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Macacos

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Por Ana Paula Tinoco

Em meio ao surto de Febre Amarela, o Governo de Minas Gerais decretou calamidade em 162 cidades do Estado nesta semana, colocando como prioridade a vacinação em postos de saúde e campanhas de conscientização da população alertando quanto ao perigo da doença, a falta de informação ou a e procura pela mesma, vem causando outro grave risco, o assassinato de macacos. Os animais vêm sofrendo retaliações quando o real transmissor da doença, o mosquito, segue em paz.

 Biólogos e coordenadores da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de Minas Gerais, Nadja Simbera (Gerente de educação ambiental) e Sérgio Augusto Domingues (Presidente da Fundação) atentam para o fato de que em tempos de epidemia, os macacos são nossos amigos, pois são eles que servem para alertar para o início de um possível foco da doença, ou seja, eles servem como bioindicadores, “A morte de um macaco por febre amarela indica que a doença chegou à região e que as medidas para seu combate e prevenção devem ser redobradas”.

 Vale ressaltar que somente os mosquitos infectados são capazes de transmitir o vírus da febre amarela, são eles, exclusivamente, os vetores da doença, já que a contaminação se dá pela picada do Aedes aegypti (em áreas urbanas) e pelo Haemagogus (em áreas silvestres). Ainda segundo os biólogos, nenhum primata contamina diretamente o outro e categorizam, “Vale lembrar que o homem é também um primata e está no ciclo da doença, mas não transmite diretamente para outra pessoa. Assim também ocorre com micos, saguis, guigós, sauás, bugios, barrigudos, barbados e tantos primatas não-humanos nativos das florestas brasileiras.”.

 E advertem que apesar de o mosquito se contaminar ao picar o símio doente, eles (os macacos) não são transmissores e assim como homens e mulheres, os mesmos adoecem somente quando são picados.

 O mito

 Sobre o nascimento do mito de que macacos transmitem a Febre Amarela, os biólogos atentam para a desinformação passada pelo famoso “boca-a-boca” e o pouco esclarecimento da população e partem do pressuposto de que a morte dos animais é prejudicial aos humanos, “Algumas pessoas não entendem o fato de a morte de primatas não-humanos por febre amarela servir apenas como alerta para a chegada da doença na região. ”, enfatizam.

 Ainda de acordo com os profissionais, este equívoco é muito sério e chamam atenção para o fato de que o real inimigo é o mosquito e apenas ele deve ser combatido ao tomarmos precauções com relação à proliferação dos focos em ambientes de risco como água limpa parada. E chamam atenção para o fato de que maltratar animais é crime previsto em lei, com o agravante neste caso de se tratar de animais silvestres. E para isso, o poder público conta com a ajuda e apoio de veículos de comunicação no esclarecimento das formas de transmissão e assim como as ações de prevenção, sendo a vacinação a mais eficaz.

 Precauções a serem tomadas:

 Sendo transmitida através de dois tipos de ciclos, o silvestre e urbano, sendo que o primeiro acontece quando o mosquito do gênero Haemagogus e Sabethes picam macacos ou outros animais silvestres infectados é necessário que pessoas que estiveram em locais de risco se vacinem, pois, são elas que levam a doença para as cidades e a transmitem ao serem picadas pelo Aedes Aegypti.

 Outra forma de evitar a proliferação é ter cuidado com caixas d’agua, entulho acumulado, pratinhos de planta e garrafas viradas para cima, assim como pneus. Mas, não se esqueça que a vacinação ainda é o melhor caminho para evitar contrair a doença e assim interromper o ciclo que pode levar à epidemia da doença. Algo que não ocorre desde a década de 1940 no Brasil.