriz da ciência no Brasil e representava os avanços científicos, o conhecimento e a riqueza cultura do país e do mundo. Com mais de 20 milhões de itens, o museu era especializado nos estudos de paleontologia, antropologia, geologia, zoologia, arqueologia e etnologia biológica.

A instituição tinha uma das mais completas coleções de fósseis de dinossauros do mundo, múmias andinas e egípicias e artefatos importantes da arqueologia brasileira. Outra perda foi a biblioteca Francisco Keller, com um amplo acervo de 537 mil livros. O único objeto que resistiu às altas temperaturas foi o Meteorito Bendegó, que ficou intacto em meio aos escombros do edifício.

O edifício também foi palco de importantes acontecimentos históricos. O museu ocupa um prédio histórico na Quinta da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro. O palácio foi doado por um comerciante e depois se tornou a residência oficial da família real no Brasil, entre 1816 e 1821. Foi nesse palácio que a princesa Leopoldina (esposa de Dom Pedro I) assinou a Declaração de Independência do Brasil (1822) e foi realizada a primeira Assembleia Constituinte (1824), para elaborar a primeira Constituição brasileira.

A seção de Paleontologia exibia os fósseis e a réplica do Maxakalisaurs topai, o maior dinossauro já montado no país. Tratava-se de um animal herbívoro com cerca de 13 metros de comprimento e 9 toneladas. Em outra sala ficava Luzia, nome dado ao fóssil humano mais antigo encontrado nas Américas, com cerca de 11 mil anos. Sua descoberta é um marco da ciência e ajuda a remontar a história da humanidade. Luzia também representava a “brasileira” mais antiga do nosso território.

A seção de Antropologia era riquíssima, com mais de 40 mil objetos. Representando mais de 300 povos indígenas, o acervo trazia artefatos que remontam ao século 19.  O incêndio destruiu toda a coleção de etnologia indígena exposta, inclusive de vários povos desaparecidos. Na parte regional, o museu trazia um acervo de Folclore e Cultura Popular, que representava os diversos tipos humanos do Brasil como a vida sertaneja, objetos dos pampas gaúchos, objetos musicais tradicionais, remos de ribeirinhos e rendas do Nordeste.

O acervo de Botânica também se perdeu. Em 1831, o botânico alemão Ludwig Riedel criou o Herbário do Museu Nacional, o primeiro do país. Ela guardava vários exemplares da flora brasileira, coletados em expedições científicas de naturalistas daquele século. O herbário do museu chegou a ter 550 mil espécimes de todos os biomas brasileiros, que refletiam a riqueza da fauna e flora brasileira. Muitas espécies estão extintas.

Além disso, contava com acervo egípicio e africano, ou seja, o que se queimou ali jamais será recuperado.

Tragédia anunciada 

O que aconteceu poderia ter sido evitado, mas a falta de investimento e má gestão, fez com que parte da nossa história virasse cinza. Além de problemas na estrutura, o edifício histórico não tinha um plano de proteção e combate a incêndios, o que o deixava em situação irregular. Os bombeiros relatam que na hora do fogo, os hidrantes estavam descarregados. Boa parte da estrutura do prédio era de madeira, e o acervo tinha muito material inflamável – o que fez o fogo se espalhar rapidamente.

Em 2018, o museu não recebeu integralmente a verba de R$ 520 mil por ano para sua manutenção cotidiana. Segundo o reitor, em 2015 foi apresentado um projeto do BNDES para instalação de um novo sistema de prevenção de incêndios, mas o dinheiro atrasou e só foi liberado após a tragédia.

 

A tragédia da boate Kiss, na cidade de Santa Maria (RS), no domingo 27, que matou 235 pessoas morreram e deixou 140 feridos, repercutiu não apenas na imprensa e nas redes sociais como alertou a população e as autoridades sobre a fiscalização e a obtenção do alvará de funcionamento das casas de shows e boates em Belo Horizonte da capital.

Em nota a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSU), informou que uma das exigências para a abertura de um estabelecimento é o Laudo Técnico para Sistema de Prevenção e Combate a Incêndio e Pânico seguido de uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), assinada por um profissional com registro no CREA. Além da análise do local onde a casa pretende funcionar, que deve atender às normas da Lei Municipa
l de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (Lei 7.166/96).

Ainda de acordo com a secretaria, no laudo o responsável técnico garante que o sistema de prevenção, saídas de emergência e equipamentos de combate a incêndio estejam em condições acessíveis para o escoamento das pessoas em situação de pânico. O documento deve assegurar, ainda, a existência de instalações previstas no projeto de prevenção e combate a incêndio, projetado e executado conforme a legislação em vigor e às normas da ABNT.

Segundo a SMSU em 2012, foram feitas 15.834 vistorias para conferência do Alvará de Localização e Funcionamento em atividades diversas, incluindo boates e casas de shows. O que gerou 4.448 notificações, 1.248 multas e 53 autos de interdição. Em relação ao sistema de proteção e combate a incêndio e pânico, no ano passado, foram realizadas 439 vistorias em estabelecimentos e edificações onde o laudo é exigido, 232 estabelecimentos foram notificados e 31 multados.

Ouça a entrevista do capitão Paulo Teixeira, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

Por Hemerson Morais e Ana Carolina Vitorino

Foto: Internet

Um incêndio ocorrido hoje, por volta das 14hs, na Avenida Afonso Pena, causou grandes estragos a uma loja de roupas no Edifício Mariana, próximo a Praça Sete. O incêndio que, segundo o Corpo de Bombeiros, foi causado por um curto-circuito assustou àqueles que trabalham na região. “Meu carrinho de pipoca estava em frente à loja, escutei um barulho de explosão e quando vi que estava pegando fogo sai correndo”, relata o pipoqueiro Rodrigo Batista, 37.


A tenente Rafaela Rômer, 24, informa que quando o Corpo de Bombeiros chegou, o local estava totalmente tomado por fumaça, impedindo a equipe de achar qual estabelecimento estava em chamas. “Nossa primeira preocupação foi em procurar por alguma vítima, mas felizmente não havia”, declara a tenente.

Ainda, segundo a tenente, a estrutura das lojas vizinhas não foi danificada. Já a loja atingida pelo fogo precisará do laudo de um engenheiro eletricista antes de voltar as suas atividades. “Todo o edifício passará por uma vistoria, mas o que podemos informar a principio é que somente a loja atingida está em situação de risco”, explica.

Por: João Vitor Fernandes e Rafaela Acar

Fotos: João Vitor Fernandes e Rafaela Acar