Una: Os olhares contemporâneos dos professores

Una: Os olhares contemporâneos dos professores

“É uma escola que não para, está sendo criando alguma coisa, e escrever ao contrário do que se pensa, não é ficar parado, é impulsionar.”                                             Lélio Fabiano, reitor do Ica

O Instituto de Comunicações de Artes (ICA), do Centro Universitário Una lança, hoje, 12, às 19h, na Casa Una Centro de Cultura, a segunda edição do livro Olhares Contemporâneos. A obra é uma coletânea de artigos escritos por professores do Campus Liberdade e de outras instituições em suas respectivas áreas. O livro demonstra conceitos vigentes no âmbito do jornalismo, publicidade, moda e cinema.

A publicação é de organizada pelo professor de Moda e Cinema, Aldo Clécius, e da professora de graduação e pós-graduação em áreas da Comunicação, Daniela Viegas. Clécius expõem que a ideia surgiu dos cursos disponibilizados pela instituição, mas o contexto da obra é maior: “A publicação nasceu dos cursos do ICA, mas tem a ver com uma reflexão intelectual dos professores, da forma como eles interpretam a realidade”, esclarece. Para Viegas o livro expõe a diversidade de pensamentos e está alinhada à proposta interdisciplinar do ICA e da UNA. “Para construir esse livro a gente usou o que o instituto tem de mais representativo, que é a sua própria diversidade de produção, e diversidade é uma palavra que trilhou todo o processo de criação desse livro”, explica.

Incentivo

Para o diretor do ICA, Olhares Contemporâneos 2 reflete a inquietação que impulsiona o pensamento no instituto e no Centro Universitário. “Uma escola não pode ficar só no frenesi de fazer, ou então só de escutar ou falar. É bom ver professores e alunos praticando e fazendo jornais, cinema ou inventando moda. Na hora que paramos para pensar e colocar no papel mostramos que aquela escola é fervescente que nós estamos desconfortáveis no imobilismo, que nós precisamos ser incomodados com desafios”, defende.

Para a doutora em História e professora do ICA, Cândida Lemos, o livro escrito em linguagem acadêmica serve como um instrumento a mais para a formação dos alunos. “A publicação do livro é um incentivo ao aluno, para que ele mergulhe na busca pelo conhecimento científico e acadêmico. Há um efeito multiplicador para a realização de pesquisas no ICA. Creio que muitos artigos serão utilizados em salas de aula, e poderão servir de base para outras pesquisas feitas pelos alunos”, acentua a professora autora de um dos capítulos.

Não só os alunos e futuros ingressantes nos cursos ganham com o trabalho, os professores também são os beneficiados ao transmitir suas reflexões e  pesquisas em Olhares. Segundo a organizadora Daniela Viegas uma forma de reconhecimento do trabalho do professor é poder levar o conhecimento para adiante. “Creio que o trabalho não termina ali no livro, aquilo vai ganhar outra leitura, outro olhar e, a partir desse novo olhar, professor também se enriquece nessa troca. Esse intercâmbio de informações e de conteúdo é muito rico para o professor que participou do livro”.

Linguagem

Com a experiência da primeira edição algumas questões foram melhoradas para esta nova publicação. O organizador Aldo Clécius explica que a segunda edição é especial porque ele porque abrange mais autores, mais temas e traz olhares diferenciados que se somam às experiências do ICA/UNA. “Do ponto de vista visual, nesta edição, tivemos um cuidado artístico maior de expressar uma linguagem realmente contemporânea na capa, com cores, fonte e na diagramação, para o livro se tornar mais agradável para a leitura”, explica.

A linguagem acadêmica pode ser mais laboriosa de se ler, o organizador explica que o livro foi planejado de uma forma que a leitura se tornasse mais prática e mais proveitosa para quem adquirir o livro. “O texto acadêmico normalmente é mais rebuscado (por usar termos técnicos ou próprios de determinadas áreas, e até por seguir normas da ABNT). Para que essa leitura ficasse mais fluida, a ordem dos artigos foi disposta de forma a completar um ciclo de entendimento para cada assunto”, esclarece.

Prévia

Lemos descreve no seu texto, “Poder, censura e nacional-desenvolvimento remam nas águas da Pampulha”, uma época que Belo Horizonte tinha 230 mil habitantes, e os políticos usavam o esporte como um dos eixos para se eleger. Do texto: “Esta ligação entre esportes e políticos deve sempre ser relativizada. Não pode ser algo mecânico e direto. Getúlio Vargas fez do esporte um de seus eixos de política do estado, mas isso nem sempre lhe rendeu  dividendo políticos. Por exemplo, ele veio para Minas para as regatas de 1944 em uma tentativa quase desesperada de reerguer sua bases , mineiras. Porém no ano seguinte ele foi deposto”.

Assim também é a temática da moda abordada por Clécius no texto “Direção criativa: A Nova Fronteira da Moda”. O artigo fala sobre as mudanças ocorridas no contexto de produção da moda. O professor explica que “as mudanças trouxeram novas profissões, novos cenários e realidades. Mercados globais, fim de estações (já que uma marca que vende no mundo inteiro sempre terá consumidores no inverno e no verão, por exemplo) e a ampliação do acesso à informação – as marcas deixam de ser apenas status quo para se transformar em porta-vozes de estilos de vida, de modo a expressar sua visão de mundo. Por isso a moda está indo além da roupa”, finaliza Clécius.

Ouça: O diretor do ICA fala do perfil dos profissionais do instituto

Ouça: O professor Aldo Clécius comenta Olhares contemporâneos 2

Texto e foto por: Ítalo Lopes                                                                                                                       Imagem: Divulgação

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