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Um dos melhores pontos turísticos de Belo horizonte, com uma história cheia de empreendedorismo, inovação e boa gastronomia

Por Larissa Emily Ferreira e Hyago da Mata Nasiareno

O Mercado Novo foi construído na década de 1960, tendo sido projetado, num primeiro momento, “para ser um dos mais modernos mercados da América latina, com o objetivo de funcionar como um complemento do Mercado Central de Belo Horizonte”, de acordo com o site 360 Meridianos. O projeto inicial nunca foi finalizado, os lojistas que ali restavam lutaram e se reinventaram para o lugar não fechar de vez.

O local já chegou a ter 65 lojas, como gráficas especializadas em tipografia artesanal, fábricas de velas, lanchonetes e restaurantes populares. Segundo o blog Bendizê, em meados de 2010, “um grupo de artistas inaugurou o Mercado das Borboletas, um espaço para shows e eventos, onde eram realizadas festas com uma pegada mais alternativa às sextas-feiras”. O grupo tinha vários planos para as outras 300 lojas vazias, nessa primeira tentativa de revitalização, que não chegou a ser concluída.

Foto: Larissa Ferreira

Em 2018 o empresário Rafael Quick abriu sua distribuidora Goitacazes, no segundo andar do Mercado, com a ideia de popularizar o consumo de cerveja artesanal. Em conjunto com a Cozinha Tupis, que se instalou logo em seguida, foi dado o impulso que faltava ao Mercado Novo, como informa o blog Bendizê. Aos poucos, outros comerciantes foram percebendo o reaquecimento do local e não demorou muito para que as lojas vazias fossem ocupadas.

Mudanças benéficas

Hoje em dia o Mercado funciona como uma incubadora de negócios ligados à sustentabilidade, nas áreas do Design, Gastronomia, Arte e Cultura. O ambiente também passou a incluir bares e restaurantes tradicionais de Minas Gerais, alguns com serviço direto no balcão, de modo informal e sem garçom, além de lojas com produtos vintage, segundo informações do site Meridianos.

O Mercado é um lugar agradável, preserva a arquitetura do antigo prédio de ar nostálgico, difunde a gastronomia mineira e é frequentado por uma galera animada e de prosa boa. De acordo com um dos lojistas do Mercado, o espaço ficou fechado por grandes períodos durante a pandemia, quando o lockdown estava bem rigoroso. Mas com a flexibilização o Mercado foi se adaptando, sempre com o uso obrigatório de máscara e álcool em gel.

No momento atual, o local tem um limite de no máximo 443 visitantes, e conta com mais de 25 lojas, onde o frequentador pode tomar um bom café, beber uma cerveja artesanal, vinhos, destilados e drinks, comer frutos do mar, massas e pratos italianos, assim como petiscos de boteco e culinária mineira, entre várias outras lojas/galerias que oferecem produtos diversos.

Sinval Espirito Santo, chef do restaurante Fubá, pontua que a vida do Mercado Novo é cheia de mudanças de roteiro, é um lugar que foi pensado para ser apoio para estabelecimentos da cidade e várias coisas aconteceram nesse caminho, como falência da construtora, incêndio, etc. Ele ressalta que o Mercado nunca deixou de ser vivo, sempre teve pessoas ali dentro, e acredita que não houve uma revitalização, mas sim uma nova forma de ocupação do Mercado Novo, que permite que tudo seja integrado.

Sinval, que também leciona no curso de Gastronomia da Una, explica sobre a parceria do Centro Universitário com o Mercado Novo, firmada em dezembro de 2021. O projeto, voltado para ser um centro de produção criativa, vai envolver os cursos de Gastronomia, Cinema, Comunicação e Moda de uma forma muito particular. O objetivo é que seja um espaço para os alunos produzirem conteúdos, materiais e terem a oportunidade de empreender.

Sobre ser um consumidor do Mercado Novo, o estudante Pedro Neto ressalta que a alegria, a agitação e a história do Mercado é o que torna o lugar um dos melhores pontos de Belo horizonte para ele. E que não pode deixar de mencionar a “grande gastronomia e os belos chops que se pode encontrar no Mercado”. Para ele, o Mercado Novo é um lugar sensacional e super agradável.

O primeiro contato com o Mercado (por Larissa Ferreira)

Foto: Larissa Ferreira

Meu primeiro contato com o Mercado Novo foi algo inexplicável. Todos os corredores tinham algo que me impressionava. Bares temáticos, um cheiro delicioso no ar e vários comércios. O que mais me chamou a atenção foi o clima descontraído e animado.

O primeiro bar que parei para conhecer foi o Herbário YVY, que tem algumas opções de drinks, com o famoso gin, cuja fábrica é sediada na nossa vizinha Nova Lima. São deliciosos drinks servidos em copos personalizados da marca, que saem de torneias embutidas na parede.

Foto: Larissa Ferreira
Foto: Larissa Ferreira

O Gira, outro dos bares mais famosos do Mercado, traz várias opções de vinho, de uvas diversas. O tempo em BH estava propício para tomar algumas tacinhas de vinho, então eu aproveitei (rsrs).

Foto: Larissa Ferreira

No Rotisseria Central o público encontra uma culinária de raiz que é deliciosa. Há quem diga que para ter uma experiência completa no Mercado você precisar provar o delicioso torresmo que eles tem como opção no cardápio.

A minha experiência com o Mercado foi totalmente segura em relação à Covid – 19. Em todos os estabelecimentos que passei há a exigência do uso da máscara para ser atendido. O Mercado se tornou um dos meus lugares favoritos em BH, estou ansiosa para voltar e me deliciar mais um pouco com a culinária e os bons drinks que ele traz.

 

Funcionamento

Restaurantes abertos para almoço – segunda a domingo, das 11h às 15h

Vendas de bebidas – quarta a sexta, das 17h às 22h; sábado, das 11h às 22h; domingo, das 11h às 18h.

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Com a colaboração, hub de inovação é criado no terceiro andar do mercadão de BH e se chamará Galeria Una

Por Keven Souza

A sinergia entre empresas e espaços educacionais tem ganhado força em busca de soluções de problemas e criação de projetos inovadores. O Centro Universitário Una, que integra o Grupo Ânima Educação, tem apostado nessa ideia e proporcionado cada vez mais oportunidades para os alunos vivenciarem a área de atuação tendo ao seu favor parcerias externas que fogem dos muros da faculdade e vão além da sala de aula. 

Pensando nesse pilar interdisciplinar da instituição, nos últimos meses foi anunciada a parceria da Una com o Mercado Novo de Belo Horizonte. A Galeria Una é fruto dessa sinergia, um espaço de inovação que propõe exponenciar ideias, negócios e entretenimento, pautado por vivências e aprendizados únicos. “A gente espera que a parceria torne o prédio ainda mais diversificado e completo. Essa sinergia é por si só interessante, pois iremos conseguir integrar a educação em um prédio rodeado de histórias. A Una vem para o Mercado Novo com o intuito de somar e torná-lo polo em outras coisas que não somos.”, diz o curador do Mercado Novo, Luiz Felipe, sobre a parceria. 

O Mercado Novo pode ser considerado um local que abrilhanta a cidade. Apesar do espaço ser contemporâneo, seu prédio é antigo, inaugurado em 1960 na Avenida Olegário Maciel, como um reduto de arte, design, gastronomia, cultura que fomenta a boa convivência e beneficia o entorno. É um local descolado frequentado por jovens de diferentes tribos, sejam moradores ou turistas, por meio de diferentes tipos de negócios que ali se apresentam, como restaurantes, cervejarias, cachaçarias, lojas, prestação de serviços, hortifruti, entre outros. 

Foi a partir dessa expertise do Mercado, de unir a parte empresarial com a juventude, que surgiu o foco principal da parceria, impulsionar o empreendedorismo jovem através da Galeria Una. “Ocupar a cidade com estações de aprendizagem é um dos passos da Una. A Cidade Universitária pretende ir além de um espaço acadêmico no Mercado Novo, a Galeria vem para estimular uma relação mais próxima do entorno para que as pessoas experimentem a nossa marca. Com esse vínculo existirá a interação, universitário, empresa e comunidade local.”, comenta a diretora da Cidade Universitária da Una, Carol Sarmento.

O hub de inovação está no terceiro andar do Mercado Novo, que integra oito lojas, e pretende ser palco para as áreas de Gastronomia, Audiovisual, Estética, Moda e Design. Serão disponibilizados quatro espaços que misturam a essência do Mercado com os valores da Una e personifica a grande galeria atrativa. São eles: 

Espaço gastronômico – dedicado aos alunos de gastronomia e entusiastas.

Espaço fashion hub – dedicado a expor e vender peças de marcas parceiras e coleções feitas por alunos da Una.

Lounge dos guarda-chuvas – espaço de convivência para ampla apropriação social.

Palco para apresentações – destinado a pequenas apresentações de música, exposições de trabalho ou artísticas e outras possibilidades. 

*as imagens foram desenvolvidas pelo aluno de Arquitetura e urbanismo da Una, Gabriel Benzaquen

Além disso, serão oferecidos também cursos abertos de cozinha criativa, fotografia, roteiro, história do cinema, e outros, com professores e especialistas convidados. As obras já começaram e trazem consigo a expectativa da Galeria Una ser aberta ao público em 2022.

Para Ana Karolina de Oliveira Carvalho, arquiteta e urbanista e líder do Laboratório de Arquitetura (Fábrica NAU), atuar com os alunos à frente dos projetos arquitetônicos da Galeria Una foi uma responsabilidade executada cuidadosamente. Ela explica que, trazer inovação ao local sem ao menos deixar perder a originalidade do Mercado Novo, foi uma tarefa árdua, mas gratificante. 

“Tudo foi pensado com muito carinho, desde a escolha das cores e materiais aplicados, até os pequenos detalhes como adesivos e funcionamento de alguns móveis feitos especialmente para o local. Foi de longe um dos projetos mais importantes feitos no laboratório e com certeza um dos que mais nos orgulhamos”, diz.

Segundo ela, que é especialista em Gestão Estratégica de Projetos, o espaço hub vem para somar as raízes da capital, engrandecer a cultura mineira e conversar diretamente com a história do Mercado Novo. “Mais que entregar um projeto acessível e que atendesse as expectativas, a proposta teve como premissa respeitar nossas tradições, princípios estéticos e conversar com toda a estrutura do Mercado a partir de uma extensão da Una dentro dele. O projeto é de Belo Horizonte e para Belo Horizonte!”, pontua Ana. 

Para impulsionar a prática do empreendedorismo jovem é preciso que os estudantes  ocupem os espaços da Galeria Una de maneira orgânica e atuem como os protagonistas dessa parceria. De acordo com a líder do Laboratório de Moda da Una (Fábrica Moda), Letícia Dias, para além de somar a cultura local, a Galeria Una é a conexão ímpar entre ensino e business, significativa para a vivência prática de todos os alunos. 

“O Mercado Novo é a cara do nosso aluno, descolado, autêntico, diverso e em constante movimento, nada mais coerente do que estarmos presentes em ambientes que proporcionam essa liberdade de ser. Estamos atentos em como a cidade tem gerado oportunidade de aprendizado, onde é possível estarmos para garantir experiências únicas fora da sala de aula, promovendo o aprendizado através da interação entre o aluno e o espaço que ele está presente”, comenta. 

Ela, que é especialista em Gestão Estratégica de Marketing, afirma que a Galeria Una será uma vitrine para os estudantes com espaço colaborativo, aberto para negócios, aprendizado e muita criatividade. O Fashion Hub, será um espaço voltado para a geração de negócios à procura de alunos que possam apresentar soluções para os desafios do setor da moda. A iniciativa visa incentivar o ecossistema de inovação da Moda e conectar os grupos às empresas, buscando ideias inovadoras e criativas de forma colaborativa, para trazer resultados mais ampliados.”, ressalta. 

A Galeria Una faz parte das ações em comemoração ao sexagenário da Una neste ano de 2021 e é um presente da instituição para seus alunos. O projeto inclina-se para que empresas, estudantes e frequentadores se apropriem do espaço e sintam-se parte do Mercado Novo por meio do hub de inovação.