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Rock

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Por Daniela Reis 

O TBT de hoje relembra acidente aéreo ocorrido nos Estados Unidos, no dia 3 de fevereiro de 1959, que resultou na morte dos músicos Buddy Holly, Ritchie Valens e The Big Bopper, além do piloto Roger Peterson. Este dia seria definido posteriormente por Don McLean, em sua canção American Pie, como “o dia em que a música morreu”.

Buddy Holly, Ritchie Valens e J. P. “The Big Bopper” Richardson, considerados grandes nomes  do rock and roll global na época, faleceram e deixaram uma legião de fãs.

O Acidente

No dia 3 de fevereiro de 1959, estavam no avião monomotor, modelo Beechcraft Bonanza B35: Buddy Holly, Ritchie Valens, Big Bopper e o piloto Roger Peterson. Os músicos estavam na turnê The Winter Dance Party, voltada apenas para o centro-oeste dos Estados Unidos, e iria cobrir 24 cidades dessa região durante três semanas. Após uma série de divergências entre os organizadores, o trio deixou de seguir o trajeto de ônibus e passou a considerar um avião para transporte, já que o inverno estava rigoroso e os musicistas estavam em condições precárias, por conta da estrutura feita para seguir por terra não estar preparada para o frio. Holly e mais dois outros companheiros de banda iriam viajar inicialmente na aeronave, mas ambos cederam os lugares para Bopper e Valens, com destino para Fargo, na Dakota do Norte. Infelizmente, por falha humana e os obstáculos do clima, Peterson estava sem visão e pensou que estava com o veículo nas alturas, enquanto, na verdade, estava caindo.

Tempos de luto para o Rock 

A notícia da tragédia caiu como uma bomba, especialmente porque o rock já estava sofrendo perdas: em 1957 Little Richard abandonou a carreira musical e virou pastor. No ano seguinte, Jerry Lee Lewis se envolveu em um escândalo ao casar com sua prima de 13 anos e Elvis Presley foi convocado pelo serviço militar.

Quando o acidente tirou a vida de Buddy Holly, Ritchie Valens e The Big Bopper, foi como se o rock tivesse morrido também.

A história do acidente aéreo é retratada no filme “La Bamba” (1987), e também lembrada na canção “American Pie” (1971), de Don McLean, que “batizou” esse dia como “O Dia em Que a Música Morreu”.

Os artistas

Buddy Holly (Charles Hardin Holley)

Nasceu no dia 7 de setembro de 1936, em Lubbock, Texas. O artista é conhecido por ser um dos pais do rock and holl, não só por ter extremo talento para inovar o gênero musical, mas também pela influência que exercia aos futuros aspirantes ao estilo na época. Em uma das apresentações do músico pela Inglaterra, os jovens Paul McCartney (Beatles) e Mick Jagger (The Rolling Stones) assistiram a genialidade de Holly, e em futuras entrevistas ambos afirmaram que o guitarrista era uma de suas maiores referências.

The Big Bopper (Jiles Perry Richardson Jr)

Nasceu no dia 24 de outubro de 1936, em Sabine Pass, Texas. Bopper não só era um grande cantor, mas também um fantástico compositor. Dentre os grandes feitos na carreira de Richardson, estão as composições “White Lightning” e “Chantilly Lace”. A primeira, inclusive, foi a primeira canção que forneceu o primeiro lugar em rankings internacionais do cantor George Jones – este que Big Bopper foi um grande colaborador.

Ritchie Valens (Richard Steven Valenzuela)

Nasceu no dia 13 de maio de 1941, em Palcoma, Califórnia. O mais novo do trio, Ritchie, com apenas 16 anos, compôs a icônica versão da canção “La Bamba”, que mesclava pop e rock em uma produção autêntica e atemporal. Valens é considerado um dos pioneiros dos subgêneros rock latino e chicano, além de ter influenciado grandes artistas no futuro, como Ramones, Los Lobos e Carlos Santana.

 

 

 

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Devise é uma banda de rock independente de Belo Horizonte, formada por Luís Couto (vocal), Bruno Vieira (guitarra), Daniel Mascarenhas (bateria) e Bruno Bontempo (baixo), que há nove anos vem encarando o mercado da cena autoral mineira, trazendo composições originais com influências desde o Britpop até o Rock Mineiro.

Com dois discos lançados ao longo da carreira, a banda deu início em junho deste ano a gravação do terceiro, que promete ao público uma Devise mais madura, sem medo de arriscar novos elementos, porém sem perder a identidade.

Em comemoração ao dia do Rock, o Jornal Contramão, traz hoje uma entrevista exclusiva com o vocalista Luís Couto, contando o que podemos esperar do terceiro álbum de trabalho da Devise, que já teve três músicas lançadas, entre elas “Além do Próprio Espelho”, “Tempo Aberto” e “De Quanto em Quanto Tempo”, mostrando que o novo disco promete muitos sucessos. 

1) Como surgiu a ideia do lançamento desse novo álbum?

A ideia desse disco vem desde do final de 2018, já vínhamos trabalhando em algumas músicas e começamos a estruturar o álbum a partir dali. Lançamos uma música no final daquele ano, que foi “Além do Próprio Espelho”, e lançaríamos mais alguns singles até vir o álbum cheio em 2020. Ficaríamos um ano trabalhando as músicas e o álbum no ano passado. Porém veio a pandemia e achamos que o clima do disco não tinha nada a ver com aquele momento que vivíamos, também não iríamos poder sair para tocar essas músicas, por isso, resolvemos adiar o lançamento. 

Tudo isso acabou sendo algo que fez bem para o álbum e para a banda, essa espera, porque em 2020 acabamos lançando um single novo, “Espera”, que ficou essa temática de pandemia, lockdown, também lançamos várias versões acústicas e isso movimentou bastante a banda e trouxe novas pessoas para escutarem o nosso som. 

Nesse meio tempo novas composições surgiram, entraram músicas novas, saíram algumas, mas a base do disco em si é muito forte, assim em termo de identidade esse novo disco marca um novo momento da banda e tudo mais. 

2) Quando começaram as gravações do novo disco e onde ele está sendo gravado?

Começamos a gravar mesmo no começo de junho de 2021, mas a gente já estava trabalhando forte nele desde março, pois ficamos um ano sem se encontrar, por questão de proteção, trabalhando à distância, tanto que as versões que lançamos durante a pandemia foram gravadas com cada um em sua casa. Retornamos no primeiro trimestre, passamos a nos encontrar para fechar as músicas, as composições, alguns arranjos, e em junho fomos para o estúdio, o Pacific Studio, do Cris Simoes, que é quem está produzindo o disco.

3) Como tem sido o processo de produção desse novo disco em um cenário de pandemia?

O processo é um pouco diferente do normal, é estranho gravar um disco com máscara, mas entendemos como isso tudo é necessário. Nós quatro estamos respeitando as medidas de isolamento e muito preocupados com a situação, então optamos por só tirar a máscara em momentos específicos, por exemplo, na hora de gravar voz. Achamos que seria pior, mais chato com todas essas questões, nem pelo uso da máscara, mas a situação em si, porém acabou sendo um alívio, ficamos preocupados com a tensão disso atrapalhar mas está tudo fluindo muito bem.

Como estamos respeitando ao máximo essas medidas de isolamento, nos sentimos de certo modo, seguros. O Cris, produtor, fica em uma sala diferente, nós conversamos pelos fones, tem tv e câmera, nos comunicamos dessa forma e só vamos na sala dele para escutar. É um processo diferente do que a gente sempre fez, mas é um retrato do momento que vivemos.

Por incrível que pareça, apesar de tudo, é o disco que a gente está gravando em condições mais difíceis, mas que está fluindo mais legal, estamos mais tranquilos, seguros, respeitando o espaço de cada um, com muita alegria. Quando eu vejo o Mike, o D2 ou o Bontempo gravando eu fico muito feliz de ver o que eles estão fazendo lá e acho que é assim com todo mundo, está sendo um escape super importante e também e um momento bacana para a banda.

4) O que o público pode esperar do novo disco? Quais foram as principais influências?

É um trabalho muito especial e diferente dos outros dois, nós temos um pouco disso, mantemos nossa identidade, mas buscamos sempre trazer novos elementos a cada álbum. Acho que o público pode esperar algo mais ousado. Ele tem momentos mais para cima e outros mais introspectivos, penso que é um álbum bem coeso, e apesar de momentos diferentes, as músicas conversam muito bem entre si. 

É um disco que a gente está curtindo fazer, e isso vai para o som, estamos felizes fazendo aquilo que amamos, tocando, estando juntos. 

Em relação às referências, temos uma muito forte ali da galera de Manchester, do início dos anos 90, Primal Scream, Stone Roses, Charlatans, Happy Mondays, Madchester, Oasis, todas essas bandas que são uma referência para nós. Muito rock mineiro também, nesse sentido somos muito bairristas, então dá para sentir um Skank, naquela fase do Cosmotron, Carrossel, algumas referências de música brasileira, como Lô Borges, rock nacional presente de certa forma com Charlie Brown e Legião. Inclusive tem referências de reggae, dub, uns elementos bem diferentes que nunca usamos e tem nos influenciado bastante.

5) Quem está por trás das composições das novas faixas e como foi esse processo de composição?

Geralmente eu escrevo, levo a música para a banda e trabalhamos juntos os arranjos, a maioria das músicas saem dessa maneira, mas tem também outros momentos que os meninos chegam com alguma ideia, um riff de guitarra, de baixo e aí eu acho que dá para transformar aquilo em uma música e trabalho em cima. 

Nesse disco, especialmente, tem parceiros de fora, tem dois amigos, Pedro Dias e o Fernando Pádua, que escreveram comigo, De Quanto em Quanto Tempo, o João Ferreira, da Daparte, tem uma letra que escrevemos em parceria. Outra coisa legal é que pela primeira vez, tem uma letra do Mike (guitarrista), foi feita em parceria, mas grande parte é dele, até então ninguém da banda tinha escrito uma letra além de mim, e foi bem legal.

6) Como você define a evolução da Devise do começo até hoje?

Esses dias eu estava lembrando da gente entrando no estúdio para gravar o primeiro disco, e o quanto nós éramos mais inseguros e ingênuos em algumas questões, que para um primeiro disco são até importante, ter essa ingenuidade, e acredito que a grande evolução da Devise está aí, hoje em dia nós somos extremamente seguros do que queremos ser, do que queremos fazer, não temos mais medo de experimentar novas coisas, de trazer novos elementos e colocar no som, se não ficar bom a gente tira. Nos permitimos mais, mas sempre mantendo uma identidade muito clara, isso é muito importante, evoluir mas ter algo forte que as pessoas lembrem do nosso som, por mais que elas vejam que é diferente de certa forma, elas sabem que é a Devise.

7) Quais são as expectativas para o lançamento do novo álbum?

A expectativa é enorme, mas como a gente ainda está nas gravações, estamos focados nisso, queremos aproveitar ao máximo esse momento, curtindo muito o processo. Nós já temos uma programação de datas e tudo mais, é provável que as pessoas comecem a conhecer o disco no início de agosto, que a gente solte ali algumas músicas inéditas e até o fim do ano todo ele lançado.

8) Como tem sido a distância dos palcos?

A distância do palco é algo muito difícil, porque nós somos uma banda muito de show, de tocar, e a gente até entende a importância de estar ali presente na internet, mas o nosso rolê sempre foi estar junto tocando, e quando você não está fazendo show, obviamente, isso diminui, por mais que a gente esteja no estúdio, é diferente, então tem sido bem difícil, mas entendemos como necessário para o momento. 

Não dá para fazer show, eu acho que nem conseguiria fazer, se alguém falasse “ah pode tocar”, eu não tocaria, não me sentiria bem, não é o momento, isso é muito maior que a nossa saudade dos palcos. É difícil, é ruim, é uma das coisas que mais amamos fazer nessa vida, mas é necessário para proteger todo mundo.

9) Uma boa lembrança dos palcos depois de tantos anos de estrada?

Os shows na Obra são o que nós mais lembramos, por mais que já tenhamos passado por palcos, festivais grandes, ali na Obra é quando estamos em casa, é quando as pessoas mais próximas de nós gostam de ir nos ver tocar, a galera da Obra nos recebe muito bem, essa lembrança é muito forte e é algo que sempre está rondando a gente. Mas também tem muitos outros momentos legais, encontro com ídolos, bandas amigas, a gente na estrada, sempre dávamos um jeito na logística de ir juntos, porque apreciávamos muito esse momento, 8, 9 horas na estrada trocando ideia, são grandes lembranças.

10) Sabendo que hoje é o dia do rock, para você, vocalista da Devise, o que o rock representa em sua vida? 

Rock dá sentido para muita coisa da minha vida, eu não seria essa pessoa que eu sou hoje se não fosse o rock, e eu acho que significa, principalmente, liberdade de ser o que você quiser ser, de poder ser o que você quiser ser, de olhar para o outro e também deixar ele ser o que ele quiser ser sabe, penso que tem a ver com transgressão. Vemos os caretas dentro do rock e para mim não faz o menor sentido, porque o rock não tem nada a ver com caretice, preconceito, o rock não é isso. Resumindo, o rock me formou pessoalmente entendendo isso dessa forma, e é uma coisa muito importante para mim. 

 

 

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Uma série dedicada às bandas independentes da capital mineira

*Por Bianca Morais

O Jornal Contramão, a partir de hoje, apresentará uma vez por semana histórias do Almanaque Bandas Independentes, produzido como meu Trabalho de Conclusão de Curso. No projeto entrevistei bandas independentes de Belo Horizonte e contei um pouco sobre suas histórias. Para começar, apresento uma parcela sobre o cenário desses artistas que tem crescido nos últimos anos. Nesse trabalho passaram grupos bem conhecidos da capital mineira, são eles: Radiotape, Ous, Devise, Chico e o Mar, Matiza, Lamparina e a Primavera, Rosa Neon, Duetê, Papa Black e Daparte. Então, fique de olho aqui no nosso site e nas redes sociais que a cada semana traremos uma banda diferente.
Confere aí, vale a pena!

Um pouco de história 

Belo Horizonte é um berço de grandes compositores que construíram boas referências na história da música belorizontina. Porém, de um tempo para cá é possível visualizar uma movimentação maior do cenário da música independente crescendo, com muita gente produzindo conteúdo de qualidade.

A cena independente de BH vive então uma nova fase que já se repete há alguns anos.

Tudo começou na década de 60 com eles, os pioneiros, o Clube da Esquina. O movimento musical mostrou que mineiro sabe fazer música boa, com grandes nomes como Milton Nascimento, os irmãos Borges e Beto Guedes. O grupo serviu de ponta pé para o Brasil enxergar que Minas é berço de grandes artistas.

Anos depois, outras bandas marcaram o cenário musical belorizontino, foram elas Skank, Jota Quest, Pato Fu e Tianástacia, bandas que explodiram e fazem sucesso até hoje nas rádios do país.

Depois desse boom de bandas de pop rock lá no final dos anos 90 e início dos anos 2000, mais uma vez o cenário se apagou. Durante um bom tempo, as bandas de Beagá ficaram adormecidas e voltaram a acordar poucos anos atrás. Para ser mais específica, com o aparecimento da banda Lagum. Com os olhares sempre voltados para Rio de Janeiro e São Paulo, a banda mineira apareceu e conquistou o Brasil inteiro com o hit Deixa, voltando os holofotes mais uma vez para a capital mineira.

O almanaque

Mas esse almanaque não está aqui para contar sobre essas bandas famosas, essas vocês já conhecem. Vou contar como a Lagum e todas as outras bandas servem de motivação para as demais bandas correrem atrás do sucesso. Depois de tanto tempo sem alguém de fato progredir, a Lagum explodiu, incentivando quem estava com sede de correr atrás de fazer seu som.

Este é um almanaque sobre bandas independentes, com artistas que se expressam através de suas próprias músicas, independentemente do grande mercado da música nacional. Fazem, assim, parte de um movimento cultural local. Durante muitos anos, antes que a Lagum aparecesse, Belo Horizonte viveu uma efervescência de música cover. O Circuito do Rock, formado por três casas noturnas (hoje apenas duas em funcionamento), foi o grande incentivo para isso. Ir para um lugar beber e escutar músicas que você já conhece parece um plano perfeito para um sábado a noite, certo?

E por anos isso ficou na cabeça de muitos. Mas tocar música de outros artistas acaba despertando a vontade de produzir algo seu, de se arriscar, e a capital mineira tem dado toda a motivação possível.

A cabeça dos contratantes também vem mudando. Se antes era somente cover e pouca liberdade para mostrar o autoral, hoje eles têm dado espaço para a galera que tem algo novo e diferente para mostrar. Afinal, no futuro você não vai querer ser o cara que disse “não” para aquela banda que está fazendo sucesso nas rádios e televisões.

Grandes festivais na cidade como o Planeta Brasil e o Sarará, que recebem pessoas de todos os estados brasileiros e até atrações internacionais, têm dado muito espaço para essas bandas independentes se apresentarem, fazendo palcos como o “Locais”, onde se apresentam artistas da própria cidade.

Cada vez mais, essas bandas têm se unido e criado festivais independentes para tocarem; e o mais interessante é que o público está realmente pagando, comparecendo e valorizando esse cenário. A vontade de conhecer coisa nova tem aparecido aos poucos na mente das pessoas.

O comportamento tem mudado e a esperança dos artistas de fazer esse movimento dar certo, também.

“Se aqueles caras da Lagum fizeram e deram certo, por que eu não vou tentar também?”

O cenário sempre existiu, mas agora com mais destaque e diversidade de estilos. Um dos fatores que motiva essas bandas a se arriscarem é a democratização do acesso. A internet e a facilidade de conhecer conteúdo novo caminha ao lado do trabalho independente.

É um momento muito bonito e justamente por isso não foi nada fácil selecionar as 10 bandas que aqui estão.

Todos os nichos e gêneros têm artistas fazendo um trabalho maravilhoso, mas para poder registrar e mostrar um pouco do que está acontecendo selecionei bandas de rock e pop em que cada membro (vocal, guitarra, baixo, bateria, teclado, entre outros) tem seu papel único.

A quantidade de bandas não faz diferença porque não é um mercado de competição. Na área cultural, quanto mais diversidade, mais fácil a visibilidade de cada uma no todo. Uma banda puxa a outra e ninguém se sobressai.

Espero que goste e até semana que vem!

 

 

*Esse é um produto resultado do Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Una da Jornalista Bianca Morais.

Parte da coleção pessoal de discos de vinil de Gustavo Heringer.

Entre um ensaio e outro, o fotógrafo Gustavo Heringer, 29, divide o seu tempo com um hobby clássico que começou recentemente: colecionar discos de vinil. Amante da música, iniciou sua coleção em 2013, quando ganhou de sua esposa um exemplar do Rolling Stones Play Chuck Berry (2010). Desde então, não parou mais e atualmente possui cerca de 50 títulos em sua coleção, grande parte, do rock internacional. Entre David Bowie, ACDC, Yes, Led Zeppelin, ZZ Top, Queen, Jethro Tull, Beatles e outros clássicos do rock, há uma coleção, em particular, que Heringer busca completar, o trabalho realizado pelo Pink Floyd: a banda britânica que surgiu no final da década de 1960 trazendo um rock singularmente psicodélico e com melodias marcadas pela progressão sonora de baixo, guitarra, bateria e sintetizadores.

Disco do Rolling Stones Play Chuck Berry, 2010, primeiro disco da coleção de Gustavo Heringer.
Disco: The Rolling Stones Play Chuck Berry, 2010, primeiro disco da coleção de Gustavo Heringer.

Sua paixão pela banda surgiu ainda em 2002, em uma viagem com amigos. O destino era certo: Belo Horizonte a São Paulo. No carro, a rádio mal pegava e o único CD que estava presente era um Pink Floyd, mais precisamente, The Division Bell (1994) que tocou “infinitamente”, tanto no trajeto de ida quanto na volta para a capital. Depois dessa viagem, o universo do rock mudou para  Heringer. “Quando gosto de um novo artista, busco saber tudo sobre ele.

Disco The Division Bell, Pink Floyd, 1994
Disco The Division Bell, Pink Floyd, 1994

Depois dessa viagem, com meus 18 anos, comecei a pesquisar tudo o que podia sobre a banda. Another Brick on The Wall (música do disco The Wall, de 1979) já era conhecida por todo mundo. Depois de The Division Bell, fui conhecer trabalhos mais antigos como Animals (1977), The Dark Side of The Moon (1973) e Atom Heart Mother (1970) que se tornaram os quatro mais significativos pra mim”, completou o fotógrafo mostrando cada um dos quatro discos em vinil que já possui em sua coleção.

Gustavo Heringer mostra os ingressos e o pôster do show de David Gilmour, realizado no Royal Albert Hall (durante sua lua de mel) em setembro de 2015. Realização de um sonho.
Gustavo Heringer mostra os ingressos e o pôster do show de David Gilmour, realizado no Royal Albert Hall (durante sua lua de mel) em setembro de 2015. Realização de um sonho.

Assim como outros fãs, sempre existe a expectativa de poder ver e assistir aos ídolos, alguma vez na vida e ao vivo. Não foi diferente com ele. Gustavo conta que por ter começado a se interessar pelo Pink Floyd através de um dos trabalhos mais recentes da banda, ele teve a tendência de admirar mais da fase em que David Gilmour (guitarrista e compositor) esteve à frente da banda, no lugar de Roger Waters (baixista e compositor), que saiu do Pink Floyd em 1985. No ano de 2015, enfim o sonho se realizou. “Foi totalmente por acaso. Estava em Londres, passando minha lua de mel com minha esposa, Flávia. Chegamos no dia 24 de setembro e já sabia do show de David Gilmour no Royal Albert Hall e já sabia, também, que não haviam ingressos disponíveis na internet. No dia 25, sem nenhuma pretensão, saímos de manhã e fomos até o local do show para ver o icônico santuário do rock britânico. Por sorte, alguns ingressos estavam sendo vendidos na bilheteria. Foi começar a pagar os ingressos que não segurei a emoção. Estar naquele lugar, na minha lua de mel com a Flávia e poder assistir ao Gilmour ao vivo, era um sonho. Enquanto preenchia os ingressos, minha mão só tremia. Acabei escrevendo o nome da minha cidade de Bolo Horizonte”, relata mostrando os ingressos que estão emoldurados com o pôster do show que ficam na parede de seu escritório.

Royal Albert Hall/Arquivo Pessoal
25 de setembro de 2015. Show de David Gilmour no Royal Albert Hall, em Londres. Gustavo aproveitou sua lua de mel para realizar outro sonho de sua vida. Fotografia: Gustavo Heringer/Arquivo Pessoal

Após onze anos de espera, Gustavo conseguiu realizar outro sonho proporcionado pela cultura do rock. Depois de voltar de sua lua de mel, ter assistido ao show de David Gilmour no Royal Albert Hall, ter ido em um segundo show do cantor que teve em São Paulo, o ano de 2016 foi tão especial quanto o anterior: conseguiu adquirir para a sua coleção de vinil um exemplar, daquele que foi o disco responsável por toda a admiração do rock e da banda Pink Floyd, o The Division Bell (foi reproduzido durante toda a entrevista).

Grande Aquisição
Capa do disco The Division Bell, Pink Floyd, 1994. O grande divisor para a história de Gustavo Heringer no universo do Rock.

Reportagem e Fotografias: Lucas D’Ambrosio

Imagem Reprodução Internet

Hoje é Dia Mundial do Rock. Um estilo clássico que criou várias vertentes: Punk, Hard, Heavy Metal, New Wave, entre outros e que nos impressiona por serem tão distintos. Mas, esses estilos dividem muito mais que o mesmo pai ou mãe, dependendo do ponto de vista, eles, também, dividem a célebre expressão: “Rock and Roll”.

E você amante do rock sabe o que a expressão significa?

Ela literalmente significa “balançar e rolar”, fazendo parte da gíria dos jovens negros americanos das primeiras décadas do século XX. Usado em referência ao ato sexual, apareceu em letras de canções de Roy Brown, na década de 1940.  Mas, foi nos anos de 1950 que a expressão se tornou nome do novo estilo. O responsável por essa atribuição foi o DJ americano Alan Feed.

Feed na época não fazia ideia do que significava a expressão e a utilizou para que a sociedade, preocupada com sua juventude, parasse de discriminar o novo estilo. Logo, a expressão ganhou novo status e se tornou marca do estilo que atravessou décadas e que até hoje faz parte da história das pessoas.

Anos mais tarde expressão viria a ser abreviada. Se tornando apenas “Rock” foi uma forma abranger as novas vertentes que nasciam. Recebendo outros ícones da música como: Os Beatles e Bob Dylan. Hoje em dia, a expressão “Rock and Roll” é usada apenas para se referir ao estilo de origem que nasceu nos anos 40.

Jimi Hendrix em sua famosa cena da queima da guitarra

Reportagem Ana Paula Tinoco

A cena rock de Belo Horizonte diversifica suas formas e se desdobra entre covers e trabalhos autorais. O Circuito Cultural Praça da Liberdade promove o debate sobre a produção, circulação e sobrevivência da música cultural na capital mineira, com o tema: “Como fazer, produzir e viver de Rock em BH”, os músicos Marcelo Dolabela e Thiakov Davidovic conduzem uma conversa sobre o estilo musical neste sábado, 3.

Marcelo Dolabela líder do grupo “Divergência Socialista”, conta que as primeiras gravações de rock surgiram em 1965, em paralelo a Jovem Guarda. “O pessoal começa a ter mais discos e, a partir daí, o Rock começou a fazer parte da vida da cidade”, explica Dolabela.

Viver de música é possível?

Para o cantor e produtor musical Thiakov Davidovic é possível sim viver e trabalhar da música. Como prova, ele usa sua carreira “há basicamente 15 anos vivo somente da música. Mas isso só foi viável a partir de um hall de possibilidades que eu tive que criar” ressalta o cantor.

Segundo Dolabela, a essência do rock permanece inalterada, “o Rock foi música e rebeldia, hoje é indústria. Que produz, embala e vende o mais volátil e mais temido sentimento: a rebeldia. Com a cara que tiver, com a roupa que vestir, com a causa que defender, o Rock será sempre primitivo e sempre utópico. Sempre tribal e sempre do contra” finaliza.

Serviço:

O debate será realizado no Espaço do Conhecimento UFMG – Circuito Cultural Praça da Liberdade, neste sábado, 3, às 11h. Entrada franca.

Texto: Gabriel Amorim
Foto: Túlio Travaglia