TBT: Voo Germanwings 9525, a queda não foi um acidente

TBT: Voo Germanwings 9525, a queda não foi um acidente

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Por Daniela Reis 

No dia 24 de março de 2015 o voo Germanwings 9525 caiu nos Alpes franceses matando todas as 150 pessoas a bordo. O que no início foi considerado um acidente, na realidade se tratava de um ato humano. O copiloto, Andreas Lubitz, então com 27 anos, trancou-se no cockpit e derrubou o avião matando os passageiros e tripulantes. Mais tarde, foi revelado que ele sofria de tendências suicidas e que procurara ajuda profissional várias vezes.

 

Para os pilotos, a viagem de duas horas era uma rotina. O comandante Patrick Sondenheimer, casado, pai de dois filhos, tinha mais de 6 mil horas de voo. O copiloto Andreas Lubitz, tinha 630 horas de experiência. Ainda não podia executar operações como pousos e decolagens. Estava autorizado a assumir o comando em situações de menor risco, em voo de cruzeiro, quando a aeronave seguia em piloto automático. É o momento mais tranquilo da viagem, onde as aeromoças servem a refeição a bordo e se apagam os avisos de atar cintos. Nessa condição, com a aeronave estável a 11.600 metros de altitude, Sondenheimer aproveitou para descansar. Às 10h28, saiu da cabine de comando e fechou a porta. Deixou Lubitz sozinho. Cerca de oito minutos depois, todos estavam mortos.

Último voo

Há sete anos, o voo 525 viajava de Barcelona, na Espanha, para a cidade de Duesseldorf, na Alemanha. Meia hora depois da decolagem, o piloto Patrick Sondenheimer entregou o controle do avião para Lubitz. Quando ele voltou, Sondenheimer encontrou a cabine trancada por dentro. Lubitz, ao que parece, tinha desativado o código de segurança, que teria permitido o piloto abrir a porta. Pouco depois, o Airbus A320 caiu perto da aldeia francesa de Le Vernet.

Os investigadores analisaram os registros de vários médicos consultados por Andreas Lubitz nos meses anteriores à tragédia e concluíram que o copiloto sofria de “episódio psicótico depressivo”. Nos meses que antecederam a tragédia, Lubitz visitou 41 médicos, principalmente especialistas oftalmológicos. Nenhum alertou que ele não poderia voar. Nem a companhia aérea, nem Andreas Lubitz sabia que os seus médicos tinham feito este diagnóstico.

Segundo Remi Jouty, diretor da agência de investigação aérea francesa, Lubitz estava tomando antidepressivos na época do incidente e que ele tinha sido previamente tratado por causa de depressão e tendências suicidas. Ainda assim, o copiloto renovou o seu certificado para voar em novembro de 2014.

No entanto, Jouty destacou que os médicos tinham a informação necessária para que a Germanwings e as autoridades de aviação proibissem Lubitz de voar, mas que por causa da proteção do segredo médico – principal fator de confiança dos pacientes – nada foi revelado. Em seguida, o investigador defendeu a importância de “encontrar um equilíbrio entre a confidencialidade e a segurança pública”. “É uma questão global que precisa ser discutida”, disse ele.

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