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Por Geovanna Silveira – Metrica Livre – Parceira Contramão HUB

 

Até quando pertencer

não até quando esgotar

saber usar seus pesos

e suas medidas

a fim de memorizar

quem eu sou

quem eu era

se muda

ou fica

e o que me espera

até quando não houver

dito popular

de um copo meio cheio

ou meio vazio

confio no transbordar.

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Por Ana Paula Tinoco

Sabe quando você se pega pensando “não vou assistir isso porque é só mais uma modinha? ”, eis que em uma tarde de domingo entediante você se entrega. E o necessário para que se torne uma maratona é tão sútil quanto respirar, é automático.

Breaking Bad foi criada por Vince Gilligan para o canal por assinatura AMC e sua primeira exibição foi em 2008. Bryan Cranston (Walter White), Anna Gunn (Skyler White), Aaron Paul (Jesse Pinkman), Dean Norris (Hank Schrader), RJ Mitte (Walt Jr.) e Betsy Brandt (Marie Schrade) formam o elenco principal da trama. Trama essa que tem como cenário o Estado do Novo México, Estados Unidos.

Elenco Breaking Bad – Foto Divulgação

O enredo a princípio parece mais do mesmo, Walter White (Cranston) é um professor de química frustrado, frustração essa que vem do fato de se ver lecionando para adolescentes no ensino médio e um emprego de meio período em uma lava a jato. Tudo isso após abrir mão de uma carreira bem-sucedida como químico. Na trama White é ganhador de um Nobel, nesse meio tempo ele lida com a paralisia cerebral de seu filho Walter Jr. (Mitte), a gravidez de sua esposa Skyler (Gunn) e dívidas que se acumulam.

Em meio as adversidades, White é diagnosticado com cancro no pulmão. Amedrontado e desesperado com a morte inevitável, ele embarca em uma situação perigosa e entra para o mundo do narcotráfico, situação que se acentua quando ele reencontra seu antigo aluno Jesse Pinkman (Paul) e unindo seus conhecimentos, os dois dão início à maior fábrica de Metanfetamina de que se tem conhecimento.

E é a partir desse encontro que Breaking Bad nos prende, mostrando situações adversas como no episódio “Cat’s in the Bag” da primeira temporada em que os dois tentam “desaparecer” com um corpo usando ácido e uma banheira. O progresso da trama se dá aos poucos. Nessa questão Gillian foi cauteloso em não entregar logo de cara o que viria daquela dupla improvável e de todos que o cercavam. Até mesmo a motivação de Walter, que clamava ter feito tudo aquilo por sua família, aos poucos foi sendo dosada à medida que percebíamos o quanto ele era egoísta.

Aaron Paul (Jesse Pinkman) e Bryan Cranston (Walter White) – Foto Divulgação

As interpretações são fascinantes, não é preciso dizer que Cranston está incrível no papel de White. Sua evolução é gritante, de homem apagado cheio de incertezas, ele parte para uma personalidade forte e implacável quando dá espaço ao seu alter ego Heinsenberg. E essa transição acontece de maneira tão rápida e esplendorosa, que loucura e lucidez se separam e se unem tão rápido quanto ao Flash correndo na velocidade da luz.

Por outro lado, Pinkman é inseguro. Inteligente, ele se perde em situações caóticas e desnecessárias que sempre levam White a intervir para facilitar sua falta de noção, como namorar uma menina ex usuária de drogas, sendo ele um traficante. Mas, aos poucos ele também vai conquistando seu espaço, e Paul entrega interpretações magníficas nas cenas dramáticas. E ao longo da série, seu personagem que é apenas um coadjuvante cresce de tamanha forma que podemos considera-lo também principal.

Porém, não é apenas de Cranston e Paul que a série é feita. Vale a pena destacar a atuação de Mitte, o ator que interpreta Walter Jr., ele que também possuí uma leve paralisia cerebral, se entrega ao personagem e nos permite a sentir angústia como na cena em que ele se despede do pai.

Skyler, interpretada por Gunn, é uma mulher insatisfeita com o casamento e constantemente crítica. No entanto, assim como White, sua personalidade muda quando ela descobre quem é seu marido e o que vemos nos traz um misto de angústia e raiva por ela se permitir viver em uma situação tão desesperadora.

Elenco premiação Emmy 2014

Os outros personagens que fecham esse círculo são Hank Schrader (Norris) e Marie Schrader (Betsy Brandt). Brandt está lá para que sua irmã Skyler possa crescer em cena, o que não desmerece o trabalho da atriz. Seu marido Hank, um investigador da polícia, fica por conta das cenas de tensão de uma possível descoberta da vida dupla de White, é ótima a cena em que ele o ajuda a colocar uma mala no carro e o questiona sobre o peso da mesma e diante da resposta de White que aquilo seria um milhão de dólares, ele ri.

Destaque também para os “vilões”, pode parecer uma forma de estereótipo se levarmos em consideração que todos são latinos, entretanto são eles os responsáveis pelas melhores cenas de stress. E apenas eles conseguem impor respeito quando se trata de White. O melhor deles? Gustavo Fring, também conhecido como Gus. Interpretado por Giancarlo Esposito, é ele o responsável por uma das cenas mais icônicas da TV.

Trecho da morte de Gus

https://youtu.be/yvpg7gzuydA

Breaking Bad começou de forma tímida, sobreviveu à greve dos roteiristas e no fim mostrou a que veio, conquistou inúmeros prêmios e é considerada por muitos críticos uma das melhores já produzidas.

Também estão no elenco: 

Bob Odenkirk (Saul Goodman), Jonathan Banks (Mike Ehrmantraut), Jesse Plemons (Todd Alquist), Matt L. Jones (Badger), Raymond Cruz (Tuco Salamanca).

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Por Débora Gomes – . as cores dela . – Parceira Contramão HUB

Minha pequena Alice,

soube, pelo teu silêncio, que a solidão voltou a lhe fazer companhia. e é por isso que lhe escrevo: pra pedir que tenha calma. e que entenda que é preciso muito cuidado nesse caminho de desalinhavar tantos nós. 

eu sei que setembro foi um mês de difíceis esperas e de pouco chão. e sei também que esse vazio que por hora te preenche, tem mais a ver com suas escolhas do que com o seu destino em si. entenda, minha querida, que nem sempre vai ser tão fácil e nem sempre tão difícil: às vezes coração da gente pede uma trégua. e é no equilíbrio desses dias mais sombrios, que ele vai entender a beleza de ser um pouco só.

daqui a pouco já é outro dia. e quando a gente abraça a solidão com um pouco mais de calma, ela perde toda sua grandeza e se transforma naquela palavra simples, que te canto desde pequenina: 

“encontra na sua solitude,
a paz que dança no seu coração”

por isso, querida, nesses últimos dias antes do seu ano acabar, trate de tirar esse peso que carregas nos ombros. e volte a sorrir, a escrever, a dançar. que ainda tem muito encontro dentro do seu passo e muito amor pra em ti envelhecer. 

guarda teus anseios nas estrelas e cumpre teu caminho em ser do amor. ainda há muito o que aprender, antes do fim da tua estrada.

com amor,
Bisa.

ps.: sei que a primavera te traz mais espinhos que rosas, mas aprende a perdoar. 
e cura essa desavença com água salgada, manjericão e alecrim.
tem suspiro na gaveta, te esperando voltar. 

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Por Tiago Jamarino – Start – Parceiros Contramão HUB

 

*** AVISO ESTE REVIEW CONTÉM SPOILERS ***

 

 

Nesta HQ temos a guerra violenta entre Coringa Charada, finamente chega ao fim quando o plano mestre de Charada é revelado. Mas tudo está atrasado, já que o Coringa realmente recebe a última risada. E com o final da história contada, Bruce Wayne finalmente revela a Selina Kyle seu segredo mais sombrio, seu maior fracasso como Batman. É um momento chocante que mudará para sempre a dinâmica para todos eles.

 

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Vou resumir rapidamente o que estava acontecendo nesta saga do Batman chamada, A Guerra das Piadas e Charadas. Tudo tem início na edição número 24 de Batman, pelo novo selo da DC Comics, Rebirth (no Brasil Renascimento), Batman pede a Mulher-Gato em casamento, mas temerosamente Selina Kyle hesita em dizer sim. Mulher-Gato como uma anti-heroína bastante clássica, se julga indigna de aceitar o pedido de Bruce Wayne. Bruce então começa a contar sobre sua vida como cruzado mascarado, e decide contar para Selinacomo ele não era tão santo assim, que em seu passado como Batman, ele quase quebrou sua regra primordial. Temos início então a famosa saga,“ A Guerra das Piadas e Charadas”, escrita por Tom King e com arte de Mikel Janin. Essa guerra foi travada por Coringa e Charada, que dividiram os vilões em uma sangrenta guerra pelas ruas de Gotham, ao estilo Gangues de Nova York.

 

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A HQ tem um início muito peculiar, pois, quem acompanhou está saga desde o começo de suas 6 edições,pode perceber que Coringa não deu nenhuma risada, uma ótima sacada de King, que trouxe uma dinâmica mais psicótica para o Palhaço do Crime, em alguns momentos me lembrava muito ao Coringa de Heath Ledger. Ao longo das edições anteriores vemos uma sangrenta luta pelo poder de ambas as partes, tanto a gangue do Coringa, quanto a gangue do (Charada), estavam trazendo o caos a Gotham. Batman meio que escolhe um lado para poder parar a guerra, sua escolha fica entre o menos psicopata, que é o (Charada). Mas como em todo clichê de história o que acontece? O vilão sempre vai te trair no frigir dos ovos, mas o que torna está saga interessante é justamente o resultado, Batman perdendo o controle.

 

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O desfecho é sensacional por tudo construído até então, temos uma saga onde se situa em um ambiente urbano, e nada de invasões galácticas, tudo é pé no chão. Com uma estrutura narrativa simples e bem coesa, e com uma boa intenção em contar uma história. Para o mito do Batman, ver este tipo de situação é nova, com essa saturação de mistificar a figura do Homem Morcego, foi bom ter uma história de tropeço, mesmo que o desfecho seja satisfatório para amantes de um romance. O saldo para Tom King com este novo arco é bastante positivo, pois, a trajetória do Batman em Rebirth estava cheio de altos e baixos, principalmente nas sagas dos irmãos Ghotam e Eu Sou Bane, nem vou me ater ao arco Eu Sou Suicida, seguindo a nova onda deEsquadrão Suicida. A Guerra das Piadas e Charadas, mostra bem como seria uma guerra urbana, onde duas forças poderosas se colidem, mas o mais importante em guerrilha urbana é mostrar justamente o lado que sempre sofre, que justamente somos nós a população.

 

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ARTE

 

A arte da saga é totalmente impecável,  mas principalmente nesta edição de número 32 é caprichada, com uma mescla de ritmo que vai se ditando conformes as emoções; desde sua abertura, com uma pagina ilustrada com as  vítimas que morreram ao longo da saga (deixando claro que são meramente ilustrativas). Ao longo da saga quando o ambiente contém o Batman, tudo é acinzentado, e quando temos os bandidos, este clima permanece, mas o mais legal de tudo é que as cores são errantes. Sem mencionar que a anatomia dos desenhos de Mikel Janin são muito bem realistas.

 

A coloração como mencionada acima reage com as emoções, e principalmente pelo jeito dos personagens, um caso bom é com Bruce e Selina. Essas cenas, banhadas em azul profundo e sombras escuras, realmente trazem a intimidade do que está acontecendo entre os dois.

 

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A Guerra das Piadas e Charadas, portanto, é um excelente desfecho para uma boa saga, com elementos coesos e uma história bem palatável. Como edição, Batman número 32, fecha com chave de ouro e coloca King na boa galeria de escritores do Homem Morcego. Com um excelente roteiro e uma arte que seguras as pontas. King mostra que podemos ter uma boa história se ela for pé no chão, sem loucuras milenares ou sagas intergalácticas.

 

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Batman #32
“The War Of Jokes and Riddles” Conclusion
Written by: Tom King
Art by: Mikel Janin
Inks by: Mikel Janin
Colors by: June Chung
Lettered by: Clayton Cowles

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Por Ana Paula Tinoco

A diversidade desembarca em Belo Horizonte (MG) com o Festival TransArte. Entre os dias 4 e 12 de outubro, produtores, artistas e público, pretendem dialogar e explorar temas relacionados a identidade de gênero e sexualidade com espetáculos teatrais, performances, exposições, shows, bate papos e oficinas.

O projeto TransArte que nasceu no coração da Lapa, no Rio de Janeiro (RJ) em 2008, pelas mãos de travestis e transexuais, antes chamados de “Damas em Cena” cresceu e transformou-se em Festival em 2014, com apoio de várias instituições como Sesi Cultural (Rj), Instituto do Ator e Universidade Veida de Almeida. O TransArte busca através da arte, da música e das performances colocar em prática a discussão sobre valores como: o respeito às diferenças, a não-violência, o acesso aos bens culturais, a igualdade de direitos e a liberdade de expressão.

Em sua segunda edição, o festival traz para a capital mineira, cerca de 50 produções com mais de 100 artistas. O produtor e fundador e mestre de artes, Douglas Resende entende que existe uma diversidade de eventos com a temática da identidade de gênero e sexualidade e ressalta que o grupo é resguardado com “seriedade, respeito e comprometimento por todos os seus apoiadores”.

Para ele, é o amor pela arte é o que faz com que ele e outros artistas sigam com o projeto. “Esses são os primeiros guerreiros, os resistentes, os que veem na arte a possibilidade de mudança para uma vida melhor. São nossos primeiros apoiadores.”.

Ministério da Cultura e a Funarte também compraram e abraçaram a ideia do coletivo, sendo eles, os apoiadores institucionais. “Eles compraram a ideia devido a relevância e excelência da iniciativa”, destaca Resende que completa orgulhoso: “O projeto obteve a pontuação máxima na licitação.”.

A diversidade de artistas

A seleção dos artistas passa por uma curadoria que busca a multiplicidade existente em diferentes grupos. “O processo tenta abarcar uma pluralidade de vozes, garantindo um diálogo mais consistente e uma troca produtiva.”, explica o produtor Douglas Resende que garante, “A escolha também sempre considera o que as pessoas querem falar, o que elas querem dizer”.

 

De acordo com a também produtora, Dandara Vital, um evento desse porte tem uma grande relevância para a sociedade pois ele também foca na capacitação de pessoas trans e travestis, mostrando que o nosso lugar é onde a gente quer estar: “Acredito na arte como forma de transformação, temos a possibilidade de atingir pessoas, e assim poder incentivar a não desistir, a resistir.”.

 

Público e expectativa

 

Quando questionados sobre o que o público pode esperar, Douglas Resende revela seu desejo de que a inclusão com o TransArte alcance não só os artistas, mas também os visitantes das oficinas, bate-papos e shows. “Espero que se divirtam, que façam amizades, que conheçam pessoas novas, façam trocas. Espero também que diferentes públicos compareçam ao evento, já que ele preza a diversidade e, portanto, o respeito às diferenças como caminho para uma sociedade mais justa e mais inclusiva.”, finaliza.

 

Drag-se

 

Entre vários grupos e artistas que irão participar da segunda edição do TransArte um deles é a Drag-se, criado em 2014 como “um convite a liberdade”. Segundo Bia Medeiros, uma das fundadoras da marca, o movimento Drag-se celebra a diversidade através da arte, cultura e entretenimento.

Antropóloga e documentarista, Bia Medeiros compartilha a sua experiência e revela como será a participação do grupo no evento. “A Drag-se foi o nosso primeiro projeto voltado para a criação na internet e o YouTube veio como uma das melhores ferramentas para nos consolidar como um canal de referência na arte Drag brasileira.”. De acordo com uma das fundadoras, o Drag-se participa do TransArte em duas etapas: “A primeira será no simpósio na mesa ‘Encontro de YouTubers’ que a Drag-se vai dividir a mesa com o youtuber Lucca Najar do canal Lucca Najar e em um debate sobre internet, ativismo, como a causa LGBTQIA pode ser beneficiada pelo ativismo online. Já a segunda participação será em novembro, em que participaremos como jurados do concurso Transarte Drag-se, lá o público poderá conhecer Marco Aurélio, nosso produtor, Betina Polaroid, nossa drag fotógrafa e Ravena Creole, a drag do povo.”.

 

Serviço:

A programação completa com locais, horários e datas aqui: TransArte.

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Por Larissa Ohana 

O relacionamento romantizado morre quando a realidade te chama. Quando o amor do outro acaba. Quando o seu amor acaba. Será que acaba?

A finitude das coisas se encontra no entendimento de que o tempo, ah! Ele não existe. Portanto tudo acontece de forma relativa. Algo não precisa chegar ao fim para acabar. Principalmente quando a força para manter aquilo chega a ser maior que o próprio desejo.

Por falar em desejo, é preciso desejar ser feliz plenamente consigo antes de submeter-se à situações que levam à perdas íntimas irreparáveis. Isso faz com que percamos de vista o limite de nossa capacidade crítica, causando estragos emocionais que poderiam ser evitados quando o amor é enxergado como apenas amor, e não como a resolução e base de tudo (ou nada).

O amor é um sentimento expansivo, quando estimulado, pois pode se alastrar sem medir proporções, ou até ser tão tímido a ponto de ser confundido com insensibilidade.

Vale pensar que relacionar-se é fundamentado na troca. Toda troca necessita de duas energias fluindo. Quando uma energia para de ser alimentada, não significa que o amor se esgotou, demonstra apenas que a fonte (o corpo), não deseja investir mais como era anteriormente. É nesse hora que entra a compreensão de que cada um é de uma maneira específica, e mudar de direção durante o caminho faz parte do crescimento, pois este leva cada vez mais à ampliação do olhar e visualização de novas perspectivas.

Bom, quanto à viver um amor sem romantizá-lo, é válido presenciar sempre o momento presente, sem idealizar o futuro e sem se apegar ao que passou. Afinal, a concretização das coisas é natural e o controle delas não faz parte do nosso alcance. Já a felicidade sim, essa é responsabilidade individual, fazendo parte das escolhas feitas diariamente, incluindo parar de viver sonhando e sonhar vivenciando.