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Mostra de Cinema de Ouro Preto

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Por Rúbia Cely

A 12ª edição da Mostra de Cinema de Ouro Preto – CINEOP foi desenvolvida com base em três temáticas, sendo elas: Educação, História e Preservação. Para cada uma destas vertentes uma personalidade foi selecionada para ser homenageada.

Antônio Leão, nascido em 1957, pesquisador e colecionador paulista, será um dos contemplados pelo evento. Ele, que é considerado uma das maiores figuras que contribuem para preservação da história e memória cinematográfica brasileira, por não só ter feito a restauração de diversas produções, mas também por ter catalogado em seus dicionários as principais categorias associadas ao cinema, será o representante do tema Preservação.

Em consonância com o tema História, Cristina Amaral, produtora e montadora será a homenageada. Cristina é autora de mais de 10 títulos e muito reconhecida por se envolver de corpo e alma com as produções as quais faz parte, segunda a curadoria do tema. Nascida em 1954, ela se envolveu com o cinema ainda no período em que estudava na USP, desde então vem alcançando grande destaque em montagem.

Por último e com certeza não menos importante o projeto Vídeo nas Aldeias será tributado pela temática Educação. O projeto que completou seus 30 anos em 2016, contempla exatamente o tema que será discutido as “Emergências Ameríndias”. Os homenageados estarão presentes na abertura oficial do evento que ocorrerá no dia 22 de junho, a partir das 20h30 no Cine Villa Rica.

Nesta quinta-feira, 29, aconteceu a abertura oficial da 9ª Edição do CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto. A cerimônia aconteceu no Cine Vila Rica, onde apresentou à temática e os homenageados desta edição.

A CineOP se caracteriza pelo único evento a ter enfoque a preservação, a história e a educação audiovisual no Brasil. Entre os homenageados, estão os cineastas Luiz Rosemberg Filho, Ricardo Miranda e ao grande preservador e ex-curador da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), Cosme Alves Netto.

Na temática histórica, Rosemberg, é considerado um dos mais inventivos, radicais artistas da geração de 68, onde desenvolveu um cinema mesclando erotismo, crítica, política e amor ao cinema. Já Ricardo Miranda, foi um artista, montador, cineasta, professor e um cinéfilo que o fez uma das grandes referências da sétima arte das duas últimas décadas. Pensando na temática de preservação, ninguém melhor do que Cosme Alves Netto, que esteve à frente da cinemateca do MAM entre 65 e 88, resistindo à ditadura militar, lutando e organizando a memória do cinema, além de ter sido um dos maiores incentivadores da produção cultural e independente da época.

Durante a cerimônia, os homenageados receberam o simbólico troféu Vila Rica. As viúvas de Ricardo e Cosme subiram ao palco para receber o prêmio e falaram da importância do reconhecimento do trabalho de ambos para o cinema brasileiro. Rosemberg, foi aplaudido de pé e, como já era de se esperar, não fez nenhuma declaração, visto que sempre se manteve longe dos holofotes da mídia, mas dedicou o prêmio aos amigos mais próximos.

Após a cerimônia de abertura, a pré-estreia do documentário “Tudo por amor ao cinema”, de Aluísio Michiles, que narra à trajetória da vida de Cosme Alves Netto através de depoimentos de amigos e cenas de filmes, que ajudam a narrar um momento de sua vida – intercalação de filmes que ajudam a ilustrar e narrar cada momento relembrado em cena. Michiles contou que “Desde jovem, me perguntava para onde iam os filmes aos quais assistia no cinema, eu queria saber o que acontecia com eles”, por isso resolveu dirigir um longa-metragem que contasse a vida de um dos homens que mais representam essa memória cinematográfica no país.

Mais informações: www.cineop.com.br 

Por Lívia Tostes
Fotos: Leo Lara/Universo Produções