Debate reúne diretores de Belo Horizonte para discutir sobre o tema “De...

Debate reúne diretores de Belo Horizonte para discutir sobre o tema “De onde nascem os filmes”

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Curta Quintal, do diretor André Souto / Foto: Divulgação

O segundo dia do LUMIAR foi aberto com o debate “De onde nascem os filmes”, com a presença dos diretores André Novais, Alexandre Cata Preta e Rafael Conde. A mediação foi realizada pelo coordenador do curso de Cinema e Audiovisual do Centro Universitário UNA e coordenador do festival, Rafael Ciccarini. O sábado também contou com Sessão de Primeiros Filmes, abertura da Mostra Competitiva Interamericana e Retrospectiva Beto Brant.

O debate que teve inicio às 14 horas no Cine Humberto Mauro, tratou de um assunto altamente relevante para os alunos e amantes da sétima arte. “De onde surgem os filmes? Ingmar Bergman, um cineasta sueco, foi perguntado sobre onde surgiu a ideia do filme Gritos e Sussurros, e disse que estava parado pensando e avistou quatro mulheres sentadas em um banco esperando, e foi quando ele se sentou para escrever o roteiro e começou o processo criativo a partir do que essas mulheres estavam fazendo ali. Outras pessoas são mais pragmáticas, querem fazer um filme e então começam a ler um romance para adaptar. O Stanley Kubrick, por exemplo, estava desesperado atrás de um filme, começou a ler diversos livros até achar o certo, que se tornou O grande golpe”, explica Ciccarini.

A escolha por André Novais, Leonardo Cata Preta e Rafael Conde, veio da busca de diretores de Belo Horizonte que possuem obras significativas. Segundo Ciccarini, Rafael Conde é um diretor de arte com uma carreira longa, além de professor, um dos motivos pelos quais foi escolhido. “André é de uma criatividade de saltar os olhos. Cata Preta tem filmes live-action e animação. Ele articula a própria obra”, finaliza.

Curta Quintal, do diretor André Souto / Foto: Divulgação
Curta Quintal, do diretor André Souto / Foto: Divulgação

De onde nascem os filmes?

“Eu particularmente gosto muito de experimentar a linguagem, trabalhar mais em função da forma de realizar do que necessariamente no conteúdo em função de uma linguagem, de uma possibilidade de um trabalho de campo também. Hoje em dia com a questão digital tem muito fluxo de documentário. Gosto muito de testar essa questão mais clássica. São experimentações na realidade. O bacana do cinema mesmo é experimentar.” – Rafael Conde

“Pra mim é uma colcha de retalhos, uma colagem. São coisas que te pescam, te capturam. Meus filmes nascem de imagens estáticas. Eu desenho muito e fotografo muita coisa. Eles nascem de um forçar a barra ali, de memórias, mentiras de coisas que passam a circular. É como uma árvore.” – Alexandre Cata Preta

“Acho que surge a ideia da vontade de fazer cinema e contar a história. Acho que tem alguma coisa em mim desde o começo, estou no cinema meio de teimoso. Às vezes acho que o dia vai dar errado e vou trabalhar na FIAT como meu pai. Quando surge alguma ideia, faço como se fosse o último filme. Isso me dá ainda mais vontade de criar. Em alguns casos o prazo para escrever o roteiro para algum edital me ajudou a fazer alguns filmes também.” – André Novais

Além do debate, André Novais e Rafael Conde tiveram suas obras, Uma homenagem a Aluízio Neto e Uakti – Oficina Instrumental, exibidos na Sessão Primeiros Filmes no sábado. “A Sessão Primeiros Filmes mostram os primeiros trabalhos de diretores conhecidos de hoje e de ontem”, afirma Ciccarini. Leonardo Cata Preta terá a exibição de seu primeiro filme criado em 2007, Moradores do 304, no domingo à partir das 14 horas.

Por Julia Guimarães

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