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Maletta

O livreiro Oseias Ferraz, ao lado das estantes de livros que preenchem os sebos do edifício Maletta, no centro de Belo Horizonte.

Com a chegada do final do ano, o recesso oferece tempo para muita gente. Nada melhor do que passar este período aproveitando uma boa leitura. Apesar do mundo se resolver virtualmente, os bons e velhos livros de papel (sim, eles ainda existem) são ótimas opções para ocupar o ócio. Em Belo Horizonte, existem lugares que, muitas vezes escondidos, guardam verdadeiros tesouros em meio à estantes e prateleiras.

O edifício Arcângelo Maletta, ou apenas Maletta, é lugar de encontros do cotidiano belo-horizontino. Ponto residencial e comercial da região central da cidade, além dos tradicionais bares, ele também abriga uma diversidade de sebos e livrarias. É possível se perder em meio à quantidade imensurável de títulos que estão expostos nas mais de 20 lojas do segmento, que existem no local.

É possível encontrar algo interessante nessa infinidade literária que existe ali. O livreiro Oseias Ferraz é um dos “guias” desses labirintos de livros. Há 17 anos atuando no mercado, é proprietário de um dos mais tradicionais sebos do lugar: o Crisálida. Em meio a tantos títulos, ainda assim, é possível encontrar certos exemplares dignos da atenção dos leitores. O primeiro livro indicado por ele é, Mortes Imaginárias, “Se trata de perfis imaginários de autores do século dezesseis e século vinte. É um relato de como seriam as últimas palavras desses autores”, indicando a obra.

Direcionando o olhar para as prateleiras que estavam à sua frente, o livreiro se recorda de outro título, A Alma Encantadora das Ruas, de João do Rio. Clássico do curso de jornalismo, Ferraz destaca o trabalho realizado pelo autor, “Apesar do tempo em que foi escrito, é uma leitura simples. Ele faz uma análise das ruas e dos marginais que nela vivem. Desde os mendigos, até os profissionais que estão em extinção, como os estivadores”, comenta. Por fim, sua última indicação é o livro de contos A Estrutura da Bolha de Sabão. A obra, de autoria da brasileira Lygia Fagundes Telles foi publicado em 1978 e reúne contos diversos “É outro que vale a pena indicar para a leitura”, finaliza.

Reportagem e Fotografia: Lucas D’Ambrosio

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Comer é vida. Nos últimos anos declarar paixão pela comida virou moda entre as pessoas, mesmo que esse amor resulte em uns quilinhos a mais. Um relacionamento entre tapas e beijos, hoje em dia não há quem diga que não ama um bacon, uma coxinha ou até mesmo um pote de nutella. Então, porque não ajudar as pessoas, fazendo o que mais ama? Comendo. Ocorre amanhã, 27, o “Hambúrguer Solidário”, no Cactos Restaubar. Uma iniciativa do Fundo de Aceleração para o Desenvolvimento Vela (FA.VELA), junto com o Cactos Restaubar, para arrecadar fundos para ajudar favelas de Belo Horizonte e Contagem. O evento começa às 18 horas.

Três sabores irresistíveis de hambúrgueres artesanais serão feitos pelo chef, Leandro Gomes, com os preços entre R$20 e R$24. São eles: Bela Quinoa, opção vegetariana para ninguém ficar de fora, com 150g de burger de quinoa empanado, cream cheese, tomate, cebola roxa, cenoura, honey mustard e acompanha fritas; O Mineiro Burger, novidade no cardápio do Cactos – Restaubar, com 150g burger de linguiça, queijo canastra, bacon, torresmo, ovos mexidos, alface americano, tomate, pesto de couve e acompanha polenta frita; FA.VELA Burger, criado exclusivamente para o evento, 150g burger de carne, bacon, cream cheese, molho barbecue, Ruffles, tomate e alface, acompanha molho arretado e fritas.  O DJ Rafael Roots também vai estar presente com muito afrobeats, para animar o evento.

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Hambúrguer Artesanal “Mineiro Burger” – Foto:Divulgação/Facebook

Parte das vendas serão revertidas para os projetos sociais da organização, a fim de melhorar a qualidade de vida de pessoas de comunidades carentes.

FA.VELA

Organização sem fins lucrativos, que surgiu visando ajudar pessoas de baixa renda, que sofrem com a desigualdade social do país. Levantando a questão “O acesso a oportunidades de crescimento pessoal e profissional é igual para todos?”. Segundo os organizadores, a ideia é de serem velas: “Queremos ser a vela que impulsiona a real inclusão socioeconômica promovendo as capacidades dos indivíduos e o seu acesso à oportunidades.”  

O Cactos Restaubar fica localizado dentro do Edifício Maletta, rua da Bahia, 1148 – Lourdes/BH.

Texto: Amanda Eduarda

As barbearias no centro da capital funcionam como ponto de encontro de amigos e mantém a tradição de aparar a barba de forma menos penosa para muitos homens. Por ser algo muito pessoal, o ato de fazer a barba exige uma relação de confiança entre profissional e cliente.

José Antônio de Souza, o Toninho, 44, atua como cabeleireiro desde 1982. Atualmente, seu estabelecimento, o Confraria – barba, cabelo e prosa, também recebe amigos que se reúnem no local para o happy hour. “Reunimos aqui uma turma que gosta de tomar cerveja, comer tira-gosto e trocar ideia. Por isso o nome Confraria”, explica. Há 10 anos, além dos serviços de cabeleireiro, Toninho oferece às terças e quintas bebidas e petiscos aos clientes, transformado o salão em uma espécie de bar familiar. O resultado da inovação foi positivo. “Depois que o Toninho Cabeleireiros se transformou em Confraria o movimento aumentou bastante”, comemora o proprietário.

Toninho acredita que hoje em dia não há mais aquele glamour no ato de se barbear em razão da correria do dia-a-dia. Segundo ele, “para manter uma barba bem feita e limpa, a ajuda de um profissional é essencial, mas a conversa entre amigos é o que mais atrai os homens às barbearias”, observa. Mauri Crema é cliente de Toninho e conta que se tornou amigo do cabeleireiro nos 12 anos que frequenta o estabelecimento. “Sou do Paraná e quando cheguei à Belo Horizonte fui apresentado ao Toninho por um amigo que já era seu cliente. Desde então eu corto o cabelo e faço a barba com ele. Mas tem dia que eu venho só para tomar cerveja. Na verdade a gente vem aqui para encontrar os amigos”, confessa.

Tradição

Os movimentos precisos e hábeis que, de tão repetidos, tornam-se quase automáticos marcam a rotina do barbeiro Marcos Antônio de Jesus, 45, sócio do salão de cabeleireiros que funciona no Edifício Maletta há 30 anos. O barbeiro utiliza lâminas descartáveis para trabalhar e informa que o uso da navalha é proibido em Belo Horizonte. Ressalta que mantém a tradição na hora de barbear seus clientes: “Eu uso toalhas quentes antes do início do procedimento para amaciar o pelo do rosto”, revela. Segundo o profissional, poucos estabelecimentos na cidade utilizam essa técnica. “No Maletta, o uso de toalhas aquecidas é exclusividade do nosso salão”, diz. Marcos Antônio afirma que a relação com os clientes é de amizade. E brinca: “Se trair, a gente corta o pescoço”.

O cheiro da essência de eucalipto utilizado no processo de aquecimento das toalhas agrada os frequentadores. Caso de Francisco de Assis, 56, que faz a barba no mesmo local há mais de 20 anos. O funcionário público conta que gosta de usar cavanhaque e ressalta a necessidade de se confiar no barbeiro para que o resultado saia como o esperado.

Por: Fernanda Fonseca
Foto: Fernanda Fonseca

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A ação policial, Boemia Segura, realizada no edifício Arcangelo Maletta causou indignação e gerou reações de protesto entre os que se encontravam no prédio. No Facebook há um evento chamado Ocupemos o Maleta marcado para amanhã, as 19h. Esta reação se deve ao fato dos frequentadores do edifício não concordarem com a ação policial, definida como “absurdamente truculenta, autoritária e que impossibilitou qualquer diálogo”, conforme definiu o músico e guia turístico, Egberto Fernandes, que estava no prédio no dia da operação.

Em nota, a Polícia Militar nega os excessos e diz que a ação foi para combater o tráfico de drogas, após denuncias dos comerciantes do edifício. Durante a operação cinco pessoas foram detidas, sendo duas por desacato a autoridade.

Segundo o advogado Tiago Mendes Antunes, é possível que a PM cometa excessos em sua atuação, mas tal irregularidade somente pode ser apurada com detida análise do caso concreto. “Ocorre excesso durante a abordagem policial quando o ato ocorra sem a fundadas suspeitas de prática de um ato ilícito, ou que o Agente Público atue com desproporcionalidade. Configurado o abuso, o cidadão lesado por requerer uma reparação civil, seja material ou moral, contra o Governo do Estado, ou até mesmo formalizar representação administrativa e/ou criminal contra o Agente Público que tenha cometido o ilícito”, explica.

Página no facebook onde internautas organizam um encontro no edifício Maletta.

Por Ana Carolina Vitorino e João Vitor Fernandes

Foto: Internet

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O Edifício Arcângelo Maleta, tradicional ponto de encontro da boemia belo-horizontina foi palco, na sexta-feira, 9, de uma tumultuada ação policial denominada, Boemia Segura, que visava apreender usuários de drogas e traficantes. “Estava do lado de fora e vi quando entrou o juizado de menores seguido de policiais com luvas nas mãos e cães farejadores. Depois que alguns menores tentaram fugir, os policiais fecharam as portas e as pessoas só saiam do prédio depois de serem revistados”, relata o estudante de cinema Willian Gomes, que estava no prédio durante a operação.

Mesmo com o argumento de combater o tráfico de drogas, a ação da polícia não foi bem vista por quem frequentava o local. O caso teve grande repercussão nas redes socais, onde usuários criticaram e cobraram explicações da Polícia Militar sobre o ocorrido. Ainda na rede está sendo organizada uma manifestação, como Ocupemos o Maletta, para ir de encontro a ação das autoridades.

Surpresa com o ocorrido no prédio, a aposentada Maria Silvia (nome fictício, pois a fonte não quis se identificar), lembra que presenciou uma operação semelhante a aproximadamente há 40 anos. “Foi em outro contexto, parece que o que houve, na sexta-feira, foi relacionado ao movimento Fora Lacerda. Naquela época eles disseram que era prostituição”, relembra.

Clique na imagem abaixo para ampliá-la:

Por Ana Carolina Vitorino e João Vitor Fernandes

Foto: João Vitor Fernandes