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Ingrediente da vez

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Por Ana Sandim – Ingrediente da Vez – Parceira Contramão HUB

Quando for comprar os cogumelos frescos como Shimeji, Shiitake, Portobello e Paris, prefira os mais macios e firmes, sem parte danificada ou com cheiro estranho.

Não leve para casa cogumelos pegajosos, duros ou elásticos. No caso dos champignon Paris evite os que estejam muito sujos.

Os cogumelos devem ser lavados com delicadeza. Caso eles não estejam muito sujos, use um papel toalha ou um pano de prato úmido para limpá-los. O importante é remover os pontinhos bem pretos. As manchas marrons são do próprio cogumelo, não precisam ser limpas e nem saem. Na verdade, quanto mais você esfregar o pano úmido neles, mais amarronzados eles ficam.

Caso eles estejam bem sujos ou se for de sua preferência, lave-os um a um sob água corrente e coloque-os em uma tigela. Logo em seguida – não espere para evitar que eles absorvam água – seque-os com um pano ou papel toalha, esfregando os pontinhos pretos para que saiam.

Corte os talos cheios de terra e retire quando estiverem duros. Os maiores devem ser cortados ao meio, em quatro ou em fatias. Os pequenos devem ser deixados inteiros.

Lembre-se, esse processo deve ser feito rapidamente, pois os cogumelos em contato com o ar escurecem e prejudicam a apresentação de seu prato. Leia mais aqui Ingrediente da Vez: Cogumelos.

Pleurotus Salmão

Quanto mais jovem o Cogumelo Salmão for colhido, mais escura é sua tonalidade. Normalmente frutificam agrupados em cachos. A colheita é feita quando os chapéus ficarem paralelos ao chão ou assim que observar a liberação de esporos. Para colher basta torcer os cogumelos pelo pé e puxá-los.

Shimeji Branco

O Shimeji Branco cresce em pencas, com um chapéu de até cerca de 4 centímetros de diâmetro. Normalmente frutificam agrupados em cachos. Sua coloração varia entre o cinza médio ao branco, dependendo da temperatura (quanto mais frio mais coloração apresenta). A colheita deve ser feita quando os chapéus ficarem paralelos ao chão ou assim que observar a liberação de esporos. Para colher basta torcer os cogumelos pelo pé e puxá-los. No lado medicinal, estudos indicam sua eficiência no combate ao câncer e ao colesterol.

Shiitake

Pode ser preparado inteiro ou somente com a parte de cima. Os talos são rígidos e difíceis de cozinhar, por isso são indicados para fazer patês (pois passam pelo processador). O cogumelo apresenta-se in natura (fresco) ou desidratado. O desidratado possuiu sabor mais acentuado e é mais indicado para molhos, já os frescos rende mais.

Portobello

Também conhecido como Cogumelo Pardo Gigante, originário da América do Norte, o Portobello é a variedade preferida do consumidor americano e francês. Destaca-se por suas características nutricionais e versatilidade na composição de deliciosas refeições, por sua excepcional textura, polpa mais rígida, fácil de digerir, paladar peculiar e aroma agradável. Sua aparência lembra bastante o famoso champignon, porém maior e cor marrom. E assim como seu parente, também se desenvolve na terra preparada.

Experimente um Portobello inteiro grelhado no lugar de um hambúrguer. Fica delicioso e saudável! Ou substituir o champignon no tradicional strogonoff. Ganha sabor e textura. O consumo periódico de cogumelos promove o controle das taxas de colesterol e estimula o sistema imunológico humano ao ativar as defesas naturais do organismo.

Receita Cogumelo Paris Recheado/ O Cultivo de cogumelos em pequena escala

Referências:
Ingredientes, Loukie Werle e Jill Cox.
Cozinhar com cogumelos: Delícias do prado e da floresta – 2006.
Autores: Correia, Ricardo Esteves. Coleção: Ciências Aplicadas. Páginas: 160.

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Foto Ingrediente da vez

Por Ana Sandim do Ingrediente da Vez – Parceira Contramão

Lírio-do-brejo, bertalha, mutuquinha, pobre-velho, serralha, capeba, vinagreira, ariá, araruta e ervilha-borboleta são nomes poucos conhecidos, mas que vem atraindo a atenção e o respeito de grandes chefs e comensais.

Conhecidas como Pancs – Plantas Alimentícias Não Convencionais, essas espécies ainda são poucas exploradas nas cozinhas e poucas utilizadas no dia a dia, na maioria das vezes por falta de conhecimento. De acordo com dados das Organizações das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), graças aos interesses comerciais da agroindústria, o número de plantas consumidas pela humanidade caiu de 10 mil para apenas 170.  Segundo a nutricionista e extensionista rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – (Emater) Ângela Márcia Monteiro Tavares, as pancs são extremamente importantes para segurança alimentar, “Além do teor de nutrientes, são muito versáteis no seu preparo o que acaba colaborando para a diversificação da alimentação”, explica.

As pancs são encontradas facilmente nos quintas, hortas e em matas, crescem de forma espontânea e muitas vezes as tratamos como erva daninha, arrancando-as sem dó. No livro “Plantas Alimentícias não Convencionais (panc) no Brasil” de 2014, o biólogo Valdely Kinupp e o engenheiro agrônomo Herri Lorenzi, catalogaram 351 espécies de plantas entre nativas ou não, revelando uma infinidade de sabores e texturas.  Segundo Ângela, entre as plantas catalogadas alguns nomes já são presentes nas cozinhas “Algumas variedades já ganharam espaço em certos nichos de mercado como o ora-pro-nobis em gôndolas de alimentos orgânicos nos supermercados, feiras livres e como tema de festivais gastronômicos”, conta a nutricionista que revela, “A maioria das plantas não são conhecidas do público em geral, a exemplo disso temos o mangarito, a azedinha, a araruta e uma infinidade de alimentos, como as flores que são em sua maioria comestíveis”.

Foto: Ingrediente da Vez

Para não dizer que não falei das flores

Do jardim para a mesa. Assim como as pancs – que invadem os quintais, as flores chegam às cozinhas não só mais em decorações, elas perfumam e enriquem os pratos. Como é o caso da Chaguinha – Capuchinha como é mais conhecida e encontrada nos mercados, feiras e hortas.

Nativa do Peru, a flor foi introduzida na Europa no final do século XVI, e hoje é cultivada em todo o mundo. Com característica picante e de leve amargor, as folhas e as flores lembram agrião e a mostarda, e podem ser adicionadas a saladas, omeletes, empanadas e até mesmo utilizadas em tortas doces.

Rica em vitamina C e minerais, a flor é versátil e enrique as preparações, quando fatiada em pequenos pedaços ela dá sabor aos vinagretes e molhos, já as folhas mais suculentas e com sabor intenso são utilizadas cruas ou salteadas e servidas como guarnições. A magia da flor está nos frutos que são aproveitados como picles que lembram bastante às famosas alcaparras. Além de charmosa, a flor é digestiva e auxilia a limpar o sangue das impurezas dando um charme a mais no prato e na saúde.

Mesmo que lindas e saborosas a nutricionista recomenda “O mais prudente não é ir se aventurando pelo jardim, opte pelas cultivadas de forma orgânica e aquelas mais conhecidas, na dúvida pesquise. Algumas podem ser perigosas para a saúde.”.

Lavanda, amor-perfeito, calêndula, borago, rosa, viola-odorata, alecrim e as flores da abóbora, do manjericão, da cebolinha e do tomilho, além de lindas, são comestíveis e ficam perfeitas em saladas, pratos quentes, sobremesas e drinques, como no caso do Restaurante Rústico Cozinha Internacional, no Buritis, que usa mini rosas no preparo de drinques e das quitandeiras de Congonhas, que em 2015, após um curso de capacitação promovido pela Emater criaram um banco de mudas.

Segundo a nutricionista, após a capacitação o viveiro de mudas está aos cuidados da senhora Solange que cultiva em sua propriedade e vende no Mercado do Produtor Rural e em um balaio que leva até o Centro de Congonhas.  “Após despertar o interesse das quitandeiras através do preparo, agora estamos promovendo acesso local às hortaliças para que a população passe a consumi-las mais frequentemente e envolvendo o setor de saúde e de educação do Município para realizar um trabalho consistente e duradouro de educação nutricional”, finaliza Ângela Tavares.

Para experimentar segue uma receita: Peixinho de Horta