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A chuva que chegou à Belo Horizonte no último sábado casou alguns transtornos na cidade. Na região da Savassi, a queda de uma árvore, hoje, surpreendeu quem estava no cruzamento das ruas Santa Rita Durão com Pernambuco. Dois veículos estavam parados no sinal e foram atingidos. A poda dos galhos e a liberação das vias foram feitas pela manhã pelo corpo de bombeiros. Informou o corpo de bombeiros por telefone. Segundo a Meteorologia, a previsão do tempo é nublado e chuvoso para hoje e amanhã. De acordo com a centro de Meteorologia da PUC Minas, as temperaturas de hoje oscilam entre os 17°C e 25°C. Já para amanhã, a temperatura mínima é de 16°C e a máxima é de 26°C.

Por Felipe Bueno

Antes mesmo de entrar no Palácio das Artes já se ouvia pessoas com tons de angustia na voz, pois queriam comprar ingressos de quem chegava ao local. Logo na portaria, um homem me parou para perguntar se eu tinha ingresso, depois que respondi que sim, ele me disse quase em desespero que sua prima, que estava com seu ingresso, havia sumido e não atendia ao celular.

Ao entrar no Palácio, percebi na feição de muitos uma grande ansiedade. Enfim, quando os seguranças disseram que o show iria começar, as pessoas foram entrando aos poucos no grande teatro, onde logo começaria o show de Chico Buarque de Holanda.

As luzes se apagaram e depois de algum suspense, o tão aguardado músico subiu ao palco. O ambiente se transformou, em poucos instantes. A platéia gritava, batia palmas e assobiava. Uma mulher que sentava na fileira atrás de mim estava em prantos. Logo percebi que ela não era a única. Ao meu lado, outra mulher estava aflita por não conseguir tirar fotos focadas do artista.

Pessoas que queriam ficar mais próximo de Chico se aglomeravam nos corredores, sentadas no chão cantavam e se emocionavam. Quando a plateia percebeu que a próxima música era “Geni e o Zepellin” foi ao delírio. O refrão não tinha quem não o cantasse.

Em um momento em que Chico Buarque foi à frente do palco, as pessoas se levantaram e ficaram próximas do artistas. Algumas se escoraram no palco. Uma menina subia na cadeira para ver e tirar fotos melhores. Outra me pediu licença para subir na cadeira em que eu estava sentada, já que também me levantei. Chico obedeceu aos gritos de bis da plateia duas vezes, deixando a todos muito felizes e empolgados. As pessoas não paravam de gritar e cantar juntas. Quando Chico saiu do palco pela terceira vez, não mais voltou e os gritos de “mais um” do público foi se espalhando aos poucos.

Na saída do teatro, olhos brilhantes e rostos de satisfação eram perceptíveis. Uma senhora parou meu irmão para pedir que ele enviasse a ela os vídeos que fez durante o show, pois queria guardar lembranças concretas de um show tão lindo.

Chico Buarque, durante a apresentação no Palácio das Arte, no dia 9 de novembro
Chico Buarque, durante apresentação no Palácio das Artes no dia 9 de novembro

Na fila

Para presenciar tal show não foi fácil, dormir na fila, pois não é nada agradável. Durante a espera para comprar o ingresso muitas pessoas dormiram na rua. Cada um se ajeitava como podia. Ao meu lado um casal levou um puff e se acomodou nele. Uma menina dormia profundamente em cobertas empilhadas.

Para o tempo passar mais rápido, as pessoas já entravam no clima do show, cantando e tocando músicas de Chico Buarque. Quando amanheceu o dia, olhos cansados eram evidentes no rosto de quem estava na fila, que crescia cada vez mais.

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Bárbara de Andrade

Na manhã do último dia 7, a presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, Eneida da Costa, se reuniu com o presidente do sindicato dos professores, Gilson Reis, vereadores dentre eles Arnaldo Godoy, deputados como Jô Moraes, Fábio Ramalho e Fred Costa, representantes de universidades de comunicação, ex-presidentes do sindicato e convidados para um café parlamentar, que discutiu o PECs dos jornalistas em relação a obrigatoriedade do diploma para exercer a profissão. O encontro foi na sede do Sindicato e a mesa foi mediada pelo diretor de Relações Institucionais, Luiz Carlos Bernardes.

Os participantes apresentaram propostas de apoio a categoria. A ideia é mobilizar estudantes, professores e autoridades políticas. “Pode abrir uma discussão muito complicada sobre o fim do diploma na divocácia, sobre o fim do diploma na história, na ciência política, na sociologia e no final das contas, nós corrermos o risco da exigência do diploma só para médico, dentista, engenheiro e para poucas categorias”, declara Peninha.

Confira a entrevista completa com diretor de Relações Institucionais do Sindicato dos Jornalistas, Luiz Carlos:

Jornalista Luis Carlos Bernardes by jornalcontramao

A deputada federal Jô Moraes, ressalta a importância da participação das faculdades nestes eventos: “Acho que a gente devia fazer uma campanha dirigida especialmente para as faculdades de comunicação para que eles possam compreender o papel desse processo na construção da sua valorização”, destaca.

Confira a entrevista completa com a deputada Jô Moraes:

Deputada Jô Moraes by jornalcontramao

Jô Maraes durante a entrevista ao Contramão
Jô Moraes durante entrevista ao Contramão

Já o vereador Arnaldo Godoy pediu mais força às escolas de comunicação. “As escolas tem que empenhar mais nesta empreitada. Tem que investir nisso”, destaca, pois, “representa os estudantes, a força que vão ter os estudantes para fazer um jornalismo cada vez melhor, mais independente e mais democrático”, conclui. O vereador destaca ainda o apoio de três senadores: Aécio Neves(PSDB), Clésio Andrade(PR) e Zezé Perrella(PDT). “Temos que publicizar a palavra dos três senadores que estão a favor do diploma”.

O presidente do sindicato dos professores, Gilson Reis, propôs uma luta pela regularização. “Fazer uma reunião conjunta com o Sindicato dos jornalistas, o movimento estudantil. Uma reunião entre os vários setores, sindicato, estudantes, professores para ver se cria uma campanha direcionada a questão do diploma”.

Durante o debate o deputado estadual Fred Costa deixou claro o seu apoio pela causa, fez propostas e disse fazer o possível para ajudar a categoria. “Eu me coloco a disposição de sair hoje recolhendo assinatura e fundar a frente parlamentar dentro da assembléia legislativa”, propôs.

No próximo dia 16, será votado, novamente, no Senado o PEC 033, a obrigatoriedade do diploma do jornalista para exercer a profissão.

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Jéssica Moreira

edição de áudio: Anelisa Ribeiro