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Psicologia

2 2011

Por Bianca Morais 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem com depressão, a população está adoecendo em quantidade e velocidade preocupantes. Janeiro é o mês dedicado a conscientização para os cuidados com a saúde mental, cuidar da mente é cuidar da vida, o ser humano é um conjunto de corpo, mente e espírito, muitas vezes acaba se cuidando apenas do corpo e se esquece de cuidar da mente, sendo que ela influencia diretamente no corpo, se a saúde mental não está boa, ela pode atingir o corpo, abaixando a imunidade, por exemplo.

Em 2014, com objetivo de conscientização da promoção e proteção da Saúde Mental,  psicólogos da cidade de Uberlândia em Minas Gerais criaram o termo “Janeiro Branco”, uma campanha brasileira que tem o propósito de dar visibilidade para o tema e fazer com que as pessoas busquem ajuda, para cuidar do psicológico.

Nos últimos dois anos, com a pandemia que ocasionou o isolamento social, muitas pessoas descobriram que “saúde mental” não é brincadeira. Sofrer em silêncio não é saudável, desabafar com os amigos é bom, mas é necessário a consciência de que um apoio profissional é muito importante. 

Em entrevista ao Jornal Contramão, a psicóloga Nicole Ornellas Nunes, psicoterapeuta com especialização em transpessoal sistêmica com ênfase em Relacionamento Abusivo e Violência Doméstica – Formada pela Acadêmia Forense em Sexologia Forense, Crimes, Psicopatologia Forense, Mediação de Conflitos e Gerenciamento de Crise responde questões sobre o Janeiro Branco e sobre saúde mental.

 

  1.       O que é o Janeiro Branco?

Janeiro branco é uma campanha voltada para a prevenção da saúde mental, visa dentro da saúde, não só a ausência de transtornos psicológicos, mas seu bem-estar e a forma como você se percebe entre as situações da vida, como você lida com seus sentimentos e emoções.

  1.       Quando essa campanha teve início?

Surgiu em 2014 por psicólogos e estudantes de psicologia em Uberlândia, Minas Gerais. No primeiro ano da campanha, as ações foram realizadas através de mini palestras, roda de conversa entre outras ações, já em 2016, tomou maior proporção com a ajuda das redes sociais e outros profissionais da saúde mental também de outros estados.

  1.       Por que a cor branca?

O Branco traz clareza, paz e tranquilidade. É uma cor que sugere libertação, que ilumina o lado espiritual e restabelece o equilíbrio interior. Por ser ausência das cores, acredita-se que como em uma “folha ou em uma tela em branco”, todas as pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida, colocando cores, detalhes e alegrias.

  1.       O que você acha sobre as promessas de ano novo? Você acredita que elas possam causar frustrações?

Sou a favor, desde que todos estejam abertos para as mudanças. Mas o que vem acontecendo ultimamente são pessoas que não saem da sua “zona de conforto” e repete as mesmas ações de anos anteriores, e desta forma se torna inviável uma colheita diferente. Sim, as frustrações surgem quando coloca-se muita expectativa nos processos, e dentro das promessas para um novo ano, existe uma autocobrança enorme e uma baixa tolerância a aceitar falhas que em outras palavras são as” frustrações”. Tudo bem se você falhar!

  1.       Como psicóloga, qual sua opinião sobre a importância do Janeiro Branco?

É importante para conscientizar as pessoas de que os cuidados com a saúde mental começa de cada um,  que nossas ações ou a ausência delas, refletem na vida do outro, ter responsabilidade afetiva, empatia, são pilares fundamentais que contribuem para essa campanha.

  1.       Você percebe um aumento na procura de atendimento psicológico nos últimos anos? Se sim, ao que se deve isso?

Sim, sempre existiu um tabu dentro da psicologia, e, todos esses preconceitos foram sendo desmistificados ao longo dos anos, acredito que a internet e suas redes sociais tem muita influência para esse crescimento. Hoje qualquer ser humano tem acesso as informações e por conseguinte tirar suas dúvidas e se inteirar nos assuntos pertinentes a área, o que antes muitas vezes eram velados.

  1.       Como reconhecer que está na hora de procurar um psicólogo?

Temos uma cultura onde precisamos ter determinado “problema” para buscar ajuda, e não necessariamente. Não existe um momento exato, o trabalho de nós profissionais em teoria era para ser voltado para a prevenção, mas na prática, as pessoas procuram na UTI.

  1.       Qual o maior receio das pessoas em buscar ajuda de psicólogo? E como resolver isto?

O medo do desconhecido, por nunca ter feito, além do preconceito e crenças que existem na sociedade onde dizem que terapia é para “doido” ou terapia é um “luxo”. Só tiramos os receios e medos confrontando com verdades, pesquisem na fonte e só assim podem ter uma clareza sobre como funciona o processo.

  1.       O que se pode fazer para cuidar da saúde mental diariamente?

Ter uma saúde mental equilibrada requer muito mais de nós do que dos outros, ou seja tem muito a ver com nossos hábitos e comportamentos, diante disso, não gastar energia com aquilo que não podemos mudar, se colocar em primeiro lugar, saber dizer não, ter uma alimentação mais próximo do saudável possível, dormir bem, praticar atividade física, entre outras.

  1.     Em relação aos jovens e adolescentes, como os pais ou família podem identificar que os mesmos precisam de acompanhamento psicológico?

A fase da adolescência em si, já se torna um motivo para buscar ajuda de um profissional, principalmente por ser uma fase onde o jovem entra em conflito com sua própria identidade por ter muitas cobranças, não se ver como criança, mas também não é adulto.  Hoje em dia os pais não precisam lidar com eles sozinhos, e pedir suporte é de extrema importância para ajudar no desenvolvimento de cada um.

  1.     Como as doenças emocionais podem influenciar no cotidiano das pessoas?

Influenciam na mudança da rotina de uma forma que deixa de te trazer benefícios, se antes por exemplo, você produzia 10, e caiu para 6, é um dado a se observar, qual conflito não assimilado está sugando sua energia a esse ponto? A falta de motivação, ansiedade e estresse, libera descarga de adrenalina no corpo, e com o tempo esse excesso pode te deixar hipervigilante, ou seja, em estado de alerta sempre, e por consequência, insônias, aumento ou diminuição do apetite entre outros que com certeza desestabiliza não só o cotidiano, mas a vida.  

  1.     Qual dica você daria para que o tema saúde mental não seja lembrado apenas em janeiro, mas durante todo o ano?

É uma força tarefa, acredito que todos devem fazer sua parte nessa divulgação, tanto os profissionais sempre estarem lembrando em suas plataformas, como as políticas públicas com mais e mais campanhas nas comunidades para quem não tem acesso à internet, a própria sociedade criar esse interesse/ curiosidade para buscar e repassar por diante. A dica? Olhe para o lado, não chame a dor do outro de drama e nem “mimimi”, dessa forma vocês estariam não só lembrando, mas colocando em prática o que a campanha tem como objetivo.

  1.     Pensando na pandemia, existem algumas alternativas para manter a saúde mental durante este momento?

Existe sim, vale lembrar que não temos histórico na nossa memória de nada parecido com o que estamos vivendo hoje, portanto o desconhecido já desestabiliza, nosso cérebro tende a buscar sempre por fatos passados para repetir o comportamento seja de fuga ou enfrentamento, nesse caso ficamos paralisados e angustiados. Portanto, alguns “paliativos” ajudam como: evitar ver notícias onde disseminam o caos certificando-se da fonte, não sofrer por antecipação, ocupar a mente com cursos, leituras, assistir filmes que fujam do padrão de violência, além de manter uma alimentação saudável, meditação entre outras alternativas, vale aquilo que te traz bem-estar e que faça sentido para sua vida.

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Por Bianca Morais 

Projeto Cidadania é o nome dado ao projeto de extensão desenvolvido pelos alunos dos cursos de Direito, Gestão & Negócios e Psicologia da Una de Pouso Alegre. O Centro Universitário Una completa em outubro seus 60 anos como uma instituição de ensino com a missão de transformar o país pela educação, por isso, democratizar o acesso das pessoas ao conhecimento da democracia, dos seus direitos como cidadãos, é a principal proposta do programa.

O Projeto Cidadania teve início em setembro de 2020, sendo pensado e estruturado de maneira a ser possível sua implementação diante das restrições ocasionadas pela pandemia do coronavírus. Pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica, procuram a iniciativa pelas redes sociais como o Instagram, Facebook, e também pelo site oficial. Através desse primreiro contato,  são agendados os atendimentos realizados pelo Whatsapp ou outra plataforma online. O atendimento acontece de forma remota, mas a intenção é após esse período de isolamento ele torne-se presencial. 

 

Atendimento online do Projeto Cidadania

Os cidadãos assistidos pelo programa enviam suas dúvidas por qualquer um dos meios disponíveis e ela é analisada pelos grupos multidisciplinares formados pelos alunos que apresentarão soluções, dentre as quais será escolhida uma para atendimento real ao cidadão. O projeto também oferece assistência no campo jurídico com esclarecimentos e orientações sobre questões relacionadas ao conhecimento e acesso dos direitos e garantias. Já na área de gestão, são realizadas consultorias para gestão de pequenos negócios, organização e planejamento financeiro familiar, além do suporte em psicologia.

O Projeto Cidadania nasceu da possibilidade de contribuir de alguma forma na melhoria da vida das pessoas em estado de vulnerabilidade social e econômica junto ao desenvolvimento dos alunos, pois através do programa eles adquirem contato com os problemas reais e ganham experiência para o mercado de trabalho, em atendimento às diretrizes preconizadas pelo Ministério da Educação na tríade ensino-pesquisa-extensão. Na primeira fase do projeto, ele atendeu 11 casos e a expectativa para a segunda é que seja possível atender o dobro.

Para Andrea Bustamante e Pamela Stupp, as responsáveis pelo projeto, a facilitação do acesso a meios capazes de ajudar na resolução de dúvidas e questões coloquiais que muitas vezes dificultam ou até mesmo inviabilizam a melhoria das condições de vida da população mais vulnerável, tem se mostrado de grande importância e um dos principais benefícios do projeto. 

“Quanto mais conhecermos nossos direitos, mais senhores seremos de nossa própria existência. Disseminar o conhecimento é a melhor forma de ajudar na construção de uma sociedade igualitária. De maneira aplicada o conhecimento é inversamente proporcional ao sofrimento. Conheça mais e sofra menos”, completa Andrea.

A Una Pouso Alegre oferece o Projeto Cidadania que possui um caráter puramente didático-pedagógico, sem fins lucrativos, visando somente a vivência prática do curso aliada ao retorno à sociedade dentro dos limites traçados. A iniciativa é apenas mais uma das centenas boas ações que a UNA proporciona como forma de promover o bem comum. 

Todos os interessados que se enquadrem na condição de vulnerabilidade social e econômica podem enviar suas dúvidas ao projeto através de qualquer dos meios disponíveis. Todas as formas de contato estão no site: https://projeto-cidadania6.webnode.com.

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Doutora em Ciências da Saúde, Psicóloga Clínica e professora do Centro Universitário Una fala sobre doenças e transtornos psicológicos que podem levar ao suicídio

Por: Italo Charles

Cultivar o bem-estar da mente é de suma importância para uma vida saudável. E, nesse período de isolamento social, devido a pandemia, casos de pessoas com transtornos psicológicos têm aumentado. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país recorde em casos de transtorno de ansiedade e preenche a segunda posição em transtornos depressivos de acordo com o ranking mundial.

Um dos desfechos dos transtornos de ansiedade e depressão é o suicídio, ainda de acordo com a OMS, no ano de 2019 foram registrados 13.467 casos de suicídio no Brasil. E com o objetivo de prevenir reduzir os casos, no ano de 2014 foi criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha Setembro Amarelo que anualmente promove eventos e ações a fim de difundir a discussão sobre o tema.

Os especialistas afirmam que um dos meios para prevenir o suicídio é a quebra do tabu acerca do assunto. Educar a sociedade sobre transtornos como a ansiedade e depressão, tende a causar um impacto positivo e mostrar que são doenças e que merecem a devida atenção.

Para entender melhor sobre a relação dos transtornos com o suicídio, a professora de psicologia do Centro Universitário Una – Isabel Pimenta, em entrevista, explicou como a pandemia tem causado efeitos na mente das pessoas e como isso pode ocasionar o suicídio.

Isabel, neste período de isolamento devido a pandemia, muitas pessoas podem apresentar medo, ansiedade e outras características, como esse cenário tem contribuído para o aumento de casos de doenças psicológicas? 

Durante a pandemia, temos visto um aumento significativo de sintomas de ansiedade, rebaixamentos de humor, sintomas relacionados à depressão e muitas angústias. Sentir isso neste momento, é possível dizer que de certa forma é esperado. Mas, um sujeito que não apresenta nenhuma dessas características é, inclusive, um sujeito que talvez não esteja entendendo a complexidade da situação.

Embora, aquelas pessoas que já tinham algum transtorno instaurado antes da pandemia chegaram nesse cenário mais vulneráveis. Então, elas têm uma tendência a um agravamento do caso, já as pessoas que não tinham nenhum desses sinais começaram a apresentar os dois principais transtornos que são os de ansiedade e o transtorno de depressão.

A gente sabe que através da pandemia com todas as suas características, surge o medo de contrair a doença, medo de alguém da família ser contaminado. Com o próprio isolamento físico muda-se a rotina, os hábitos e através disso cria-se a incerteza em relação ao futuro. Todos esses são fatores de risco para o adoecimento mental e a gente tem visto que de fato as pessoas têm adoecido mais. 

A pandemia pode ser considerada um fator para aumento de casos de suicídio?

Relacionado ao suicídio, 90% dos casos estão associados ao adoecimento mental. Entende-se que o suicídio para essas pessoas é o desfecho de um percurso ocasionado pelo adoecimento

De tal forma, pessoas com um alto grau de sofrimento derivado de transtornos psicológicos que não dispõem de ajuda profissional e sem recursos para tratamento resulta no aumento na taxa de suicídio. Então, a pandemia é vista como fator de risco e um agravamento dessa possibilidade.

Qual a importância de promover a campanha Setembro Amarelo, e como ela pode auxiliar na prevenção?

É muito importante pensarmos que a melhor maneira de prevenir o suicídio é promover a saúde mental. Então, o Setembro Amarelo é um mês para falar da importância de cuidar da mente para evitar o pior.

Neste período são realizadas palestras reforçando a importância do cuidado com o mente, há divulgação dos canais de ajuda, desconstruindo os tabus relacionados ao adoecimento mental. 

Como identificar pessoas com os transtornos de ansiedade e depressão? E, quais o sintomas que elas apresentam antes de tentar o suicídio?

Há alguns sinais como mudança drástica de humor, isolamento social, mudanças no comportamento e também da rotina . Dessa forma, podemos dizer a essas pessoas que elas podem procurar ajuda que isso não é sinal de fraqueza, pedir ajuda para algum profissional.

Às vezes a pessoa está tão contaminada com o sofrimento dela que vai ser o outro que vai sinalizar pra ela que tem alguma coisa que não que não anda bem. Sendo assim, é muito importante que nós enquanto sociedade reconheçamos esses sinais de sofrimento.

Após identificados esses sintomas, quais meios o indivíduo tem disponível para auxílio? 

Existem vários canais, tem o CVV (Centro de Valorização da Vida), que é um serviço de acolhimento de escuta terapêutica disponível no número 188 e pelo site https://www.cvv.org.br/ e funciona sete dias por semana 24 horas por dia, lá existem pessoas treinadas para ouvir os sofrimentos e para  acolher essas pessoas.

Além disso, a Una possui as clínicas escola de psicologia funcionando, agora na pandemia estamos com atendimento online e em breve o atendimento presencial retornará. O telefone para contato é: (31) 3508-9139.

Existem ainda as clínicas sociais, o serviço público municipal de apoio mental. Tem uma rede que é preparada para atender pessoas com sofrimento mental e devemos acionar esse canais para solucionar esses quadros.

Apoio aos alunos

O Centro Universitário Una através do NAAP – Núcleo de Acessibilidade e Apoio Psicopedagógico, oferece assistência à comunidade acadêmica a partir da realização de acompanhamento de acordo com a notificação referente a dificuldade de acompanhamento das disciplinas, dificuldade na organização do tempo e inclusão de pessoas com deficiência.

Contatos NAAP:

(31) 3235.7317

[email protected]

O Grupo Ânima (administrador do Centro Universitário Una),  possui o Projeto Entrelaços  que tem como objetivo cuidar da saúde dos universitários. O projeto se ocupa na formação de professores acerca das noções básicas sobre saúde mental, na elaboração de fluxos de serviços para atender, acolher e encaminhar melhor os alunos, realizar palestras e oficinas que visam a promoção da saúde mental.

Contato Entrelaços:

[email protected]

 

*A entrevista foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis

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O Conselho Federal de Psicologia promove no MAO (Museu de Artes e Ofícios) até o dia 15 de Agosto a exposição “Psicologia, 50 anos de profissão no Brasil”.

A mostra faz uma contextualização histórica da psicologia em nosso país ao longo dos anos. Muitas pessoas não sabem, mas a prática está presente aqui desde o período colonial, quando ela era de responsabilidade dos padres da chamada Companhia de Jesus.

No século dezoito, com o surgimento do iluminismo, a psicologia foi agregada as práticas médicas e no século seguinte, com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, surgem as faculdades de medicina no Brasil, e os saberes psicológicos passam a ser produzidos nas escolas de medicina e dentro da educação.

O período posterior vem como período de afirmação para a área, foi nessa época que a psicologia começou a entrar nas faculdades como disciplina. Surgem aí grupos que buscam a regulamentação da profissão.

E na década de 60 pouco antes do golpe militar de 64, a psicologia é reconhecida como profissão, a lei federal  4.119 de 27/08/1962 regulamenta a prática. Com o golpe militar, insurge entre os psicólogos e estudiosos da época, uma crítica as teorias psicológicas vindas de fora, elas eram consideradas por muitos inadequadas para o contexto de nosso país.

Psicologia completa 50 anos de regulamentação no Brasil

A exposição segue depois para a rodoviária, ficando aberta a visitação entre os dias 16 e 28 de agosto. A entrada é gratuita.

Por Hemerson Morais

Fotos: Rute de Santa