Tags Posts tagged with "Una Pouso Alegre"

Una Pouso Alegre

0 556

Por Bianca Morais 

O Jaleco é um equipamento de proteção individual utilizado por profissionais da saúde. A cor branca foi escolhida por representar a bondade, a limpeza e a tranquilidade, características essenciais a um trabalhador responsável por atender pessoas em uma questão delicada.

Um jaleco branco representa um profissional cuidadoso e preocupado com seus pacientes, proporcionando a eles um atendimento excelente.

A Cerimônia do Jaleco é o nome dado a uma celebração tradicional em várias universidades ao redor do país que tem como intuito ensinar os calouros a como utilizar o EPI da maneira correta. Nela os alunos recebem dicas e são orientados em quais aulas e lugares podem utilizá-los. 

Na cerimônia os estudantes vestem o jaleco pela primeira vez, é o início de um grande ciclo que ele irá começar, é a expectativa de que, dali alguns anos ele irá se tornar um responsável pela vida e saúde de muitas pessoas.

Entrar em uma faculdade não é algo fácil, existe o vestibular, o dinheiro investido e toda uma dedicação por parte do estudante, principalmente quando se trata de cursos da área da saúde, o jovem chegar ali é uma vitória por isso, a Cerimônia do Jaleco, muito além de sinalizar os calouros como utilizar o jaleco da forma correta, é uma conquista. 

No Centro Universitário Una, a cerimônia do Jaleco é um evento que acontece semestralmente nos cursos de saúde da Faculdade UNA Pouso Alegre. Idealizada pelas professoras Mariana Pereira Borges e Gabriela Yanagihara, do curso de Fisioterapia e potencializada pela coordenadora Paula Rocha, a cerimônia do jaleco teve sua primeira edição em 2020/02.

O evento é destinado a todos os alunos da saúde que iniciarão o estágio curricular obrigatório no semestre seguinte. São convidados professores do curso para celebrarem o momento e proferirem palavras de incentivo aos discentes que iniciarão suas atividades profissionais. Os educadores instruem os estudantes a convidarem seus padrinhos da graduação, ou seja, aquele familiar, amigo, parceiro que ele considera muito importante durante sua trajetória na universidade.

Para a cerimônia, a Faculdade UNA Pouso Alegre presenteia os estudantes com um jaleco bordado do curso para que ele possa usar durante suas atividades de estágio.

Um cerimonialista é convidado para realizar a narração do evento que se inicia com uma abertura oficial, além da fala da direção e da coordenação. Posteriormente, acontece a homenagem dos professores de cada curso e esse é um momento emocionante, pois normalmente são convidados docentes que estiveram com a turma desde o começo do curso, e suas palavras se comportam como um “envio” desses alunos e um voto de confiança de que estão preparados para a atuação profissional.

O terceiro momento acontece com o proferimento do juramento de cada curso. Nesse momento, um professor profere o juramento e os estudantes simbolicamente fazem o gesto. Depois do juramento, os padrinhos convidados ajudam o aluno a vestirem seus jalecos o que simboliza a confiança depositada neles e o orgulho pelo caminho que trilharam.

Ao final do evento, os estudantes são convidados a se expressarem e a adesão é muito alta. “Podemos presenciar momentos de alegria, emoções, testemunhos e falas que tocam nossos corações. Houveram momentos que os familiares tomaram a fala e homenagearam os alunos”, diz a coordenadora Paula Rocha.

A cerimônia se encerra com uma apresentação com música e fotos das turmas, preparada pela comissão de organização do evento.

“Diferente de outras faculdades, em que a cerimônia do jaleco acontece no início do curso, nós da Faculdade UNA Pouso Alegre realizamos ao final, pois entendemos que esse é um momento marcante para a entrada do aluno no campo de estágio. É um momento personalizado para a turma e que eles esperam com muita ansiedade. Acreditamos que realizar a cerimônia como celebração dessa ponta final do curso é algo muito especial e que tem cativado os estudantes”, completa Paula.

As duas edições realizadas foram remotamente dada a questão da pandemia, o que permitiu ser aberto para familiares e amigos. Para as próximas edições o desejo é realizar em ambiente presencial, a depender do número de alunos.

“Para nós, da Una, esse evento é nossa marca. É o momento mais importante da vida e sonho do nosso aluno e, portanto, nossa missão cumprida”, conclui a coordenadora.

0 512

Por Keven Souza

Vinícius Vieira Costa, que é pesquisador e doutor em Química, trabalhou por muito tempo como professor e coordenador acadêmico da área de Engenharias. Foi diretor de negócio das unidades centrais de Belo Horizonte, onde fortaleceu, através da sua eficiência operacional, a Elaboração de Planos de Desenvolvimento Institucional e Processos de Autorização e Reconhecimento de Cursos a favor de prospectar melhores resultados voltados ao ambiente interno da Una. 

Com vasta experiência no mercado, Vinícius, é hoje, diretor microrregional das unidades educacionais da instituição localizadas em Conselheiro Lafaiete, Itabira e Pouso Alegre, no qual  trabalha na Gestão de Processos, Desenvolvimento de Pessoas e no Marketing de relacionamento B2B. Em entrevista para o Contramão, Costa, comenta sobre sua trajetória junto à Una  e compartilha vivências de vida e mercado. Confira!

Como surgiu o convite para ingressar na Una e por quê decidiu fazer parte da instituição? 

Entrei na Una como professor em fevereiro de 2015. Havia uma vaga em aberto, quando soube logo enviei meu currículo e participei do processo seletivo. Mais tarde recebi a notícia de que me deram a oportunidade de entrar para a instituição. Sou muito grato a Una, porque é onde eu desenvolvi minha carreira de fato. Antes disso, eu já era pesquisador, trabalhava com química, especificamente com fragrância, só que em 2016, como a vida nos surpreende, com muito orgulho acabei entrando para a área acadêmica. Assumi a coordenação e em um ano e meio acabei sendo promovido a coordenador de curso. Digo que é como se tivesse ganho na loteria, porque a empresa não me conhecia 100%, então confiar em mim para atuar como gestor da Una Aimorés foi uma experiência incrível. 

Afirmo hoje que, é algo que me trouxe visibilidade na instituição e me recordo que desde o início, o que me encantava na Una, foi o nicho de projetos extensionistas. Acredito na importância de trabalhar com este viés, que tanto a Una, quanto a Ânima, como todo, estão se fortalecendo para trazer essas atividades, ao lado sociedade. Lembro que no passado não era assim e hoje, graças a nossa matriz, os projetos estão fortes e partem da premissa de serem extensionistas.

Você está há quase 7 anos junto à Una, o que a instituição representa para você? 

Em 2018, após anos como professor e coordenador, acabei assumindo o cargo de diretor, desde o inicio minha carreira teve uma ascensão muito rápida e sou expressivamente grato ao meu líder atual, Rafael Ciccarini, e agradeço a todos os meus líderes passados que acreditaram no meu trabalho. Na minha visão, gratidão é a palavra que resume a Una para mim,  poder trabalhar numa instituição de ensino como esta é estar em volta de inúmeras pessoas, de diferentes áreas, se agregando e enriquecendo culturalmente, somando-o à nossa carreira de forma brilhante. 

Quais foram as principais ações e projetos que realizou a favor das unidades da Una?

Digo que participei de inúmeros projetos que vieram a somar bastante à Una como instituição de ensino, um deles se chamava i-Polinovar. Lembro que o apresentei numa entrevista com outro professor, logo quando entrei na Una Liberdade. O projeto foi criado para atuar com oito cientistas e pesquisadores, durante oito minutos debatendo diversos assuntos. Trabalhei também na integração e imigração dos cursos da Av Raja Gabáglia e Barro Preto para o campus Aimorés. Assumi, como desafio, projetos e ações de cidades do interior. Participei também da troca de marca da Unibh da Cristiano Machado para a Una. Uma trajetória extensa e cheia de ações. 

Por muito tempo você foi professor, o que te motivou a exercer o cargo? Esse papel lhe traz orgulho e boas lembranças? 

No que diz respeito a docência,  sempre gostei de atuar em vários âmbitos, minha trilha para trabalhar em sala de aula aconteceu em torno do acaso, porque não imaginava e nem pensava em ser professor, mas nunca disse também que não seria. Lembro que para escolher qual graduação cursar, a decisão de entrar para química foi difícil, pois gostava de história, engenharia, biologia… E em um certo momento algo me direcionou para aquela área e da mesma forma aconteceu com a docência. Após fazer a licenciatura em química, houve uma maior convergência para atuar de fato na área acadêmica.  A princípio lecionava projetos, cursinhos e aulas para o EJA, algo que me aconteceu organicamente e de forma natural. 

Hoje tenho planos de trabalhar em treinamentos empresariais, voltando mais para a área técnica, onde me especializei de fato, pensado por aí atuar como químico também, sem deixar de prosseguir com a parte acadêmica. 

Na sua visão, a mudança da grade curricular da Una para o novo modelo de ensino de UCs é pensada como uma evolução e transformação no ensino superior? 

Como químico tenho propriedades para dizer que todo modelo de ensino tem seus pontos fortes e suas fragilidades, e na educação usamos este modelo para passar de maneira eficaz o conhecimento, mas de todos os que já presenciei, o modelo atual da Ânima, que trabalha em forma de unidades curriculares (UCs) integradas a favor do Ecossistema de Aprendizagem circular, é um  dos mais assertivos e futuristas. 

É normal levarmos um tempo para entendermos a ideia do novo currículo, mas a proposta dele vem para avançarmos no quesito de proporcionar ao aluno o antecipamento de certificados e aplicação imediata de conhecimentos específicos ou teóricos ainda na graduação. Esse método em um processo seletivo, por exemplo, é de vital importância para colocar nossos estudantes à frente no mercado e afinal isso condiz com nosso posicionamento. 

Em relação ao seu atual cargo, como está sendo a experiência de administrar as unidades da Una em diferentes cidades? 

Incrível e ao mesmo tempo muito interessante! Por estar trabalhando direcionado a unidades do interior, voltado a cidades diferentes com múltiplas culturas e realidades, há uma absorção extrema da riqueza e diversidade regional de cada lugar. Como disse, gosto de explorar e conhecer novos lugares, poder estar em Itabira, Conselheiro Lafaiete e Pouso Alegre é estimulante, porque continuo residindo na capital e transitando por esses municípios, não como turista, mas sim como profissional. E não me imagino estar em um ambiente estável sem novidades e por sorte na Una as coisas são dinâmicas. E isso para mim é gratificante.

Como você avalia sua trajetória no mercado e seu crescimento profissional até hoje? 

Acredito que a minha jornada foi pautada por um crescimento instantâneo. Parto da premissa de que nossa carreira profissional não começa aos 18 anos e se finaliza na aposentadoria, penso que somos seres constantes e particularmente possuo planos ao lado da Ânima e também fora dela. Talvez seja possível trabalhar futuramente em projetos e consultorias, algo mais pontual, que aconteça paralelamente a vida acadêmica.

Vejo o emprego, atualmente, como dinâmico, o que vimos na pandemia só concretiza essa tese, você pode contratar um profissional excelente que resida em outro território, por exemplo, que por meio do uso da tecnologia o trabalho acontece da mesma forma. Então analiso a questão da carreira de forma bem otimista e processual, precisamos preocupar com a nossa trilha profissional e não focar no cargo em si, porque o cargo é fluído, a gente muda de posição a qualquer momento, comigo foi assim na Ânima e sempre será assim, gosto disso, pois é uma oportunidade de traçar novos horizontes e assumir vieses paralelos. 

Em sua trajetória profissional, você se tornou pesquisador, essa é uma área importante e necessária para o Brasil? 

Como já trabalhei com ciências desde a minha graduação, tive muitas oportunidades envolto da pesquisa de vanguarda e afirmo que é uma área necessária e que carece de crescimento econômico e desenvolvimento tecnológico no país, além de uma triangulação flexível entre a universidade, a pesquisa e o mercado. 

A pesquisa tem que ser aplicada e direcionada à atender as necessidades do mercado com propósito de desenvolver a ciência pelo seu ser. É super importante visualizamos a carência que nosso país sofre de desenvolvimento público. O mercado possui hoje mais interesse nesse investimento, então falta esse casamento entre universidade e empresa, para termos a oportunidade de contar com o dinheiro privado e possuir mais recursos de financiar as pesquisas e não sermos totalmente dependentes do dinheiro público. Acredito dessa forma e precisamos correr neste eixo. Além disso, vejo a Ânima mais próxima da linguagem do mercado, o relacionamento que temos com o canal empresa abre muitas possibilidades de desenvolvermos pesquisas de forma aplicada e eficaz. 

Na sua opinião, a educação vem sendo um instrumento poderoso que transforma, por meio do conhecimento, diferentes realidades sociais? A Una acredita nesse propósito?

O nosso país é vasto, temos uma extensão territorial enorme a nível continental, só que é uma Federação carente e diante disso, o posicionamento da Ânima é acreditar na transformação da sociedade por meio da educação. Vestir essa camisa, principalmente no Brasil, é entender que não é transformar a elite por meio da educação e sim, transformar a massa e o país como um todo. O que inclui pessoas de baixa renda, que observam na educação a oportunidade de desenvolverem sua ascensão profissional, pessoal, econômica e cultural. 

E afirmo que é um posicionamento ousado e muitas vezes difícil, posto que é indispensável uma acessibilidade aos diferentes perfis de brasileiros que se tem no país, mas que motiva a todos nós que trabalhamos para a empresa, a prezar e priorizar a qualidade acadêmica, algo que estamos alcançando cada vez mais. 

Como foi e como está sendo ser diretor de unidades da Una? 

É simples, quando se é professor você tem ao seu alcance o poder de transformar as ideias em nível local, através de uma turma, e como coordenador você consegue mudar uma gama de cursos com um olhar mais macro. Sendo diretor seu olhar é voltado ao microrregional, onde se faz um trabalho traçado em relacionamento de equipe, direcionamento e entrega de resultados. Ou seja, você sai de uma visão técnica para uma visão gerencial e estratégica.

E por causa disso, acredito que, por vim da área técnica, a bagagem dos antigos cargos possam ter me ajudado a desenvolver o braço de gestor. As promoções de assumir como coordenador e diretor, foi a oportunidade de aumentar e expandir minha visão sistêmica. Reafirmo o que disse, as competências são desenvolvidas quando você busca experiências diferentes para atuar de forma mais solene e ávida. 

Estando onde você chegou, por meio da educação, qual conselho você daria para os alunos que pretendem alcançar o sucesso profissional em suas respectivas áreas? 

Aproveitem todas as oportunidades. Temos um ecossistema educacional bem diversificado culturalmente e regionalmente, então façam parte das ações e desenvolvam a autonomia de correr atrás e usufruir dos nossos diferenciais. Sejam proativos!

A Una completa seus 60 anos em outubro, deixe um recado para marcar essa data tão especial. 

Todos esses grandes marcos, como 50, 60 e 100 anos, são períodos interessantes para fazermos uma reflexão da nossa trajetória. Essa data, por si só, está sendo demasiadamente importante, pois estamos passando por uma pandemia e mesmo assim tivemos grandes evoluções ao longo desses anos, como a atualização da matriz, a mudança na forma de agir com o mercado e parceiros, o crescimento exponencial da nossa companhia (Una). Somos a Una que começou com poucos cursos no início e hoje se tem diversificação em áreas. 

Então é o momento de refletirmos sobre nossa história e prospectar os próximos caminhos, como os 70 anos. E vamos em frente, para continuarmos sendo reconhecidos como uma instituição diferenciada e disruptiva. 

0 12368

Por Keven Souza

Há muito tempo a arquitetura se empenha para ser um instrumento transformador de realidade na qual se aplica conforto e bem-estar às pessoas, e se a essência consiste em pensar e projetar espaços para as atividades humanas, é importante que arquitetos e urbanistas desenvolvam uma visão plural e aberta das diferentes realidades que se pode encontrar em termos de habitação. 

Segundo o relatório lançado pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, o Brasil possui cerca de 33 milhões de pessoas sem moradia, e desse número, cerca de 24 milhões que não possuem habitação adequada ou não têm onde morar, vivem nos grandes centros urbanos. Por isso, tomar consciência de que, grande parte da população não tem acesso a um projeto arquitetônico bem feito, com aspectos técnicos e funcionalidade, por falta de habitação é indispensável. 

Pensando nisso, o Escritório Modelo é uma proposta extensionista criada pela Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA), que tem buscado maneiras de atender a população de baixa renda, além de proporcionar vivência prática na formação profissional dos estudantes.

O papel do Escritório Modelo no Centro Universitário Una, desempenhado pelo curso de Arquitetura e Urbanismo, é de um espaço de atendimento que busca não só unir a prática acadêmica ao exercício do trabalho comunitário e de extensão, mas atuar sobretudo com parcerias solidárias. Além disso, é uma iniciativa que busca auxiliar as comunidades, bem como a arquitetura social, e subsidiar o apoio aos alunos na multidisciplinaridade e no desenvolvimento de projetos, com suporte aos professores e serviços administrativos nas áreas de arquitetura da Una. 

Fábrica NAU

O NAU é o Núcleo de Arquitetura e Urbanismo da Fábrica e está situado na Una Liberdade, em Belo Horizonte. O laboratório que atua desde 2014, atualmente é gerido pela líder Ana Karolina de Oliveira Carvalho (arquiteta e urbanista com especialização em gestão estratégica de projetos) com o suporte das estagiárias Maria Luiza Azevedo, Gabriela Sabrina de Souza Oliveira e Renata Barbosa Botelho. 

O laboratório faz parte da Fábrica – coletivo dos laboratórios de Economia Criativa –  e é um importante projeto da Cidade Universitária, sendo referência para outros escritórios da instituição, e até mesmo do Ecossistema Ânima, sendo exemplo a seguido, com pilares de organização, fluxos e resultados. 

Com ação múltipla, o NAU vai além de um Escritório Modelo, estimula a arquitetura solidária, com o compromisso de fomentar o contato do laboratório com os alunos, e na universidade tem o papel de oferecer oficinas e promover eventos de maneira que o conhecimento seja amplificado para aperfeiçoar as técnicas adquiridas ao longo dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores.

Além do contato praticado entre o laboratório e a instituição, há também a prestação de serviços para a comunidade externa. Os atendimentos seguem todas as etapas de um projeto arquitetônico e urbanístico, com construções de plantas e maquetes eletrônicas, visitas técnicas e elaboração de planilhas de orçamento. No entanto, estão elegíveis a solicitação do apoio famílias que possuem renda de até três salários mínimos, que se enquadre dentro da Lei da Assistência Técnica, e caso se trate de alguma instituição sem fins lucrativos voltada a um coletivo, há também a possibilidade de atendimento.

Na visão da líder, Ana Karolina de Oliveira Carvalho, o laboratório é uma oportunidade dos alunos experimentarem a arquitetura social, que é pouco vivenciada na maioria dos cursos de arquitetura, só que com desenvolvimento técnico e psicológico prontos para transformarem a visão da sociedade em relação ao “o que é” a arquitetura e onde ela pode chegar. 

“Eu definiria o NAU como um escritório que pensa na democratização do acesso à Arquitetura e Urbanismo, que pensa em uma melhor qualidade dos espaços para a cidade e principalmente para as pessoas”, explica Ana.

Para ela, o escritório além da prática, existe a reflexão acadêmica, em que a pesquisa, a produção de artigos científicos baseado na experiência dos alunos, ou conteúdos para as redes sociais, é uma realidade constante no laboratório.  

No NAU, a arquitetura não é só um meio que auxilia para condições estéticas e funcionais, favoráveis à habitação, utilização e organização dos ambientes, é um escritório que possui conexão cooperativa e solidária, com estudantes comprometidos em melhorar o futuro das comunidades.

Para Maria Luiza Azevedo, que está no nono período do curso de Arquitetura e Urbanismo, ser estagiária do laboratório a mais de um ano lhe permitiu desenvolver diversas habilidades, e que lidar com projetos reais é estar mais preparada para o mercado de trabalho.

“Tudo o que eu desenvolvia de prática dentro da arquitetura era somente nas aulas da faculdade e por isso sentia um certo receio, porque nunca tinha lidado com um projeto real que realmente seria edificado.” explica. 

Segundo ela, o trabalho do NAU tem sido essencial no auxílio à comunidade, pois tem ajudado várias pessoas a conseguirem o direito de moradia digna e afirma que a arquitetura é uma ferramenta que mexe com os sonhos e a qualidade das pessoas.

“Trabalhar com arquitetura social é um grande desafio, mas é totalmente recompensador fazer alguma diferença na vida de alguém que precisa, mesmo que pequena, não tem preço” desabafa Maria. 

É admirável que um dos objetivos do NAU seja ecoar na camada social de baixa renda para induzir a arquitetura para aqueles que ainda não tem acesso, para isso se envolver com demandas de Vilas, Favelas, Bairros periféricos, ONGs e prefeituras de forma inteiramente gratuita, é uma maneira de democratizar a arquitetura como uma linguagem acessível a todos.

Um dos projetos desempenhados recentemente pelo laboratório, é referente à casa dos moradores da Vila Acaba Mundo, em Belo Horizonte, que trouxeram a demanda pautada na queixa de não possuírem terrenos divididos corretamente, fazendo com que existam restrições de espaço dentro dos lares, e neste projeto o laboratório trabalha junto a comunidade em formas de obter melhorias no quesito de ventilação aos ambientes, tal como evitar mofos e conseguir aproveitamento do espaços das casas.

A reclamação da comunidade é corriqueira, e a muito tempo buscam alternativas para melhorar a vida de todos ali, entretanto neste projeto a Casa da Raquel, Casa do Laerte e Casa da Claudinha, são os lares que fazem parte do planejamento. 

Laerte Gonçalves Pereira, que é um dos moradores atendidos pelo NAU, e afirma que antes do apoio do laboratório, a maioria da vila não teria condições financeiras de arcar com uma consultoria particular de um arquiteto, no qual existiu um trabalho árduo de aceitação por parte da comunidade com relação a ter acesso aos projetos, mas que agora é um sonho coletivo.

“A sensação que resta do apoio é saber que o meu sonho está saindo do papel, e existe, principalmente, uma segurança de que lá na frente minha casa vai estar pronta por causa de um planejamento bem feito”, desabafa.

Segundo ele, boa parte dos moradores se edificam com a parceria, posto que muitos não compreendem sobre projetos arquitetônicos e que às vezes atrasam a obra por falta de conhecimento técnico, mas que o comprometimento dos alunos simplifica muito o entendimento do processo.

“Os alunos vêm com muita boa vontade de ouvir as nossas dificuldades, nos mostram a planta e nisso acabamos compreendemos mais sobre projetos e até mesmo sobre obra, por isso é importantíssimo entendermos que é necessário fazer uma casa com planejamento para que nós não nos percamos em meio à obra”, explica Laerte.

E conclui que o projeto é uma felicidade para todos os moradores que almejavam ver a comunidade mais bonita. 

Escritório EMAU 

O Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAU) é uma agência gerida pelos alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Una de Pouso Alegre, que em escalas de unidade habitacional ou da cidade, gerencia projetos que visam a interação entre a universidade e a sociedade.

Com atuação desde novembro de 2020, o papel desempenhado pelo escritório tem como objetivo alinhar o conhecimento acadêmico à realidade da profissão de arquiteto e urbanista, através de assessoria e assistência técnicas voltadas para a população de vulnerabilidade social, sendo o atendimento totalmente gratuito àqueles que buscam a parceria do escritório.

Atualmente, existe autonomia na seleção dos projetos por parte do EMAU, portanto todos os serviços realizados são por demandas levantadas pela comunidade local. Dentre os atendimentos às instituições sem fins lucrativos ou organizações civis como prefeituras, paróquias e escolas, que necessitam de diagnóstico sobre elementos arquitetônicos, podem entrar em contato e solicitar o atendimento. 

Gustavo Reis Machado, que é professor e coordenador do EMAU, acredita que o Escritório Modelo traz um impacto positivo na formação dos alunos como profissionais, cidadãos e como arquitetos transformadores que vão atuar dentro da sociedade sabendo que a sua profissão pode ter um efeito único na vida de vários indivíduos.

“A ideia é que o projeto seja horizontal, sem hierarquias, como professor estou ali para orientá-los. Colaboro sim! Mas a produção é deles. Ali é um ensinando o outro e compartilhando experiências”, explica o professor. 

Para ele, um dos pilares que compõem o EMAU é a solidariedade, sendo uma extensão acadêmica em que o aprendizado está ligado à realidade das pessoas, e que só existe porque a sociedade necessita do atendimento.

“O EMAU é o melhor exemplo de extensão para um curso de Arquitetura e Urbanismo, é muito transformador porque o que faz gerar os projetos e as demandas, é a comunidade local”, complementa. 

A comunidade local tem sido parceira do escritório na troca de experiências, com isso além do planejamento para espaços físicos, há uma maneira de apoiar o bem estar social das pessoas que vivem ali.

Um dos projetos realizados pelo escritório atendeu ao Centro Educacional Infantil Municipal (CEIM) Professora Evangelina Meirelles de Miranda, situado no bairro Cidade Jardim, em Pouso Alegre, que atende alunos de creche, pré-escola e educação especial.

O “Projeto Crescer” trouxe o conceito “Mundo Imaginário da Natureza”, que propôs a revitalização das áreas livres e de convivência dos alunos, realizou um estudo preliminar de cunho pedagógico a fim de entender como ocorre o desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial desta faixa etária visando a melhoria do espaço de brincar, de modo a otimizar o desenvolvimento das crianças. 

Para Ana Lúcia Clemente Gonçalves, que é professora e a atual gestora da escola, a ideia da parceria surgiu com a necessidade de mudar a estrutura do parque (local antigo), sendo uma área atrativa da escola e que precisava de renovação que promovesse a imaginação e a criatividade dos alunos. 

“Foi desenvolvido para atender melhor os estudantes de três a cinco anos e incentivar a exploração do mundo por meio do corpo, aprimorando o motor amplo, através de experiências, ou seja, tendo contato com diversos materiais, texturas, formas e cores”, informa Ana.

Segundo ela, neste momento a escola está passando por uma reforma geral e estão se organizando para colocar o projeto em prática, assim que ela for concluída. Além disso, expressa que o sentimento em relação a parceria é o de gratidão. 

“Essa parceria só traz benefícios para a comunidade, como a união da comunidade escolar junto com as famílias dos alunos, a interação ainda maior entre os funcionários da escola, e a motivação para sempre querer melhorar os espaços físicos dentro da escola.” desabafa ela.

Neste caso, a arquitetura atuou como peça fundamental no ensino, motivação e inspiração das crianças, e transcende a utilização do espaço como um agente ativo que influencia positivamente aqueles alunos que irão utilizá-lo.

Mayron Tadeu Costa, que é estudante e participa há oito meses do escritório, diz que atuar no projeto para o CEIM foi importante para aprimorar a vivência entre o seu contexto social-econômico, e que não sentiu dificuldade em elaborar o projeto para a escola infantil. 

“Tive pouca dificuldade. Nosso orientador, o professor Gustavo Reis, nos preparou tanto com referências bibliográficas, quanto com ensinamentos a partir de sua experiência profissional. Além disso, contei com auxílio dos meus colegas que foram essenciais para realizar a prática da melhor forma possível”, informou Mayron.

Segundo ele, os projetos desempenhados pelo escritório, além de reconstruir espaços físicos, busca também influenciar aquele que utiliza o espaço, seja na praticidade, na organização espacial ou na sensação do ambiente, e que a arquitetura como resultado estimula o sonho de muitas pessoas. 

 

 

Revisão: Bianca Morais

Edição: Daniela Reis

0 715

Por Bianca Morais 

A Una Pouso Alegre está sempre em busca de promover Projetos de Extensão que acrescentem benefícios, não apenas aos alunos, mas a toda a população local. A unidade já foi destaque aqui no Jornal Contramão com o Projeto Cidadania, que atende pessoas em situação de vulnerabilidade e leva a eles acesso ao conhecimento da democracia.

Pensando nessas boas práticas, apresentamos hoje ações desenvolvidas pelos alunos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Nutrição, esses cursos que crescem a cada dia mais na instituição, se uniram em um trabalho e mostraram a importância da interdisciplinaridade no aprendizado.

A unidade tem tanto destaque na área de seus projetos, que já foram reconhecidos e premiados nacionalmente e a cada dia vêm desenvolvendo novos. 

Conheça agora mais sobre eles em mais uma matéria em comemoração aos 60 anos da Una.

Reconhecimento da memória local

No segundo semestre de 2020, o Centro Universitário Una de Pouso Alegre, promoveu o projeto de extensão Memória e Patrimônio da Cidade. Realizado em parceria entre os cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Nutrição, com o apoio do Conselho de Políticas Culturais e Patrimoniais do município. O programa levantou a importância da preservação da memória e do patrimônio nas cidades, os alunos encararam a temática e através do ensino e da pesquisa se aprofundaram na educação patrimonial, que é parte da preservação da história do lugar em que vivem. 

Coordenado pelo Professor Gustavo Reis Machado, com apoio dos professores Amon Lasmar, Carlos Pereira do curso de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil; e as professoras Patrícia Fonseca e Sara Fiorini do curso de Nutrição, o projeto nasceu com o principal objetivo de promover a preservação do patrimônio arquitetônico e culinário da cidade. Ele atendeu a uma demanda da comunidade de difundir através da educação, o reconhecimento da cultura da região e garantir que as atuais e futuras gerações possam conhecer a origem de onde vivem, suas crenças, comidas, arquitetura, design e história.

O projeto teve quatro eixos de desenvolvimento correspondentes aos cursos que o abrangeram, sendo eles:

  • Análise das Patologias dos Edifícios Tombados: nessa etapa do projeto produziram-se mapas de danos patológicos nas edificações e envolveu os alunos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo;
  • Levantamento Fotométrico de Objetos Móveis tombados (imagens sacras) do Santuário do Imaculado Coração de Maria: executado também pelos alunos de Arquitetura e Urbanismo, elaboraram-se modelos 3D para compor inventários;
  • Criação de roteiros culturais pelo centro: através de mapas e rotas turísticas do centro de Pouso Alegre, os alunos de Arquitetura e Urbanismo produziram os roteiros;
  • Registro da Cozinha Mineira Regional: os alunos do curso de nutrição produziram vídeos com os modos de fazer da cozinha regional e valorização dos itens da cozinha.

Os quatro eixos do projeto foram desenvolvidos com oficinas de produção do material, que envolveu docentes, discentes, técnicos e também a população local. A comunidade nesse projeto é envolvida na figura do Conselho de Políticas Culturais e Patrimônio do Município, e os alunos, selecionados através de um edital, tendo na metodologia embasamento teórico e prático nas oficinas, mantiveram contato estreito com os membros do conselho, da superintendência de cultural e do Museo Municipal Tuany Toledo.

A mesa de abertura do Memória e Patrimônio da Cidade apresentou o projeto aos alunos e ressaltou a importância no processo de preservação e conservação, o evento contou com convidados especiais de cada área envolvida no projeto, entre eles, Clarice Líbano, professora e diretora de Promoção do Instituto de Patrimônio Histórico e Cultural de Minas Gerais – Iepha/MG; Edson Puiati, Chef e professor; Luana Maris, professora e engenheira civil; e Elaine Luísa de Faria, conselheira e membro titular do Conselho de Políticas Culturais e Patrimoniais de Pouso Alegre. Apresentaram-se projetos de referência no tema da educação patrimonial e como diversas áreas podem trabalhar juntas e a importância dessa união.

Gabriela Paula Freitas da Costa é aluna da faculdade e junto com seu grupo participou do projeto e garante que ele agregou muito em sua vida e trouxe lições valiosas. “Meu grupo começou desenvolvendo um trabalho super simples mas com muita persistência, fomos lapidando o projeto e aprendendo juntos. Tudo aquilo que se insiste, se aprimora, colhe-se bons frutos. Foi incrível acompanhar a nossa evolução e não somente a nossa, mas a de todos os nossos colegas que fizeram excelentes trabalhos”.

A jovem é moradora de uma cidade próxima a Pouso Alegre e desde sempre viu o local como referência, frequentemente a garota ia para lá mas não tinha conhecimento de todos os patrimônios arquitetônicos que ela tinha e apenas com o desenvolvimento do projeto que passou a conhecê-los. “Foi realmente muito engrandecedor e trouxe uma nova perspectiva sobre a cidade. Projetos de extensão são excelentes maneiras de inserir os alunos na comunidade de maneira espontânea e leve, foi um trabalho lindo que eu enquanto aluna e moradora da região, adorei desenvolver”, comenta.

Juliana Cortez é coordenadora do curso de Engenharia Civil da Una Pouso Alegre e vê com bons olhos esse projeto em relação ao retorno para os alunos. “Foi muito positivo e gratificante. Com os feedback foi possível verificar que a metodologia utilizada alcançou o seu objetivo. Além da produção de um material com excelente qualidade, os alunos se envolveram e engajaram no projeto”, diz ela.

Cursos premiados nacionalmente

Quando se trata de projetos bem sucedidos na unidade, Juliana Cortez, também esteve presente na conquista do Prêmio Ozires Silva pelos alunos do curso de Engenharia Civil. Em sua 13ª edição, o prêmio promovido pelo ISAE Escola de Negócios, que é considerado um dos principais de sustentabilidade do Brasil e reconhece ideias que colaboram com ações mais conscientes, sustentáveis e, consequentemente, para que as pessoas vivam em um mundo melhor, foi conquistado pelos alunos.

Marcos Henrique Sabino, Wellington Augusto Ferreira Caetano e Bruno Rocha Venâncio, foram responsáveis pelo projeto “Construção de Casas Emergenciais com Blocos Celulares” que visa o atendimento de diversas famílias após desastres, como o de Brumadinho, em 25 de Janeiro de 2019, que ocasionou a fatalidade de mais de 250 vítimas. Os estudantes concorreram na categoria Graduação e tiveram, ainda no processo de desenvolvimento, o apoio dos alunos Diego Lopes, Rafael Jonas Aparecido e Raik Dias de Aguiar, junto a coordenação da professora Juliana Cortez e acompanhamento dos professores Drica Nunes e Wantuir Teixeira.

Wellington Augusto, um dos alunos vencedores do prêmio, confessa que para ele receber uma premiação com o nome de um dos maiores engenheiros do país, em suas palavras, “ícone da engenharia” e responsável pela fundação da Embraer, é uma grande honra e o motivou ainda mais a buscar a excelência na área da engenharia. “Além de acrescentar um peso ao currículo, em especial na área acadêmica, receber o prêmio foi uma responsabilidade, motivou minha equipe e eu a buscarmos a cada dia mais excelência nos projetos e estar sempre nos qualificando para sermos engenheiros melhores e podermos revolucionar o país através da engenharia” disse o estudante.

“Esse prêmio veio de um desafio lançado em uma disciplina na qual os alunos são os principais agentes no processo de aprendizagem. Isso mostra como eles são capazes”, comenta a orientadora Juliana. 

“Os alunos conseguiram unir numa multidisciplinaridade o que aprenderam em sala de aula, na prática e puderam utilizar isso de maneira útil, numa realidade caótica quando em campo puderam constatar a dimensão do desastre de Brumadinho”, destaca a professora Drica.

Reconhecendo o Risco

E os projetos da unidade Pouso Alegre não param por aí. Com o bom resultado tido no Memória e Patrimônio, eles já deram início a outro. O Reconhecendo o Risco, está sendo coordenado pela professora Carolina Galhardo e o professor Daniel Casalechi, e se encontra na fase de coleta de dados através de um questionário elaborado pelos alunos. 

Esse documento possui perguntas gerais a respeito das enchentes e inundações ocorridas no município e sobre o que o cidadão conhece acerca de planejamento urbano, plano diretor e defesa civil, além disso, investiga se as pessoas saberiam como se comportar diante de um desastre e se já receberam algum treinamento ou informação a respeito. A partir da análise das respostas coletadas, os alunos irão gerar informações para a elaboração de uma cartilha que será divulgada em redes sociais com o apoio da Defesa Civil de Pouso Alegre.

Esse novo projeto partiu, principalmente, da necessidade de um tipo de matéria mais direcionado para esses desastres na grade curricular. Até o momento, foram realizadas palestras e aulas acerca do assunto com o intuito de introduzir o tema e apresentar conceitos e estudos aos alunos.

“Não só em Pouso Alegre, mas em todo nosso país, possuímos amplo histórico de desastres como enchentes, inundações, alagamentos e deslizamentos. Sabendo-se que o conhecimento é uma ferramenta de extrema importância quando pensamos em prevenção, resposta e gestão do desastre, trazer à luz informações  claras e concisas para a população foi o que motivou a criação do projeto”, ressalta Juliana.

A cartilha contará com informações como quais são os principais órgãos responsáveis pelas ações tomadas em ocorrências de desastres, a relação dos desastres com o planejamento urbano, ações estruturais já efetuadas a fim de se sanar as inundações, entre outros.

O projeto já teve a honra de receber o professor Dr. Osvaldo de Moraes, atual diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Adriano Mota, doutorando e desenvolvedor do estudo acerca do tema nesta mesma instituição e Duarte Júnior, ex Prefeito da cidade de Mariana, que estava no comando da prefeitura quando houve o rompimento das barragens e culminou em um dos maiores desastres ambientais já ocorridos no país.

“As palestras abordaram os assuntos em seus mais mínimos detalhes, muito se discutiu sobre o papel do arquiteto nesta dinâmica e o quão desafiador é colocar em prática soluções relativas ao planejamento urbano que interferem diretamente na ocorrência de alguns desastres. Os alunos demonstraram bastante entusiasmo nas palestras, que trouxeram à tona temas que não fazem parte do cotidiano da graduação”, concluiu a coordenadora.

Michel Rodrigues da Silva, é aluno de arquitetura e urbanismo e é um dos participantes do projeto Reconhecendo o Risco. Para o estudante, entender o conceito e como funciona essa questão dos desastres naturais e seus riscos é muito importante para quem está em um curso como a arquitetura. “Estou no terceiro período, e por isso não tinha muita informação sobre o assunto, confesso que era bem leigo antes de começar a me interessar por arquitetura e urbanismo, então vendo tudo isso acabo aprendendo mais como funciona as projeções de desastres, como pode ser evitado e como a população está carente desse tipo de informação”, comenta

Para informar é preciso conhecer, trabalhar conceitos básicos e fazer um panorama geral sobre determinados assuntos. Ao pensar nisso, a Una Pouso Alegre está sempre investindo em diferentes projetos de extensão, para além de ajudar a comunidade local ao prestar diferentes serviços, enriquecem aquele aluno para no futuro se tornar um profissional de excelência. 

0 678

Por Bianca Morais 

Projeto Cidadania é o nome dado ao projeto de extensão desenvolvido pelos alunos dos cursos de Direito, Gestão & Negócios e Psicologia da Una de Pouso Alegre. O Centro Universitário Una completa em outubro seus 60 anos como uma instituição de ensino com a missão de transformar o país pela educação, por isso, democratizar o acesso das pessoas ao conhecimento da democracia, dos seus direitos como cidadãos, é a principal proposta do programa.

O Projeto Cidadania teve início em setembro de 2020, sendo pensado e estruturado de maneira a ser possível sua implementação diante das restrições ocasionadas pela pandemia do coronavírus. Pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica, procuram a iniciativa pelas redes sociais como o Instagram, Facebook, e também pelo site oficial. Através desse primreiro contato,  são agendados os atendimentos realizados pelo Whatsapp ou outra plataforma online. O atendimento acontece de forma remota, mas a intenção é após esse período de isolamento ele torne-se presencial. 

 

Atendimento online do Projeto Cidadania

Os cidadãos assistidos pelo programa enviam suas dúvidas por qualquer um dos meios disponíveis e ela é analisada pelos grupos multidisciplinares formados pelos alunos que apresentarão soluções, dentre as quais será escolhida uma para atendimento real ao cidadão. O projeto também oferece assistência no campo jurídico com esclarecimentos e orientações sobre questões relacionadas ao conhecimento e acesso dos direitos e garantias. Já na área de gestão, são realizadas consultorias para gestão de pequenos negócios, organização e planejamento financeiro familiar, além do suporte em psicologia.

O Projeto Cidadania nasceu da possibilidade de contribuir de alguma forma na melhoria da vida das pessoas em estado de vulnerabilidade social e econômica junto ao desenvolvimento dos alunos, pois através do programa eles adquirem contato com os problemas reais e ganham experiência para o mercado de trabalho, em atendimento às diretrizes preconizadas pelo Ministério da Educação na tríade ensino-pesquisa-extensão. Na primeira fase do projeto, ele atendeu 11 casos e a expectativa para a segunda é que seja possível atender o dobro.

Para Andrea Bustamante e Pamela Stupp, as responsáveis pelo projeto, a facilitação do acesso a meios capazes de ajudar na resolução de dúvidas e questões coloquiais que muitas vezes dificultam ou até mesmo inviabilizam a melhoria das condições de vida da população mais vulnerável, tem se mostrado de grande importância e um dos principais benefícios do projeto. 

“Quanto mais conhecermos nossos direitos, mais senhores seremos de nossa própria existência. Disseminar o conhecimento é a melhor forma de ajudar na construção de uma sociedade igualitária. De maneira aplicada o conhecimento é inversamente proporcional ao sofrimento. Conheça mais e sofra menos”, completa Andrea.

A Una Pouso Alegre oferece o Projeto Cidadania que possui um caráter puramente didático-pedagógico, sem fins lucrativos, visando somente a vivência prática do curso aliada ao retorno à sociedade dentro dos limites traçados. A iniciativa é apenas mais uma das centenas boas ações que a UNA proporciona como forma de promover o bem comum. 

Todos os interessados que se enquadrem na condição de vulnerabilidade social e econômica podem enviar suas dúvidas ao projeto através de qualquer dos meios disponíveis. Todas as formas de contato estão no site: https://projeto-cidadania6.webnode.com.