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LGBTQIA+

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Por Keven Souza

A dança sempre esteve presente em todos os momentos da história da humanidade, como amiga do ser humano, desempenha papel importante na construção de várias culturas. Essa arte carrega a liberdade de se expressar, o poder de imaginar e a vontade de transformar o mundo. 

Essa responsabilidade conduzida pela dança tem sido precursora no desenvolvimento em todas as esferas da sociedade. Na Cultura Ballroom, esse princípio não é diferente. Em meio a resistência, glamour e movimentos, nasce uma comunidade que gira em torno de arte, um lugar onde ser diferente é permitido e se torna refúgio para aqueles que precisam de acolhimento.

Em conversa com o jornalista, dançarino e participante assíduo da Cultura Ballroom, Dante Alves, 26 anos, o Contramão abordou os aspectos e a importância que fazem desse movimento um ato social, político e histórico. Além disso, trazemos em detalhes como tem sido a cena ballroom no panorama de Belo Horizonte. Confira a entrevista! 

Dante Alves – Arquivo pessoal

Dante, o que seria a Cultura Ballroom para quem não conhece? 

A Ballroom é uma cultura que nasceu nos EUA em meados dos anos 70, ela surge em paralelo aos bailes drag daquela época e em um contexto social em que a população LGBTQIA+ sofria uma repressão horrivel, mas principalmente o recorte de travestis negras e latinas, que dentro da comunidade sofria com o racismo. Ela nasce a partir de suas próprias competições nos bailes, evoluindo e se criando em categorias que variam entre estética, dança, realidade, entre outras diversas. 

A Ballroom é extremamente importante, porque ela é feita por e para as travestis negras e latinas e acima de qualquer coisa, ela celebra os corpos marginalizados que estão dentro da comunidade LGBTQIA+, que por muito tempo, e até hoje, sofre de uma higienização e embranquecimento quando é representada no mainstream. Essa cultura é muito mais do que um baile e uma festa, é sobre resistência.

Qual é o estilo de dança dentro dessa cultura? 

A dança dentro da Ballroom é muito forte e diz muito sobre a liberdade. Ela é bem específica, pegando elementos de vários outros tipos de dança e, literalmente, não é necessário você ser o padrão de dançarino para se divertir dançando vogue. Essa autonomia que a ballroom permite é sensacional, pois abre um espaço de liberdade para você ser quem você realmente é.

Particularmente, eu sempre fui uma pessoa que ama dançar, desde criança nos churrascos de família ou fazendo as coreografias no meu quarto assistindo clipes na TV. A dança sempre foi um momento de diversão, de me conectar com a música e de me sentir bem com meu corpo.

Lembro que comecei a dançar na ballroom em 2017, mas já participava da comunidade como espectador desde 2014, neste ambiente me sinto confortável para dançar e me expressar. Como uma pessoa gorda, dançar pra mim é isso, liberdade! 

Normalmente, as pessoas tendem a confundir a Ballroom com a Dança Vogue, por serem estilos de danças marcados por poses e movimentos expressivos. Há diferença entre as duas? Por que as pessoas as confundem?

O Vogue é apenas uma parte da Ballroom, um estilo que nasce da dança de rua inspirada nas poses das modelos da revista Vogue. As pessoas se confundem principalmente pelo vogue ter saído da ‘bolha’ e isso se deve muito a Madonna nos anos 90 que levou a dança ao mainstream, onde as músicas são feitas para a massa. 

Há uma problemática com essa questão, é muito visto a apropriação da dança sem respeitar e ao menos saber da história da comunidade que há por trás, principalmente por pessoas brancas e não lgbts. O Vogue é muito mais que uma dança pra quem faz parte da ballroom e a ballroom é, definitivamente, muito mais do que o Vogue. 

Você é bastante atuante no cenário Ballroom aqui de BH, como funciona este estilo de dança aqui na capital? Possuem espaço ou ainda existe preconceito? 

Geralmente ocupamos espaços públicos, como o CRJ por exemplo, e acho que por mais que tenham pessoas preconceituosas e que não entendem o que está acontecendo ali, a gente se protege bem e sabemos onde vamos ser bem recebidos.

A cidade tem abraçado projetos, ideias e os eventos desse nicho?

Não acho que o governo de Belo Horizonte seja o maior exemplo de apoiar projetos desse tipo, mas a comunidade se movimenta bastante para conseguir alguns projetos e coisas desse nicho. Falando em questão de público, as balls estão sendo sempre muito bem recebidas, principalmente com o sucesso que a ballroom voltou a fazer com os programas de tv e etc. Então depende do ponto de vista.

Dentro da Ballroom existem as Houses, que são espaços que representam o acolhimento e vão além de um local físico. Qual a importância delas para a comunidade LGBTQIA +?

As houses são como nossas famílias dentro da ballroom, como se fossem nosso “time” nas competições. Mas para além disso, são grupos que se apoiam e que têm um sentimento familiar, tem toda uma estrutura de mother, father, princess e etc, e são criadas através das conexões de seus membros. 

Antigamente as houses poderiam até serem físicas, onde as mães e pais acolhiam aqueles que não tinham onde morar, especialmente aqueles em que os pais não aceitavam ser da comunidade e colocavam para fora de casa. Mas, no contexto atual da ballroom é algo mais abstrato do que físico, são “espaços” que representam o acolhimento. 

É a partir das houses que acontecem as competições, as disputas de danças, os desfiles. De que modo são organizados esses eventos?  

Os eventos são chamados de balls, que em tradução significa bailes, esses balls são organizados geralmente por uma house ou pessoas de maior movimentação. Normalmente, existe um painel de jurados que são pessoas influentes e importantes na ballroom, um MC que organiza as batalhas e se comunicam com o público, um chanter que é uma pessoa que faz o chant – que é como se fosse uma ‘letra’ que dita a batalha –  e claro um DJ para soltar os beats. 

Cada categoria é aberta e todos que querem competir ganham os tens (aprovação) ou o chop (eliminação). Essa etapa acontece antes de começar as batalhas, onde você se apresenta para os jurados e a partir disso, se eles acham que você está apto a participar dessa categoria, você ganha os tens, mas se algum deles acharem que você não está e te dá um chop, você está fora, não passa para a fase das batalhas. Isso tudo faz parte dos eventos.  

Hoje, você faz parte de uma dessas casas, o que ela representa para você? 

Sou membro da House of Barracuda, uma casa que foi e é muito importante para meu crescimento dentro da ballroom, além do meu desenvolvimento pessoal. Estou na Barracuda desde a sua fundação, onde surgiu a partir de um sentimento das mother’s, o Trio Lipstick, de transformar aquele grupo que estava muito unido em uma família. Elas reuniram todos nós e expuseram a vontade de construir uma house, e de uma forma bem colaborativa a Barracuda surgiu.

Hoje, temos diferentes membros, onde cada um compartilha suas experiências e apoia um ao outro. É como uma família mesmo! Quando estamos juntos, seja em um almoço, treino ou na ball gritando e apoiando, me sinto livre para ser eu mesmo. 

Por fim, qual dica você daria para quem não conhece o cenário de dança LGBTQIA + de BH, especificamente a Ballroom, mas tem curiosidade de participar dos eventos? Qual seria o lugar ideal de procurar para quem se interessa?

Uma frase muito dita na Ballroom é “procurem saber”. Procurem saber da história, da importância, da necessidade dessa comunidade. Busque entender quem começou, de como surgiu. A história é muito importante para a Ballroom, então antes de começar a se jogar na dança, minha dica seria estudar sobre. Tem ‘Paris is Burning’ para ver na internet, além de diversas páginas no instagram que se propõem a serem didáticos para quem está interessado. 

Hoje, as lideranças da ballroom também estão dispostas a ensinar e acolher, então se aproxime das pessoas e estude! Isso é legal para um primeiro passo. E para quem tem vontade de frequentar, o CRJ é um lugar onde a gente sempre está se encontrando e tendo treinos abertos, que estão voltando aos poucos devido a pandemia, mas na pagina @mgballroom é dito todas as movimentações da cena mineira, balls, treinos e etc, então ao seguir a página você vai saber onde estamos. 

 

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Por Bianca Morais 

Janeiro é o mês da Visibilidade Trans e o Jornal Contramão traz hoje uma reportagem especial com Thabatta Pimenta, a primeira mulher trans no poder legislativo do estado do Rio Grande do Norte. Confira a história surpreendente.

Conheça Thabatta

Thabatta Pimenta tem 30 anos, é do interior do Rio Grande do Norte e é uma mulher trans. Desde pequena Thabata já percebia que não pertencia àquele corpo ao qual ela nasceu. Sem se entender ainda como trans, durante a juventude sofreu muito bullying por ser um “menino afeminado”, foi apenas na adolescência depois de participar de um concurso de miss de sua região e se olhar no espelho caracterizada como mulher que teve a certeza de que era uma.

Apesar do bullying, Thabata carrega uma boa lembrança da infância, de quando ainda em transição foi fazer uma peça de teatro do clássico da literatura brasileira, A Moreninha, e fez o papel da menina, na época o rapaz que contracenou com ela não teve problemas em aceitá la e ser seu par, naquele momento ela pode ser quem era e ter um “príncipe” pela primeira vez.

“Eu acho que a transexualidade é uma descoberta do dia a dia, a gente nasce assim, então com o tempo vamos desabrochando como uma flor, percebendo e se entendendo, comigo foi assim, durante a infância eu percebia, eu tinha meus amigos gays, mas eu via que eu era algo a mais”, conta ela.

A norte-rio-grandense nunca precisou se explicar para família, desde cedo sua mãe e irmãos já notavam sua diferença, sempre foi algo natural e seus entes sempre a apoiaram em todo o processo de transição.

“Um dos meus hobbies é treinar e minha transição física veio com o tempo e me aceitando. Inicialmente, comecei para conseguir forças e cuidar do meu irmão, mas com o tempo meu corpo foi mudando, nunca fui de deixar meu corpo de um jeito de outro, eu fui na questão de olhar no espelho e me gostar. Nunca tive problemas com ele em si, muito menos com meu órgão genital, essa questão da transexualidade vai além do corpo físico, é uma questão mais psicológica”, explica Thabatta.

Um dos momentos mais importantes nessa trajetória foi poder fazer a retificação de seu nome, foi no dia de seu aniversário que ela alterou o nome e ali ela comemorou não apenas o dia que sua mãe lhe pôs no mundo, mas também o dia em que colocou o nome que ela escolheu para si, de se reconhecer dentro de seu gênero. Thabatta é uma mulher trans e torce pelo dia que vai poder ser chamada apenas de mulher.

“Hoje ainda é necessário dizer que sou uma mulher trans, principalmente para mostrar que estamos naquele espaço onde outras deveriam estar. Mulher trans, travesti, na realidade é a mesma coisa, o fato de ser uma travesti é um ato político, um termo político de nos mostrarmos a muito tempo na sociedade, para mim o que eu acho preconceito é se referir travesti no masculino, afinal todas nós somos mulheres”, esclarece ela. 

Thabatta nunca abaixou cabeça para ninguém, toda discriminação que sofreu ao longo da vida ela batia de frente e não deixava a pessoa que cometeu o preconceito sair sem refletir sobre a fala, e foi nessas voltas da vida e buscando pela direito de ser a voz de sua comunidade que a mulher resolveu entrar na vida politica.

Thabatta na política

Thabatta é muito conhecida em sua cidade natal, Carnaúba dos Dantas, é locutora em uma das rádios mais populares da região e querida por muitos devido a sua simpatia.

Em 2016 se candidatou pela 1ª vez a vereadora e apesar de sua alta popularidade, encontrou por dificuldades para encontrar um partido que a aceitasse, isso porquê Thabatta é uma mulher trans, quando um a aceitava, os outros da coligação diziam não querer ter sua imagem associada a uma trans.

Depois de muitas lutas, Thabatta conseguiu se candidatar, no entanto, não foi eleita, sua campanha inclusive, foi duramente atacada, principalmente por partidos mais conservadores.

Ela sempre foi dona de si, corajosa e destemida, quatro anos depois da primeira tentativa, ela voltou às urnas, dessa vez pelo Partido Republicano da Ordem Social, o PROS, e com 267 votos foi eleita a primeira mulher trans no Poder Legislativo do Rio Grande do Norte.

A vereadora é uma mulher trans no país onde mais se matam pessoas trans no mundo, Thabatta porém não deixou se abalar pelo preconceito, ao contrário, transformou todo aquele ódio vinculado ao que ela representa em força para não desistir.

De acordo com o levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), no Brasil, 90% dessa população tem a prostituição como fonte de renda, muitos não gostariam de permanecer nessa situação, mas o preconceito ainda fala alto na sociedade, e se o desemprego já é uma realidade no país, para o público trans ele é ainda maior.

Thabatta conseguiu vencer as expectativas, alcançou um cargo que poucos de seu grupo conseguem, e além disso, ainda tem que provar diariamente sua competência, trabalhar dobrado para mostrar que merece estar ali, afinal, quando se alcança um local onde poucos dos seus chegaram por preconceito, os outros querem te derrubar.

“Na política hoje eu calo a boca de muitos que duvidaram, sofri preconceito e na primeira campanha fui sozinha e mostrei que eu era capaz, a população também me deu essa resposta, as dificuldade não me abalaram só me fizeram mais forte, entender que era esse caminho que eu tinha que seguir, fazer não só por mim mas por outras pessoas trans, pela minha comunidade lgbt”, diz a vereadora.

Representatividade importa

Depois de eleita, a vereadora aumentou seu número de seguidores nas redes sociais, não só apenas o Rio Grande do Norte conheceu ela, como todo o país. Nascida de uma família humilde do interior, acabou conquistando todos os cantos do Brasil.

Thabatta não apenas levanta a bandeira do LGBTQIA +, mas outra causa que também a motiva e a destaca é a de pessoas com deficiência. Ryan Ricelle, irmão de Thabata, tem 32 anos e paralisia cerebral, ela é responsável por seus cuidados por ele, a “irmãe” enfrenta todos os dias as dificuldades de acessibilidade ao ter que levar seu irmão nos locais, ruas esburacadas, falta de rampas, entre outros. 

Os desafios de Thabatta

Maria Aparecida de Medeiros Silva é mãe de Thabata Pimenta, a vereadora sempre se orgulhou da diversidade de sua família, ela mulher trans, a mãe lésbica, Ryan cadeirante e assexual e Ramon, o hétero. Ela nunca deixou de mostrar tanto em suas campanhas, quanto em suas redes sociais, o amor incondicional a sua família e o amor deles por ela, todos se aceitando como são.

Thabatta e a família

Não é de se surpreender que no dia 29 de dezembro de 2020, quatro dias antes de sua posse, um pedaço de Thabatta se foi, sua mãe, técnica de laboratório no Hospital Regional Mariano Coelho, em Currais Novos, faleceu de covid-19. A mulher que sempre esteve ao lado dela, lhe apoiando e cuidando dela e de seus irmãos morreu, e naquele momento Thabatta que tanto precisa ser forte para encarar a constante cobrança de ser uma vereadora trans precisou ser ainda mais, pois agora a responsabilidade de cuidar de sua família recaia sobre ela, e mesmo precisando ser tudo, ela conseguiu.

Thabatta é sinônimo de fortaleza, durante todo seu mandato vem lutando em favor das minorias, é uma super mulher que carrega muitas causas em suas costas.

A voz da minoria

Ryan, o irmão da vereadora tem um grande talento, o da pintura. Com um suporte na cabeça e um pincel, o rapaz pinta quadros representando as paisagens do nordeste. 

Depois da morte de sua mãe, Thabatta é quem sustenta a família, na casa onde mora vivem Ryan, Ramon, a cunhada e sua sobrinha. Sendo vereadora ela ganha 3 mil reais que precisa ser suficiente para todas as contas. Foi então que através do conhecido site “Razões para acreditar” e de uma vaquinha virtual feita por eles, que a família conseguiu arrecadar 40 mil reais para custear uma nova cadeira para Ryan, uma vez que sua antiga já estava o machucando.

Thabatta desde cedo lida com o preconceito, é uma mulher trans e tem um irmão cadeirante, segundo ela, o irmão é um dos responsáveis pela força que ela tem para enfrentar as dificuldades, que são muitas. Thabatta enfrenta todos os desafios de ser uma mulher trans e mesmo assim ainda consegue cuidar do irmão como se fosse a própria mãe, luta pela educação inclusiva, acessibilidade e direito às pessoas com deficiência, carrega seu irmão, literalmente, todos os dias para diversos lugares para que ele se sinta parte da sociedade, que muitas vezes, exclui o diferente.

Thabatta e o irmão

A busca por políticas públicas para os trans e travestis

Dentro do mercado de trabalho, Thabatta se encontrou e é muito feliz em suas atuais posições, tanto na área da comunicação quanto na política, porém não são todas as mulheres trans e travestis que têm a mesma sorte dela, por isso, uma das principais lutas que ela trava dentro do governo é a de colocação desse público na sociedade.

Uma dessas questões é a da hemoterapia, muitas mulheres trans e travestis por falta de condições acabam se harmonizando sem uma ajuda médica e tendo vários problemas de saúde em consequência disto.

“Eu custei a tomar hormônio, essa é uma questão delicada no cenário trans, no cargo que ocupo hoje eu venho lutando para que essa política pública, a da hemoterapia e da transição em si chegue a mais pessoas trans aqui no meu estado”, comenta a vereadora.

Thabatta é ativista e faz questão de dar voz a seus iguais, já que eles ainda não alcançaram esse espaço, ela como primeira mulher trans e travesti eleita parlamentar do estado fala por eles.

“Eu acho que o que nos falta é cada vez mais políticas públicas que nos incluam, que entendam que a gente existe de verdade sendo na educação, que chamem mais pessoas trans para estudar, cursar uma faculdade futuramente, sou muito a favor das cotas. Hoje a minha luta é principalmente para isso, moro em uma cidade pequena do interior do estado lutando para que a política da mulher seja fortalecida, que a gente tenha cada vez mais acesso ao sistema de saúde, tenhamos um ambulatório para nos tratar, e que com o tempo se entenda que apenas queremos viver e passar dos 35 anos”, posiciona-se.

Nesse mês da visibilidade trans, histórias como a de Thabatta mostram que apesar de muito a se percorrer na luta pela igualdade, é sim possível vencer e reconhecer em Thabatta uma figura tão forte que ajuda milhares de pessoas a não desistir é muito importante, ela é prova que é possível sim vencer as barreiras do preconceito e conquistar seu espaço.

“Na política e como figura pública eu faço o máximo para que as pessoas nos enxerguem, acolham, entendam, e respeitem porque o que mais vemos notificando é as mortes de pessoas trans e travestis e isso dói em mim, não quero que isso aconteça com o futuro de outras trans, quero mudar hoje e amanhã o futuro dessas pessoas que é algo que eu posso fazer”, finaliza a vereadora.

Com a palavra, Thabatta Pimenta

“A população não pode dizer ‘eu não entendo muito, você tem que me explicar’, isso acontece muito, as informações estão ali, a internet está aí, você ser preconceituoso hoje é porque você quer, você entender o direito do outro de ir e vir é muito importante, você tem que respeitar porque isso é o mínimo. A sua obrigação é respeitar o outro, seja qual for a orientação sexual, a identidade de gênero, a cor, a religião, você tem que respeitar o outro. 

A mídia também tem que continuar essa visibilidade, a gente não quer só ser a primeira, ser a primeira trans vereadora, primeira trans médica, primeira trans professora, queremos que cada vez mais tenha outras, mas para isso acontecer as oportunidades tem que chegar até nós, a sociedade tem que nos acolher, nos empregar, tem que nos dar a chance de mostrar que somos capazes.

Hoje lutamos muito na questão da capacitação desses espaços públicos, seja em hospital, escola, banco, que não nos respeitam, quando chegamos nesse espaço que o povo não quer nos aceitar quer te chamar no masculino mesmo vendo uma mulher na sua frente é um absurdo. A sociedade tem que cada vez mais se capacitar e entender o outro, o direito do outro, o respeitar o outro”.

 

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Por Keven Souza

Ao longo das inúmeras reportagens já produzidas no nosso jornal, demos vozes a diferentes ações, projetos e vivências. Tivemos a oportunidade de apresentar pessoas e personalidades, cuja narrativa é ímpar e para lá de especial. 

E hoje, em comemoração ao Mês da Visibilidade Trans, é dia de contar a história de Gabriel Carneiro, homem trans, que passou pelo processo transitório com determinação e representa todos aqueles que não se identificam com o gênero que lhe foi atribuído em seu nascimento. O jovem detém uma trajetória de vida que irradia coragem, além de superação. Conheça-o!

Quem é Gabriel 

Gabriel Carneiro Campos é belo-horizontino, empresário, criador de conteúdo digital e ativista assíduo do movimento LGBTBQIA+. Com 27 anos de idade, é um rapaz apaixonado por acampamento, trilha, viagem e como grande parte dos mineiros, pelo Atlético/MG. Gabriel um dia fora Gabriela. Gabi, como ele a chama, fez parte da sua história enquanto indivíduo e moldou a personalidade do imponente ser que se tornou hoje. 

“O Gabriel é a junção do que a Gabriela construiu até uma determinada parte do caminho. Então, muito do que me tornei é sobre a Gabi”, conta ele, que apesar de ser um grande homem atualmente, sua história com a incongruência de gênero é antiga, quando ainda estava na adolescência. 

Aos 15 anos, em 2010, ardia em seu peito alguns instintos da não identificação com o seu gênero designado biologicamente, na época, o rapaz não entendia muito bem os ensejos do seu próprio eu, mas ia compreendendo os sinais que surgiam e de forma natural, e inconsciente, acabou ouvindo a sua real identidade. “Consigo entender perfeitamente que naquele momento algo já estava sendo reproduzido, mesmo que inconscientemente”, conta.

Durante essa fase havia pouco acesso e representatividade acerca do tema transsexualidade, no entanto, mesmo com a falta de informação sobre o assunto, a boa relação com si próprio trouxe a confiança e a firmeza de dar pequenos passos para se conectar com o universo masculino. 

A partir daí, Gabriel começou a discernir que não se encaixava naquele corpo feminino, a entender que os questionamentos eram apenas a inquietude de quem estava em busca da sua verdadeira identidade e que, desde sempre, se enxerga como homem. 

Relação com família e transição 

Seu vínculo com a família é uma exceção com base nos históricos de relacionamento familiar de transexuais no Brasil. O jovem, criado pelos pais, obteve o companheirismo e a empatia dos seus entes queridos durante todo processo de transição. Dentro de casa, estudou a melhor forma de contar que tinha tido coragem de ser quem ele realmente era. 

“Busquei a forma mais didática para falar com eles, entendi que eu teria que abordar o assunto de formas diferentes… não teria como ter a mesma conversa com minha avó e minha prima de 8 anos, por exemplo”, explica ele. 

Quando começou a obter independência financeira, deixou de raspar os pelos de seu corpo e iniciou a troca das peças de roupas femininas pelas masculinas. Uma decisão crucial, pois acreditava realçar sua masculinidade. “Com minha ‘liberdade financeira’ iniciei a troca do meu guarda roupa, não usava mais peças íntimas femininas, não tinha mais roupas daquele universo”. 

Na época, o menor dos problemas de Gabriel era dizer sobre o desejo de transacionar, já que o assunto vinha sendo trabalhado para não haver certas emoções. “Não tive problema! Era algo que eu deixava bem claro e muito certo do que estava fazendo, não queria e nem aguentava usar nada feminino mais”.

Foi próximo aos 22 anos que deu início ao tratamento hormonal. A aceitação da família foi fora da curva, de modo leve, pautado por trocas e descobertas. “Eles não entendiam nada sobre o assunto, porém estavam lá se esforçando dia após dia para me acolher da forma mais honesta possível. Havia alguns deslizes, mas eu entendia que acabaria com o tempo e foi assim, com respeito, que fui levando e recebendo todo apoio.”

O processo, a priori, foi libertador e tranquilo. Em 2018, custeava cerca de duzentos reais mensais para a terapia de reposição hormonal que acontecia através do atendimento particular. Durante esse período, após um ano de acompanhamento médico, Gabriel acabou perdendo o emprego – que era sua principal fonte de renda na época – e teve que continuar o tratamento através do Sistema Único de Saúde (SUS), no Ambulatório Trans do Hospital Eduardo de Menezes em Belo Horizonte, oferecido gratuitamente. 

O rapaz sentiu grandes emoções com a demissão, mas jamais pensou abrir mão da terapia. “Em nenhum momento passou pela minha cabeça desistir. Muito pelo contrário, estava ciente de tudo que eu poderia perder com minha escolha, mas nada no mundo me assustava mais do que não ser eu, então desistir nunca foi uma opção!”

Hoje em dia, Carneiro mantém o acompanhamento médico, uma vez que o processo tende a durar toda a vida, e para ele chegar onde chegou é dar valor à sua própria trajetória. “Eu sempre deixo claro sobre ser um homem trans e o orgulho que sinto disso”.

Gabriel e a família

Empenho à luta trans

Ser uma pessoa trans no Brasil não é fácil – o país mantém liderança no ranking mundial de estado que mais mata transexuais, de acordo com a ONG Transgender Europe (TGEU). Mas Gabriel, mesmo com tantas adversidades e talvez certos privilégios, se empenha pela causa, na qual tem orgulho e enxerga importância. 

Sua luta pode parecer única, invisível, diante de tantas outras, porém, a coragem de ser quem realmente é realça o desejo permanente pelo reconhecimento e a liberdade de existência da sua população. Por isso, participar de projetos, ações e movimentos ligados à transexualidade é um ato constante que faz parte de seu propósito. “Meu corpo é político e a urgência dessa luta é enorme, já que o nosso país é o que mais mata pessoas trans no mundo”, desabafa. 

Atualmente, Gabriel tem sido voluntário ativo de uma ação para pessoas trans que foram afetadas pelas fortes chuvas em BH. Trabalho significativo que representa a sensibilidade pelo outro. “A pessoa que eu ajudo, de algum modo, fortalece outro companheiro(a) de caminhada e juntos vamos tendo acesso, chegando em lugares que nossos corpos não tem espaço para ocupar”.  

Nas redes sociais não é diferente! Com serenidade, seu trabalho social ganha voz, corpo e imagem através de vídeos de conscientização e publicações voltadas à causa. Onde busca de forma politizada dar fim a preconceitos, baixa representatividade trans e atuar na falta de informação. “A maioria das pessoas têm acesso à internet, por isso o objetivo central é criar uma rede de apoio e conhecimento de forma didática, além de levar acesso às pessoas trans e aqueles aliados ao nosso universo”. 

Recado para marcar o Mês da Visibilidade

“Ser você é o maior presente que você pode lhe dar. Então se acolha, se permita e seja carinhose com você mesmo. A transição é a maior universidade da existência, a viagem muitas vezes é dura, o caminho incerto, mas pode ter certeza que o trajeto começa aparecer à medida que você vai dando seus passos. Para este mês da visibilidade deixo uma frase autoral que diz assim: ‘Que sua imensidão não seja limitada por pessoas vazias’. Então, fique firme!”, diz Gabriel.

Por Tales Ciel

Ainda me lembro de quando vi a minha primeira parada gay. Vi pela janela do carro; vi, porque participar eu jamais iria. Lembro-me de pensar “ainda bem que não sou eu”, para muitas das ações incabíveis que estavam fazendo – dois homens que se gostam beijando? O sacrilégio! Mal sabia o pequeno eu o que essa frase iria fazer. Às vezes ainda penso no que poderia ter sido se não tivesse sido doutrinado assim, se não tivesse negado tanto, se não teria começado a perceber mais cedo e me poupado de ter que ir no ritmo que a pandemia me permite, mas sei que não vale à pena ficar pensando nisso. Antes tarde do que nunca, é o que dizem.

Para muitas juventudes LGBTQ+, a percepção de que algo está “errado”, incomodando, começa bem cedo. Para outros ela vem mais devagar, aos pouquinhos. Se é algo do destino ou do subconsciente não tem como dizer e pode ser que seja um pouco dos dois, porque tem pessoas que precisam de mais tempo que outras para entender algo que deveria ser apenas mais uma faceta de existir. Mas o medo, ele nos para, faz com que enxerguemos esses pequenos fatos e condições como errôneos e ruins, com que esses seres humanos que são diferentes – pois é apenas isso que somos, diferentes do “padrão” – se odiarem tanto por dentro, até não acreditarem que merecem viver. Que podem ter uma vida normal, um emprego, uma pessoa para amar. Faz um garotinho olhando duas pessoas que se amam pela janela do carro agradecer por não ser como eles.

E é um absurdo pensar que condicionamos o nosso direito de existir nos padrões que um grupo alheio de pessoas seguem. Que temos que justificar com evidências e provas, um slide de 100 e mais páginas e um estudo de 60 anos o porquê merecemos viver. É uma noção retrógada, nociva e cruel, que muitos não param para perceber. Especialmente num tempo em que os números e fatos que deveriam estar sendo levados em consideração é, talvez, o primeiro lugar que o Brasil ocupa mundialmente no assassinato de pessoas transgêneros ou a relação de uma morte por homofobia a cada 16 horas. Tanto que quando invertemos as cartas, há muitas mais evidências de que nenhum dos que nos subjugam podem provar porquê não podemos, porquê somos “errados”.

Em quase todas as espécies de animais no planeta há a presença de todos as cores do arco-íris, por exemplo existem casais de leões, pinguins, elefantes e muito mais, homoafetivos. Até mesmo nas plantas, com árvores que trocam entre serem do sexo feminino e masculino sem motivação ou interferência externa, apenas o fazem. Sexualidade, gênero e identidade são coisas que fazem parte da mãe natureza e, por extensão, fazem parte da natureza humana. Talvez o problema não seja quem somos, talvez não seja quem amamos, como no chamamos ou queremos vestir. Talvez, o problema não sejamos nós, não seja o menino gay que agradece por não ser o que, na verdade, é. Talvez, o problema seja o medo que aprendemos a ter.

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Projeto de Extensão promove a diversidade e inclusão nos espaços acadêmico e social

*Italo Charles especial para o Contramão

Respeito, liberdade e sobrevivência são alguns aspectos que marcam a vida das pessoas LGBTQAIP+ em todo mundo. Hoje, 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional da Luta contra a LGBTfobia.

A data foi criada em 2004, referência ao dia em que Organização das Nações Unidas (ONU), em 1990, retirou a Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID), desde então o termo homossexualismo deixou de ser considerado.

Entretanto, no Brasil, a data só foi incluída no calendário oficial em 2010, através do Decreto Federal de 4 de junho (daquele ano) sancionado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Para a população LGBTQIA+ o dia 17 de maio não é somente para celebração, a data também tem o objetivo de chamar atenção para o combante ao preconceito, discriminação e a violência que sofrem os gays, as lésbicas, bissexuais, as pessoas transexuais, travestis, não binárias entre outras. 

Vale ressaltar que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIAP+ no mundo, sobretudo trans e travestis. Segundo o boletim de violência da Associação Nacional de Travestis (ANTRA), em 2020 foram registrados 175 assassinatos contra pessoas trans e travestis.

Outro dado importante é a estimativa de vida de pessoas trans e travestis que não passam de 35 anos. Mas claro, para além de todas as estatísticas, a população LGBTQIA+ diariamente enfrenta obstáculos em busca da sobrevivência e respeito.

Una-se contra a LGBTfobia

Há dez anos, iniciava um projeto de extensão com o objetivo de promover uma cultura de respeito aos direitos humanos e à diversidade sexual e de gênero dentro do ambiente universitário.

O Una-se contra a LGBTfobia — Projeto de extensão do Centro Universitário  Una — foi idealizado e coordenado pelo jornalista e professor, Roberto Reis. Segundo Roberto, o intuito era criar um espaço que acolhesse pessoas LGBTQIAP+ e, sobretudo, desenvolvesse formação cidadã em conjunto a formação profissional.

Ao longo dos 10 anos de projeto, várias ações foram realizadas, como palestras, rodas de conversas, cobertura das Paradas LGBTQIAP+ de Belo Horizonte e Contagem. 

Visto que, inicialmente, o Una-se Contra a LGBTfobia tinha o intuito de promover as ações dentro do ambiente acadêmico, o projeto teve grande repercussão e se tornou referência ganhando o Prêmio Direitos Humanos e Cidadania LGBT.

Uma das grandes ações que o Una-se promoveu, foi levar a gestão da universidade a proposta de inclusão do nome social, um grande marco que levou o nome da Una como um dos primeiros Centros Universitários a aderir. 

Para o coordenador, o projeto surgiu como um propósito de vida, uma vez que a pauta LGBTQIAP+ sempre esteve presente na sua vida pessoal e profissional. “O projeto alinha muito com meu propósito de vida, eu sempre quis mudar o mundo, fazer parte de algo que mudaria o mundo. Hoje eu vejo o quanto o Una-se cresceu, conseguimos trazer mais presença, com o tempo obtivemos mais pessoas trans e pessoas com deficiência para explorar a temática LGTBQIAP+ ”, comenta Roberto Reis.

Roberto Reis – Coordenador do Una-se

Depoimentos

Jacson Dias – Cinema e Audiovisual 

“O Una-se  é o projeto que me trouxe a consciência no meu lugar no mundo, tudo que sei e hoje uso no meu trabalho tem um pouco do UNA-Se. Vida longa a esse projeto tão importante para sociedade como um todo!”.

 

Felipe Bueno – Jornalista

“Quando o professor Roberto Reis idealizou o projeto Una-se, em 2011, vivíamos uma expectativa muito grande em relação aos direitos de LGBTQs e equiparação da união homoafetiva ao casamento civil, que se tornou possível a partir do reconhecimento do Supremo Tribunal Federal naquele ano. A partir de então, as temáticas de diversidade sexual ganharam cada vez mais espaço dentro do debate nacional. Paralelo a isso, houve uma crescente reação conservadora, por parte de grupos políticos, aos anseios das minorias. A luta se intensificou para que direitos fossem mantidos e espaços conquistados. Tudo isso só reafirmou a necessidade de nos posicionarmos sempre, de afirmar uma identidade. 

Eu participei do projeto de extensão como voluntário em seu surgimento. E, embora o seu propósito fosse contribuir para a minha formação em jornalismo e levantar discussões dentro e fora do ambiente acadêmico, a partir do Una-se eu adquiri autoestima, força, orgulho e me senti, realmente, dentro de uma comunidade, acolhido. Hoje, ao olhar para trás, vejo com orgulho o que foi construído. Eu me sinto grato por tudo que aprendi com os professores envolvidos, em especial o Roberto. E acredito que tenha deixado minha contribuição também. O projeto ainda me acompanha, trouxe sentido à minha carreira e vida. Eu desejo que este importante trabalho cresça e alcance ainda mais pessoas”.

 

Débora Gomes – Jornalista

“Participei do Una-se bem no comecinho. Eu era estudante do curso de jornalismo e o projeto, além de me mostrar na prática o dia a dia da profissão – com reportagens, entrevistas, produção de fotografias e matérias -, também me ensinou muito sobre respeito, diversidade e afeto. Lembro até hoje da primeira vez que filmamos na rua, o receio e a alegria que acompanham os aprendizados andaram juntinhos.  O Roberto Reis, que conduzia o grupo de alunos do Una-se, sempre foi, pra mim, um grande exemplo de pessoa e profissional. Aprendi bastante com ele e tenho muito orgulho em ter feito parte dos primeiros passos do “Una-se”.

 

Bárbara Andrade – Jornalista

“O Una-se é um projeto lindo que prega o respeito, a empatia, luta por direitos e ensina muito. Participar dos primeiros passos do Una-se foi muito engrandecedor!

Projetos como este são capazes de mudar para melhor a vida de muita gente! E, saber que com o passar dos anos, o Una-se ganhou mais força e visibilidade é incrível. Parabéns a todos os envolvidos nesta história tão especial”.

 

Ruth Pires – Psicologia

“O Una-se chegou pra mim em um momento muito importante, logo quando começou a pandemia. E tem um significado muito importante na construção da minha identidade em relação à população LGBTIAP+. Lá eu pude experimentar, debater sobre os diversos temas e me entender melhor enquanto mulher negra lésbica.

 

João Brasil – Psicologia

“Participo do Una-se desde maio de 2020, quando recebi um convite para participar do ‘primeiro evento digital do projeto’. Era uma roda de conversa com relatos e experiências de pessoas que integraram o projeto ao longo da sua existência. Foi amor à primeira vista!

Logo procurei a coordenação para saber como participar e mostrei tanto interesse que uma semana depois, já estava conduzindo uma roda de conversa sobre relacionamentos homoafetivos.

Por muito tempo, a minha orientação sexual não foi tema fácil para mim. Mas, já vinha há alguns anos me desconstruindo e descobrindo como a vida pode ser mais leve quando se é livre.

Considero a minha entrada no Una-se como a “cereja do bolo” nesse processo. Ter este compromisso, poder me conectar com a comunidade, dialogar, estudar, aprender e conviver tem me fortalecido cada vez mais”.

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Alunos de graduação do Centro Universitário Una podem se inscrever para o projeto de extensão Una-se contra a LGBTfobia. As inscrições estão abertas e acontecem até 14 de setembro e podem ser feitas no site, clicando em Projetos de Extensão > Cidade Universitária. ⁣⁣⁣ ⁣

O projeto desenvolve ações de sensibilização, empatia e conscientização por meio de rodas de conversa, oficinas de capacitação, palestras, mostras de filmes, exposições fotográficas ou um simples bate-papo, considerando uma perspectiva interseccional. ⁣

Criar um espaço de escuta, acolhimento e diálogo para alunas e alunos LGBTQIAP+, no qual aprendemos juntas e juntos, é uma das propostas do Una-se. Atuam também na busca da construção de uma sociedade que respeite e ouça as demandas das pessoas LGBTQIAP+. As conversas não acontecem apenas com quem faz parte dessa população. Pessoas aliadas são muito bem-vindas.⁣⁣⁣ ⁣⁣⁣ ⁣

“Acreditamos que a escola pode e deve ser um local em que pessoas LGBTQIAP+ se sintam seguras e confortáveis para serem quem são. 🌈”

Para saber mais sobre o projeto, confira o Instagram.