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Una Catalão

Por Bianca Morais 

Saboaria é a arte de fabricação de sabonetes sem utilização de maquinários. De alguns anos para cá muito se ouviu falar da prática como forma de empreendedorismo, com o grande número de desempregados no país, as pessoas passaram a optar por formas alternativas de sustento e as atividades artesanais são uma maneira fácil e barata de conseguir certa verba.

O Centro Universitário Una, muito além de levar educação a seus alunos, também cumpre uma função de ajudar e dar suporte a eles nas mais diversas áreas, ensinando questões mercadológicas e de empreendedorismo.  Pensando nisso, a unidade da Una Catalão propôs uma iniciativa às estudantes mulheres do lugar, a de aprenderem o ofício da produção dos sabonetes de forma artesanal, utilizando plantas com cunho medicinal na sua composição.

A ideia partiu diante do projeto Plantas que Curam, outra atividade executada pelos discentes da instituição, onde os estudantes da área da saúde, em parceria com alguns da agronomia, cultivaram plantas de cunho medicinal como camomila, alecrim, gengibre, hortelã e lavanda. 

As plantas foram estudadas e uma abordagem científica utilizada para seleção delas, depois do plantio de um horto medicinal, elas ficaram disponíveis no campus para alguma demanda, foi então que apareceu a proposta de utilizar o alecrim para fazer velas, o hortelã para álcool gel, balas com o gengibre e a camomila para os sabonetes.

As alunas dos cursos de biomedicina, fisioterapia e nutrição foram convidadas pela professora idealizadora do projeto, Ana Carolina Mesquita, para participarem.

“O projeto torna-se importante por apresentar uma possibilidade de renda extra, demonstrando que é possível o empreendedorismo de mulheres que desejam atuar na área”, comenta Ana Carolina.

As mulheres que participaram do projeto descreveram a experiência como uma oportunidade única e ainda relataram a vontade de dar continuidade a saboaria com diferentes plantas medicinais. Uma delas é Lorrany Andrade, estudante do 2°período de Biomedicina.

Lorrany é uma jovem de 26 anos e sempre teve o desejo de cursar a área da saúde, a biomedicina é um curso que vem se destacando no mercado e tem tido um importante papel no desenvolvimento da pesquisa e avanço, principalmente em relação ao COVID – 19, foi assim que ela escolheu seu curso e a Una para realizar esse sonho. 

Uma das áreas que Lorrany mais se interessa dentro curso é a parte de estética. “É um ramo que está se consolidando gradativamente e está em constante expansão no mercado, pois as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e seu bem estar”, complementa. 

Quando topou participar do projeto Saboaria Artesanal, Lorrany buscava experiências que a fizessem se destacar e a auxiliassem no seu crescimento profissional.

“O projeto visa a utilização de plantas medicinais para fins terapêuticos, o que eu acho incrível, pois apesar do desenvolvimento da ciência ainda sim utilizamos as plantas para nos auxiliar. O método alternativo artesanal também é de grande relevância para nós, pois proporciona mais naturalidade no processo além de ser ecologicamente e economicamente viável”, comenta a futura biomédica.

O material utilizado na atividade foi adquirido com parcerias de locais na cidade que vendiam os materiais necessários, porém por ser uma técnica manual e fácil de conduzir a saboaria pode facilmente ser criada em casa. No projeto, além de ensinar como fazer, foi apresentado desde o gasto com os materiais necessários, o custo dos vasilhames, derretimentos de glicerina, adição do chá forte de camomila, colocação nas formas de silicone e cura. 

“Mostrar às mulheres a possibilidade de construir uma saboaria artesanal além de demonstrar o protagonismo das mesmas na execução de uma técnica manual e detalhista, proporciona uma ampliação no mercado de trabalho, não só para si mas para agregar valores a outras que gostariam de empreender”, conclui Ana Carolina.

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Por Bianca Morais 

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 10% da população mundial têm alguma deficiência, entre elas estão a física, visual, auditiva, intelectual e múltipla. Quando se trata de deficiência física, uma das maiores dificuldades enfrentadas por esse público é a mobilidade urbana, o conceito que consiste em facilitar o deslocamento dentro de uma cidade, muitas vezes é executado ao pé da letra, com ruas esburacadas, inclinadas, falta de rampas em estabelecimentos, escadas, entre outros desafios encarados diariamente por quem utiliza uma cadeira de rodas. 

Mobilidade urbana não se trata apenas de transporte, mas como as pessoas se deslocam dentro de uma cidade. O Brasil avançou muito nos últimos anos, no entanto, ainda precisa melhorar, criar melhores acessos para pessoas com deficiência para que elas possam se locomover e ter acesso a todos os lugares. 

“Lutar pelos direitos dos deficientes é uma forma de superar as nossas próprias deficiencias”, John F. Kennedy.

Sempre com o ideal de inclusão e de transformar o país pela educação, a cada ano que passa a faculdade Una recebe centenas de alunos com necessidade especiais, mudando o futuro deles. É pensando na ideia de acessibilidade a todos que a unidade da Una Catalão, localizada no estado de Goiás, projetou uma Calçada Itinerante para demonstrar aqueles que não apresentam deficiências como é difícil a rotina de um PCD e como é preciso estimular a conscientização sobre acessibilidade.

 

A Calçada Itinerante

A Calçada Itinerante é uma maquete, constituída por módulos de madeira acoplados que simula uma calçada real, possibilitando o seu transporte em ações em diferentes localidades. 

O projeto foi desenvolvido pelo professor Ruvier Rodrigues Pereira, atendendo uma demanda do Diretor regional Éverton Luiz, o Gerente do campus UMA Catalão Luiz Gustavo e pela coordenadora Paola Mundim, começou a ser executado no mês de agosto deste ano, e foi entregue em novembro.

“O propósito do projeto é mostrar para a população todos os obstáculos que pessoas portadoras de deficiência ou de mobilidade reduzida enfrentam todos os dias em seu cotidiano e promover um debate com a população e órgãos responsáveis sobre quais mudanças poderiam ser feitas para melhorar e ou resolver essa problemática”, explica Ruvier Rodrigues.

A calçada itinerante é móvel, por isso, ficará disponível para utilização em eventos, escolas, ações externas, entre outras.

Os alunos que participaram do projeto são dos cursos de engenharias (civil, produção, elétrica e mecânica) da UNA Catalão, a seleção foi feita através de uma inscrição e todos foram selecionados.

“Os alunos ficaram entusiasmados em ver o desenvolvimento do projeto, bem como os outros professores, fazendo parte das simulações. A Aspdec – Associação das Pessoas com Deficiência de Catalão participou do primeiro evento que ocorreu, chamado UMA AJUDA, ficaram empolgados com a representatividade, e fizeram questão de salientar a importância desse tipo de projeto. Diante disso, já fizeram o convite para participarmos de outro evento que ocorrerá no dia 4 de dezembro”, comenta Ruvier.

Os discentes estão sujeitos a problemas reais, indo além dos ensinamentos teóricos e práticos dados pela instituição, de forma a trazer melhor qualidade de vida à comunidade externa. Para a população fica evidente a preocupação com o bem-estar de todos, tentando reduzir as barreiras impostas pela sociedade.

Milena Catalão é aluna do curso de Engenharia Civil e desde pequena sempre teve contato com construções, pois seu pai tinha uma construtora, por isso, a jovem sempre ia aos canteiros com ele e acabou se apaixonando por esse mundo. Foi no ensino médio que a garota decidiu fazer o curso e idealiza seguir duas áreas de atuação, Estradas e Transportes e a Construção Civil. Milena foi uma das alunas que participou do projeto.

Segundo ela, a ideia é incrível, principalmente por ter sido uma atividade que a permitiu vivenciar as dificuldades enfrentadas diariamente pelos cidadãos com mobilidade reduzida ou deficiência para se locomover. 

“Assim conseguimos nos colocar um pouquinho no lugar do outro e pensarmos em formas de conscientização da população  e autoridades competentes. Na minha opinião a falta de acessibilidade representa um prejuízo enorme para toda a população, pois esse é o principal direito do cidadão, o direito de ir e vir”, comenta ela.

A jovem comenta ainda a importância de um projeto com esse, se tratando de uma parte da sociedade tão esquecida.  Para ela a inclusão social traz no seu bojo a equiparação de oportunidades, a mútua interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos da sociedade,assim como o seu direito e ir e vir. 

“Acho um absurdo afinal nos dias de hoje temos tantas ferramentas que nos ajudam e auxiliam, como a criação de um bom projeto antes de iniciarmos uma construção criando assim soluções para tais problemas e deveríamos também cobrar das autoridades competentes uma melhor fiscalização das leis e criação de novas leis que possam assim garantir uma melhor qualidade de vida para as pessoas que necessitam”, completa Milena.

Esse tipo de conhecimento vai além dos ensinamentos teóricos práticos, mostrando realidades para os alunos, os fazendo terem olhares diferentes sobre o mundo ao redor. Com isso, os futuros engenheiros poderão aplicar em seus projetos, visões mais humanas.

A unidade Catalão já teve algumas ações para tentar se adequar e melhorar a mobilidade urbana, principalmente para pcd, no entanto, ainda há pontos de conflitos que prejudicam a acessibilidade de todos, o projeto promete ser uma grande utilidade pública para a cidade.