Cultura

O jornalista e escritor, Fernando Morais, esteve em Belo Horizonte para a comemoração dos 25 anos do projeto “Sempre um Papo”, e para lançar o seu novo livro “Os últimos soldados da Guerra Fria” que relata o trabalho de cinco agentes de inteligência dos Estados Unidos infiltrados em organizações contrárias à ditadura de Fidel Castro. Nesta entrevista, Fernando Morais defende que a forma mais efetiva de ampliar o público leitor, é o Brasil investir mais em Educação. Confira!

Por Felipe Bueno

Foto: Bárbara de Andrade

Vídeo: Vanessa Gomes

Considerado um dos pontos turísticos mais conhecidos na cidade, o Mercado Central comemorou nessa quarta-feira, 7 de setembro, seus 82 anos em meio a muita festa. Um grupo de mais de 100 cavaleiros saíram da cidade de Igaratinga, numa viagem que durou 4 dias, para homenagear os cavaleiros que antigamente se utilizavam desse processo para levar e distribuir produtos aos comerciantes do mercado. O comércio encerrou suas atividades às 13 h, quando se deu início a uma grande festa com direito a bolo gigante, confeitado com frutas. Seguiu-se uma maratona de shows, entre eles, o da banda mineira Tianastácia.

Artesanato Mercado Central
Artesanato Mercado Central

História

Fundado em 1929, o mercado se resumia a uma área aberta com barraquinhas simples, onde eram vendidos produtos alimentícios fresquinhos (bem parecido com o que é o Ceasa hoje), e outros gêneros. Anos depois o terreno foi vendido pela prefeitura, quando então um grupo de comerciantes fundou uma cooperativa e comprou a área, enquanto os irmãos Osvaldo, Vicente e Milton de Araújo, fundadores do Banco Mercantil do Brasil, investiram na construção de um galpão coberto. Dessa forma, começou um novo tempo para o mercado, que conta atualmente com 22 mil metros quadrados de área e cerca de 400 lojas.

Sementes Mercado Central
Sementes Mercado Central

Local de cultura e muitos “causos”

A localização no centro de BH permitiu que o Mercado Central virasse ponto de encontro para muitos mineiros que procuram um espaço de lazer e clima agradável. As cores e sabores do espaço encantam várias gerações com a sua diversidade cultural e inúmeras possibilidades de lazer. É possível ver desde a infinidade de frutas, flores, temperos, queijos e comidas típicas passando pelo artesanato mineiro e os vários barzinhos que garantem o reconhecimento de BH como a capital mundial dos bares. O local é palco de vários personagens, como comerciantes e frequentadores antigos com suas agradáveis histórias, os “causos” como são conhecidos que se passaram nesse lugar. O Mercado é um retrato de Belo Horizonte e um delicioso programa pra toda família.

Confira a galeria de fotos em: https://www.flickr.com/photos/67445204@N07/sets/72157627531859573/

Fotos e Texto: Natália Alvarenga

Para comemorar os 25 anos do sempre um papo, o idealizador do projeto Afonso Borges reuniu na noite de segunda-feira os escritores Fernando Morais, Frei Betto, Leonardo Boff, Ruy Castro e Heloísa Seixas, que lançaram respectivamente as obras “Os últimos soldados da Guerra Fria”, “Minas do ouro”, “Cuidar da Terra, Salvar a Vida: Como Evitar o Fim do Mundo”, “Terramarear – Peripécias de dois Turista Cultural”. Também participaram do bate-papo Luís Fernando Veríssimo, Zuenir Ventura e o jornalista Zeca Camargo, que mediou o evento.

Centenas de pessoas, dentre estudantes e professores estavam presentes no Palácio das Artes para acompanhar o sempre um papo.

Pioneiro

O escritor Frei Betto foi o primeiro a participar do “Sempre um Papo” em setembro de 1986. “Tenho a honra de ter sido o primeiro escritor a participar do projeto e estou feliz de 25 anos depois participar desta cerimônia”. O escritor destaca que o diferencial do sempre um papo é propiciar a interação entre leitores e autores. “A noite de autógrafos é precedida de uma conversa em que o escritor fala da sua obra e em seguida responde a perguntas do público/leitor. O leitor tem oportunidade de colocar suas duvidas, inquietações e curiosidades em relação ao escritor e a obra que está sendo lançada”, explica Frei Betto.

Frei Betto
Frei Betto durante entrevista ao Jornal Contramão

Confira no vídeo a entrevista com Luís Fernando Verissimo:

Ao final do bate-papo, os autores distribuíram autógrafos e tiraram fotos com o público.

Grevistas marcam presença no Sempre um papo

O projeto “Sempre um papo” é um instrumento de reflexão do conhecimento a partir do diálogo entre a obra, os escritores e os leitores. Enquanto o jornalista e escritor, Fernando Morais, discursava a respeito de uma formação escolar melhor, com escolas mais inclusivas. “Para o Sempre um papo fazer bodas de ouro com o dobro de pessoas na platéia, o governo tem que investir na educação pública”, os professores da rede estadual de levantaram e começaram a bater palmas, seguidos de gritos de protesto: “A greve continua! Anastasia a culpa é sua!”. Os professores que estão em greve, há mais de três meses reivindicam o pagamento do piso nacional, acabando com a política de subsídio implantada pelo Governo do Estado. Ao final do evento, os professores distribuíram panfletos para o público.


Público do Sempre um papo se manifestando contra a greve dos professores estaduais
Público do Sempre um papo se manifestando contra a greve dos professores estaduais

Por: Bárbara de Andrade e Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno Vídeo: Duda Gonzalez, Vanessa Gomes e Vinicius Calijorne

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Em 2011 o Indie Festival chega à sua 11ª edição e segue com a proposta de disponibilizar, para o grande público, filmes que, normalmente, não entram em circuito comercial. O festival começou no dia 2 de setembro e termina no dia 8. Os filmes selecionados foram divididos nas seguintes categorias: Mostra Mundial, Indie Brasil e Música do Underground. Além disso, o festival apresenta duas retrospectivas – uma do cineasta húngaro Béla Tarr e outra da francesa Claire Denin – e uma homenagem especial ao também francês Pierre Coulibeuf.

A 11ª edição conta com três locais de exibição: o Teatro Oi Futuro, no Mangabeiras, o Sesc Palladium, no centro, e o Cine Humberto Mauro, localizado dentro do Palácio das Artes. A maioria dos filmes tem classificação indicativa para a faixa de 14 anos. No entanto, existem algumas exceções e alguns filmes tem classificação 16 ou 18 anos. Os ingressos são gratuitos e distribuídos, nos locais, meia hora antes do início das sessões. Vale lembrar àqueles que querem conferir a mostra que a sala do Cine Palladium é a mais movimentada e a que tem menor número de assentos, logo, vale à pena chegar um pouco mais cedo para garantir lugares.

Para mais informações, o site do festival é www.indiefestival.com.br e o telefone de contato é (31) 8677-9355. O festival ainda tem um perfil no twitter, @indiefestival, com informações atualizadas.

Por Eduarda Gonzalez e Vinícius Calijorne

Vídeo: Eduarda Gonzalez, Henrique Muzzi, Vanessa Gomes e Vinícius Calijorne

Foto: Divulgação

A declaração já conhecida “quem ama o feio é porque o bonito não aparece” do Barão do Itararé, foi uma das frases citadas na noite de quarta-feira, 31, na Casa UNA de Cultura pelo professor da PUC-Minas, da Fundação Dom Cabral e programador Cultural da Casa UNA, Guaracy Araújo, que ministrou a palestra “o riso contra o poder”.

A ideia geral da palestra foi mostrar como muitas vezes escritores, filósofos, pensadores e humanistas, de um modo geral, usaram o riso como ferramenta para denunciar. “Em muitos momentos da história a gente tem exemplo de situações nas quais o uso do riso foi uma ferramenta para mostrar aquilo que não podia ser dito diretamente”, esclarece. “A ideia foi também lidar com a expectativa de, por meio do riso, mostrar o mundo de cabeça para baixo, pois o riso tem esse poder desestabilizador”, destaca.

O riso tem várias formas, mas a sua forma clássica é a ironia. Por meio dela que se encontra uma maneira de tornar as coisas visíveis e de brincar com as coisas, de usar da linguagem de forma que gere uma impressão de ambiguidade. “A partir da ironia é possível a gente ver como o riso é capaz de suscitar as pessoas numa percepção daquilo que, na realidade, elas não manifestam diretamente ou manifestam às vezes de uma forma sutil”, explica Araújo.

Durante a palestra, Araújo falou sobre personagens de várias fases da história que com poemas, textos e anedotas despertavam muitos risos, dentre eles estão: Diógenes o cão, Alexandre o grande, os bobos da corte, Gregório de Matos, Voltaire, com suas críticas à Igreja e aos poderes políticos. Na Modernidade, foram destaques Swift e Karl Kraus. Já na Antiguidade, o destaque foi Júlio César. Já no século XX, foram citados Oscar Wilde por meio de sua frase: “Quando era jovem achava que o dinheiro era tudo, hoje tenho certeza”; George Bernard Shaw, o jornalista e crítico H.L Mencken, o grande frasista Winston Churchill, Dorothy Parker, Millor Fernandes, com suas piadas sobre o Sarney e o Collor; e Wood Allen. No século XXI, foi destacado o humor involuntário de George W. Bush

“O riso é uma percepção, um momento, uma situação em que todo mundo sabe o que é, todo mundo se reconheci nisso e a partir daí faz com que seja possível usá-lo como um instrumento muito eficaz de crítica política”, destaca Guaracy. “A ironia é a forma mais famosa, mas a sátira, a alegoria e até mesmo a caricatura são maneiras através das quais se pode fazer rir. Rir é fazer as pessoas pensarem também”, conclui.

Guaracy Araújo durante a palestra
Guaracy Araújo durante a palestra

Boa embalagem

O tempo todo se percebe a relação entre o riso e o poder nos jornais. “O riso embala bem as coisas, aquilo que parece muito doloroso, muito difícil e até muito ofensivo, o riso de certa forma atenua isso, além do mais quando as pessoas são capazes de rir de alguma coisa, elas também são capazes de se identificar e se posicionar em relação àquilo”, afirma Araújo.

Ainda segundo Araújo o riso em todas as suas formas “o riso faz com que a gente, ao invés de perceber as coisas de uma forma rotineira, perceba de uma forma transformada. Em muitos momentos da história, essa ferramenta foi usada”, finaliza.

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Jéssica Moreira e Marina Costa

O Festival de Arte Digital, FAD, abriu sua 5ª edição na noite desta quarta-feira, 31, com uma apresentação que rendeu palmas por aproximadamente 2 minutos. A performance LOSS-LAYERS, do grupo francês A.lter S.essio impressionou ao mostrar um jogo de ilusão e realidade. Som, imagem e corpo foram explorados e transpostos ao olhar do espectador. O espetáculo cênico induz ao campo conflitivo das significações, em que a pessoa é conduzida a uma reflexão do tempo e espaço em que se insere. A bailarina vive no palco uma experiência multi-sensorial, resultado de movimentos, luzes, projeção de vídeo e música eletrônica.

Bailarina na performance LOSS-LAYERS
Bailarina na performance LOSS-LAYERS

Para o videomaker Guilherme Costa, 29, que estava na platéia, o trabalho do A.lterS.essio é “uma síntese de como um ser humano vive num meio urbano e como esse meio interfere na sua vivência. Apesar de ter sentimentos, o meio consegue também deixar mecânico o ser humano”, afirma, referindo-se à dança que apresenta ao mesmo tempo movimentos do corpo semelhantes a de um robô e expressões faciais como o sorriso e o medo.

O festival, que já passou por diversos espaços de Belo Horizonte como Casa do Conde, estação de metrô, o Espaço Cento e Quatro e o Oi Futuro, constrói uma relação entre tecnologia, arte e cinética em um mundo onde é cada vez mais comum a adequação de hábitos ao universo digital.

A cinética e a obra

“A escolha da arte cinética como tema deste ano partiu de uma intenção de proximidade do festival de se relacionar com outras áreas conexas da arte contemporânea. Então a gente lincou [sic] as duas coisas, o que faz com que o festival fomente conceitos mais fortes, mais bem pensados, de forma a não ficar um festival só tecnologia por tecnologia”, explica o curador do FAD Tadeus Mucelli Tee. Assim, é possível enxergar de uma ótica especifica um tema, a cinética, e, um objeto, a tecnologia, de forma integrada. Isso possibilita uma compreensão maior da proposta arte digital.

Na obra do português Void, O Jardim do Tempo, inspirado no texto “O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam”, de Jorge Luís Borges, o mecanismos puramente cinéticos se fazem necessário para que a arte cumpra o seu objetivo, que é apresentar diversas possibilidades de percurso dentro de um labirinto.

A obra O Jardim do Tempo de Void.
A obra O Jardim do Tempo de Void.

Sediado no Museu Inimá de Paula do dia 1º de setembro a dois de outubro, o FAD -Festival de Arte Digital apresenta 21 trabalhos de artistas brasileiros e estrangeiros, entre eles performances, instalações interativas, oficinas, workshops e debates. A entrada é gratuita. Para mais detalhes da programação e os horários entre no site: https://www.festivaldeartedigital.com.br/

Por Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno