Quem se move?

Quem se move?

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Desde quando o transporte público foi implantado nas cidades, sempre houveram reclamações. Com o uso da internet, a insatisfação com os ônibus parece que dobrou de tamanho. É cada vez mais comum internautas criarem blogs abertos para que outras pessoas possam dar suas devidas opiniões sobre aquela determinada linha de ônibus ou serviço.

Com o avanço tecnológico, as pessoas postam nas redes sociais suas insatisfações e destacam no twitter os problemas com o transporte público. Para Patrícia Cruz, criadora da fanpage “Patricía não se move”, o estopim para criar uma página no facebook relacionada ao tema foi quando o Viaduto dos Guararapes caiu. “Há quanto tempo as pessoas reclamavam daquela obra. No final o que aconteceu? Elas estavam certas e ninguém deu atenção. Desde 2005, quando começou a trincheira eleitoreira do Pimentel, que as obras na Antônio Carlos não pararam. São nove anos nos quais ficamos presos em meio a obras, para no final, perdemos duas vidas sem sentido algum. Dinheiro, energia, tempo das nossas vidas e no fim, qualquer morador da minha região poderia estar embaixo daquele viaduto”, desabafa.

As atualizações no “Patrícia não se move” são feitas diariamente e com fotos em tempo real. De acordo com Patrícia, algumas pessoas não gostam de ser fotografadas mas isso não é empecilho, uma vez que ela tenta trocar o ângulo da imagem.

Para chegar a tempo no trabalho, Patrícia sai de sua casa no 617-Piratininga, desce na Pedro I e embarca no 65-Direto, desce na Estação Tamoios e pega o 66-Hospitais. O caminho é cansativo, mas segundo ela, se pegar outras linhas de ônibus, ela gasta mais tempo dentro do coletivo.

De acordo com a criadora do “Patrícia não se move”, a desconsideração da nova plataforma de transporte coletivo, o MOVE, o desrespeito com o passageiro é imenso. “Idosos, deficientes e pessoas com crianças pequenas não tem vez. Escadas rolantes e elevadores da Pampulha ora estão com defeito, ora estão desligados mesmo. As roletas não suficientes para o horário de pico e longas filas são uma realidade. Quando chove tudo alaga e é um Deus nos acuda para embarcar sem tomar banho antes. A Estação está sendo construída e me dá náuseas quando escuto que apenas 20% dela estaria a ser concluída. E o melhor de tudo: ar condicionado não é ligado e tenho vários protocolos de reclamação disso”, desabafa. Além dessas reclamações, para dar um toque de humor em todo o caso, Patrícia afirma que a PBH criou um novo programa, o “Move reduz peso da população”, visto que, o passageiro corre, viaja em pé, corre de novo, entra na fila da roleta interna, corre novamente, entra na fila do Move, viaja em pé, corre para embarcar no segundo ônibus, e quem sabe no terceiro. Para ela, os especialistas estão certos em dizer que apenas 30 minutos de caminhada para manter a pressão controlada.

Por: Luna Pontone
Foto: Retirada da fanpage Patricia não se move

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