Música de qualidade: Com espetáculo erudito, BH inicia o Festival de Arte...

Música de qualidade: Com espetáculo erudito, BH inicia o Festival de Arte Negra 2017.

1 1591

Texto Patrick Ferreira
Fotografia Lorena Gabrielle

Neste domingo (15), ocorreu o tradicional projeto “Concertos no Parque”, com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral lírico. O show que Belo Horizonte está acostumada a prestigiar teve uma levada diferente. Com regência de Silvio Viegas, a orquestra representou a ópera norte-americana “Porgy and Bess”.

A ópera conta a história de um casal negro que teve uma história de amor interrompida por Sporting, um malandro que seduz Bess após a morte de Crown, que é assassinado. A abertura do FAN uniu o útil ao agradável. Encantou o público com a música clássica, celebrando a raça negra.

Neste ano, o festival homenageia o protagonismo da mulher negra. Para a coordenadora do festival, Rosália Diogo, a edição busca evidenciar o talento da mulher negra: “A expectativa é que a gente consiga dar luz e visibilidade dentro da produção cultural; queremos amplificar os fazeres e as vozes das mulheres negras em BH e no mundo”.

Rosália Diogo | Foto: Lorena

O público esteve muito caloroso e interessado ao que via. Entre a plateia, estava a DJ que é formada em música erudita Black Josie que afirmou que arte negra é toda arte de matriz africana: “A gente misturou e modificou algumas culturas africanas com as brasileiras, isso é arte negra”. Muito empolgada, a produtora cultural Nic Omedes que estava como espectadora exaltou a organização do evento: “Estou impressionada com a organização de Rosália Diogo. É de arrepiar!”.

Dj Black Josie | Foto: Lorena

A obra “Porgy and Bess” traz uma mistura de ritmos como Gospel e Jazz com o Erudito. O diretor cênico, Fernando Bicudo acredita que a mistura de culturas fortalece a arte em todo o mundo e exemplifica: “Pablo Picasso em sua fase abstracionista, cubista, fez grandes obras depois de ter se inspirado em uma exposição de arte africana em Paris, com desenhos da cultura milenar africana”.

Fernando Bicudo | Foto: Lorena.

Em sua 9ª edição, o FAN, que celebra a mulher negra, trará a Belo Horizonte um valor que é muito para caber na palavra “arte”. Traz voz, oportunidades e conscientização social. Sem dúvidas, o festival veio para saudar o brilho forte da pérola negra e apertar o laço afro, unindo todos em um só grito de liberdade e resistência.

1 COMMENT

  1. Não acho que exista algo como “arte negra”, ou “cultura negra”. Não há um traço cultural que indique uma forma “negra” de fazer arte. O que um negro criado numa favela do Rio de Janeiro tem a ver com um negro africano?

    O recorte da arte é geográfico e temporal, não de cor da pele.

Leave a Reply