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Mulher

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Por Daniela Reis 

Essa é minha história, mas é também a história de muitas mulheres mundo afora. A história da menina que lutou contra o preconceito durante toda sua infância e juventude por ter um corpo gordo, por não estar dentro do padrão proposto pela sociedade. Sim, essa é a realidade delas, de buscarem o corpo perfeito, o parceiro perfeito, o emprego perfeito, educar os filhos de maneira perfeita. 

Essa sou eu, mas poderia ser tantas outras. Aquela que fez uma faculdade, pós-graduação e colocou a profissão em primeiro lugar. Que abriu mão da maternidade e que não caiu no conto de fadas (ou do vigário) que existe príncipe encantado. Essa é a Daniela, mas poderia ser a Paula, a Maria, a Joana. Aquela que não tem vergonha de sentar naquele boteco copo sujo e tomar a sua cerveja com a mesma segurança de quem segura aquela taça de espumante importado. Ela é aquela que viaja sozinha e dirigindo o próprio carro, que banca seus compromissos e luxos com o suor do seu trabalho.  

Ela é forte, já sofreu na mão de machista, já escutou (e escuta) comentários nas festinhas de família: “Você até hoje não casou?”, “Está velha demais para ser mãe!”, “Cadê o namorado?”. Ela não precisa de ninguém para ser feliz, ela aprendeu que de frágil não tem nada, pelo contrário, ela é mais forte que muito macho por aí!

Ela sabe que precisa e deve lutar pela igualdade de direitos e de ocupação de espaço na sociedade, no mercado de trabalho e na construção de uma realidade com mais empatia e respeito. Essa tem sido a história das mulheres desde que o mundo é mundo. Lutar contra a opressão, contra o machismo e contra o abuso verbal e sexual. Guerrear contra pensamentos e atitudes que mesmo em 2022 ainda são latentes de norte a sul. 

Ser mulher não é fácil, nunca foi e talvez nunca será. Garantimos sim, o direito ao voto, nos posicionamos politicamente, assumimos a rotina de ser mais que mãe, esposa e dona de casa. Estudamos, empreendemos, buscamos força física e emocional para mostrar que não somos frágeis. E mesmo assim, ainda temos que “rebolar” para sermos mais que objeto de desejo. 

Ser mulher é ter que competir com outras mulheres, é brigar com a sociedade e a balança, é ter que passar o “reboco” na cara, delinear os olhos, subir no salto e dar um tapa na cara da TPM, pois o dia só tem 24 horas e nós, mulheres, temos muito o que fazer e enfrentar. É ser chamada de “dona maria” no trânsito, é ser assediada como se fosse a coisa mais normal do mundo. Até quando se torna mãe ela padece no paraíso, parece ser uma sina. 

Por isso, peço que nós mulheres sejamos mais unidas, mais empáticas umas com as outras, afinal essa não é uma luta individual, não é uma dor solitária. Que neste dia 08 março, possamos gritar mais uma vez que nós podemos ser o que quisermos e não o que nos obrigam ser. 

 

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Por Daniela Reis 

Atualmente, as mulheres correspondem 53% do eleitorado brasileiro, são cerca de 78 milhões de títulos registrados em nome delas. Porém, nem sempre foi assim, a luta feminina para garantir o direito ao voto perdurou por muito tempo. E hoje no TBT do Contramão vamos contar sobre essa conquista que aconteceu há exatos 90 anos, em 24 de fevereiro de 1932.

A demanda de mulheres pelo direito de votar e de serem eleitas ganhou corpo no início do século XX, a partir do movimento sufragista brasileiro. Mas o exercício de direitos políticos só seria estendido às mulheres em 1932, quando o novo código eleitoral do país entrou em vigor, em pleno governo provisório do ex-presidente Getúlio Vargas. Dois anos depois, em 1934, o voto feminino passa a ser previsto pela Constituição.

A conquista desse direito também foi impulsionada por várias pioneiras, como a professora Celina Guimarães Viana, que pôde, por meio de um requerimento, votar em 1927 e se tornou a primeira eleitora do país. Outro nome é o de Leolinda de Figueiredo Daltro, uma das fundadoras do Partido Republicano Feminino, criado em 1910. A zoóloga paulista Bertha Lutz, uma das criadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, é apontada como uma das maiores líderes na luta pelos direitos políticos das mulheres.

A conquista do voto não encerrou a necessidade de continuar lutando pelo direito das mulheres na legislatura dos próprios países. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1995 apontavam uma representação média de apenas de 10% entre os membros de todos os parlamentos do mundo.

Atualmente, a média mundial de mulheres nos cargos executivos, governamentais e parlamentares, ainda não passa dos 22%. O destaque vai para Ruanda (64%), Bolívia (53%) e Cuba (49%) que são os únicos três países da lista que atingiram ou superaram a igualdade em seus parlamentos.

Hoje o Brasil ocupa a posição 140 no ranking mundial de representatividade feminina medido pela ONU e a União Interparlamentar. Aqui no Brasil, a Secretaria da Mulher analisou os dados das últimas eleições de 2020 e chegou à conclusão de que, apesar de as mulheres serem 52,5% do eleitorado, apenas 33,3% do total de candidaturas neste ano eram para prefeita, vice-prefeita ou vereadora.

Conheça 8 mulheres que influenciaram a luta pelos direitos femininos no Brasil

Nísia Floresta – A escritora nordestina Dionísia Gonçalves Pinto ficou conhecida pelo pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta. Nascida em Papari — hoje cidade Nísia Floresta — Rio Grande do Norte, em 12 de outubro de 1810, a educadora, escritora e poetisa brasileira é uma das pioneiras do feminismo no Brasil. Foi provavelmente a primeira mulher no país a publicar textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava.

Bertha Lutz – Nascida em São Paulo, em 2 de agosto de 1894, a bióloga Bertha Lutz teve participação direta pela articulação política que resultou nas leis que deram direito de voto às mulheres e igualdade de direitos políticos nos anos 20 e 30. Filha de Adolfo Lutz, renomado médico e cientista brasileiro, foi uma das organizadoras do movimento sufragista no Brasil, após ter tido contato com os movimentos feministas europeus quando estudava na universidade de Sorbonne, na França, no início do século XX. Foi a segunda mulher a ingressar no serviço público brasileiro (1918), criou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (1922).

Mietta Santiago – Maria Ernestina Carneiro Santiago Manso Pereira era o nome completo de Mietta Santiago, que foi a primeira mulher no país a exercer, plenamente, os seus direitos políticos: o de votar e o de ser votada. Estudou na Europa, e quando voltou ao Brasil percebeu que a Constituição Brasileira de 1928 não vetava o voto feminino. O artigo 70 da Constituição então vigente dizia, sem discriminação de gênero: “São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei”. Ela entrou com um Mandado de Segurança e, de forma inédita, conseguiu o direito de votar e concorrer ao cargo de deputada federal.

Celina Guimarães Viana – A professora Celina Guimarães Viana foi a primeira mulher a exercer o direito de voto no país, em 1927, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte.  Antes de Mietta Santiago ter impetrado o mandado de segurança que jogou luz sobre a questão da Constituição não discriminar o gênero dos eleitores, o governador do Rio Grande do Norte José Augusto Bezerra de Medeiros, sancionou naquele ano uma lei que estabelecia não haver mais ‘distinção de sexo’ para o exercício eleitoral no estado. Com isso, Celina se inscreveu para votar com o auxílio de seu marido e entrou para a história como a primeira mulher a votar no Brasil.

Carlota Pereira de Queirós – Nascida em São Paulo, Carlota Pereira de Queirós foi a primeira mulher brasileira a ser eleita deputada federal. Médica, escritora e pedagoga, viveu na Europa, onde efervesciam as ideias feministas e o movimento sufragista. Na volta ao Brasil, à frente de 700 mulheres, ela organizou a assistência aos feridos da Revolução Constitucionalista. Em maio de 1933, foi a única mulher eleita deputada à Assembleia Nacional Constituinte. Nas eleições de outubro de 1934 torna-se a primeira deputada federal eleita da história do Brasil. Seu mandato foi em defesa da mulher e das crianças.

Patrícia Rehder Galvão (Pagu) – Patrícia Rehder Galvão nasceu em São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. Foi escritora, poeta, diretora de teatro, tradutora, desenhista e jornalista. Em 1935, após participar da Levante Comunista, Pagu foi detida, torturada e condenada a dois anos de prisão. Em 1938, voltou a ser presa e foi condenada a mais dois anos. Ao longo da sua vida ela seria presa, ao todo, 23 vezes por causa do caráter transgressor de sua militância. A defesa da mulher pobre e a crítica ao papel conservador feminino na sociedade permearam a vida e as obras da idealista Pagu.

Laudelina de Campos Melo – Fundadora do primeiro sindicato de trabalhadoras domésticas do Brasil, a atuação de Laudelina de Campos Melo é tida como fundamental para o reconhecimento dos direitos da categoria. Nascida em 12 de outubro de 1904, em Poços de Caldas, Minas Gerais, aos sete anos de idade já trabalhava como empregada doméstica. Em 1961, funda a Associação Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas. A iniciativa influencia a criação de outras entidades nos estados e culmina, em 1988, com a criação do Sindicato dos Trabalhadores Domésticos. Sua luta, especialmente na década de 1970, foi fundamental para a categoria conquistar o direito à Carteira de Trabalho e à Previdência Social.

Rose Marie Muraro – Rose Marie Muraro foi uma das vozes importantes do feminismo no Brasil. Nasceu praticamente cega, no Rio de Janeiro, o que lhe obrigou a ter determinação suficiente para se tornar uma das mais brilhantes intelectuais de nosso tempo. Autoras de livros que retratavam de forma contundente a condição da mulher na sociedade da época, como “A Sexualidade da Mulher Brasileira”, Rose foi uma das pioneiras do feminismo no país nas décadas de 60 e 70. Intelectual que lutava pela igualdade de direitos para as mulheres, Rose foi reconhecida em 2005 pelo governo federal como Patrona do Feminismo Brasileiro.

 

 

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Por: Kedria Garcia

Com tema “Vendas para o Natal”, Belo Horizonte recebeu o 1º Congresso de Confeitaria de Minas Gerais, nos dias 21 e 22 de outubro. O Confeitar Minas 2017 chegou na capital trazendo diversos workshops, palestras, receitas e gastrônomos renomados, com a intenção de oferecer uma oportunidade de aperfeiçoamento para os profissionais da área. O evento realizado no Ouro Minas Palace Hotel, teve o foco no empreendedorismo feminino com o objetivo de preparar os participantes para aproveitar as novidades e tendências do mercado, visando o destaque da concorrência, o aumento das vendas e o aperfeiçoamento, além de incentivar o negócio próprio.

A administradora de marketing e confeiteira, Danielle Neves, que é organizadora do evento, conta como foi juntar as duas paixões: o doce e a formação acadêmica. “As duas coisas estão ligadas, quando se tem o produto a necessidade é de venda e de divulgação com toda as estratégias de marketing uma coisa casa com a outra, então é bem tranquilo, além de ser uma coisa que eu sempre fiz.”, destaca.

A doceira enfatiza que o congresso veio na contramão da crise, incentivando a transformação da cozinha em uma empresa, produzindo com qualidade. “A confeitaria principalmente nesse momento de desemprego, cresceu muito, muitas pessoas que perderam seus postos de trabalho migraram para a confeitaria.”, Neves completa dizendo que é um ramo muito democrático, pois abraça todo mundo, além de ser desafiador, motivo pelo qual muitos desistem “Tem que ter paixão para ingressar na área de alimentação”.

“Não adianta falar: ’vai ser só para ganhar dinheiro’, porque isso não funciona, tem que ter amor, tem que ter paixão.” Danielle Neves, organizadora do Confeitar Minas

Encantado pelo o mundo dos doces Felipe Nogueira de 23 anos, compareceu no Confeitar Minas como expositor, em sociedade com mais dois amigos, o jovem realiza o sonho de trabalhar com bolos. “Eu sempre gostei de cozinhar, particularmente eu gosto mais de fazer a parte de dentro dos bolos, os recheios, trazendo os sabores”, revela Nogueira que alega deixar a parte da criação para os parceiros. Segundo o confeiteiro, Belo Horizonte tende a crescer no ramo dos bolos. “Um exemplo claro disso é uma cliente que disse que às vezes precisava ir para São Paulo para encontrar bolos assim, ou seja, BH está crescendo bastante é uma coisa inovadora”.

Felipe Nogueira, expositor.

O congresso atraiu diversos públicos, como no caso da gestora financeira Silvana Oliveira de 48 anos, mãe da estudante Marília Oliveira de 14 anos, que compareceu para acompanhar a filha. “Acho importante essas feiras com palestras, principalmente para os estudantes que estão iniciando nessa área, pois eles querem desenvolver.” relata Silvana. Já Marília, fã de Master Chefe Júnior diz que pretende ingressar na confeitaria, “Cozinho desde os 12 anos e acho que é bom aprender com quem sabe mais que a gente.”, conta a estudante.

Geisiane Isabel, confeiteira

Geisiane Isabel de 25 anos, confeiteira há mais de 10 anos ficou sabendo do evento pelas as redes sociais, e é uma das participantes do grupo Empreendendo no Lar Doce Lar criado por Danielle Neves. “Falta crescimento na confeitaria, nos sentido que as pessoas precisam se aventurar mais, tanto os clientes a pedirem bolos diferentes como os confeiteiros se arriscarem a fazer.”, desabafa a participante e completa alegando que apesar da demanda ser pouca a capacitação é necessária. A jovem conta que aprendeu a profissão ajudando a mãe que produzia e vendia doces no trabalho, com o tempo foi se aperfeiçoando e conquistou a independência com os bolos no pote e tudo que a confeitaria proporcionou.

 

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Por Auspicioso Acapela – Coletivo parceiro Contramão HUB

Ela não quer reconhecimento. Ela não precisa disso. Uma coisa interessante é que, ela precisa apenas sentir que está atendendo às expectativas ou até mesmo superando-as. Não apenas em questão de estágios, mas também na faculdade e nos trabalhos pessoais, com os amigos e com a família. Resumindo, ela não gosta de decepcionar.

É uma característica complicada, para isso funcionar ela teria que ter o controle de tudo em suas mãos. Mas, ela não está sozinha. O mundo gira sem pedir permissão. As situações acontecem, não tem como controlá-las. Claro, ela não acha isso ruim. Só que, quando ela dá 110% em qualquer situação, tomando a frente para tentar resolver qualquer empecilho e de repente ocorre algo, que se perde o controle. Ela se sente mal e pior, ela decepciona. Ela murcha igual à uma flor ao não receber água.

O que não entra na cabeça dela é que, perder o controle quando se tem controle, é uma situação. Mas, ela não pode se sentir responsável se a situação não depende só dela. O mundo gira de um lado para o outro, de cima para baixo, de baixo para cima e as vezes solta algumas piruetas. E ai? Como se ter controle de uma coisa que realmente não se pode ter controle? Como a flor não murchar, se o tempo está seco.

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A exposição “Em Destaque” que tem cativado cada vez mais freqüentadores para a diversidade nas leituras, mudou o tema de exibição: “Única e Singular” é o nome que destacou as mulheres nos mês de março e que permanece até meados do mês de abril.
Localizado na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, o projeto foi criado pela Maria Helena e Alessandra Gino, coordenadora, explica que “Sempre são escolhidas datas específicas para cada tema, mas estamos abertos a sugestões”.
Para ficar com dois livros durante 14 dias. É necessário levar Identidade, comprovante de endereço e uma contribuição de R$3,00 (Três reais) adquirindo a carteirinha válida por dois anos. A biblioteca fica aberta ao público de segunda a sexta, das 8 às 20 horas e sábado de 8 às 13 horas.

Por Camila Sol