#CRÍTICA – SANTA CLARITA DIET

#CRÍTICA – SANTA CLARITA DIET

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NOTA:    

                A Netflix não para de inovar e de realizar produtos que encantam fãs e admiradores, a bola da vez foi a comédia Santa Clarita Diet que traz nada mais, nada menos, que Drew Barrymore como protagonista. A série criada por Victor Fresco teve uma divulgação um tanto quanto anormal, começando pouco mais de um mês até que tivesse sua primeira temporada lançada na íntegra. O fato de ter Barrymore na trama foi um diferencial enorme para trazer expectadores ao programa, uma vez que a atriz além de conhecida e admirada, é muito talentosa e única em sua profissão. Além de Barrymore a série conta com Timothy Olyphant, Liv Hewson e Skyler Gisondo.

                A série se passa em uma cidade próxima a Los Angeles, chamada Santa Clarita, onde Sheila (Drew) e Joel (Timothy) vivem uma pacata vida como corretores de imóveis comuns que possuem uma boa relação com seus vizinhos e que criam bem sua filha adolescente, Abby (Liv). Tudo está perfeitamente normal até que Sheila passa mal durante uma de suas vendas e acaba vomitando muito. A piada da série começa aí, quando a protagonista abre a boca e uma gosma cheia e verde escapole de sua boca como se fosse uma cascata, sujando todo o local. A personagem vomita em toda parte do banheiro, não deixando um pedacinho sequer para trás, vomitando inclusive uma bolotinha vermelha estranha e curiosa, que no princípio pensam ser seu coração. Após a vomitança Sheila se encontra sem batimentos cardíacos, sangue ou dor, ou seja, a personagem está morta, entretanto a mesma nunca havia se sentido tão viva, com uma energia, ânimo e juventude a flor da pele, pronta para desafiar o mundo e se permitir usar e abusar da vida.

                A esquisitice não termina aí, além destes fatores anormais a protagonista desenvolve uma vontade enorme de comer carne crua, que é justificada após um acidente onde a mesma com um impulso acaba matando e devorando seu colega de trabalho, a partir daí apenas carne crua não começa a ser necessária, apenas carne humana fresca sacia sua vontade. Com isso a série atinge seu ápice e começa a se desembolar, uma vez que Sheila e Joel começam a planejar como a mesma conseguiria se alimentar, uma vez que a fome poderia despertar impulsos incontroláveis capaz de provocar um assassinato em público. Isso se torna tão atrativo pois o fato de se ver uma típica família de classe média realizar assassinatos para esquartejar a vítima e coloca-la em um freezer para mais tarde bater seus membros em um liquidificador, enquanto cria uma filha de 16 anos e passa despercebido pelos vizinhos não é se lá algo muito comum de se ver por aí, principalmente por filmes e séries neste estilo não abraçarem a comédia e o trash, mas sim o suspense e o terror atrelados com uma distopia apocalíptica.

                Drew Barrymore comanda e manda na série com uma forma maravilhosa, com ritmo, tranquilidade, simplicidade e sintonia, assim como Timothy encarna o perfeito marido que coloca seu amor pela esposa acima de tudo e de todos os problemas, por mais que as mortes e ver sua esposa se deteriorando seja motivo de sobra para surtar. Liv não fica para trás ao viver uma Abby que esconde seu terror de ver sua mãe morta se torando uma espécie de monstro tentando se encontrar profundamente na vida, matando aula, vivendo perigosamente e se tornando uma espécie de adolescente rebelde junto ao seu vizinho e único que sabe sobre o caso de Sheila, Eric (Skyler).

                O fato de utilizarem a palavra zumbi com cautela é outro diferencial da série, uma vez que Sheila tem total consciência sobre seus atos e até mesmo tenta, juntamente com sua família, a encontrar justificativas pelas mortes para não ter tanto remorso e culpa e não possui sua imagem deformada, muito pelo contrário, Sheila fica ainda mais encantadora e com sua libido a todo vapor. A mesma acaba se tornando uma espécie de zumbi vampiresco em sua formatação.

                As mortes e a nova dieta de Sheila não são a trama principal da série, o real tema é o fato dos Hammond tentarem acima de tudo serem uma família normal, com momentos normais, amigos, profissão e vida social, entretanto, sua nova rotina sempre acaba interferindo nessa normalidade, fazendo os mesmos entrarem em uma situação desesperadora e preocupante.

                Porém, nem tudo são flores na série. Os acontecimentos acabam em certos momentos ficando forçados, com piadas muito prontas e feitas, exageradas e surrealmente bizarras. Tais fatos acabam deixando informações soltas, confusas, corridas e pouco elaboradas, assim como sua primeira temporada que não possui um final específico.

Isso não é necessariamente ruim, é até mesmo inteligente e uma técnica muito útil para prender o espectador para a próxima temporada, por mais que seja arriscada, ainda assim vai funcionar e muito, uma vez que mesmo com seus furos, a série está bem indicada e sem informações atuais a respeito de uma continuação, com toda certeza pode-se afirmar que acontecerá uma segunda temporada ainda mais bizarra e hilária com Barrymore e sua trupe.

 

Por: Isadora Morandi

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