Tags Posts tagged with "Mostra de Cinema de Tiradentes"

Mostra de Cinema de Tiradentes

Com o objetivo de iniciar a formação de novos profissionais e ampliar a indústria do audiovisual em Minas Gerais foram realizadas dentro da programação da 18ª Mostra de Cinema de Tiradentes dez oficinas gratuitas voltadas para o público adulto e infanto-juvenil. Os participantes tiveram aulas em diferentes áreas de criação.

 

A professora Anna Rosaura que ministrou a oficina “Por trás da câmera: o suspense no cinema” destaca que as aulas são oferecidas desde a quarta mostra e que como ‘oficineira’ acha fundamental esse trabalho para o evento. “É uma forma de o público interagir com a mostra e para aqueles que têm o objetivo de produzir filmes esse trabalho faz com que criem com qualidade e responsabilidade. É uma sensibilização para quem participa e com isso eles consequentemente ficam com o olhar mais crítico diante do que eles assistem e recebem como imagem e audiovisual”.

 

Renata Fernandes, que ofertou a oficina de Stop Motion para adolescentes, diz que é sempre um grande desafio trabalhar com esse público e despertar neles o interesse pela criação. Ela optou por incluir os participantes nos vídeos, e na produção para que eles interagissem e se identificassem com produto final. Renata participou de oficinas na mostra e vê esse trabalho como fundamental, pois foi a partir dessas oficinas que se interessou ainda mais pelo cinema. “Ter a oportunidade de deixar a semente do audiovisual é fascinante, com a idade que os alunos têm se eles inventarem um bom roteiro, a gente consegue fazer um filme e exibir na mostra, isso pra mim é muito legal”.

IMG_3393
Renata Fernandes, ex-aluna das oficinas e professora

As oficinas tiveram aulas teóricas e práticas, e no final da mostra foi exibido um longa produzido pelos alunos participantes das oficinas.

Texto Felipe Chagas

Imagens Yuran Khan

A Mostra de Cinema de Tiradentes colocou em debate no sábado, 24, o seu tema central: “Qual o lugar do cinema hoje”. Participaram da conversa ,o crítico de cinema e curador da mostra , Cleber Eduardo e o cineasta Felipe Bragança. A conversa teve como mediador o crítico e curador Francis Vogner. Além do tema principal, outras questões como as mudanças na realidade do cinema com o surgimento de várias outras mídias e o papel do cineasta na atualidade foram discutidos.

O mediador Francis Vogner iniciou o debate falando de como o surgimento de diferentes formas de escoamento do que é produzido pelo cinema hoje trouxe a necessidade de uma reflexão sobre qual seria o seu papel na arte na contemporaneidade. Ele se disse preocupado com essa nova maneira de contato com as obras, com as possibilidades de uma pessoa, ao mesmo tempo, ter acesso a muitas telas, a não estar mais em contato com uma obra do começo ao fim,falou ainda da ansiedade das pessoas, que ficam mais preocupadas em checar o status do facebook que seguir a história do filme até o final.

Cleber Eduardo afirmou que é difícil manter a atenção dos jovens durante um longo período vendo um filme, pois, eventualmente eles irão se dispersar usando seus celulares ou conversando com as pessoas ao lado. Ele concluiu dizendo que o lugar do cinema deveria ser nas salas de exibição, porém, alguns enxergam isso como autoritário, já que não têm a possibilidade de parar de assistir ou mudar de canal como feito na tv por exemplo. “É difícil competir com uma tela que está dentro de casa e que as pessoas acreditam que não estão pagando nada para tela ali dentro”, lamenta.

Felipe Bragança defendeu de que tão importante quanto o lugar do cinema hoje é o lugar do cineasta. Realizador com filmes exibidos nos principais festivais do mundo, Felipe defende que os cineastas devem “se jogar mais para o mundo” e criar usando as varias opções disponívels: “é possível fazer coisa boa e usar como forma de exibição a TV, internet e as diferentes mídias”. “ O cinema é forte o suficiente pra lidar e se misturar com esses outro espaços e sair de lá criando um novo território”, conclui.

Texto Felipe Chagas

Imagens Yuran Khan