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Uma coluna publicada, nesta semana na revista Veja, vem gerando polêmica nas redes sociais, especialmente o Facebook, por envolver a liberdade de expressão, a homofobia e os direitos constitucionais.  O jornalista J.R. Guzzo escreveu um artigo em que afirma que as “pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais. Mas a sua ligação não é um casamento – não gera filhos, nem uma família, nem laços de parentesco”. Essa é uma das diversas declarações polêmicas do jornalista.

Segundo a professora do curso de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG Joana Ziller, o fato de alguém escrever num veículo público que o casamento não pode ser outro além de uma união entre homem e mulher e que casais que não podem gerar filhos naturalmente não devem ser considerados como família, exclui da entidade familiar casais estéreis, que tem como única alternativa, assim como os casais do mesmo sexo, a adoção.

“Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo: pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”, essa é uma afirmação que causou indignação na educadora. “O preceito da liberdade de expressão é a democracia, e quando um jornalista escreve um artigo desumanizando um determinado grupo, é um verdadeiro atentado à democracia e, consequentemente à liberdade de expressão”, opina Joana Ziller.

O colunista de Veja posiciona-se contra a criminalização da homofobia e defende que não há razão para essa luta constante dos “gays” em busca de igualdade, pois, segundo o autor, eles já possuem esses direitos, como qualquer outro cidadão. “A tendência a olharem para si mesmos como uma classe à parte, na verdade, vai na direção exatamente contrária à sua principal aspiração – a de serem cidadãos idênticos a todos os demais”, escreveu Guzzo.

Para Joana Ziller, essa afirmação não procede, “a partir do momento que um grupo ofende o outro e incita a violência, reconhece que o grupo ofendido não tem os mesmos direitos”, explica.

No artigo, Guzzo afirma que nenhuma lei obriga as pessoas a gostarem de homossexuais, assim como não obriga a gostarem de espinafre. “Não estamos em busca de empatia, mas sim de respeito”, retruca um leitor que preferiu não ser identificado.

Outro ponto levantado pelo jornalista e professor de Comunicação Roberto Reis, coordenador do projeto de extensão Una-se contra a Homofobia, refere-se à ética do jornalista. “O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros diz, claramente, que é dever do jornalista combater a discriminação por motivos de orientação sexual. O documento entende os direitos dos LGBTs no âmbito dos direitos humanos de um modo geral, fundamentais para a consolidação da democracia brasileira”, esclarece.

O artigo 6º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros informa que é função de todo jornalista: “combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza”.

Por Rafaela Acar

Ilustração: Diego Gurgell

O projeto de lei (PL)4211/2012, proposto pelo deputado federal Jean Wyllys (P-SOL/BA), à mesa diretora da câmara dos deputados, visa regulamentar a atividade de profissionais do sexo.  “A intenção é a de trazer cidadania aos grupos, historicamente, discriminados, inclusive marginalizados por leis arcaicas, ou pelo interesse de proselitistas de que esses grupos continuem sujeitos à discriminação”, explica Wyllys.

Ainda segundo o deputado não se trata de estimular a prostituição e, sim, criar uma lei para regulamentar e fiscalizar a prática. “Hoje, a prostituição é reprovada pela mesma sociedade que se utiliza de seus serviços. Não se trata de mudar o juízo de valores sobre a prostituição, ou de estimulá-la. É de dar a dignidade merecida a qualquer pessoa”, esclarece.

Povo

A população se divide no que diz respeito a este assunto. O estudante de engenharia civil Philipe Augusto diz que apesar de ter assuntos mais importantes a ser debatido ele apoia a ideia. “Não acho errado, mas tem coisas mais importantes para serem feitas. A saúde e o transporte são exemplos disso”, declara.

Por outro lado o músico Lucas Santos diz que a não concordar com o projeto de lei. “Acredito que este tipo de lei não vai ajudar diretamente quem trabalha com sexo. Será que os profissionais querem mesmo essa regulamentação? Isso pode trazer perda de dinheiro para essas pessoas”, defende.

Jean Wyllys defende que “A população, como em tantos assuntos polêmicos, está sendo influenciada sobre o tema com informações distorcidas” e completa dizendo que “regulamentando a profissão é que será possível fiscalizar o funcionamento das casas de prostituição, por exemplo”.

Por: João Vitor Fernandes e Rafaela Acar

Ilustração: Diego Gurgel