Uma parada no sinal
Semáforo vermelho para os motoristas, assim Lucio Rodrigues Donato, 37, entra em ação e com o auxilio de uma cadeira de rodas começa a vender Chicletes no sinal da rua Praça da Liberdade A.
Há quase 20 anos trabalhando no mesmo ponto, Donato declara a satisfação diante sua conquista, “Comecei a vender balas no sinal aos 12 anos para ajudar minha família, adotei a profissão e hoje não pago mais aluguel, com o dinheiro que recebi no sinal comprei a minha casa”.
Morador do Bairro Jardim Vitória, Donato utiliza 2 ônibus e gasta cerca de uma hora e meia para chegar ao seu destino. O vendedor atua com a bandeja recheada de chicletes sobre as pernas e, quando o sinal abre para os pedestres, Donato circula entre os carros oferecendo seu encanto aliado ao sabor de morango, melancia, uva, menta e hortelã.
Donato revela, “Estou sempre no sinal, mantenho minha família com o dinheiro que conquisto aqui, sou casado e tenho um filho de 15 anos”. O vendedor de chicletes consolidou muitos clientes, com oportunidade de conhecer várias pessoas formidáveis: “adquiri muitos amigos trabalhando.”
Com um horário trabalho de 10 hs por dia, sendo este realizado de segunda à sexta-feira, o trabalhador expõe sua alegria pois, obtém ao mês cerca de uma salário e meio.
Ao contar sua historia de vida Donato se emocionou: “nasci e depois de 1 ano tive paralisia infantil, mas a doença nunca me impediu de ser um homem trabalhador e honesto”.
O vendedor diz que sempre foi bastante respeitado e todos os clientes gostam de seu trabalho, “Os meus clientes me chamam pelo nome, nesses 20 anos que trabalho no sinal nunca tive problemas”.
Donato declara que existe discriminação: “o preconceito ocorre até mesmo em família, então se eu for olhar isso não saio nem de casa.Continuo seguindo a vida e o meu trabalho”.
Com muita sinceridade no olhar, o vendedor afirma que não está no sinal para utilizar a deficiência física para ganhar dinheiro. “Espero que as pessoas não comprem na minha mão por compaixão, mas sim para me ajudar, eu estou trabalhando”, afirma.
Donato não autorizou a utilização da sua imagem. Acredita que algumas pessoas possam o interpretar de maneira injusta.
Por: Iara Fonseca