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Nessa semana, a Casa Una de Cultura (rua Aimorés, 1.451, Lourdes) foi palco do debate “Charges: Liberdade de expressão x Ética”, produzido por alunos do 4º período do curso de Jornalismo da UNA. Os convidados foram os chargistas Lute, do jornal Hoje em Dia, Duke, do jornal O Tempo, Quinho, do jornal Estado de Minas, e Evandro Alves, colaborador de diversos jornais de Minas Gerais e São Paulo.

Os artistas convidados fazem parte da exposição “Somos Todos Charlie, Uai!”, criado em apoio ao Charlie Hebdo (jornal satírico francês) após atentado sofrido em janeiro deste ano.

O debate discutiu até onde há liberdade de expressão quando se trata do gênero charge e o processo de criação das ilustrações.

Um dos organizadores do evento, o aluno de Jornalismo Felipe Chagas, 25, falou acerca da importância do debate: “A partir do momento em que nós trabalhamos em cima de uma pesquisa importante para todos, nada mais interessante que esses novos conhecimentos e questionamentos sejam divididos entre nós, estudantes. A liberdade de expressão é uma grande conquista para o homem, sendo assim, falar sobre os limites a qual ela é submetida se faz importante nas escolas de comunicação, pelo fato de nós estarmos nos preparando para sermos formadores de opinião”.

O Jornal Contramão conversou com Evandro Alves sobre a relevância da discussão no âmbito da comunicação. Para ele, a discussão é de extrema necessidade: “Essa discussão é muito importante, principalmente nesse período que estamos vivendo, de grande reacionalismo entre posições conservadoras de determinados grupos da sociedade em relação a diversos temas, seja racismo ou homofobia. Então, quando trazemos essa discussão sobre liberdade de expressão, todos esses grupos podem estar sendo representados pela fala de algum dos participantes”, afirmou o chargista.

Durante o bate-papo, profissionais da comunicação e alunos convidados levantaram questões relativas à liberdade de expressão no contexto do ocorrido em Paris. Para os jornalistas, o problema que gerou o atentado ao Charlie Hebdo não está no Islamismo, está no fundamentalismo religioso.

Para o cartunista Duke, a violência gera violência, e a arma para combater isso é a cultura: “Através da cultura conseguimos transformar essas ideias de séculos anteriores para uma concepção mais atual. A charge vai fazer parte desse processo cultural, assim como outras formas de cultura, como a música. Você gostar de uma charge e não gostar é relativo, mas um tiro na cabeça não é relativo. A morte silencia qualquer oportunidade de diálogo”. O artista ainda disse mais: “Quando você só escuta o que você gostaria de escutar e as ideias são discutidas em privado, elas se fortalecem, inclusive os preconceitos. Quando você  expõe seu preconceito para grupos diferentes, você enfrenta uma enxurrada de pensamentos contrários, aí você reflete”.

O cartunista Lute, do Hoje em Dia, deixou claro que é a favor da liberdade de expressão sem limitações: “Sou a favor da liberdade e ponto. Não é por corporativismo, mas é que o primordial é a liberdade. Acho que no mundo de hoje, não cabe este tipo de ‘censura’, não cabe mais limitar o pensamento”.





Texto e Foto: Victor Barboza