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Solidariedade

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Por Keven Souza 

Desde de 2020, devido à pandemia do Coronavírus, com o decreto municipal anunciado pelo prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), uma das medidas adotadas para conter o avanço do Covid-19 na cidade, foi o fechamento do comércio, parques e escolas.  

Com a decisão, diversas instituições de ensino superior se organizaram e se adaptaram para o ambiente digital, com o intuito de manter as atividades e os trabalhos ativos. O ciberespaço foi a solução encontrada para que as aulas continuem a distância. 

Entretanto, o famigerado ensino online, que para alguns pode ser uma tarefa simples, é um desafio para aqueles estudantes que estão em cursos superiores voltados para segmentos mais exatos de atuação, tendo seu foco em habilidades práticas e técnicas específicas, sendo eles os cursos superiores de modalidade tecnólogo. 

Para os alunos do curso de Gastronomia do Centro Universitário Una, o período é de incerteza, visto que ainda em 2021, estamos em um cenário contínuo de pandemia, e a insegurança da maioria é perceptível , já que o curso é prático, e que trabalha todos os sentidos dos estudantes, principalmente o paladar. 

A preocupação presente acontece por não conseguirem utilizar o laboratório de aprendizagem, que é fornecido para aulas práticas para a absorção de conteúdos, até mesmo com a adaptação do ensino online, dado que algumas demandas são de atividades manuais.

Laboratório de Gastronomia

Cristina Nogueira Moreira, que é estudante do segundo período do curso de Gastronomia, diz que migrar para o ensino remoto não foi difícil, mas que em alguns momentos sentiu falta de interações desempenhadas na cozinha do campus que possui toda a estrutura para desenvolvimento e montagem dos mais variados pratos, incluindo panificação e também bebidas. 

“Sinto muita falta e necessidade de estar nos laboratórios, imaginando como seria estar ali com os professores e colegas de sala tendo aquela troca, que é muito presente na nossa profissão. Juntamente com o sentimento de ‘uau’ por ser um espaço ótimo, mas também de tristeza por conta de não poder usá-lo no momento”, desabafa a estudante. 

Segundo ela, este período atípico de pandemia trouxe não só problemas técnicos com o computador, mas também o receio da experiência no curso não ser completa, já que no presencial haveria prova dos pratos, absorção de críticas construtivas e criação de novas receitas tendo auxílio físico dos professores e também dos colegas.

Mas, está confiante de que o mais próximo possível aconteça o retorno presencial. 

“Há confiança em quem está me ensinando, o fato de que ainda vamos ter todas as aulas presencialmente… amenizou essa sensação “, completa Cristina. 

Atividade prática para além do laboratório 

A Una, percebe que continuar o sonho dos estudantes, mesmo que de forma remota, é essencial para a qualidade na formação dos alunos, por isso, aproximá-los do Laboratório de Gastronomia, é uma maneira imprescindível de fortalecer o aprendizado e a relação instituição/aluno. 

Pensando nisso, a universidade iniciou no mês de Maio, uma alternativa que possibilita tarefas práticas no ambiente domiciliar, de forma segura e eficaz e para os discentes. 

A proposta é a distribuição de kits para os alunos(com que diversos insumos alimentícios, como itens folhosos, frescos e carnes) que acontece semanalmente como forma de praticar desde o preparo de alimentos e bebidas, até mesmo a união de ingredientes de modo que se tornem resultados mais elaborados remotamente. 

A produção dos kits varia de acordo com a demanda e os cronogramas de cada Unidade Curricular (UC), mas a equipe técnica do Núcleo de Suporte aos Laboratórios (NSL), liderado por Daniel Sucasas, organiza em média de oitenta a noventa unidades por semana. 

Estão elegíveis a solicitação dos insumos os alunos matriculados em UC’s que possuem conteúdo prático, e a disponibilidade é feita através de inscrição em um link, indicando o interesse em retirar um ou mais kit dependendo de sua grade curricular. As entregas acontecem às quartas-feiras, na unidade  Una João Pinheiro II. Todo esse processo acontece seguindo as normas de segurança contra a Covid-19. 

Na visão do professor de Jornada do curso de Gastronomia, Sinval do Espírito Santo, a proposta é excepcional para que o aluno consiga ter a sensorialidade de criação dos pratos. Ele completa que além da prática com os kits ser um método pedagógico seguro neste momento, é uma forma também dos estudantes gerenciarem os insumos de acordo com as demandas das aulas práticas. 

“A gestão desses insumos é algo que se assemelha muito a um restaurante. Eu como proprietário, e que já trabalhei sendo chef em outros lugares, essa gestão acontece. Tem dia que você recebe os laticínios, o Ceasa e em outro um pequeno produtor”, explica o professor. 

Segundo ele, é uma injeção de ânimo pro curso. Uma oportunidade focada em maior interação nas aulas, e que os problemas comuns que antecedem as preparações dos pratos, agora podem acontecer em seus lares, sem deixar a prática de lado. 

“Vejo isso como algo extremamente positivo, tanto pedagogicamente falando, quanto em termos de logísticas de entender uma realidade grande de que vai ser a profissão deles”, complementa Sinval.

A ideia é ir para além da educação online, é trazer um método diferente de absorção de conteúdo, e também sintetizar os meios possíveis de ter contato com as atividades práticas, sendo no conforto de sua residência sem faltar apoio pedagógico, como já acontece nas aulas remotas pelas plataformas digitais.

E o kit, dentre o cenário, está sendo um sucesso. 

Para Maria Valentina Cássia Oliveira Moreno, que tem 21 anos e é estudante do segundo período do curso de Gastronomia, antes de ter acesso aos insumos era complicado praticar as teorias ensinadas, por isso o fator decisivo para ela foi o aumento no preço dos alimentos, já que a falta de dinheiro complicou na hora da compra dos ingredientes para as aulas.

E com o auxílio dos insumos, hoje, a maioria dos pratos que faz para aprender a técnica, foi após a disponibilidade do kit.

“Para mim os kits melhoram as experiências e ajudam muito! Queria que tivessem começado semestre passado, porque tive uma Unidade Curricular chamada ‘Cozinha Brasileira’, e gostaria muito de ter feito os pratos”, informou Maria.

Resultado gera parceria entre a universidade e instituição social

É notável o esforço da gestão em buscar ferramentas e alternativas para minimizar a sobra e desperdício de quaisquer insumos. Por isso, enfatizar que o aluno está tendo uma oportunidade afinca para o seu aperfeiçoamento, é dizer também que, a busca do estudante em participar da tarefa é fundamental para que não haja compras indevidas e um grande número de sobra. 

Entretanto, como todo processo de logística, o Núcleo de Suporte aos Laboratórios (NSL), procura estocar aqueles insumos possíveis de utilização, amparado pelas normas regulamentadoras, mas aqueles que não se enquadram ou se aproxima da data de vencimento, é doado para instituições beneficentes.

E é nessa cooperação em torno de solidariedade e empatia, ocorreu uma possibilidade de parceria, e a Una, neste momento delicado, “abraçou” a Casa de Apoio Chico do Vale.

A Casa de Apoio Chico do Vale, que reside no bairro Ouro Preto, em Belo Horizonte, acolhe pacientes em tratamento médico e acompanhantes, imigrantes e refugiados. O trabalho da instituição tem um impacto social único, posto que através do abrigo, ajudam a comunidade local com doações de Sacolão, com aproveitamento de roupas e outros produtos doados.

É um projeto amplo e favorece em vários setores, inclusive na sustentabilidade ambiental.

“Na realidade, é muito importante esta ação, pois, para realizar este trabalho,só contamos com a colaboração da comunidade civil e de ações como esta”, diz Helienice Natalina Silva, responsável pela instituição, sobre a parceria.

 

Casa de Apoio Chico do Vale 

Rua Aluísio Davis, 10, Ouro Preto – Belo Horizonte/MG
(31) 3418-6219
(31) 99994-6980
[email protected]
*Edção: Daniela Reis

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Projeto de alunos e ex-alunos da Una distribui caldo para moradores de rua nas noites frias de BH

*Por Daniela Reis 

A receita de hoje é muito especial, ela tem como ingredientes principais o amor ao próximo e a solidariedade. Esse caldo de feijão delicioso é um dos pratos servidos pelo Projeto Cativar BH aos moradores de rua da cidade. Essa iniciativa foi criada por Márcio Luiz de Carvalho Junior, aluno do curso de Gastronomia do Centro Universitário Una.

Confira abaixo a receita completa e conheça mais sobre esse projeto que está aquecendo as noites frias de muitas pessoas em Belo Horizonte.

 Caldo Solidário
Quantidade de porções: 4 de 500 ml
Tempo de preparo: aprox. 3 hs
Nível de dificuldade: fácil

Ingredientes:
– 320 g de feijão
– 200 g de linguiça calabresa
– 160 g de bacon
– 120 g de pernil suíno
– 1,5 kg de cebola branca
– 5 g de alho
– 1 maço de cheiro verde
– Sal à gosto
– 1 g de colorífico
– 1 g de folhas de louro

Passo a passo para a preparação:
1) Colocar feijão para cozinhar;
2) Cortar e picar as carnes;
3) Processar ou cortar bem pequeno o alho, cebola e cheiro verde;
4) Refogar as carnes juntamente com com os tempero;
5) Após o feijão cozido bater ele em liquidificador;
6) Adicionar o feijão ao refogado de carnes;
7) Deixar ferver até engrossar;
8) Acertar o sal (se precisar);

Observações: Cuidado ao bater o feijão pois se estiver quente pode ser perigoso. Mexer sempre para que o caldo não grude no fundo da panela.

PROJETO CATIVAR BH

O projeto fundado por Márcio Luiz de Carvalho Junior conta com 10 pessoas ativas, sendo alguns deles alunos e ex alunos da Una. O projeto não tem fins lucrativos e, é uma maneira que o idealizador encontrou para ajudar o próximo.  “Levamos um alimento preparado pela equipe, além de água, roupas e kits de higiene pessoal, qualquer pessoa pode ajudar, seja com doações, no preparo do alimento a ser ofertado, na triagem de roupas e na distribuição”, explica Márcio.

Quem tiver interesse em ajudar, basta entrar em contato através do Instagram. 

 

 

O mês de dezembro iniciou-se ontem, é com isso começam os preparativos para o Natal, uma das datas mais festivas do ano. Como é cultural, na maioria dos lares, o dia 25 desse mês é marcado pelas trocas de presentes e a confraternização familiar. Porém, muitas pessoas não têm recursos para isso, ou até mesmo um lar para comemorar, pensando nisso algumas instituições desenvolvem projetos que visam devolver para essa população um pouco da magia do natalina, com entregas de presentes para as crianças carentes e comemorações com pessoas em situação de rua que muitas vezes não tem esse momento com a família.

Um exemplo é a ação “Papai Noel dos Correios”, em que carteiros comovidos com as “famosas cartinhas de natal”, assumiam o papel do bom velhinho e se uniram para presentear os mais necessitados. O projeto seleciona escolas públicas de todos os estados brasileiros, e lá as crianças escrevem contando um pouco da sua história e o que gostariam de ganhar no Natal. Essas cartas ficam expostas na agência central dos Correios, assim as pessoas interessadas podem ir ao local, ler as cartinhas e apadrinhar essas crianças.

Os pedidos são os mais variados, vão de vídeo game a folhas de papel e lápis para colorir. A funcionária dos Correios, Luciana Renata, 38, conta que uma das grandes dificuldades é o fato de alguns serem apadrinhados e outros não, já que muitas vezes os presentes que eles pedem são muito caros, “Os próprios carteiros e funcionários da agência pegam essas cartas e doam os presentes a essas crianças, para tentar assim que todos sejam presenteados no final da campanha, afinal, esses presentes são entregues nas escolas e não tem como entregar para alguns e outros não”, disse.

Outra campanha é a realizada pelo Albergue Municipal tia Branca, que atende pessoas em situação de rua, e promove ações em que os usuários do local têm oportunidade de confraternizar entre eles, com gincanas, oficinas de criação de enfeites de natal e uma festa, que acontece no dia 23, em que eles comemoram juntos a festividade. “A grande maioria das pessoas que frequentam o albergue, não tem família e nessa festa eles encontram a oportunidade de festejar e não passar a data sem nenhuma comemoração”, afirma Vanessa Fernandes, coordenadora do albergue.

As Cartinhas dos correios podem ser retiradas na agência central que fica na Avenida Afonso Pena 1270, no Centro da Capital. A entrega dos presentes é feita no mesmo local, a distribuição é realizada nas escolas até o dia 15 de dezembro.
O Albergue Tia Branca fica na Rua Conselheiro Rocha 351, Floresta, e promove durante todo o mês oficinas e campanhas voltadas para a comemoração.
A festa de confraternização acontece no dia 23, e quem quiser contribuir pode
entrar em contato com a coordenação através do telefone (31) 32771639.

Texto: Felipe Chagas

Fotos: Umberto Nunes/ arquivo do albergue