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LUMIAR

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Filme A grande Luta, de Júlio Sales

O evento acontece a partir do dia 21 e as ações acontecem presencialmente e online 

Por Keven Souza

Entre os dias 21 e 28 de outubro, acontecerá a 8ª Edição do Festival de Cinema Lumiar, organizado por professores do curso de Cinema e Audiovisual do Centro Universitário Una. O evento deste ano pretende discutir a produção do cinema universitário feita por estudantes de toda a América Latina, que além de integrar e abordar os filmes elaborados pelos discentes, compreende as inovações estéticas diante o cenário cinematográfico das diferentes Américas. Nesta edição, o Lumiar, sucederá de modo híbrido por meio da plataforma Coioteflix e Zoom – com transmissão também no Youtube, e através de algumas sessões presenciais no Una Cine Belas Artes, seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. Os interessados poderão participar de ambos os meios de forma totalmente gratuita. 

O festival teve sua primeira edição em 2014, e desde então vem sendo reconhecido em toda a América Latina, se superando e crescendo a cada ano para abranger e estimular estudantes de diferentes países e universidades, a mostrarem suas produções cinematográficas para concorrerem, por meio do festival, em busca do Troféu Lumiar de melhor curta-metragem universitário.  “O Lumiar é um festival escolar. Todas as etapas de produções contém a presença de alunos e digo que vai além de um espaço de exibição do curso de Cinema e Audiovisual da Una. É um espaço de troca e de intercâmbio mútuo entre estudantes da América e sua comunidade local”, define o professor e um dos coordenadores, Daniel de Lima Veloso, sobre o Festival.

Este ano a equipe de curadores foi composta pelos professores José Ricardo Júnior, Eduardo Rocha, Sávio Leite, pela professora Raquel Pelegrinni e pelas alunas Amanda Luz, Maria Eduarda Guimarães e pelo aluno Michael Nascimento. Durante o edital desta edição, que geralmente permite o envio de um curta-metragem de qualquer gênero, formato e temática, houveram cerca de 90 inscrições de curtas-metragens vindos do Brasil, Argentina, Chile, México, Cuba e Colômbia. 

Através do edital, a equipe selecionou 15 destes para a Mostra Competitiva Interamericana que farão parte do propósito de exibir um panorama da produção cinematográfica universitária das Américas. O cartaz dos indicados contém um reduto de filmes ricos e diversos, e para a sessão de abertura haverá duas produções: o filme “Eu te amo é no sol” de Yasmin Guimarães e Daniela Cambraia, vendedor do edital de produção do LUMIAR e o curta-metragem “Rua Ataléia” do consagrado realizador André Novaes, que também lançará o seu livro “Temporada” que narra o processo de feitura do longa homônimo.

Confira a programação de 2021:

21/10 – QUINTA-FEIRA

19H – Sessão de Abertura | Filme vencedor do Edital Lumiar Eu te amo é no sol de Yasmin Guimarães e Daniela Cambraia (MG, 2021, 19″) – Filme convidado Rua Ataléia de André Novaes Oliveira (MG, 2021, 11″) | Live no Youtube e CoioteFlix

22/10 – SEXTA-FEIRA

10H – Debate Realizadores Competitiva 1 | Zoom com transmissão no youtube

19H – Debate com Helena Solberg | Convidados especiais: Mariana Tavares e David Meyer | Mediação: Carla Maia | Zoom com transmissão no youtube

23/10 – SÁBADO 

10H – Lançamento do Livro Temporada, de André Novaes | Zoom com transmissão no youtube

15H – Oficina Videoclipe com Arthur Senra | Zoom para inscritos

24/10 – DOMINGO

15H – Oficina Videoclipe com Arthur Senra | Zoom para inscritos

25/10 – SEGUNDA-FEIRA

15H – Oficina Videoclipe com Arthur Senra | Zoom para inscritos

19H – Debate realizadores Competitiva 2 | Zoom com transmissão no youtube

26/10 – TERÇA-FEIRA

19H – Debate realizadores Competitiva 3 | Zoom com transmissão no youtube

27/10 – QUARTA-FEIRA

10H – Debate realizadores Competitiva 4 | Zoom com transmissão no youtube

19H – Oficina de Design de Personagens com Conrado Almada | Zoom para inscritos

28/10 – QUINTA-FEIRA

19H – Encerramento (Anúncio e exibição dos filmes premiados) | Zoom com transmissão no youtube

Além da Mostra Competitiva, o Festival conta com uma programação extensa que inclui palestras, lives, oficinas, sessões, bate-papos, entre outros. Neste ano, estão no cronograma três oficinas destinadas a abrilhantar e difundir o conhecimento cinematográfico em todo o público interessado, incluindo alunos e alunas. Uma delas é a oficina de videoclipe ministrada pelo realizador Arthur B. Senra, que será seguida também de uma mostra especial sobre videoclipes com curadoria da produtora e ex-aluna Gabriela Barbosa. Outra oficina sobre o processo de criação do filme “Rua Guaicurus” com seu realizador João Borges e a última sobre animação com realizador Conrado Almada. 

A expectativa é de que a 8º edição aconteça de forma brilhante e enriquecedora, para trazer, novamente, um importante espaço de resistência, discussão e aprendizado para a formação de cinema nos países latino-americanos. “A expectativa é muito boa, porque é um festival consagrado no meio universitário de Belo Horizonte e também no Brasil. Espero que as pessoas participem e assistam, acho que essa edição vai ser interessante para pensarmos nesse tipo de cinema – universitário – que está em pé de igualdade do cinema profissional”, diz o professor e curador do Festival, Sávio Leite.

Para mais informações acesse o site disponível ou o Instagram do Lumiar. 

Cine Una Belas Artes

Gonçalves Dias, 1581 – Lourdes, Belo Horizonte

(31) 3252-7232

O domingo (08), marcou o terceiro dia do LUMIAR no Cine Humberto Mauro no Palácio das Artes. Com a segunda exibição das Sessões de Primeiros filmes e Mostra Competitiva Interamericana, foi possível assistir animações, documentários e ficções vindas do México, Argentina e Brasil às 14 e 18 horas. Entre os 8 filmes exibidos na Mostra Competitiva, um dos destaques foi o filme produzido por Mauricio Ferreira, Miúdo, que aborda músicas de Chico Buarque ao contar a história do casal João Pedro e João Hollanda.
O curta ganhou formato devido a um trabalho de faculdade realizado por Mauricio Ferreira e seu amigo Felipe Lovo. Eles deviam criar um produto audiovisual para ser avaliado no semestre e escolher quais seriam as disciplinas que os avaliariam, e uma dessas escolhas era a edição de som, o ponto principal que deveria ser explorado pelos universitários de Pernambuco. “O tema veio a seguir. O cinema pernambucano tem um tratamento peculiar sobre os corpos masculinos, no qual “quebra” com o clichê da construção enquanto forma dos corpos femininos dentro do cinema clássico, o que não se trata apenas de uma temática homossexual, mas sobretudo ao corpo masculino. Os dois atores, Adolfo Delvalle (paraguaio) e André Macedo (brasileiro) – e que eram casal na vida real quando gravamos o curta – tanto nos inspiraram quanto contribuíram para o desenvolvimento das personagens e do roteiro”, afirma Ferreira.

A escolha quanto as músicas de Chico Buarque, aconteceu porque o diretor é fã do cantor e via como uma oportunidade desconstruir o estigma de que as músicas feitas por Buarque embalassem apenas os relacionamentos heterossexuais. Para Ferreira, a composição de Chico Buarque aproxima a complexidade dos casais, sejam elas as orientações que forem. “Como sou um fã obstinado do músico e compositor, dei-me a liberdade de desconstruir os elementos formais das músicas e associá-las a um casal homossexual. A ideia não era erguer uma bandeira explícita sobre a questão de autoafirmação a orientação sexual, mas sim naturalizar aquela relação entre as personagens João Pedro e João Hollanda. Claro que é necessária essa luta – via audiovisual – pelo direito e liberdade da orientação sexual, porém as vezes entendo que apenas mostrar a luta pela liberdade da orientação sexual de maneira explicita, acaba por deslocar o homossexual ainda como o “outro”, cujo alguém ainda a vier a ser livre.”

As filmagens tiveram duração de cinco dias, mas não consecutivos, já que os equipamentos deveriam ser revezados com outros alunos do mesmo módulo de Ferreira. A edição e o tratamento do som também tiveram um intervalo de cinco a seis dias.
Após a apresentação do projeto em sala de aula, surgiu a necessidade do projeto não somente ser válido como avaliação. “O encontro com o Lumiar se deu dentro dessa busca por festivais universitários complacentes com o contexto de produção universitário. No mais, queríamos que o curta e o tema fosse disseminado festivais afora. Afinal estamos a um ano de completar a faculdade e já é hora de apresentarmos algo fora das paredes da Universidade. O Festival Lumiar, coincidentemente, foi o primeiro festival ao qual o inscrevi e, por sorte, foi o primeiro a seleciona-lo.” Após o LUMIAR, o curta Miúdo produzido por Ferreira, foi selecionado para outros dois festivais. “Sendo o Festival Lumiar o primeiro festival a selecionar o nosso curta, seguramente a relação da equipe com esse festival será carinhosamente mais afetiva do que com os outros festivais. Além disso, o Festival Lumiar tem o diferencial de carregar o subtítulo de Interamericano, ou seja, um reconhecimento importante para nós no que tange o circuito não só do Brasil,” finaliza.
A terça-feira (10) marcará o início da Mostra Panorama Interamericano, tendo em sua primeira exibição os filmes vindos do México e Argentina, além disso terá continuidade da Mostra Competitiva e a Retrospectiva Beto Brant, com o filme Cão sem dono.

Por Julia Guimarães