4 casas que tocam música independente em BH

4 casas que tocam música independente em BH

Na contramão do mercado, casas de shows da região centro-sul de Belo Horizonte têm aberto, cada vez mais, suas portas para músicos e bandas independentes. Abrigando artistas covers ou autorais, casas como Baixo Cultural e A Autêntica pautam sua programação, majoritariamente, por apresentações do gênero.

O Jornal Contramão mapeou as quatro principais casas de shows que recebem musicais independentes e entrevistou Bernardo Dias, músico e sócio-proprietário da A Autêntica.

Contramão

Como você enxerga a música autoral belo-horizontina? Ela tem ganhado mais espaço no cenário cultural da cidade?

Bernardo Dias

Belo Horizonte é uma cidade riquíssima em produção cultural, mas com poucos meios de difusão desse material. Mas ótimas iniciativas acontecem na cidade que fazem com que as perspectivas sejam as melhores possíveis.

Acho que ainda há um espaço mínimo pro tanto de material cultural que a cidade  produz. Mas a construção de uma cena é assim mesmo, a formação de público tem que acontecer não só pelas bandas, como também pelas casas noturnas que trabalham nesse mercado. São várias iniciativas que acontecem separadamente, mas que juntas impulsionam essa construção.

Contramão

Qual é o principal objetivo da A Autêntica? Ela prioriza ou pretende evidenciar bandas e cantores autorais independentes?

Bernardo Dias

O principal objetivo é ter um espaço em BH onde o público possa sair pra se divertir e conhecer novos sons que estão acontecendo na cidade, no país e no mundo; dar a opção ao público que se interessa pelo novo de vir e ter acesso a artistas que não têm muitas opções de se apresentar na cidade. A consequência disso é que criarmos para os artistas uma nova possibilidade de se apresentarem e encontrarem um público sedento por novidade.

Contramão

Para você, Belo Horizonte tem espaços suficientes que recebam os artistas musicais independentes? Por quê?

Bernardo Dias

Não, tanto que enxergamos essa demanda em aberto para podermos trabalhar. Isso acontece porque existe um público reprimido para esse tipo de evento. Eles existem, mas não saem por falta de opção. Por isso que digo que nosso desafio também é formar o público. Exatamente por essa suposta “falta” de público poucos empreendedores investem nesse mercado.

Contramão

Quais são os critérios para a escolha dos artistas que se apresentam na A Autêntica?

Bernardo Dias

Pelo fato de estarmos formando o público da casa ainda, precisamos que os artistas que se apresentam aqui tenham seu público pra que a noite aconteça e, infelizmente, este é um dos critérios. Mas a tendência é que, com a formação do público da casa, possamos trabalhar 100% com a essência do som.

Buscamos aqui sempre artistas com trabalho contemporâneos, inovadores e produções que possam surpreender o nosso público. A nossa linha de corte não é por estilo, mas sim por atitude musical. Um projeto bem montado, com boas músicas, uma produção competente, responsável e alinhada com os nossos princípios de comunicação têm as portas abertas para proporem datas aqui, seja o estilo musical que for.

Por Gabriel da Silva

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