cinema

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Por Ana Paula Tinoco

Em 2006, quando Carros foi lançando, a animação causou furor entre os amantes da Pixar. O motivo, vínhamos de uma extensa sequência de ótimos longas animados, como Monstros S.A. (2001), Procurando Nemo (2003) e Os Incríveis (2004), sem esquecer de mencionar aquele que despertou a criança que adormecia dentro de cada um de nós e acordou muitas outras para a magia da cultura pop, o maravilhoso Toy Story (1995).

Diferente de seu protagonista, Carros começa modesto e aos poucos vai se formando a narrativa, talvez manjada por se tratar da jornada do herói, mas que compensa algo tão explorado e maçante com coadjuvantes espetaculares, pontos para Larry the Cable Guy que dubla o tão amado Mate. Com grandes nomes, Owen Wilson (Relâmpago McQueen), Bonnie Hunt (Sally), Michael Keaton (Chick Hicks) e o saudoso Paul Newman (Doc Houdson), o filme ganhou status e cinco anos depois o tenebroso Carros 2 fora lançado.

Apesar do fiasco, o filme possui 39% de aprovação do Rotten Tomatoes, o produtor e co-fundador do Estúdio de Animação, John Lasseter, não se deixou abater e este ano (2017) lançou Carros 3. Voltando a velha fórmula, ao perceber que nem o personagem mais carismático de toda trama, como é o caso de Mate, consegue gerar um bom roteiro, Lasseter traz de volta o velho e bom Relâmpago McQueen. Com um mergulho no básico, o que temos é um carro de corrida competitivo, dono de suas quatro rodas fazendo o que sabe fazer de melhor, correr.

Poster promocional

Toda jornada do herói precisa de seu antagonista, na nova animação ela se mostra na forma do ego de McQueen, um carro sênior, um dos maiores campeões de todos os tempos, que viciado em velocidade se perde na sombra do medo da aposentadoria e que amedrontado não busca para si outras realizações, como se reinventar. E toda essa frustração se personifica no novo personagem, Jackson Storm (Armie Hammer) que mais novo e mais moderno leva o carro 95 a duvidar de si mesmo.

Porém, diferente de Dick Hicks que por seu exagero se torna interessante, Storm não tem nem carisma nem apelo para desenvolvermos alguma espécie de sentimento por ele, a impressão que dá é que ele está ali apenas como fio condutor para a nova busca de McQueen. A grande guinada está no momento em que Cruz Ramirez (Cristela Alonzo) é introduzida na história, uma jovem que empolgada e cheia de frases de efeito, se perde na ansiedade por acreditar não ser capaz e se torna uma espécie de Life Coach.

A personalidade de Cruz em contrapartida a sua imensa vontade de se tornar unânime nas pistas de corrida é o que leva McQueen a se transformar em seu mentor. Aos poucos e de forma bem dosada, seu lado intimista e doce que progride na velocidade em que é exigida para o desenvolvimento de ambos os personagens vai surgindo. Ao perceber que diferente dele, a jovem não teve alguém para apoiá-la e guiá-la nessa árdua jornada, o ponto alto da trama surge, e os dois improváveis companheiros ao lado de Luigi (Tony Shalhoub), Mack (John Ratzenberger) e o divertidíssimo Guido (Guido Quaroni) vão em busca da inspiração e melhora de McQueen, e encontram tudo isso no capô daquele responsável pelo início de tudo, Smokey (Chris Cooper).

Ponto para os roteiristas Robert L. Baird e Dan Gerson que souberam desenvolver um momento de auto ajuda sem cair na mesmice do clichê dos filmes com essa temática e acertaram ao introduzir vários flashbacks, de Doc Hudson.

Foto Divulgação

O personagem (Smokey), que é uma homenagem a todos os mecânicos responsáveis por manter as engrenagens em ordem, é o ponto de partida da história de sucesso de Hudson Hornet, nosso querido Doc. Smokey conduz o adeus entre o mestre e seu aprendiz, algo que não vimos já que Newman morreu em 2008, e faz com que McQueen perceba que existe muito mais além do horizonte das pistas de corrida, basta se adaptar e encontrar uma nova motivação para continuar. E a auto estima reencontrada nesta viagem é direcionada a um novo propósito e percebemos aqui que ganhar nem sempre se trata de cruzar a linha de chegada, o ganho pode estar em ajudar o próximo. E é linda a cena em que Cruz prova que o ditado de que quem não sabe fazer ensina é a maior mentira de todos os tempos.

Outros personagens que foram cruciais para o sucesso em 2006 não possuem o mesmo lugar de destaque quase 11 anos depois. Um sumiço válido se levarmos em consideração que Lasseter precisava reconstruir a essência da primeira animação. Entretanto, a pouca aparição deles não prejudica o desenrolar dos fatos, pelo contrário, já que parte de Sally a alavancada para que McQueen emerja de sua auto piedade e Mate que de seu jeito o leva a ir atrás do treinador de Doc.

Os personagens que são homenagens a grandes pilotos da Nascar – Divulgação

Relembrando grandes nomes da Nascar, podemos ver três grandes pilotos, River Scott (primeiro homem negro a correr na competição), Junior Midnight Moon e a mulher que inconformada em ficar atrás da cerca roubou o carro do marido e se tornou pioneira no ramo, Louise Barnstormer Nash. Homenagens estas que são comuns na animação, foi assim no primeiro com Michael Schumacher e Marlo Andretti (ambos dublados pelos próprios pilotos), Ayrton Senna (mesmo que apenas em uma exposição) e Lewis Hamilton (que também dublou seu personagem) no segundo.

Em suma, valeu a espera por Carros 3 e se olharmos para esse desvio de rota sem perder a base da 66 onde se encontra Radiator Springs, podemos esperar muito mais de uma possível continuação, esta que caso aconteça tem combustível para ir além, muito mais além do Pit Stop.

 

Por Tiago Jamarino – Start – Parceiros Contramão HUB

Depois de estrear suas capas, Entertainment Weekly continuou a lançar novas informações e entrevistas sobre Star Wars: Os Últimos Jedi, com seu último foco em Mark Hamill.

 

Para Mark Hamill, o homem por trás de Skywalker, embarcando no conjunto do nave era o mesmo que o seu homólogo cinematográfico:

 

“Estou lhe dizendo que não esperava ter a reação que tive. Eu estava lá com minha família, com [meus filhos] Nathan e Griffin e Chelsea e minha esposa Marilou, e [Lucasfilm] perguntaram se a equipe documental poderia estar lá quando voltei para a Millennium Falcon. Quero dizer, isso não foi no dia das filmagens. Eu era iria apenas usar roupas de rua e eu ia visitar o set. E eu disse: “Claro”.

 

Hamill continuou discutindo a emoção do momento:

 

“Era como visitar uma casa antiga na qual você morava quando era criança. Quero dizer, acabei de me emocionar e disse: “Preciso estar sozinho”.

 

Todos obrigaram e, em alguns momentos, Hamill estava nele sozinho, relembrando o passado:

 

“Eles recriaram tudo para todos os detalhes que eu lembro. O óleo goteja, os tubos pendurados, apenas tudo. Os dados no cockpit, “

 

Rian Johnson, o diretor de Os Últimos Jedi afirmou que a cena do Skywalker que retornou a nave foi um dos primeiros dias de filmagem com Hamill no Pinewood Studios. Johnson também revelou que o conjunto do cockpit é um espaço fechado, o que significava que todos os membros da equipe estavam observando os monitores de vídeo para ver o jogo:

 

“Deus, lembro-me tão vividamente dessa filmagem dele acendendo as luzes no cockpit Falcon. E todos nós nos olhamos um para o outro, como “Ó meu Deus”.

 

Enquanto a cena é um hurra e um retorno à forma para os fãs, no contexto do filme, Johnson disse que era uma cena profundamente enraizada na tristeza:

 

“Há muita melancolia. Você sabe, essa nave está cheia de fantasmas para Luke “.

 

Escrito e dirigido por Rian Johnson, o elenco de Star Wars: Os Últimos Jedi inclui Mark Hamill como Luke Skywalker, Carrie Fisher como General Leia Organa, Daisy Ridley como Rey, John Boyega como Finn, Adam Driver como Kylo Ren, Oscar Isaac como Poe Dameron, Lupita Nyong’o como Maz Kanata, Kelly Marie Tran como Rose Tico, Laura Dern como vice-almirante Amilyn Holdo, Gwendoline Christie como capitã Phasma, Andy Serkis como líder supremo Snoke, Domhnall Gleeson como general Armitage Hux, Benicio Del Toro como “DJ”, Joonas Suotamo como Chewbacca, Anthony Daniels como C-3PO e Jimmy Veecomo R2-D2.

 

Star Wars: Os Últimos Jedi está programado para ser lançado nos cinemas em 14 de dezembro de 2017.

 

Fonte:  Entertainment Weekly

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Por Ana Paula Tinoco

Mudei meu endereço a pouco tempo e mesmo estando há uma semana no novo apartamento, demorei aproximadamente cinco dias para perceber que estava ao lado do relógio Itaú. Sim, aquele famoso relógio que tem sua morada no alto do Edifício JK. Ao concretizar a ideia de como somos alheios ao que está a nossa volta, percebi o que é perdido no meio do caminho por não darmos atenção ao nosso redor. Olhamos constantemente para o chão, olhar fixo no concreto que preenche as calçadas quando um universo inteiro se encontra bem a altura de nossos ombros.

Escolhi meu destino, desci a Rua Rio Grande do Sul em direção à Rua Goitacazes. Esquerda ou direita, pensei “há poucos dias segui a direita, o que será que a esquerda me reserva? ”. Lado escolhido comecei minha jornada e a medida em que avançava me permiti olhar para os lados, como alguém que procura um achado, um número na rua, um Fora Temer. Parei, analisei o espaço, não havia nada demais ali.

Tirei o celular do bolso, para registro, de repente senti uma mão pousar em meu ombro. Coração gelado, pernas bambas, olhei devagar para trás e para minha surpresa era um senhor de pouco mais de 1,60 de altura, boné azul, uma blusa social e uma calça bem passada. Ele me fitou nos olhos e com uma voz doce me disse: “Moça, guarda esse celular porque aqui é perigoso! ”. Se virou e ia saindo quando fui atrás dele e a surpresa que era a minha passou a pertencer a ele.

Ao agradecer o gesto e a preocupação, ele sorriu e disse olhando nos meus olhos, Luís, mas meus conhecidos me chamam de Seu Luís. Guardei o celular, vocês sabem o que dizem, “Devemos sempre escutar os mais velhos”. E retribuindo o sorriso, me apresentei e questionei se ele poderia contar sua história. Intrigado, queria saber o porquê do meu interesse, expliquei e categórico ele disse, “A moça, tem muito pra contar não.”. Sorri e disse: me conte como o senhor chegou até aqui.

“Não precisa de muito detalhe não, né? ”, indagou sorrindo. Neguei com a cabeça e falei com a voz firme: “Apenas o que o Senhor quiser contar! ”. Ele sorriu e disse, “Vamos nos sentar! ”. Rindo ele continuou, “Não sou daqui não moça, sou do interior, sou de Três Marias.”. Ele que veio para cá muito jovem, aos 18 anos, encontrou em sua cidade natal dificuldades e como muitos outros veio tentar a vida na capital, a procura de um futuro melhor.

Após alguns anos, trabalhando de servente de pedreiro, conheceu a esposa, Maria da Conceição. Não recordou a idade que ela tinha na época, mas com os olhos marejados disse que ao lado dela viveu os melhores anos de sua vida. “Ela me deu cinco filhos. Hoje são só quatro, mas tem muito orgulho da minha família”, contou emocionado. “Foram pouco mais de 30 anos, mas ela me deixou. ”, disse abatido.

A esposa, morreu há alguns anos, mas antes dessa perda, ele conta que foi ela quem o ajudou a melhorar na vida, “Eu ficava indo de um lado pra outro até que ela colocou senso na minha cabeça. De servente, virei pedreiro e tinha meus próprios serventes. Mulher ajuda o marido a se erguer”, falou orgulhoso. Sobre os filhos, ele conta que estão todos encaminhados na vida e afirma que o que ele não teve quando criança ele quis que os filhos tivessem, “Não tinha nem caderno pra estudar, era muitos irmãos”, relembrou. Ele que vem de uma família de nove filhos, narrou uma infância difícil, mas de acordo com ele muito cheia de amor.

As horas fluíram, Luís Amâncio, que preferiu ser chamado de Seu Luís, foi um achado no meio de uma tarde quente de terça feira. Bem-humorado e cauteloso brincou quando questionado sobre sua idade, “Uns 60 e poucos, moça. Pra que falar disso, né? ”. Mas, o melhor ainda estava por vir, ao pedir para tirar uma foto dele, ele sorriu e me olhou da mesma forma que me olhou quando veio me avisar sobre os perigos de andar com o celular na mão, “Moça, você é muito educada, mas não vou tirar foto não. Nesses dias de hoje, com internet, a gente nunca sabe o que podem fazer com a foto nossa! ”.

Continuei meu percurso, pelos muros da cidade vi grafites, calçadas que precisam de reparo e edifícios antigos. A diferença é que desta vez não foram os meus fones de ouvido que me fizeram perder o que está ao redor. Por todo o trajeto, a única coisa que ocupava a cabeça era a conversa com aquele senhor, passando e repassando toda o nosso papo, ficava imaginando como não consegui uma foto? E olhando de tempo em tempo para trás não sei se era minha imaginação ou Seu Luís, mas pude ver ele por todo o caminho. Me protegendo? Não sei. Tentando apurar se de fato estava sozinha? Quem poderá dizer.

O que eu posso afirmar é que devemos nos ater mais ao que acontece a poucos passos da gente, retornar um sorriso para aquela senhora ou senhor que gentilmente se aproxima de você em uma rua movimentada. Você nunca sabe as histórias que irá ouvir o bem que uma situação como essa pode causar a você. Abandone seus fones de ouvido, respire, olhe ao redor, sorria, não há nada demais e tudo que é possível quando você percebe que tudo o que tem que fazer é perceber que você não está sozinho nas ruas pelas quais você transita

Por Tiago Jamarino – Start – Parceiros Contramão HUB

DC entrega filme otimista, esperançoso, divertido e promissor para o futuro do seu Universo Estendido 

Como foi pesado o calvário carregado até aqui pela DC/Warner para construir seu universo, ao falar desse tão esperado filme, não tem como, iremos recorrer ao caminho percorrido pela DC até aqui. Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016), foi a partida para este universo, lógico, sendo totalmente honesto ao dizer que, a DC não tinha planos de um universo compartilhado quando fez Homem de Aço (2013). A surra de críticas e o descontentamento de fãs ao filme de Snyder do ano passado reverbera até hoje, mas principalmente que o descanso seria Esquadrão Suicida (2016), e mais uma vez vimos no que deu, outro tombo da produtora. A redenção da DC veio justamente com a primeira entrega feminina, Mulher-Maravilha deste ano, mostrou sim, podemos ter esperanças com um futuro. Chegando agora ao filme da maior reunião de super-heróis do mundo, vemos a culminação de todo o caminho percorrido, de todas as brigas internas, refilmagens, troca de diretores e mudanças de tom. Mas há males que vem para melhor, e nesse embalo temos um filme mais divertido, mais leve e realmente com o significado que estampa a logo do peito do Superman, sim temos a esperança de volta.

 

Alimentado por sua fé restaurada na humanidade e inspirado pelo ato altruísta de Superman (Henry Cavill), Bruce Wayne (Ben Affleck) pede a ajuda de seu novo aliado, Diana Prince (Gal Gadot), para enfrentar um inimigo ainda maior. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha trabalham rapidamente para encontrar e recrutar uma equipe de metahumanos para enfrentar esta ameaça recentemente despertada. Mas, apesar da formação desta liga sem precedentes de heróis – Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman (Jason Mamoa), Cyborg ( Ray Fisher) e The Flash (Ezra Miller ) – talvez já seja tarde demais para salvar o planeta de um ataque de proporções catastróficas.

 

Liga da justiça começou rodeada por rumores sombrios, que após as críticas negativas de seus filmes anteriores, o filme seria cancelado. O que bastou para esses rumores caírem por terra foi, a San Diego Comic-Con 2016, que trouxe um épico painel da Warner dizendo, sim estamos aqui e vamos ter filmes sim. A tragédia envolvendo a morte da filha de Zack Snyder, fez com que o diretor saísse do projeto, o resultado foi que agora a cadeira de diretor foi entregue a Joss Whedon. O destino quis que o diretor do sucesso, Vingadores (2012),fosse responsável por terminar o projeto, desde os trailers, vemos a mão de Whedon no projeto, o tom acinzentado e sépia dando lugar a cores vivas destacando ainda mais nossos heróis. Mesmo Snyder tendo concluído a fotografia principal, segundo produtores da Warner, Whedon participou de 20% das filmagens, tendo que descascar, e muito, o abacaxi, em questões de mudanças ao tom do filme, a paleta de cores, interações do grupo, mais de Mulher-Maravilha (que fez sucesso e agora tem que ser o chamariz principal) e piadotas para deixar tudo mais engraçado.

 

Iniciamos o filme com o ranço deixado por Batman vs Superman, o mundo ainda lamentado a morte do Superman. O clima e o tom ainda estão melancólicos, pode-se dizer que o filme ainda seria chato com este início, não, pela primeira vez temos um acerto de roteiro, ao contrário dos filmes anteriores, realmente existem diálogos, existe uma ligação entre os personagens, as consequências dos atos são verdadeiras e logo em seguida o tom aventuresco dá início a diversão. Com tantas críticas negativas ao tom do Universo DC, seria obvio que o filme usaria do recurso humor, e sim, algumas piadas são bem encaixadas e vão ditando o ritmo do filme. A Liga da Justiça, arrisco-me a dizer, soa mais como os Superamigos do que aquela Liga séria dos quadrinhos (Novos 52), a interação dos nossos heróis são construídas a base do humor e principalmente da camaradagem, construído a dinâmica do grupo como amigos e não com o fardo de serem poderosos. Devemos destacar que agora o longa possui apenas duas horas de projeção, algumas partes do filme são penalizadas devido a esse corte, mas os problemas enfrentados pela Warner foram maiores que entregar o filme em seu corte final.

 

O roteiro de Chris Terrio com participação de Joss Whedon, ainda é uma das partes fracas do filme, ao optar por um tom cômico não significa que o filme deva esquecer de detalhes básicos, como desenvolvimento de personagens, Aquaman e Cyborg tem zero desenvolvimento e pouco a se contar, devido ao fato de sabermos que terá um filme solo do rei de Atlântida, não significa que tudo envolta do personagem será misterioso, é preciso mais, e nisso o filme não entrega. Se no início eu falei que as piadas se encaixam, algumas são excessivas e fora de contexto, um nítido exemplo, é que vemos um filme e outro sobrepujando ali de fora, as refilmagens colocam piadas adicionais que é nítido que foram inclusas de última hora. Outro exemplo negativo vem do berço da história principal, a relação com as caixas maternas, digno de introdução de Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel, todas as informações que seriam vitais para trama são jogadas em tela, não dá tempo de desenvolver nada. As caixas maternas são o que liga o vilão ao cerne do filme, mas não oferece nada, a motivação do vilão em destruir a terra, é porque sim e pronto, os maiores detalhes vitais para o vilão da trama operar é raso e sem motivação alguma.

 

Outro ponto discutível vem da pressa em desenvolver a trama e os personagens, adotando o tom leve, a dinâmica do grupo deixa o texto previsível criado pelos roteiristas da Liga até melhor. O filme escolhe os caminhos dos filmes pipocas, que é, esquecer de construir um bom roteiro e uma trama razoável para focar em cenas de ações. Por um lado, se a trama é rasa e simplistas, coisas boas são tiradas daí, é prazeroso ver a dinâmica do grupo, a Liga reunida causa a sensação de sempre querer ver mais desses heróis juntos. O problema do vilão é o que mais causa desconforto no longa, motivações a parte, o impacto causado por Lobo da Estepe é menor que os da luta de Superman e Zod, então o senso de urgência em defender à Terra não é tão sentida assim. O resumo do impacto do vilão no filme, é o mesmo que se reclama em filmes da Marvel, tudo é bem listado, vilão fraco, sem motivação e que rapidamente é descartado. O que sobrepõe o vilão será sempre a presença enaltecida dos heróis, o papel do vilão é só dar escada para os heróis serem ícones e brilhar com luzes de palco.

 

A direção é dividida entre Zack Snyder e o Joss Whedon, aos cinéfilos que acompanham ao trabalho dos diretores, será fácil notar a diferença de mãos dos diretores. A mão de Snyder é sentida com seus inúmeros cortes rápidos, o foco na presença dos seus protagonistas e a grande característica de Snyder, que é dar o devido destaque e endeusar a figura dos seus heróis. Ainda a mão de Snyder pesa ao contar uma história, por mais que o diretor se preocupa em reproduzir tudo como visto nas páginas dos quadrinhos, não se pode dizer o mesmo em contar sua história, assim como nos filmes de heróis, não sentimos que nossos heróis corram algum risco, ainda mais os heróis do Universo DC, que são mega poderosos. As mãos de Whedon no projeto por mais que soamos saudosistas ao dar todos os créditos a Snyder, podemos dizer que a direção final de Whedon é cirúrgica e dá o tom final do filme, mesmo parecendo que o diretor não quer sobrepor o trabalho de Snyder.

 

O CGI do filme não impressiona muito, o filme é bem cortado para se ajustar às 2 horas de filme, sobrando pouco espaço para desenvolver a trama e sim indo aos finalmente. A ação da Liga da Justiça satisfaz em diversas partes, mas com as refilmagens algumas cenas, o CGI é muito ruim na maioria das sequências de ação, mas se você se sentar e ignorar as falhas, você terá uma aventura fantástica. O CGI encontrado no vilão do filme é decepcionante, se você reclamou do vilão Ares em Mulher-Maravilha, não reclame mais, pasme, Lobo da Estepe é ruim com muita vontade de ser péssimo e tosco. As cenas de ação são a assinatura do papaiSnyder, muito slow-motions principalmente com as voadoras da pela Mulher-Maravilha, e com as cenas de Flash fazendo algo, dando destaques ao raios emanados pelo herói. Aquaman literalmente é um peixe fora d’água em sua ação, ficando apenas a algumas peripécias para se destacar dos demais personagens. O visual do Cyborg é bem tosco com um excesso de CGI, assim como o filme. A montagem e o ritmo ainda são característicos dos filmes da DC, tudo apressado e sempre com a sensação de estar faltando algo.

 

O elenco apesar de ser a melhor coisa do filme tem seus pontos positivos e negativos, começando por Batmande Ben Affleck, que agora tenta ser um herói mais esperançoso e tentando se redimir por sua conduta do filme anterior. Affleck nitidamente está menos à vontade em seu papel, claramente vemos que Affleck não é um ator de comédia, o seu novo papel no filme soa mais como o tiozão do almoço de família, com (piadas) nível “É pavê ou comer”, mas mesmo assim é mais satisfatório ver essa nova abordagem de Batman. Não temos uma luta ao nível do armazém como em Batman vs Superman, mas para os amantes de Batman, temos uma luta logo no início entre Batman e um vilão, que é uma linda referência a uma pagina desenhada por Jim Lee. O relacionamento de Batman com a Mulher-Maravilha é complicado em alguns pontos para os rumos de liderança da Liga da Justiça, tanto assim que Alfred o aponta, mas Affleck e Gadot fazem isso funcionar, e entregam uma dinâmica excelente.

 

Gal Gadot retorna como Mulher-Maravilha, mais diva pop do que nunca, é como se ela nunca fosse embora e realmente fosse a nossa Mulher-Maravilha da vida real. Mulher-Maravilha está lutando com seu próprio legado e Bruce está tentando empurrá-la para liderar o time, com o eminente sucesso do filme solo da princesa amazona, era obvio que o estúdio ia dar total destaque para Gadot, que por sinal é totalmente merecido, a atriz pode não ser uma Meryl Streep, mas tem carisma e presença como uma personagem feminino forte, e segura a onda encarnando um personagem de tamanha importância. Artur Curry / Aquaman, de Jason Momoa, faz jus ao hype criado pelos trailers, com uma abordagem mais perecida com seu personagem em Game of Thrones, mais truculento, beberrão e bem fanfarrão. As cenas onde ele está em Atlântida foram incríveis. A tensão entre ele e Mera é bem construída, por mais-que-tudo seja raso e nada a revelar sobre seu personagem. Sua química com a liga é um pouco cômica, especialmente com o Batman. Há uma cena hilária envolvendo o laço da verdade que fará com que o público gargalhe eternamente, sem dúvida alguma, é a melhor piada do filme.

 

Ezra Miller fazendo realmente sua estreia como Barry Allen / The Flash e ele traz uma sensação de ingenuidade para a equipe. Miller entrega um tipo de Barry Allen muito diferente do que os fãs estão acostumados com ele, tanto nos quadrinhos ou como o visto na série de TV. Ele não é um perito criminal, tão pouco demonstra a inteligência de Barry que conhecemos do personagem, é um personagem mais atrapalhado e um dos pontos positivos do personagem é que ele é iniciante como herói, e entrega o lado cômico do filme. Ray Fisher de Cyborg vai remeter muito ao que vimos na série animada Jovem Titãs, sem explorar o drama vivido pelo personagem.

 

Para os mais sensíveis, aviso de spoiler abaixo, para falarmos sobre a participação de um herói. 

 

Superman está de volta da terra dos mortos, e com todo entusiasmo para os fãs, finalmente parece que ele é o Superman. Henry Cavill voa e traz muito charme ao personagem que nunca antes havia. Superman tem uma nova abordagem, esqueça a depressão dos seus filmes anteriores, agora sim temos o escoteiro sendo visto nos cinemas, Cavill aos poucos vai dando uma cara a mais para o seu personagem, chegando mais na imagem que o público queria do personagem, da esperança ao ar de liderança, esse Superman se parece com os vistos nas animações. O Lobo da Estepe de Ciarán Hinds, é esquecível e lamentável, não se nota nem que tem um ator ali. J.K. Simmons, Billy Crudup, Diane Lane, Amber Heard e Jeremy Irons (que tem uma participação a mais desta vez) todos têm tempo de tela pontual. E alguns, desses personagens citados, servem para expandir a mitologia de filmes vindouros da DC.

 

Liga da Justiça é um filme que diverti e muito seu espectador, com uma trama bem simplista, com os famigerados problemas de sempre vistos em seu universo. A uma boa química entre os seus personagens, com diálogos menos exagerados, e sendo capaz de entreter seu público do início ao fim. O filme ainda depende de suas cenas de ações para tirar o foco de um roteiro razoável, se tivesse coragem de entregar tudo em seu início, realmente teríamos um filme digno da grandeza desses personagens. O filme não acerta a mão em cheio, mas serve para dar folego ao universo construído até aqui, vale totalmente o ingresso. Como dito na trilogia Cavaleiro das Trevas do Nolan, este filme sem dúvidas: “Não é o que merecemos, mas sim o que precisamos.”

 

Ps.: O filme conta com duas cenas pós-créditos, a primeira é apenas divertida e a segunda traz impactos diretos para o futuro do universo DC nos cinemas.

 

bom

 

 

FICHA TÉCNICA

 

DIREÇÃO

  • Zack Snyder

EQUIPE TÉCNICA

Roteiro: Chris Terrio

Produção: Charles Roven, Deborah Snyder, Geoff Johns, Jon Berg

Fotografia: Fabian Wagner

Trilha Sonora: Danny Elfman

Estúdio: DC Entertainment, Warner Bros

Montador: David Brenner, Martin Walsh, Richard Pearson

Distribuidora: Warner Bros

ELENCO

Amber Heard, Amy Adams, Ben Affleck, Billy Crudup, Ciarán Hinds, Connie Nielsen, Daniel Stisen, Diane Lane, Erin Eliza Blevins, Ezra Miller, Gal Gadot, Henry Cavill, J.K. Simmons, Jason Momoa, Jeremy Irons, Jesse Eisenberg, Joe Morton, Kiersey Clemons, Lisa Loven Kongsli, Michael McElhatton, Ray Fisher, Robin Wright, Samantha Jo

Por Lucas Henrique – Start – Parceiros Contramão HUB

Uma novo vídeo de bastidores da Liga da Justiça foi lançada oferecendo aos fãs um olhar por trás do filme de super-herói épico e entrevistas com as estrelas do filme conjunto.

 

Você pode conferir abaixo:

 

 

Liga da Justiça possui um elenco que também inclui Ben Affleck como Bruce Wayne (Batman), Henry Cavill como Kal-El / Clark Kent (Superman), Jason Mamoa como Orin / Arthur Curry (Aquaman), Ezra Miller como Barry Allen (The Flash) Ray Fisher como Victor Stone (Cyborg), Ciarán Hinds como Lobo da Estepe, Amy Adams como Lois Lane, Willem Dafoe como Nuidis Vulko, Jesse Eisenberg como Lex Luthor, Jeremy Irons como Alfred Pennyworth, Diane Lane como Martha Kent, Connie Nielsen como Rainha Hippolyta , Robin Wright como General Antiope, JK Simmons como Comissário James ‘Jim’ Gordon, Joe Morton como Dr. Silas Stone, Amber Heard como Mera, Billy Crudup como Dr. Henry Allen e Kiersey Clemons como Iris West. Julian Lewis Jones e Michael McElhatton também estão no filme em papéis não especificados. Aqui está a sinopse oficial do filme:

 

Alimentado por sua fé restaurada na humanidade e inspirado pelo ato altruísta de Superman, Bruce Wayne pede a ajuda de seu novo aliado, Diana Prince, para enfrentar um inimigo ainda maior. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha trabalham rapidamente para encontrar e recrutar uma equipe de metahumanos para enfrentar esta ameaça recentemente despertada. Mas, apesar da formação desta liga sem precedentes de heróis – Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman, Cyborg e The Flash – talvez já seja tarde demais para salvar o planeta de um ataque de proporções catastróficas.

 

A Liga da Justiça já esta em exibições nos cinemas.

 

Fonte: Screen Slam

Por Tiago Jamarino – Start

Retorno do deus do travão as telinhas, tem aventura mais pitoresca, colorida e a mais divertida até aqui do MCU

 

 

 

 

Thor, é um dos poucos personagens do MCU que teve dois filmes, é seguro dizer que, em nenhum desses dois filmes ele teve êxito. De todos os filmes solos dos heróis do Universo Cinematográfico da Marvel, Thor, teve dois filmes completamente esquecíveis, e dentre a equipe dos Vingadores era o mais contestado. O que mais se destacava no personagem era, o seu viés cômico, e quando dividia a tela com Hulk. O que a Marvelpercebeu foi simples, vamos fazer uma nova empreitada com o Odinson, mas vamos juntar todas as coisas que eram de acerto do personagem nos filmes. E graças ao diretor Taika Waititi temos um filme completamente aventuresco, engraçado, bastante colorido, e bem leve do deus do trovão. A Marvel Studiosfez um filme bastante coeso dentro da mitologia criada para o personagem nos cinemas, diferente de como Thor é nós quadrinhos, mas o filme é cheio de incríveis sequências de ação e talvez o melhor uso de uma música do Led Zeppelin. Se estiver esperando um arco dramático, uma história apocalíptica assim como na mitologia nórdica, ou até mesmo aquela história super confusa do Ragnarock nos quadrinhos, as chances de se decepcionar com este filme é grande. Mas como sua proposta inicial, o filme é bem sincero sobre o tom e o caminho que ele iria percorrer.

 

Thor é preso do outro lado do universo, sem o seu martelo poderoso e encontra-se numa corrida contra o tempo para voltar a Asgard e impedir o Ragnarok – a destruição do seu mundo e o fim da civilização Asgardiana -, que se encontra nas mãos de uma nova e poderosa ameaça, a implacável Hela. Mas, primeiro precisa de sobreviver a uma luta mortal de gladiadores, que o coloca contra um ex-aliado e companheiro Vingador – Hulk.

 

A aventura antecessora do deus do trovão, Thor: O Mundo Sombrio, foi bastante decepcionante e muito fora da curva do MCU, com um tom bastante sombrio, e um drama que não convenceu, deixando o desenvolvimento dos personagens bem atrasado para a franquia, mas Ragnork é a famosa redenção. O filme é bastante alegre e divertido em sua proposta, ultrapassando até o primeiro filme de Kenneth Branagh. Mais uma vez, Thor é um personagem incompleto, ainda se desenvolvendo, peregrinando em um mundo esquisito. Esqueça todo arco que se iniciou em Vingadores: A Era de Ultron, onde Thor saiu para procurar as joias do infinito, isso é totalmente esquecido no filme, com apenas uma simples fala de Thor, “Fui procurar as joias do infinito, mas não as achei. ” Tirando este artificie do roteiro para esquecer as tramas passadas, este filme mostra exatamente o quanto o personagem de Chris Hemsworth cresceu ao longo dos anos. Ele ainda pode amar uma caneca de hidromel, mas agora ele é um adulto responsável que se orgulha de ser chamado de herói ou um Vingador.

 

A direção é do diretor neozelandês Taika Waititi, da incrível comédia, O Que Fazemos nas Sombras (2014) e Hunt for the Wilderpeople (2016). A direção de Taika é bastante segura, e sua veia cômica misturada com uma ação são os grandes destaques desta direção. O grande chamariz dos filmes de super-heróis é como eles tratam a ação. A ação do filme tem muitos cortes durante cada sequência de batalha, e um bom uso do CGI, que deixa todas as cenas grande eloquente, mas tudo dá para ser entendido e apreciado, há mais cortes em Ragnarok, mas as cenas de ação foram feitas com habilidade. As sequências iniciais de Ragnarok, com Thorusando seu martelo, é tão maravilhosamente divertido, um trabalho primordial de Waititi. O CGI mencionado para a composição das cenas de ação, é notado em cenas que Thor golpeia e dispara relâmpagos, a equipe de efeitos consegue fazer cada luta fluir de forma transparente de uma vez para outra.

 

O design de produção de Ragnork facilmente é o mais bonito de todos os filmes da Marvel, a criação de mundo é simplesmente sensacional, o CGI cria mundos maravilhosos. O filme está cheio de cores vivas e brilhantes, fãs saudosos dirão que é total influência de Jack Kirby, dá até para notar toda essa influência das inúmeras histórias de Kirby, que escreveu histórias do personagem em potencial. Particularmente, dizer que foi graças a Kirby termos estes visuais, é uma jogadinha da Marvel, as influências claras de Ragnarok vem do sucesso da casa, Guardiões da Galáxia. Os figurinos são uma parte fundamental no filme, a loucura é abraçada completamente em cada roupa usada pelos personagens, mas as aparências dos personagens estão completamente iguais as revistinhas em quadrinhos. Alguns figurinos em particular como Hela, que usa uma coroa de chifre quando ela está pronta para a batalha, mas em cenas leves, está usando um visual bem emo. Thor quando chega pela primeira vez em Sakaar, sua capa está arrancada, e seu figurino, vai se remeter muito a seu momento atual nos quadrinhos, com o arco O Indgno Thor.

 

O roteiro assinado pelo trio Eric Pearson, Craig Kyle e Christopher Yost, em sua suma é bastante simplista. O tom do filme ainda é bem pipoca e nada complexo demais, não temos o elaborado Ragnarok da mitologia nórdica, o filme apresenta conceitos deste apocalipse, mas passa longe. Esperar que um filme feito para toda a família, com uma empresa como a Disney a frente, ter elementos pesados e sérios, é esperar por chover no molhado. A estratégia usada pela Marvel desde a Era de Ultron em usar nomes de histórias consagradas, é apenas pano de fundo para chamar fãs saudosistas dos quadrinhos. No final teremos a fórmula Marveltomando conta, mas o filme é bastante sincero quanto a sua veia cômica. Em Ragnarok, as piadas funcionam, são eficazes e no tempo correto, a grande sacada proposta pelo roteiro é que, este novo filme faz um humor e subverte o próprio gênero. O filme apresenta elementos do Planeta Hulk, e tem em sua composição algumas subtramas acontecendo, as principais ficando em Sakaar e o desenvolvimento de um arco com gladiadores e o Grão-Mestre, e a outra trama é em Asgard, com Hela tocando o terror e sendo a ameaça principal da trama.

 

O filme pode se afirmar em uma ação explosiva por toda parte, os aspectos mais agradáveis de Ragnarok vêm das interações dos personagens. Loki e Thor como dos filmes anteriores, ainda continua uma relação divertidíssima de se ver.  O Tom Hiddleston, ainda entrega uma atuação divertida, como o anti-herói do filme, e sempre ofusca Thor quando estão em cena, e tem a melhor piada do filme. Thor e Hulk competido como dois adolescentes irmãos, a luta dos dois tão anunciada pelos trailers e marketing, é completamente sensacional, valendo cada hype criado para ela. Tessa Thompson, rouba o filme sempre que está na tela. Valquíria é um personagem feminino forte, bem construída, e perseguindo desafiadores para o Grão-Mestre. Jeff Goldblum é o melhor em interpretar Jeff Goldblum, como o Grão-Mestre, ele deveria ganhar uma medalha. Ele é incrível como o governante de Sakaar, um luxuoso planeta de gladiadores, e sua entrega a seco traz uma qualidade retirada ao senso de humor, um dos melhores personagens que compõe o filme. Infelizmente, o papel do Hulk no filme foi revelado há meses. Se tivesse sido uma surpresa, é provável que essas cenas tenham sido ainda mais agradáveis para o público. Hulk é uma das partes mais fortes do filme, ele mudou muito desde Vingadores: A Era de Ultron. Esta é facilmente a sua melhor adaptação nos cinemas, tanto do ponto de vista técnico quanto do caráter. Mark Ruffalo entrega uma atuação bem divertida, melhor ainda quando está transformado como gigante esmeralda, que agora fala e nos diverte sempre em tela. Idris Elba, Karl Urban e Anthony Hopkins tem participações bem pontuais, de importancia na trama, mas poderiam ter mais tempo em tela.

 

Hela, interpretada maravilhosamente por Cate Blanchett, é uma adição bem-vinda ao mundo do filme. Ela transforma sua performance em algo com pitadas bem canastronas e sensual como a Deusa da Morte, com alguns trejeitos e maneirismos. Seus objetivos podem ser um pouco simplistas, mas ela é uma personagem complexa com uma conexão pessoal com Thor que aumenta o atrativo dramático do filme, mesmo tal atrativo não se desenvolvendo tão bem. Mesmo que ela procure destruição e fúria como muitos outros vilões daMarvel, Hela fica sem uma motivação plausível, mais um clichê em dizer que é mais uma vilã desperdiçada pela Marvel, mas no final ela é a Cate Blachett, e isso é algo a se desfrutar graças a sua genialidade como atriz. Chris Hemsworth retorna como o Deus dos Trovões, o ator achou na comédia o tom certo para seu personagem, mas quando precisa ser dramático, o ator ainda da uma patinada. Mas o saldo para Hemsworth é bastante positivo, devido ao carisma e a entrega do ator.

 

Thor: Ragnarok não é um filme perfeito, mas seus pontos fortes superam os negativos. Os personagens, o ritmo e a ação culminam em um filme ótimo. Encontrou em Taika Waititi uma direção bastante eficaz e com alguns momentos bem autorais. O filme não é apocalíptico com o nome diz, mas é uma aventura sincera e divertida. Dizer que é o melhor filme do deus do trovão não significa nada, devido aos seus filmes antecessores, mas para o Universo Cinematográfico Marvel, será um filme que pode sim, ser classificado como um dos melhores da casa.

 

 

4-Ótimo

 

 

FICHA TÉCNICA

 

  • DIREÇÃO

    • Taika Waititi

    EQUIPE TÉCNICA

    Roteiro: Christopher Yost, Craig Kyle, Eric Pearson

    Produção: Kevin Feige

    Fotografia: Javier Aguirresarobe

    Trilha Sonora: Mark Mothersbaugh

    Estúdio: Marvel Entertainment, Marvel Studios, Walt Disney Pictures

    Montador: Joel Negron, Zene Baker

    Distribuidora: Buena Vista Pictures, Walt Disney Pictures

    ELENCO

    Amali Golden, Anthony Hopkins, Ashley Ricardo, Benedict Cumberbatch, Cate Blanchett, Charlotte Nicdao, Chris Hemsworth, Clancy Brown, Georgia Blizzard, Idris Elba, Jaimie Alexander, Jeff Goldblum, Karl Urban, Mark Ruffalo, Rachel House, Ray Stevenson, Shalom Brune-Franklin, Tadanobu Asano, Taika Waititi, Tessa Thompson, Tom Hiddleston, Zachary Levi