Contramão HUB

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Por Tiago Jamarino – Start – Parceiros Contramão HUB

 

Aviso: Spoilers para Star Wars: Os Últimos Jedi abaixo.

 

Facilmente um dos aspectos mais divisivos de Star Wars: Os Últimos Jedi é a maneira como os personagens usam a Force de maneiras que não foram vistas na série antes. De um lado, você tem os fãs que acreditam que isso trai o que veio antes. Do outro lado, há os fãs que acreditam que era hora de avançar no passado e em uma nova direção. O diretor Rian Johnson falou com o Los Angeles Times sobre as mudanças e sua inspiração por trás deles.

 

Em termos de usar poderes que não foram contextualizados em filmes anteriores, Johnson simpatiza com os fãs, mas ressalta que esta não é a primeira vez que os novos poderes da Força foram exibidos:

 

“A verdade é que, porque Star Wars até ‘O Despertar da Força’ foi configurado em âmbar e não tivemos um novo filme Star Wars em 10 anos, você esqueceu que eles estavam apresentando novos itens da Força com cada filme, com base no requisitos da história. O agravamento da força não ocorreu até o “Império Contra-Ataca”, não estava em ” Uma Nova Esperança”. Mesmo com os fantasmas da Força. Eles apresentariam novas idéias sobre o que poderia acontecer com a Força de cada vez “.

 

Os fãs dos xiitas tendem a apontar o máximo quando se discute a Força em Os Último Jedi, depois que o General Leia foi ejetada de sua nave e aparentemente morta, apenas para usar os poderes da Força que ela nunca havia demonstrado antes de voltar para a nave. Johnson sabia que esta cena não seria necessariamente abraçada, mas faz uma nota de que as sementes foram plantadas na trilogia original:

 

“Isso foi algo que Kathy [Kennedy] sempre perguntou: por que isso nunca se manifestou em Leia? Ela obviamente fez uma escolha, porque em ‘O Retorno de Jedi’ Luke diz a ela, ‘Você também possui esse poder.’ Eu gostei da ideia de que não é Luke concentrar-se, alcançando o sabre de luz; é uma coisa de sobrevivência instintiva, como quando você ouve histórias de um pai cujas crianças estão presas sob um carro e eles conseguem força sobre-humana, ou uma pessoa que se afoga se arrastando para a superfície. É basicamente que ela não está sendo completada com a luta ainda. Eu queria que acontecesse [para Carrie] e eu sabia que seria um trecho. É um grande momento, e tenho certeza de que vai estabelecer formas diferentes para pessoas diferentes, mas para mim sentiu-se como uma coisa realmente emocionalmente satisfatória para ver “.

 

Escrito e dirigido por Rian Johnson, o elenco de Star Wars: Os Últimos Jedi inclui Mark Hamill como Luke Skywalker, Carrie Fisher como General Leia Organa, Daisy Ridley como Rey, John Boyega como Finn, Adam Driver como Kylo Ren, Oscar Isaac como Poe Dameron, Lupita Nyong’o como Maz Kanata, Kelly Marie Tran como Rose Tico, Laura Dern como vice-almirante Amilyn Holdo, Gwendoline Christie como capitã Phasma, Andy Serkis como líder supremo Snoke, Domhnall Gleeson como general Armitage Hux, Benicio Del Toro como “DJ”, Joonas Suotamo como Chewbacca, Anthony Daniels como C-3PO e Jimmy Veecomo R2-D2.

 

Star Wars: Os Últimos Jedi  já está em exibições nos cinemas.

 

Fonte: Los Angeles Times

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Por Giovanna Silveira – Metrica Livre – Parceira Contramão HUB

 

A continuidade é toda a metáfora de não desistir.

É toda a imensa torre de papéis, ou o infindável mar deles embolados perto da lixeira, indicando que as tentativas ainda seguem.

É a rotina e não saber o que esperar dela, é cansar o corpo e a mente, mas sobretudo ter a certeza de que se não obtiver sucesso o caminho atrás irá mostrar os rastros dos esforços, do suor e dos calos; nem todo fim é fracasso.

A tudo é plausível saber e pensar naqueles nós atados de voltas, se nele ainda há corda para mais ou se já chegou ao último fiapo de chance; se é chegada a hora do ponto final ou ainda há frase para reticências.

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Por Giovanna Silveira – Metrica Livre – Parceira Contramão HUB

É engraçado imaginar como histórias tomam forma, são contadas ou como são descritas. Realmente faz a imaginação funcionar quando ouvimos alguém contando um fato que aconteceu certo dia em uma certa hora, com uma riqueza de detalhes ou com

falhas de enredo.

Outra forma divertida de olhar, é não pensar que existam histórias no plural, e sim uma grande e finita história, na perspectiva de cada um de nós meros mortais, tem a sua. E nesse grande e extenso relato, todo e qualquer acontecimento da rotina não vira uma história avulsa, mas sim um episódio.

Uma ida ao supermercado pode virar um parágrafo curto e sucinto, ou pode marcar como um episódio significativo na vida. Faz sentido até aqui? É relativamente simples pensar na vida como uma auto narração de situações rotineiras ou fora do comum, fazemos isso o tempo todo. O cinema por exemplo, com obras que usam as épicas narrações e descrições de cenas, só elucidou a forma como isso acontece e nem nos damos conta disso. Pode não ser muito empírico muitas vezes, é verdade, mas somente o fato de pensarmos no que comprar para o jantar, ou as tarefas que nos aguardam no ambiente de trabalho são suficientes para justificar esse fenômeno.

Assim, pensar que somos nossos próprios narradores mentais da rotina, também guia a reflexão de que nós também somos o personagem principal, o que possui mais falas e mais cenas; mais reviravoltas e clímax, todos os dias. A partir daí, cabe individualmente pensar no peso de cada palavra, na relevância de cada mínima decisão, e no sucumbir de cada dia, como isso nos fez sentir em relação ao todo.

Eis que o efeito dominó começa a fazer sentido, se cada dia leva ao outro, se cada conto é na verdade uma parte da história, uma extensa história no qual o principal personagem é você mesmo, e os relatos da sua trama particular reagem ao passo da sua imaginação.

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Por Bianca Rolff – Gauche – Parceira Contramão HUB

As histórias de fantasmas sempre serviram a específicos propósitos… Era o tipo de papo para quem queria assustar as crianças, ou manter longe das suas propriedades os arruaceiros da madrugada. Em noites específicas, pessoas em todo o mundo se reuniam em torno de fogueiras em campings para contações de histórias, algumas mais, outras menos convincentes, mas que no frio da noite mantinham a todos ao redor do fogo.
O que não contavam para essas pessoas é que enquanto elas permaneciam aquecidas pelas chamas das fogueiras e pelo calor das narrativas, coisas muito mais interessantes ocorriam em outros lugares…

 

***
Não muito longe do camping da cidade de Vila de Cristo, uma garotinha dos cabelos trançados lia seu livro preferido. Era noite de Dia das Bruxas, e todos os seus irmãos haviam ido para o camping, para a noite de contação de causos. Ela, porém, havia recusado o convite na esperança de ter uma noite inteira de silêncio para poder desfrutar de suas leituras.
Era quase meia-noite e os olhos da pequena menina começavam a lacrimejar, contrários a todos os seus esforços para se manter acordada. Decidida a não se render ao sono, como uma adulta faria, ela saiu debaixo de suas cobertas e, apesar do frio, passou direto pelo casaco dependurado na cabideira e foi em direção à cozinha. Ao passar pelo quarto dos pais, viu que ambos estavam em um sono profundo, e ela andou pé ante pé para não acordá-los.
Quando chegou à cozinha, dirigiu-se até a bancada e, na ponta dos pés, puxou a garrafa de café para junto do corpo. Não era fã de café como seus irmãos mais velhos, mas sabia que aquela bebida quente e forte mantinha as pessoas acordadas e atentas.

Pegou um copo de vidro em cima da pia e colocou metade do copo com café. Quando o bebeu, contudo, quase cuspiu. Estava frio e sem açúcar. Ficando na ponta dos pés, despejou o resto do líquido na pia e estava prestes a lavar o copo quando o viu, pelo vidro da janela.

Lá, entre as árvores do jardim. Um lobo branco, de olhos vermelhos e um brilho intenso vindo de seu peito.

A menina se arrepiou. Era a primeira vez que via um lobo, e aquele parecia muito diferente do lobo que lia em suas histórias favoritas. Foi até a porta da cozinha, abriu-a para a noite gélida e saiu para o jardim.

A sua camisolinha fina balançava com o vento, mas ela se encaminhou para onde o lobo estava, estático, encarando-a. Não tinha medo dele. Queria provar que era uma garota de coragem, inclusive para dizer aos seus irmãos mais velhos o que havia feito.

Ele, o lobo, permanecia parado. Seu pelo branco era a coisa mais bonita que ela já havia visto. Aproximando-se mais, a menina percebeu que o que ela vira brilhando no peito do lobo era na verdade uma corrente prateada, de onde pendia um relógio fechado. Ela sabia porque era igual o relógio de bolso do seu pai. Não se contendo mais de excitação, ela estendeu a mão para tocar o pelo macio do lobo.

Nesse instante, a lua saiu de trás das nuvens e clareou todo o jardim. Quando sua luz iluminou o lobo, algo muito mais impactante aconteceu. A mão da garotinha, que estava prestes a tocar o animal, atravessou-lhe, pegando o vento.

Piscando, a menina olhou para o lobo e engoliu um grito. Ele não tinha mais um corpo real. Era como um espírito, um fantasma fosco, por onde ela via o restante das árvores do jardim. Apenas os olhos do lobo pareciam não ter perdido o brilho vermelho como fogo.

Ao puxar sua mãozinha, ela tocou o pingente no pescoço do lobo. Então o pingente era real! Ela apertou a ponta superior do relógio e ele se abriu, revelando as horas.

Meia noite.

Um grito foi ouvido de dentro da casa, e a menina imediatamente correu de volta, trancando a porta da cozinha e nem mesmo olhando para trás. Subiu as escadas rapidamente e ao chegar no quarto de seus pais, viu a mãe de pé,  parada, com o olhar horrorizado.

– Ele… ele acordou…foi olhar as horas e…

Ao contornar a cama, a menina entendeu. Seu pai estava caído no chão, os olhos abertos, vidrados. De uma de suas mãos, pendia o relógio de bolso, aberto, marcando meia-noite.

A menina olhou pela janela, à procura do lobo, mas ele não estava mais ali.

A menina acordou, gritando. Ainda estava em sua cama, com o livro aberto sobre o colo. Ela olhou para o relógio em sua cabeceira. Ele marcava 23h57.

Saindo correndo, ela foi até o quarto de seus pais bem no momento em que seu pai estendia a mão para olhar o relógio de bolso.

A menina se jogou na frente dele, jogando-o para o lado e impedindo-o de abrir. Colocou o seu livro preferido sobre o colo do pai e, apontando para a história, disse:

– O Alba Lupus, papai. O guardião do tempo, que nas noites de lua cheia…

– … A cada 2150 anos, capta a vida de pessoas que olham para o relógio à meia noite, para manter a roda do tempo girando. Filha, isso é só uma lenda. Além do mais, eu que escrevi ela pra você, a partir de um sonho que tive com o meu relógio…

Um barulho oco foi ouvido e ambos olharam para o lado.

Caída no chão, com o relógio de pulso entre as mãos e os olhos vidrados, estava a mãe da garotinha.

Puxando o pai pelas mãos, a menina viu pela janela os olhos vermelhos do lobo desaparecerem, aos poucos, entre as árvores do jardim.

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Por Débora Gomes – . as cores dela . – Parceira Contramão HUB

comecei a escrever porque cê disse que vinha.
fiz um livro inteiro com as histórias que não te contei. mas que vivi, enquanto te esperava chegar.

achei engraçada a forma como as palavras se dispunham milimetricamente, pra contar pro papel sobre toda a fantasia que criei pra te manter por perto. num desatino que, por vezes, chegou até a parecer amor. 
fui tecendo as minhas páginas com todo esse quase que cê sempre trazia em cada mão.
nunca aprendi a fazer rima, porque o tempo entre seus olhos e os meus, calhou de ser breve demais. e porque tive medo também… principalmente de descobrir que coração, ilusão e nós em par, poderiam muito bem morar, ao mesmo tempo, no mesmo verso. e isso, mais que a saudade, me entristeceria por toda a vida.
também não me separo dos dramas. como cê tanto diz, eles estão calejados no meu peito, cansado de tanto insistir. também pudera! tanta beira de abismo em flor, como é que fui calhar de me jogar no seu silêncio?
o que me preocupa – devo lhe dizer – nem muito é essa sua ausência, insistida em me procurar. 
mas é que eu continuei a escrever porque cê não veio. 
e, nesse tanto que me lancei à sorte – da nossa própria solidão -, aprendi a conjugar todos os verbos no infinitivo e sem plural, nuns instantes de vazio, armaduras e tanto ar. 
desaprendi muita coisa enquanto te esperava. 
e, talvez, isso é que diga muito sobre as partes em branco que o tempo me ensinou a te escrever…
 

Por Tiago Jamarino – Start – Parceiros Contramão HUB

Oitavo filme da saga toma rumos completamente diferentes do normal, com uma trama mais complexa, divertida e bem mais vistosa!

 

Star Wars teve sua tão esperada continuação após longos trinta e dois anos, O Despertar da Força (2015), foi a tão esperada volta a galáxia tão… tão distante, lógico sem mencionar a trilogia prequel feita por George Lucas. O Despertar da Força, foi o responsável por reviver a franquia, o resultado do filme foi, a terceira maior bilheteria de todos os tempos e uma grande aclamação pela crítica. Mas o filme não foi isento de críticas fervorosas pelos fãs, a grande maioria era unanime  ao questionar os caminhos trilhados pelo Episódio VII, que era simplesmente uma releitura do Episódio IV — Uma Nova Esperança, a nova trilogia estava tratando seu começo a base de um reboot disfarçado de continuação, copiando em base, os mesmos plots e deixando caminhos questionáveis. J. J. Abrams que estava no leme de O Despertar da Força, passou o bastão para Rian Johnson, diretor e roteirista, que renega totalmente seu antecessor e segue em um caminho completamente oposto visto em toda a Saga. O grande medo do público, em geral, era que este filme em potencial fosse ser uma releitura de O Império Contra-Ataca, mas para a felicidade geral da nação, não, este filme segue seu próprio ponto de vista, apesar de ser um filme do meio que tenha que deixar pontas soltas para o próximo.

 

A trama começa exatamente segundos depois de O Despertar da Força, com Rey (Daisy Ridley), indo encontrar com Luke Skywalker (Mark Hamill) em uma ilha isolada, a garota implora desesperadamente pela ajuda do velho mestre Jedi para ajudar a Resistência na guerra contra a Primeira Ordem. A Primeira Ordem comandada pelo general Hux (Domhnall Gleeson), descobre a localização da última base rebelde, coordenada pela General Organa (Carrie Fisher). O início do filme já é o cartão de visita de Rian Johnson, temos uma verdadeira guerra nas estrelas, uma batalha especial nunca vista antes em toda a saga, com um bom tempo de execução e poderio militar. Para repelir a horda de bombardeiros inimigos, a Resistência conta com o comandante Poe Dameron (Oscar Isaac), que tenta um contra-ataque sem sucesso, forçados a fugirem desesperadamente sendo seguidos de perto pelo esquadrão inimigo. A Resistência manda Finn (John Boyega)e a encarregada da manutenção Rose (Kelly Marie Tran) em busca de um enigmático contrabandista, que poderia ajudá-los a destruir o sistema de rastreamento da Primeira Ordem.

 

Ao falar do filme deixarei alguns pequenos spoilers, é impossível fazer uma crítica mais detalhada sem revelar nada da trama, mas fique tranquilo, não estragarei as partes essenciais. Star Wars foi inspirado na obra do escritor americano Joseph Campbell, com sua obra que contava a jornada do herói, um mito sobre a batalha do bem contra o mal. Essa simples premissa permeia no cerne de toda a saga, esquecida nas trilogias prequels, mas retomada no Episódio VII, Johnson tinha uma base solida nas mãos e alguns personagens já estabelecidos. O diretor e roteirista, tinha um abacaxi nas mãos a descascar, ter em mãos personagens já consagrados, apresentar algo novo e, ao mesmo tempo respeitar o legado da franquia. Johnson tem jogadas cirúrgicas para tratar do seu material, como o filme do meio, em algum momento lembrará ao Império Contra-Ataca, por ser um filme, dramático, de derrotas, fugas, vinganças e restruturação para vitória. Mesmo tendo a alma do Episódio V, Os Últimos Jedi toma um rumo mais inesperado possível, tomando soluções que fogem completamente a (forma) Star Wars de ser, alguns personagens tomam rumos diferentes e o amadurecimento do mesmo torna este filme mais autoral possível.

 

A direção e o roteiro ficam a cargos de Rian Johnson, que vem de ótimos trabalhos, como A Ponte de Um Crime (2005), Looper: Assassinos do Futuro (2012) e alguns episódios de Breaking Bad. A direção é mais autoral do que o esperado, é até um espanto ver o resultado e saber que não ouve tanto as rédeas do estúdio, Johnson consegue se sair bem tanto em aspectos técnicos e visuais, também alcançando o ápice em aspectos narrativos. A fotografia é simplesmente sensacional, mesmo sendo a marca da franquia, a fotografia vista neste filme é a mais bonita da saga. O CGI faz um trabalho magistral dando vida a mundos e belas criaturas, e a grande satisfação que muitas coisas são feitas por efeitos práticos. As paletas de cores reagem ao humor e a decisão de rumo de cada personagem, o cinza da resistência e do núcleo Jedi, ao vermelho e o escuro nefasto da Primeira Ordem. Em termos de estéticas visuais, cada batalha até as vistas nos trailers, são um deleite visual e de cores vibrantes. Johnson soube trabalhar realmente seu clima de guerra, sempre nos mostrando a sensação angustiante das escolhas.

 

O filme divide bem suas linhas de ações, tanto as batalhas espaciais quanto as tomadas áreas, os planos fechados são similares a wallpapers, se congelar uma única imagem, você consegue milhões de papeis de paredes. Os Figurinos são bem trabalhados, cores negras e fardas semelhantes a juventude nazista encontrada na Primeira Ordem, aos costumeiros farrapos acinzentados da Resistência. As variedades de raças alienígenas ainda continua um marco, criaturas misturadas com efeitos práticos e CGI. No planeta cassino vemos todo esse potencial da saga inclusa. A trilha sonora composta magistralmente por John Willians, que desta vez veio com tudo, o pouco entusiasmo mostrado em O Despertar da Força, é rapidamente suprido, com novos temas e alguns antigos que causam a nostalgia.

 

O roteiro como dito anteriormente é assinado por Rian Johnson, não é à-toa que o diretor foi contratado para dirigir alguns episódios de Breaking Bad, que por sinal, são os melhores da série. A narrativa simples de Star Wars ganhou folego novo, mantendo elementos consagrados da série, mas com um toque bem pessoal. O texto apresentado em Os Últimos Jedi apresenta ambos os lados da força, Luz e Trevas tendo tempo de tela para mostrarem todo seu potencial, cada um tendo tempo necessário para mostrar um ponto de vista, que é habilmente usado para mostrar até um lado arrogante vindo do conhecimento Jedi. O que o roteiro de Johnson oferece é mais dúvidas, angustias pessoais, a esperança em tempos de guerras. O grande problema do filme que até Star Wars sofre de barrigadas para prolongar uma trama, principalmente quando está no núcleo do planeta cassino é onde o roteiro começa a enrolar sem necessidades, poderia simplesmente ser enxugados trinta minutos de filme. O maior ponto na narrativa criada por Johnson é que nenhuma referência se baseia para enfeitar seu texto, ou só para agradar a fãs saudosistas, tudo mostrado tem um porquê e move a trama. O grande impacto de Os Últimos Jedi é simplesmente estabelecer a conexão entre seus três personagens centrais, Rey, Luke e Kylo, que ambos são a alma do filme.

 

O elenco é bem diversificado, sendo bem a cara da nova Disney, dando espaço a novos talentos. Mark Hamilltão contestado na trilogia original, mas agora entregando um melhor Luke, bem pirado, beirando a esquizofrenia e com conflitos internos. A Daisy Ridley está ainda melhor que o filme antecessor, seu personagem ainda é a alma do filme, adicionando em sua interpretação olhares e expressões pesadas. Adam Driver ainda entrega um personagem atormentado por suas decisões, várias críticas anteriores ao seu personagem são devidas as inúmeras comparações com Vader, injustas, pois, o seu personagem é a atual caricatura da adolescência atual. O John Boyega está mais alivio cômico do que de costume, tem momentos que está até bobalhão demais. Oscar Isaac esquecido no anterior, tendo agora um certo favorecimento no roteiro, seu personagem tem o peso da guerra e tem escolhas a fazer. Existe uma parte do elenco que está completando tabela, Andy Serkis, Gwendoline Christie (Capitã Phasma ainda continua sendo nada), Laura Dern e Benicio Del Toro totalmente jogado e esquecido. Carrie Fisher claramente teria o próximo filme só para ela, com seu falecimento no ano passado, o filme poderia ser penalizado, mas até que sua participação é bem leve e pontual.

 

Star Wars: Os Últimos Jedi é um grande ponto fora da curva para filmes pipocas, contendo um roteiro bastante maduro para o gênero, com novas definições de bem e mal. Apesar de sofrer com uma barrigada em seu ato do meio, o filme acerta mais do que erra. O bom caminho conduzido pela nova narrativa vai tirar qualquer fã de Star Wars de sua zona de conforto, oferecendo mais caminhos a serem trilhados e uma nova gama de possibilidades a serem exploradas. O elenco antigo ainda continua a arrancar suspiros e até seu tom quando fica leve dosa bem o filme. Com uma cinematografia impecável e a mais linda de toda a saga, Os Últimos Jedi tem todos os benefícios de um filme escrito e dirigido por alguém que teve muito mais liberdade criativa e com maestria em suas escolhas para o rumo da saga.

 

4-Ótimo

 

 

FICHA TÉCNICA

 

  • DIREÇÃO

    • Rian Johnson

    EQUIPE TÉCNICA

    Roteiro: Rian Johnson

    Produção: Kathleen Kennedy, Ram Bergman

    Fotografia: Steve Yedlin

    Trilha Sonora: John Williams

    Estúdio: Lucasfilm Ltd, Walt Disney Studios Motion Pictures USA

    Montador: Bob Ducsay

    Distribuidora: Walt Disney Pictures

    ELENCO

    Adam Driver, Adrian Edmondson, Aki Omoshaybi, Akshay Kumar, Andy Nyman, Andy Serkis, Andy Wareham, Anthony Daniels, Antonio Lujak, Benicio Del Toro, Bern Collaco, Billie Lourd, Carrie Fisher, Chris Adams, Christopher Jaciow, Crystal Clarke, Daisy Ridley, Dan Euston, Dante Briggins, Domhnall Gleeson, Florian Robin, Gareth Edwards, Gary Barlow, Gwendoline Christie, Hermione Corfield, James Cox, Jimmy Vee, John Boyega, Jonathan Harden, Joseph Gordon-Levitt, Justin Theroux, Karanja Yorke, Kelly Marie Tran, Kevin Layne, Laura Dern, Liang Yang, Lupita Nyong’o, Mark Hamill, Mark Lewis Jones, Mike Quinn, Noah Segan, Oscar Isaac, Peter Mayhew, Tim Rose, Togo Igawa, Veronica Ngo, Warwick Davis, William Willoughby